sábado, 29 de junho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 136

I – NOTÍCIAS

1- Novo diretor da ANP é empossado
José Gutman. ANP 
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) celebrou hoje (27) a posse do seu novo diretor José Gutman. O evento na Escola Naval, no Rio de Janeiro, contou com a presença de cerca de 200 pessoas. O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão foi representado pelo secretário de Petróleo e Gás do Ministério, Marco Antônio Martins de Almeida. A diretora-geral Magda Chambriard e os diretores Helder Queiroz e Florival Carvalho também compuseram a mesa da cerimônia.
Primeiro servidor de carreira a ocupar o cargo de diretor na ANP, Gutman enfatizou o amplo escopo de atuação da Agência e os esforços para o contínuo aprimoramento da gestão administrativa, a implantação do planejamento estratégico para os próximos anos e a intensificação da capacitação dos servidores da ANP.
Natural do Rio de Janeiro, José Gutman formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro pela UFRJ em 1995 e em Direito pela Universidade Cândido Mendes, em 2005. Tornou-se Mestre em Planejamento Estratégico pela COPPE da UFRJ em 1998 e especialista em Regulação, Concorrência e Reestruturação de Setores de Infraestrutura, pelo Instituto de Economia da UFRJ, em 2000.
É servidor da ANP desde junho de 1999, quando foi contratado como servidor temporário para exercer a função de analista técnico. Em dezembro de 2005, tomou posse como servidor efetivo, após aprovação em concurso público, no cargo de especialista em regulação. De janeiro de 2005 até maio de 2013, atuou na Superintendência de Participações Governamentais como superintendente adjunto (2005 a 2008) e como superintendente (2008 a 2013).
Em quase uma década e meia atuando na ANP, participou de inúmeras vistorias, fiscalizações e visitas técnicas em instalações relacionadas à indústria de petróleo e gás natural, para fins de cálculo e distribuição dos royalties, em diversos Estados brasileiros.
Participou de diversos cursos e congressos no Brasil e no exterior. É é autor ou co-autor de publicações na área, entre as quais destaca-se o livro “Tributação e Outras Obrigações na Indústria do Petróleo” (Ed. Freitas Bastos, 2007).
Leilão do pré-sal
Durante o evento, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, anunciou que o leilão do pré-sal, que será realizado em 21 de outubro, atrairá todas as grandes empresas do mundo, 30 das quais já foram qualificadas como operadoras A (para águas profundas) na 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios realizada em maio.
Magda Chambriard destacou o excelente potencial do setor de petróleo e gás no Brasil e citou ainda a redução do preço do etanol em quatro estados: São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, e em parte de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, estados responsáveis por 70% do consumo nacional do combustível.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação

2- Brasil passa a ser 4º destino mais procurado por investidores estrangeiros 
O Brasil subiu da quinta para a quarta posição entre os destinos mais procurados por investidores estrangeiros para produção no ano passado, mostrou um levantamento da Unctad, braço das Nações Unidas para o desenvolvimento. 
O país recebeu US$ 65 bilhões em 2012, volume inferior apenas aos registrados por Estados Unidos, China e Hong Kong. 
A melhora da posição do Brasil no ranking é explicada pela queda apenas suave no fluxo de investimentos para o país, de 2%, enquanto o fluxo mundial recuou 18% no período. Como a Bélgica --que ocupava a 3ª posição da lista em 2011-- deixou os primeiros lugares do ranking em 2012, o Brasil conseguiu avançar uma posição. 
"O Brasil teve investimentos praticamente estáveis no ano passado. Em relação ao mundo, recebeu 4,8% dos aportes. Isso não é pouca coisa. Não dá pra dizer que o Brasil deixou de ser o queridinho dos investidores", disse Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), que analisa os dados da Unctad para o Brasil. 
O investimento direto estrangeiro produtivo mundial foi de US$ 1,3 trilhão, cifra superior apenas à verificada em 2009, quando somou US$ 1,2 trilhão, e abaixo da média pré-crise de 2005 a 2007. 
O levantamento mostrou ainda que, pela primeira vez, os países emergentes passaram a receber mais da metade dos recursos produtivos mundiais. Eles foram responsáveis por 52% do total de investimentos, ante 44,5% em 2011.

