sábado, 29 de março de 2014

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 179

I – NOTÍCIAS

1- Estaleiros querem receber "pacotes" de equipamentos
A busca de empresas capazes de fornecer "pacotes" - em vez de equipamentos isolados - para os estaleiros que produzem barcos de apoio marítimo é outra das iniciativas em curso para o desenvolvimento da cadeia de fornecedores da indústria de petróleo e gás. A ação é liderada pela Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), que tenta seguir um caminho semelhante ao criado pela indústria automotiva, que usa a terceirização em boa parte da produção.
Augusto Mendonça, presidente da Abenav, disse que a ideia é desenvolver alguns projetos-piloto entre estaleiros e fornecedores. A associação identificou quatro áreas com potencial de desenvolver o fornecimento em "pacotes" para o apoio marítimo: geração de energia, módulos de acomodação de passageiros a bordo dos navios, tubulações e parte elétrica, incluindo instrumentação e controle de navegação. Os projetos-piloto devem ser montados nas duas primeiras áreas (geração de energia e acomodações).
A WEG, fabricante de equipamentos eletroeletrônicos, é uma das empresas envolvidas na iniciativa da Abenav. Hélcio Makoto, diretor de vendas da WEG Automação, disse que a empresa começou a fazer a modulação de alguns equipamentos para barcos de apoio offshore e rebocadores. "Estamos oferecendo isso como uma alternativa para os estaleiros", disse Makoto. A solução consiste em fornecer equipamentos elétricos montados e interconectados em uma mesma plataforma mecânica. É um modelo semelhante ao que a empresa tem fornecido para outros setores, como o de mineração.
Segundo Makoto, a WEG tem condições de fornecer produtos, na parte eletroeletrônica, com alto índice de conteúdo local. A empresa desenvolve, por exemplo, um inversor de frequência de motor que permite fazer a separação de água e óleo a bordo das plataformas de produção. "Estamos preparados para a nacionalização de novas aplicações no óleo e gás."
Carlos Camerini, gerente de tecnologia da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), conta que a escala das encomendas mudou. "Há dez anos, se encomendava de uma só vez dez árvores de natal molhadas [conjunto de válvulas instalado nos poços de petróleo no fundo do mar], hoje essa encomenda é de 150 unidades ", afirma. "A nova realidade faz com que as empresas tenham que aumentar as fábricas, com investimento alto para atender à demanda, ou desenvolver fornecedores, diminuindo riscos."
Desde 2007, a Onip identifica oportunidades para os fornecedores nacionais por meio do programa Plataforma Tecnológica (Platec), apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Em uma primeira fase, o programa se concentrou na área de componentes e sistemas para a indústria naval. Foram identificados cerca de mil produtos com potencial de serem supridos por empresas nacionais, sendo que cerca de 25% desse total encontra-se em fase de projeto. Os produtos fazem parte de duas grandes áreas: automação e controle e metalmecânica.
Agora, a Onip começou a desenvolver uma nova etapa do Platec com ênfase em equipamentos submarinos, como as árvores de natal. O plano é fazer 12 seminários em diferentes Estados para identificar produtos com conteúdo tecnológico "desafiador" que podem ser nacionalizados, disse Camerini.
Um exemplo de resultado obtido no Platec envolve a fornecedora gaúcha Altus, da área de sistemas de automação e controle, que teve um papel de empresa-âncora no programa, fazendo encomendas de subsistemas a subfornecedores, primeiro de peças menores e, depois, de sistemas maiores. "Houve evolução da cadeia produtiva para óleo e gás", disse Fábio Eidelwein, diretor da unidade de integração de sistemas da Altus.
Eidelwein disse que a empresa qualificou fornecedores de placas eletrônicas no mercado nacional, componente antes montado com empresas estrangeiras. O executivo avaliou que a qualificação tecnológica permitiu à Altus ganhar a concorrência para automatizar as oito plataformas replicantes, que estão sendo construídas no município gaúcho de Rio Grande.
Um aspecto importante das novas ações para desenvolver a cadeia de fornecedores é a tentativa de aumentar a competitividade e reduzir custos nos estaleiros. É esse o pano de fundo da iniciativa da Abenav de desenvolver fornecedores capazes de produzir equipamentos e integrá-los em "módulos" que serão montados nos barcos de apoio offshore nos estaleiros.