EXPECTATIVA 
A expectativa da Sobeet é de que o Brasil receba US$ 60 bilhões em investimentos produtivos neste ano, diz Lima, considerando o fluxo que já recebeu até maio. Foram US$ 64 bilhões nos 12 meses encerrados em maio. 
Para o diretor do departamento de competitividade industrial do Ministério do Desenvolvimento, Alexandre Comin, uma recuperação do investimento está em curso no Brasil, porém, as manifestações dos últimos dias pioraram o humor dos empresários, o que levanta dúvidas sobre o comportamento do fluxo de recursos para a produção neste ano. 
Fonte: Editoria de Arte/Folhapress

3- Subsea 7 sofre com projeto da Petrobras e culpa dificuldades no Brasil
O grupo de engenharia offshore Subsea 7 enfrenta obstáculos em um de seus maiores projetos, culpando as dificuldades em fazer negócios no Brasil e aumentando as preocupações sobre o já abalado setor de serviços de petróleo. 
Listada em Oslo, na Noruega, a empresa afirmou na última quinta-feira ter reduzido perspectivas para 2013, enfrentando excesso de custos e atrasos em um grande projeto offshore da Petrobras, anúncio que fez seus papéis caírem 19 por cento. 
A Subsea 7 afirmou que os custos no seu projeto Guará-Lula, que faz parte das descobertas em águas ultraprofundas na bacia de Santos, ficaria entre 250 e 300 milhões de dólares mais caro que o estimado previamente, forçando a empresa a abandonar planos de fazer "progresso" no lucro a este ano. 
Alertas em relação ao lucro e projetos com problemas abalaram a confiança dos investidores na indústria de serviços de petróleo, que recebeu uma série de investimentos das empresas de energia, de olho no aumento dos preços do petróleo. 
A Subsea 7, que já havia alertado para atrasos em grandes projetos no Brasil, já não espera que o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) melhore na comparação com 2012. 
A companhia, que presta serviços de engenharia e construção onshore e offshore para diversas empresas pelo mundo, afirmou que seus resultados atuais no Brasil são "inaceitáveis" e que ela não participaria de mais nenhuma licitação para projetos com risco similar. 
A companhia está preocupada com sua capacidade de operar no país, que corre para explorar sua vasta nova reserva de petróleo enquanto constrói uma indústria naval e de serviços do zero. 
"É parcialmente em função do projeto, mas em maior extensão devido ao ambiente brasileiro", afirmou o presidente-executivo Jean Cahuzac durante conferência com analistas. 
Ele disse ser difícil trabalhar no Brasil dada a exigência para conteúdo local, problemas com administração, restrições de importações e impostos que vão muito além dos termos e condições acordados em contrato. 
O projeto na bacia de Santos, para o qual a Subsea 7 foi contratada em 2011 em acordo de 1 bilhão de dólares, enfrentou problemas relacionados ao clima após a entrada na fase offshore, no segundo trimestre, ponto que se soma a outros reveses de operar no Brasil. 
"Atrasos foram experimentados durante o trimestre como resultado dos problemas contínuos com a cadeia de fornecedores, início tardio de fabricação de gasoduto principalmente devido a problemas de desembaraço aduaneiro e às condições meteorológicas adversas na temporada de inverno", disse a empresa, em comunicado. 
"Diante desse novo alerta de lucro ... o sentimento do mercado no setor de serviços de petróleo deverá manter-se pressionado. Entretanto, o projeto Guará-Lula já foi identificado como sendo problemático", afirmou o banco Goldman Sachs em uma nota.
Fonte: Agência Reuters 

4- Halliburton inaugura Centro de Tecnologia no Fundão, no Rio 
A Halliburton anunciou a abertura de seu novo Centro de Tecnologia localizado no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão, no Rio. A multinacional do petróleo escolheu o Parque Tecnológico para facilitar a parceria com universidades brasileiras, principalmente com a UFRJ, e a ligação com clientes que atuam em águas profundas e campos maduros. 
"A tecnologia tem desempenhado um papel importante na resolução dos desafios dos nossos clientes, particularmente em águas profundas do Brasil, e também em ambientes de campos maduros. Este centro, perto dos nossos clientes, nos permite acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias e possibilita que a Halliburton ofereça mais rapidamente soluções inovadoras para os nossos clientes", disse Tim Probert, presidente de Estratégia e Desenvolvimento Empresarial da Halliburton. 
O centro de tecnologia tem 3 andares, num total de 7.062 metros quadrados, laboratórios especializados, uma sala de colaboração, uma área de testes, e salas de conferências e salas de treinamento. 
“Para nós é uma grande honra receber no Parque Tecnológico da UFRJ uma empresa com a excelência e capilaridade da Halliburton, que vai se juntar a outras companhias de porte semelhante que escolheram o Rio de Janeiro e o nosso arque para sediar suas atividades de P&D", disse Mauricio Guedes, diretor-executivo do parque, que completa 10 anos em 2013. 
O Parque Tecnológico da UFRJ fica no campus da universidade, na Ilha do Fundão, numa área de 350 mil metros quadrados. Segundo Guedes, os investimentos passam de R$ 1 bilhão no período entre 2003 e 2014. No local, estão instalados centros de pesquisa de pelo menos 13 grandes empresas, seis laboratórios da Coppe e 28 empresas, sendo 19 start ups, localizadas na Incubadora Coppe/UFRJ, e nove pequenas e médias empresas. Cerca de 3 mil pesquisadores trabalharão nas empresas que estão sendo instaladas no parque. A incubadora da Coppe, por onde já passaram outras 48 empresas de base tecnológica que já foram graduadas, também faz parte do Parque Tecnológico da UFRJ.