Gerson Viana, diretor de compras da britânica Rolls-Royce, afirmou que os fornecedores brasileiros não estavam habituados a produzir para a indústria de óleo e gás, porque o foco era o mercado de álcool. "Hoje, os fornecedores já estão muito mais familiarizados e qualificados para dar suporte ao setor. Aqueles que já estavam atendendo clientes offshore, exibiam carteiras cheias de pedidos e não ofereciam preços competitivos. No entanto, devido a uma desaceleração na demanda, algumas oportunidades surgiram", explica Viana.
Segundo o executivo da Rolls-Royce, "o grande desafio do mercado é manter índices financeiros saudáveis, visto que boa parte das empresas fornecedoras está com dificuldades de caixa. Tecnologicamente, observamos progresso em fundição, caldeiraria e forjaria. Contudo, a usinagem ainda permanece limitada e cara devido à idade avançada das máquinas e à baixa oferta de mão de obra qualificada".
Fonte: Valor Econômico

2- Setor de óleo e gás terá novas linhas de crédito para inovação
Setor de óleo e gás terá novas linhas de crédito para inovação
A indústria de petróleo e gás e o governo federal trabalham em medidas para dar impulso ao desenvolvimento da cadeia de fornecedores. O foco é o financiamento à pesquisa e inovação para substituir importações ou produzir em escala bens de maior complexidade tecnológica. As novas iniciativas ganham força no momento em que a Petrobras cobra mais agilidade da indústria na entrega de projetos, discussão que se relaciona com as regras de conteúdo local na exploração e produção de petróleo.
As novas ações e outras iniciativas existentes, como os programas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o setor, tentam acelerar a nacionalização de equipamentos da indústria de petróleo. O objetivo é atender às regras de conteúdo local dos leilões de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essas ações vêm ganhando força, embora não haja consenso entre agentes do setor sobre os resultados alcançados até o momento.
O BNDES, por exemplo, tem uma visão positiva sobre os efeitos da política de conteúdo local para a indústria de petróleo. Segundo o banco, essa política teria levado diversas multinacionais a se instalarem no país para produzir e fazer pesquisa e desenvolvimento aplicados ao óleo e gás.
Algumas entidades, no entanto, discordam. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) considera que a participação do óleo e gás no faturamento da indústria eletroeletrônica brasileira continua muito pequena. "O setor eletroeletrônico está na ponta da cadeia", disse Paulo Sério Galvão, gerente regional da Abinee para Rio e Espírito Santo.
Alberto Machado, diretor-executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que o crescimento da indústria de bens de capital para o setor de óleo e gás ficou muito aquém da expansão dos investimentos da Petrobras nos últimos dez anos.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, cobrou, na semana passada, resultados da indústria nacional. "Não é prioridade para nós nenhuma contratação que coloque em risco a nossa curva de produção", afirmou. Segundo ela, "não há absolutamente nada hoje sobre a mesa que justifique atrasarmos a nossa curva de óleo". Graça disse que a orientação do governo é que seja contratado no país apenas o que é possível e pediu empenho na entrega de projetos.
Nesse contexto, o BNDES, a Finep e a ANP preparam o lançamento do Inova Fornecedores, programa que deverá contar com orçamento de R$ 2,5 bilhões. Caso esses recursos se confirmem, o apoio financeiro às empresas do setor poderá chegar a R$ 5,5 bilhões, considerando ainda outro programa, o Inova Petro, que já colocou R$ 3 bilhões à disposição do mercado.
O Inova Fornecedores vai complementar o Inova Petro, também uma ação conjunta do BNDES e da Finep, com apoio técnico da Petrobras. O Inova Fornecedores financiará linhas diferentes de pesquisa e inovação em relação ao Inova Petro e deverá apoiar empresas de menor porte. BNDES, Finep e ANP estão em tratativas finais para minuta de um acordo de cooperação técnica em relação ao novo programa, que poderá ser lançado no segundo semestre do ano.
Antes desse acordo, a ANP deverá fazer uma consulta pública para reformular a cláusula de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dos contratos de concessão de blocos exploratórios. A cláusula está presente nos contratos de concessão a partir de 1998. Ela determina o aporte em P&D de 1% da receita bruta gerada por campos de grande rentabilidade, ou com grande volume de produção, nos quais a participação especial (PE) seja devida.
A ANP é responsável por credenciar instituições para o recebimento desses recursos e gerenciar essas atividades. Os cálculos da agência indicam que a cláusula de P&D deve gerar R$ 8,7 bilhões em investimentos obrigatórios nos próximos quatro anos. Em 2013, apesar da baixa produção de petróleo, foram investidos R$ 1,26 bilhão via cláusula de P&D, 2,7% mais do que em 2012.
Atualmente, 17 concessionários são responsáveis por esses aportes, sendo que a Petrobras tem 96,98% das obrigações totais. A perspectiva, no entanto, é que com o crescimento das atividades de outras empresas no país a participação da Petrobras se reduza de forma gradativa.
As alterações propostas pela ANP no regulamento da cláusula de P&D poderão permitir, por exemplo, que operadores de petróleo possam aportar recursos diretamente em empresas que desenvolvem projetos de pesquisa e inovação. O aporte poderia se dar por meio de um fundo de investimento em participações (FIP), que também teria participação de BNDES e Finep. O Valor apurou, que o fundo está em discussão preliminar e pode ter orçamento de até R$ 200 milhões.
A ANP confirmou, em nota, discussões para o lançamento de um programa de apoio à inovação em empresas dos setores de petróleo e gás e naval. "No âmbito desse programa, a ANP apoiará projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de engenharia básica não rotineira, desenvolvidos por empresas nacionais através da autorização da aplicação de recursos da cláusula de P&D", afirmou a agência.
Sobre a criação do FIP para desenvolver e acelerar empresas inovadoras, a nota afirma que caberá à ANP "apoiar os projetos de P&D, o desenvolvimento de protótipos inovadores e até mesmo o apoio à produção de lotes pioneiros. O ciclo da inovação será fechado com o aporte de capital empreendedor em empresas inovadoras pelo fundo de participações criado pela Finep e BNDES".
Uma fonte afirmou que a ANP poderia direcionar para certas tecnologias dinheiro da cláusula de P&D e inovação em temas diferentes do Inova Petro. Essa mesma fonte explicou que o Inova Fornecedores pretende atrair outras operadoras além da estatal.
A ideia de desenvolver no país bens que são importados ou que contam com poucos fornecedores locais está no cerne do Inova Petro. O primeiro edital do programa teve demanda de R$ 2,8 bilhões por meio de 38 cartas de manifestação de interesse, primeira etapa do processo de seleção. Ao final, foram aprovados 11 planos de negócios totalizando R$ 380 milhões. Seis deles, somando R$ 252 milhões, estão em contratação.
Dos R$ 3 bilhões colocados à disposição para fomentar projetos na área de inovação no Inova Petro, R$ 2,7 bilhões ainda estão disponíveis. O programa foi lançado em 2012 e vai até 2017. As empresas interessadas têm prazo até 24 de abril para entregar as cartas de manifestação de interesse relativas ao segundo edital do Inova Petro. O prazo inicial para entrega das propostas era 20 de março.
Parte dos financiamentos do programa pode ser contratada na modalidade não reembolsável, algo que não deve ocorrer no Inova Fornecedores. O BNDES e a Finep também têm condições de tornar sócios das empresas que realizam projetos de P&D.
Para Maurício Syrio, chefe do departamento de petróleo, gás e indústria naval da Finep, os resultados dos investimentos em inovação no setor tendem a demorar um pouco para aparecer. "Quando se investe em um plano de inovação, pode demorar dois ou três anos para se concluir um projeto."
O objetivo final é fortalecer a cadeia de fornecedores de óleo e gás, sobrecarregada com as enormes demandas da Petrobras. Um levantamento sobre perspectivas de investimento para o setor de petróleo e gás nos próximos quatro anos, feito pelo departamento de pesquisa econômica do BNDES, sinaliza que R$ 458 bilhões serão investidos de 2014 a 2017, dos quais cerca de 60% (R$ 271 bilhões) devem ter como fonte recursos nacionais.
O efeito indireto desses investimentos também é alto, de R$ 277 bilhões. Esse efeito pode ser ainda maior, já que os estudos não incluíram os investimentos para exploração do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, leiloado em outubro do ano passado. Se os resultados se concretizarem, a participação dos investimentos em óleo e gás na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), em 2017, será a maior deste século, dos atuais 10% para 14,1%.