5- Rodada de licitações de gás pode incluir 240 blocos
Fonte: Agência Estado 
A 12ª Rodada de licitações de blocos exploratórios de gás convencional e não convencional, marcada para novembro, poderá ter uma oferta de 240 blocos em uma área total de 168.348 km quadrados, informou o Ministério das Minas e Energia (MME). Os dados constam de apresentação feita mais cedo ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) pela diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, e pelo secretário da área no MME, Marco Antônio Almeida.
Na reunião, Magda e Almeida também relataram as providências para a 1ª rodada de licitação de áreas do pré-sal sob o regime de partilha, que deverá ocorrer em outubro e contará com a oferta de blocos no Campo de Libra.
No encontro, presidido pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também foram apresentados os resultados da 11ª Rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo, feita no mês passado. Dos 289 blocos oferecidos, 142 foram adquiridos com uma arrecadação de R$ 2,83 bilhões em bônus de assinatura.
De acordo com o MME, Magda considerou a experiência adquirida com o leilão fundamental para a organização das próximas rodadas.


II – COMENTÁRIOS

1- GE estimula desenvolvimento da cadeia eólica no Brasil
Divulgação GE
GE inaugurou  o Centro de Serviços para energia eólica na cidade de Guanambi, Bahia. O investimento estratégico na unidade garantirá mais flexibilidade e eficiência no atendimento de clientes de um mercado que deve crescer cerca de 40% entre 2012 e 2016, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Os 100 técnicos que atuarão na unidade serão responsáveis por monitorar operações e clima, realizar a manutenção nos parques eólicos e manter um estoque de peças essenciais para o funcionamento das turbinas.
A empresa conta atualmente com 450 turbinas eólicas instaladas no Brasil. Até o fim de 2013, deve ultrapassar a marca de mil turbinas instaladas em solo nacional, totalizando 1GW de capacidade instalada. A marca garantirá que a companhia torne-se a principal fornecedora para o país. “A GE quer cada vez mais estreitar a parceria com o Brasil para fornecer tecnologia e os serviços necessários, visando garantir oportunidades significativas no mercado de energia eólica do país”, conta Jean Claude Robert, líder de energias renováveis da GE Power & Water para a América Latina. Ainda este ano, um segundo centro deve ser inaugurado no Rio Grande do Norte.
Desde que entrou no mercado de energia eólica no Brasil, em 2011, a GE se dedica a entender as necessidades do setor e identificar maneiras de contribuir para os avanços na produção de energia por meio dos ventos, com preço final competitivo em relação a outras fontes. Esse novo movimento da GE conta com investimento de US$ 1,5 milhão e é vital para que a companhia consiga manter-se próxima de seus clientes. “A criação dos Centros de Serviços é prioridade em nossa estratégia. Nossa velocidade de resposta multiplica com a criação desses centros, o que reforça nossa parceria com os clientes, que terão novos canais para contato” detalha Jean Claude.
Mathias Becker, CEO da Renova, um dos principais clientes da companhia, ressalta que o Centro de Serviços será de grande importância para os negócios na região “Estabelecer um centro local com técnicos capacitados irá nos ajudar a garantir disponibilidade para fornecer energia confiável para a rede do Brasil”, conta o executivo.
Além disso, a GE investirá em parcerias com escolas técnicas para capacitar engenheiros que irão atuar com energia eólica, uma indústria ainda em crescimento. “Com tecnologias que se desenvolvem constantemente e o crescimento da importância da energia eólica na matriz energética do país, a GE irá gerar oportunidades de aprendizado nos Centros de Serviços, além de doar equipamentos para escolas técnicas” explica Aldo Vacaflores, Líder de Serviços da GE Power & Water para o Brasil “Desse modo, criamos novas vagas de estágio e disponibilizamos os principais treinamentos internos da GE para estudantes”.
A GE produz 25% da eletricidade global e é uma das maiores fornecedoras de turbinas eólicas do mundo. Neste mercado, está presente em 21 países, com mais de 20 mil unidades instaladas, 277 milhões de horas de funcionamento e 163 mil GWh de energia gerada, utilizando equipamentos com capacidade de 1.5 a 4.1 MW. O novo Centro de Serviços na Bahia será fundamental para a expansão local.
Fonte: Ascom GE