Rodrigo Bacellar, superintendente da área de petróleo e gás do BNDES, disse que o programa BNDES Petróleo e Gás, que começou em 2011, já aprovou R$ 2,3 bilhões para fornecedores da cadeia produtiva do setor. "Hoje, temos 35 empresas mapeadas, das quais 13 já são clientes do banco e achamos que podemos aumentar esse número."
A indústria de petróleo e gás e o governo federal trabalham em medidas para dar impulso ao desenvolvimento da cadeia de fornecedores. O foco é o financiamento à pesquisa e inovação para substituir importações ou produzir em escala bens de maior complexidade tecnológica. As novas iniciativas ganham força no momento em que a Petrobras cobra mais agilidade da indústria na entrega de projetos, discussão que se relaciona com as regras de conteúdo local na exploração e produção de petróleo.
As novas ações e outras iniciativas existentes, como os programas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o setor, tentam acelerar a nacionalização de equipamentos da indústria de petróleo. O objetivo é atender às regras de conteúdo local dos leilões de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essas ações vêm ganhando força, embora não haja consenso entre agentes do setor sobre os resultados alcançados até o momento.
O BNDES, por exemplo, tem uma visão positiva sobre os efeitos da política de conteúdo local para a indústria de petróleo. Segundo o banco, essa política teria levado diversas multinacionais a se instalarem no país para produzir e fazer pesquisa e desenvolvimento aplicados ao óleo e gás.
Algumas entidades, no entanto, discordam. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) considera que a participação do óleo e gás no faturamento da indústria eletroeletrônica brasileira continua muito pequena. "O setor eletroeletrônico está na ponta da cadeia", disse Paulo Sério Galvão, gerente regional da Abinee para Rio e Espírito Santo.
Alberto Machado, diretor-executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que o crescimento da indústria de bens de capital para o setor de óleo e gás ficou muito aquém da expansão dos investimentos da Petrobras nos últimos dez anos.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, cobrou, na semana passada, resultados da indústria nacional. "Não é prioridade para nós nenhuma contratação que coloque em risco a nossa curva de produção", afirmou. Segundo ela, "não há absolutamente nada hoje sobre a mesa que justifique atrasarmos a nossa curva de óleo". Graça disse que a orientação do governo é que seja contratado no país apenas o que é possível e pediu empenho na entrega de projetos.
Nesse contexto, o BNDES, a Finep e a ANP preparam o lançamento do Inova Fornecedores, programa que deverá contar com orçamento de R$ 2,5 bilhões. Caso esses recursos se confirmem, o apoio financeiro às empresas do setor poderá chegar a R$ 5,5 bilhões, considerando ainda outro programa, o Inova Petro, que já colocou R$ 3 bilhões à disposição do mercado.
O Inova Fornecedores vai complementar o Inova Petro, também uma ação conjunta do BNDES e da Finep, com apoio técnico da Petrobras. O Inova Fornecedores financiará linhas diferentes de pesquisa e inovação em relação ao Inova Petro e deverá apoiar empresas de menor porte. BNDES, Finep e ANP estão em tratativas finais para minuta de um acordo de cooperação técnica em relação ao novo programa, que poderá ser lançado no segundo semestre do ano.
Antes desse acordo, a ANP deverá fazer uma consulta pública para reformular a cláusula de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dos contratos de concessão de blocos exploratórios. A cláusula está presente nos contratos de concessão a partir de 1998. Ela determina o aporte em P&D de 1% da receita bruta gerada por campos de grande rentabilidade, ou com grande volume de produção, nos quais a participação especial (PE) seja devida.
A ANP é responsável por credenciar instituições para o recebimento desses recursos e gerenciar essas atividades. Os cálculos da agência indicam que a cláusula de P&D deve gerar R$ 8,7 bilhões em investimentos obrigatórios nos próximos quatro anos. Em 2013, apesar da baixa produção de petróleo, foram investidos R$ 1,26 bilhão via cláusula de P&D, 2,7% mais do que em 2012.
Atualmente, 17 concessionários são responsáveis por esses aportes, sendo que a Petrobras tem 96,98% das obrigações totais. A perspectiva, no entanto, é que com o crescimento das atividades de outras empresas no país a participação da Petrobras se reduza de forma gradativa.