2- Em crise, as siderúrgicas do país vão ao Governo
A siderurgia no país vive uma crise sem precedentes. Demanda interna estagnada e sem sinais de crescimento no curto prazo; as empresas não conseguem exportar por falta de competitividade e por encontrar excesso de oferta em regiões em crise, como Europa; as margens de ganhos das empresas vêm se definhando ano a ano; há fornos paralisados sem perspectivas de religamentos; os investimentos em novas capacidades foram suspensos; e o parque siderúrgico já opera com um nível de ociosidade na faixa de 30%. É um dos mais elevados do mundo.
Esse cenário foi apresentado por mais de duas horas esta semana, em Brasília, a dois ministros da presidente Dilma Rousseff - Guido Mantega, da Fazenda, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O objetivo era torná-los cientes do que consideram uma grave situação e esperar que algumas medidas, pelo menos as ligadas à defesa do mercado brasileiro de aço, sejam implementadas.
Do lado da indústria encabeçavam o grupo o empresário Jorge Gerdau, dono da maior companhia de aço do país e consultor do governo Dilma em assuntos de gestão, e Albano Chagas Vieira, presidente do conselho do Instituto Aço Brasil (IABr) e da Votorantim Siderurgia. Além de vários presidente de empresas, como a Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal mais Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr.
A siderurgia do Brasil, à parte os problemas peculiares que enfrenta, como o câmbio desfavorável há anos, falta de crescimento do consumo interno, carga de impostos e de custos bem acima dos seus concorrentes, não é uma exceção, disse ao Valor Mello Lopes.
A crise no setor será tema de discussão em encontros organizados pelo do Comitê do Aço da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, (OCDE) que reúne 34 países, nos dias 1 e 2 de julho na capital francesa. E o Brasil já tem garantida a presença de um representante.
O consumo interno de produtos siderúrgicos no Brasil patina no mesmo ritmo do PIB. Cresceu 1% no ano passado e assim caminha em 2013. "Nossa previsão de crescer 5% a 6% neste ano não vai mais acontecer. Já estimamos algo na casa de 2,5%, depois do esfriamento da economia de janeiro e maio", disse Vieira, dirigente do IABr, ainda com leve otimismo.
A situação das siderúrgicas, que amargam perdas há vários trimestre, levou ao desabafo de um dos líderes do setor durante recente encontro, segundo relatou uma fonte ao Valor. "Eu produzo aço rigorosamente igual há mais de dez anos, nada mudou. Antes eu ganhava dinheiro e agora não. O que houve?". Os resultados operacionais de Gerdau, CSN, Usiminas e ArcelorMittal, no negócio aço vêm emagrecendo cada vez mais. As margens de ganhos que até superavam 40% antes de 2008, ficaram no passado.
A Mantega e Pimentel, além das questões internas, que vão do câmbio, elevada carga tributária e continuo processo de desindustrialização, afetando a cadeia industrial de consumidores de aço, foi destacado o excesso de oferta de aço no mundo, um temor para os fabricantes locais. "Neste ano, já vai passar de 600 milhões de toneladas de capacidade excedente e isso tende a se agravar até 2015 com a entrada prevista de mais 200 milhões de toneladas de novas usinas na China, Índia e países do Oriente Médio e Norte da África", afirma Mello Lopes. A questão é que o consumo mundial cresce menos que 3% (ainda puxado pela China) e a oferta sobe acima de 3,5% ao ano. "Até lá, esse excedente poderá piorar", disse.
O maior receio vem de Pequim, pois a desaceleração da economia chinesa pode levar as usinas locais a ampliarem cada vez mais a desova de aço excedente para o Ocidente, como já fazem nos EUA, Europa e América Latina. A China já faz 49,5% do ano no mundo, no ritmo de 750 milhões de toneladas. "Quando a demanda interna cai, o governo dá incentivos à exportação, o 'Tax Rebate', que varia de 9% a 17%", afirma Vieira. E a medida é imediata.
O problema, diz, é que todas siderúrgicas do país são estatais, dominadas por governos provinciais, que, sem compromisso com lucro, resistem em fechar usinas e desempregar milhares de pessoas. Até maio, das importações brasileiras de aço direto, 41% veio da China. Mas também da Rússia, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia.
Estudos de uma consultoria internacional de renome apontam que, para o setor voltar a operar dentro de "um padrão de normalidade", seria necessário o corte de 300 milhões de toneladas do excedente que há hoje. "Quem será o primeiro a fazer isso?", pergunta Vieira, pois 65% da produção mundial é atualmente estatal.
Outra fonte de preocupação vem da desindustrialização, com o aumento da entrada indireta - aço contido em automóveis, autopeças, máquinas e equipamentos e bens de linha branca. Neste ano, a projeção já indica quase 6 milhões de toneladas, segundo o IABr. O volume é equivalente à capacidade da usina da CSN.
Um fato que talvez os empresários do setor não atentaram é que, neste momento, o governo está centrado em duas grandes preocupações, ou três, incluindo o câmbio: controlar a inflação e atender os pedidos das manifestações populares que chacoalharam o país nas últimas semanas.
Fonte: Valor Econômico