As alterações propostas pela ANP no regulamento da cláusula de P&D poderão permitir, por exemplo, que operadores de petróleo possam aportar recursos diretamente em empresas que desenvolvem projetos de pesquisa e inovação. O aporte poderia se dar por meio de um fundo de investimento em participações (FIP), que também teria participação de BNDES e Finep. O Valor apurou, que o fundo está em discussão preliminar e pode ter orçamento de até R$ 200 milhões.
A ANP confirmou, em nota, discussões para o lançamento de um programa de apoio à inovação em empresas dos setores de petróleo e gás e naval. "No âmbito desse programa, a ANP apoiará projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de engenharia básica não rotineira, desenvolvidos por empresas nacionais através da autorização da aplicação de recursos da cláusula de P&D", afirmou a agência.
Sobre a criação do FIP para desenvolver e acelerar empresas inovadoras, a nota afirma que caberá à ANP "apoiar os projetos de P&D, o desenvolvimento de protótipos inovadores e até mesmo o apoio à produção de lotes pioneiros. O ciclo da inovação será fechado com o aporte de capital empreendedor em empresas inovadoras pelo fundo de participações criado pela Finep e BNDES".
Uma fonte afirmou que a ANP poderia direcionar para certas tecnologias dinheiro da cláusula de P&D e inovação em temas diferentes do Inova Petro. Essa mesma fonte explicou que o Inova Fornecedores pretende atrair outras operadoras além da estatal.
A ideia de desenvolver no país bens que são importados ou que contam com poucos fornecedores locais está no cerne do Inova Petro. O primeiro edital do programa teve demanda de R$ 2,8 bilhões por meio de 38 cartas de manifestação de interesse, primeira etapa do processo de seleção. Ao final, foram aprovados 11 planos de negócios totalizando R$ 380 milhões. Seis deles, somando R$ 252 milhões, estão em contratação.
Dos R$ 3 bilhões colocados à disposição para fomentar projetos na área de inovação no Inova Petro, R$ 2,7 bilhões ainda estão disponíveis. O programa foi lançado em 2012 e vai até 2017. As empresas interessadas têm prazo até 24 de abril para entregar as cartas de manifestação de interesse relativas ao segundo edital do Inova Petro. O prazo inicial para entrega das propostas era 20 de março.
Parte dos financiamentos do programa pode ser contratada na modalidade não reembolsável, algo que não deve ocorrer no Inova Fornecedores. O BNDES e a Finep também têm condições de tornar sócios das empresas que realizam projetos de P&D.
Para Maurício Syrio, chefe do departamento de petróleo, gás e indústria naval da Finep, os resultados dos investimentos em inovação no setor tendem a demorar um pouco para aparecer. "Quando se investe em um plano de inovação, pode demorar dois ou três anos para se concluir um projeto."
O objetivo final é fortalecer a cadeia de fornecedores de óleo e gás, sobrecarregada com as enormes demandas da Petrobras. Um levantamento sobre perspectivas de investimento para o setor de petróleo e gás nos próximos quatro anos, feito pelo departamento de pesquisa econômica do BNDES, sinaliza que R$ 458 bilhões serão investidos de 2014 a 2017, dos quais cerca de 60% (R$ 271 bilhões) devem ter como fonte recursos nacionais.
O efeito indireto desses investimentos também é alto, de R$ 277 bilhões. Esse efeito pode ser ainda maior, já que os estudos não incluíram os investimentos para exploração do campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, leiloado em outubro do ano passado. Se os resultados se concretizarem, a participação dos investimentos em óleo e gás na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), em 2017, será a maior deste século, dos atuais 10% para 14,1%.
Rodrigo Bacellar, superintendente da área de petróleo e gás do BNDES, disse que o programa BNDES Petróleo e Gás, que começou em 2011, já aprovou R$ 2,3 bilhões para fornecedores da cadeia produtiva do setor. "Hoje, temos 35 empresas mapeadas, das quais 13 já são clientes do banco e achamos que 
Fonte: Valor Econômico

3- Lixo 'importado' deixa o Porto de Santos e vai para aterro industrial
Foi iniciada  a operação para remover 140 toneladas de resíduos perigosos do Porto de Santos para um aterro industrial em Tremembé, interior paulista. O trabalho está sendo feito em conjunto pelo Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A ação atende a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a União dê destinação adequada aos resíduos importados ilegalmente.
Os 11 contêineres com lixo foram apreendidos por irregularidades na documentação. Segundo a Receita Federal, os resíduos chegaram em duas remessas. A primeira foi apreendida em 2001, veio dos Estados Unidos, embarcada no México. A outra apreensão foi feita em 2002, de carga originária da Espanha, mas embarcada na Itália, com destino ao Brasil.
O material foi importado pela Reno Distribuidora de Produtos Químicos Ltda, e seria usado, segundo o MPF, na fabricação de fertilizantes. De acordo com a investigação do órgão, a importadora é uma empresa de fachada usada para acobertar operações ilícitas. Por conter alto teor de substâncias tóxicas, como chumbo, cádmio e arsênico, o MPF recomendou que a mercadoria fosse embargada.
Após o fracasso de tentativas diplomáticas para que o lixo industrial fosse recebido pelos países de origem, o MPF ingressou com ação para que o governo brasileiro providenciasse destinação adequada aos dejetos. Após diversas reuniões entre MPF, Ibama e Receita Federal, chegou-se ao acordo para que o material seja depositado em um aterro apropriado.
Fonte: Agência Brasil

4- Cresce demanda por contratação no setor na América Latina
Roberto Rosa
Instabilidade econômica e falta de mão-de-obra qualificada são as maiores preocupações de empregadores do setor de petróleo e gás da América Latina, cuja demanda por funcionários cresce a cada dia. É o que afirma o Oil & Gas Global Salary Guide da HAYS, estudo feito em parceria com o site inglês Oil & Gas Job Search. 
Enquanto 2013 foi um ano relativamente calmo em relação a contratações tanto no Brasil quanto na Colômbia, o recrutamento está crescendo nas áreas de engenharia de geociências e submarina, em especial para gerentes de operações e projetos. Os dois países estão tentando reduzir a dependência em relação a trabalhadores internacionais, trazendo de volta profissionais nativos que estejam trabalhando em outras nações.
No Brasil, o governo estima que serão necessários 250 mil novos profissionais na área de Oil & Gas nesta década e já iniciou um programa para atrair e desenvolver 200 mil novos trabalhadores para a indústria. Apesar de ter uma população jovem crescente, ainda não está claro se haverá mão-de-obra treinada suficiente para preencher as necessidades do país, que crescem especialmente devido à exploração do pré-sal. O Oil & Gas Global Salary Guide prevê um influxo de 5 a 10 mil trabalhadores internacionais para o Brasil por ano. 
Outros países da América latina estão investindo para ampliar seus ganhos no setor. O México aprovou legislação para abrir sua indústria de energia para investimentos estrangeiros com o objetivo de aumentar a produção do setor. A Argentina, por sua vez, relaxou a regulamentação na área para possibilitar a exploração do óleo de xisto, que tem o potencial de recuperar a autossuficiência energética do país aumentar o número de postos de trabalho do setor.
Fonte: Redação TN / Ascom


II – COMENTÁRIOS

1- FALTA DE NOVOS EMPREENDIMENTOS JÁ AFETA ENGENHARIA DE PROJETOS NO BRASIL
A proximidade do fim das grandes obras que tomaram o país nos últimos anos, principalmente com a construção de refinarias e unidades de fertilizantes da Petrobrás, já está afetando a engenharia de projetos brasileira, que apresenta uma redução no número de sua capacidade produtiva este ano. O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), Antonio Müller, acaba de ser reeleito para o posto, com mandato que vai até 2016, e alerta para a necessidade de novos projetos no país, com o intuito de garantir o fortalecimento e o desenvolvimento da engenharia nacional.Müller diz que em alguns casos essa redução dos recursos humanos na área de engenharia de projetos chega a 50% em relação ao ano passado e destaca que todos os envolvidos na área de engenharia industrial estão buscando soluções para o problema em conjunto. Uma das sugestões é a criação de um banco de projetos, que poderia adiantar o desenvolvimento de projetos básicos e manter a evolução da engenharia nacional.
Como avalia a conjuntura da engenharia nacional?
Uma das coisas que é muito importante é a capacitação da engenharia, tanto básica, quanto de detalhamento. Agora, o segmento de engenharia industrial hoje nos preocupa muito, porque, com a aproximação do término dos grandes projetos, como a Rnest e o Comperj, aliada à falta de novos empreendimentos, já há uma redução da quantidade de recursos humanos relevante. E isso vai gerar um impacto posteriormente nos novos projetos de construção e montagem que surgirem.
A Abemi tem números referentes a essa redução?
Não tenho estatísticas fechadas, mas o percentual que me dão, inclusive que já foi apresentado em reunião de diretoria, é de cerca de 50% a menos dos recursos humanos em engenharia de projeto do que havia no ano passado. É uma redução muito significativa da capacidade produtiva. Um grande foco da Abemi é essa parte toda de projeto básico e de detalhamento, e queremos que as empresas voltem a ter carga para continuar desenvolvendo projetos.
Essa preocupação tem sido debatida com as grandes contratantes?
O grande contratante é a Petrobrás, e depois vem a Vale, então estamos levando essa preocupação a eles. Também já levamos a reuniões do Prominp, e existe um desejo de todo mundo de resolver isso. Estão todos envolvidos na busca de soluções. Quem sabe até a criação de um banco de projetos.
Como funcionaria isso?
Você sabe que vai ter alguns empreendimentos lá na frente e começa a fazer os projetos com antecedência, deixando ao menos o projeto básico pronto para quando aparecer a oportunidade. É importante para a geração de empregos e para fortalecer a engenharia nacional.
Quais são os principais desafios à frente da Abemi?
A consolidação da engenharia básica no Brasil. Isso é importantíssimo. Outro ponto é o aumento da produtividade no país. O Brasil tinha uma capacitação muito importante em engenharia básica no passado, mas perdeu, e agora tem que reconquistar. Engenharia básica em hidrelétrica a gente faz, em termelétrica, também, mas em processos nós perdemos.
Pode citar algum projeto da Abemi neste sentido?
Neste ano, por exemplo, estamos desenvolvendo o terceiro livro da Abemi, que é de produtividade e engenharia. Já fizemos um de gestão de empreendimentos e outro de produtividade em tubulação. Esse novo é focado em engenharia.
Quais são as bases do livro?
Serão orientações organizadas pelos nossos associados sobre o que são as engenharias conceitual, básica e de detalhamento, além de indicações sobre novas ferramentas para aumentar a produtividade.
Que tipo de ferramentas?
Fala-se muito em ferramentas para o desenvolvimento de projetos em 3D, o que hoje já fazemos, e agora queremos desenvolver em 4D e em 5D. O projeto em quatro dimensões é o que inclui o planejamento de tempo, com o cronograma ligado a ele, e o 5D é quando entra a parte orçamentária. Então, a curto e médio prazo deve haver um maior desenvolvimento de projetos em 4D. Em 5D deve vir em sequência. São de 40 a 50 empresas trabalhando nesse livro.
Há outras iniciativas paralelas ao livro com o mesmo intuito?
Há várias. Uma muito importante é o grupo de trabalho Abemi-ABCE-Petrobrás, que trabalha há 10 anos desenvolvendo procedimentos avançados de engenharia. Já fizemos mais de 100 procedimentos de execução, engenharia, montagem e construção. É um grupo altamente qualificado. Tenho muito orgulho de fazer parte dele.
Veja abaixo a composição da nova diretoria e do novo conselho da Abemi até 2016:
PRESIDÊNCIA
Diretor Presidente:  ANTONIO ERNESTO FERREIRA MÜLLER
TRIDIMENSIONAL Engenharia S.A.
Diretor Vice-Presidente:  MÁRCIO ALBERTO CANCELLARA
PROJECTUS Consultoria Ltda.
DIRETORES DE SEGMENTO ECONÔMICO
Petróleo e Gás
o GUILHERME PIRES DE MELLO
Techint Engenharia e Construção S.A
Química e Petroquímica
o JOSÉ OCTÁVIO L. DE ALVARENGA
Promon Engenharia Ltda.
Mineração e Siderurgia
o GABRIEL AIDAR ABOUCHAR
Enconsult Engenharia e Consultoria Ltda.
Energia
o GERSON RICARDI
Construtora Norberto Odebrecht S.A.
Papel e Celulose
o OSCAR SIMONSEN JUNIOR
Montcalm Montagens Industriais S.A.
Infraestrutura em Geral
o ERTON MEDEIROS FONSECA
Galvão Engenharia S.A.
Fonte: Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br)

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