3- EUA serão o maior produtor mundial de petróleo até 2020  
Os EUA poderão tornar-se no principal produtor de petróleo ainda nesta década. Um estudo recente prevê que a produção do petróleo de xisto (não convencional, vulgo shale oil) irá triplicar até 2017, atingindo um total de 16 milhões de barris por dia. A análise é de Leonardo Maugeri, investigador do Belfer Center, da Harvard Kennedy School.
Segundo aquele estudo, este fenômeno energético deve-se a características particulares dos EUA no domínio petrolífero. Primeiro, a abundância do recurso de petróleo de xisto é significativa. Segundo, a lei da propriedade privada norte-americana permite que esta se estenda até ao ativos localizados no subsolo, facto que não acontece na Europa, por exemplo.
E como a exploração do "shale oil" é mais intensa do que a do petróleo convencional - é necessário realizar mais perfurações a fim de manter um elevado nível de produção, devido à exiguidade geológica dos reservatórios -, a legislação dos EUA motiva a capacidade de iniciativa privada na exploração daquele recurso energético. 
Estes dois factos aliados ao enorme progresso nas tecnologias extrativas de petróleo não convencional geram as condições necessárias para que existam poços em operação em quantidade suficiente para assegurar um nível de produção elevado, aos preços atuais da cotação do barril de cru. 
Além disso, Leonardo Maugeri frisa também que se o preço do barril descer, a produção do petróleo de xisto rapidamente pode ser ajustada em conformidade. Ou seja, "basta" diminuir o número de perfurações de novos poços.
Esta nova análise do Belfer Center vem sinalizar que a afirmação dos EUA como principal potência energética mundial pode acontecer uma década antes do previsto pela Energy Information Administration e pelo próprio Leonardo Maugeri no ano passado.
Um baralhar de cartas  geopolítico 
Se assim acontecer, assistiremos no curto prazo uma profunda transição geopolítica de consequências imprevistas. Por um lado, o hemisfério ocidental democrático volta a ser auto-suficiente em petróleo e gás, com base no domínio de um novo paradigma tecnológico nas tecnologias extrativas. Além disso, o Atlântico ganha uma nova centralidade, tornando-se num corredor energético alternativo e de maior segurança de abastecimento para a Europa.
Portugal não pode ter miopia estratégica e tem de urgentemente se posicionar neste novo quadro da indústria petrolífera e do gás, onde se pode tornar interessante a sua posição geoestratégica para fins de armazenamento e re-exportação de cru e gás, bem como da prestação de serviços industriais para a exploração sustentável em offshore.
Por outro lado, se esta tendência se confirmar, significa que os EUA deixarão de ficar tão dependentes do fornecimento de petróleo da OPEP e provavelmente reduzirão a sua intervenção no Médio Oriente ao mínimo indispensável para manter a estabilidade na formação do preço global do barril de cru. 
Mas só diminuirá o poder de mercado do cartel da OPEP face aos EUA e a quem comprar petróleo aos EUA e aos produtores atlânticos. A OPEP (e a Rússia) terá um poder enorme sobre a China, que está a ocupar o lugar dos EUA em termos de dependência energética.
Significa isto que a China tenderá a acelerar o reforço do seu aparelho militar e força naval para assegurar a não disrupção das rotas petrolíferas nos pontos de estrangulamento de Ormuz e de Malaca. 
E a Europa (Alemanha) tem a oportunidade de reduzir a sua dependência da importação de petróleo do Médio Oriente e de gás da Rússia se olhar para o Atlântico e para o Mediterrâneo Oriental (Chipre e Grécia).
Pois é - a esperança geopolítica da Europa está no seu Sul. 
Ruben Eira
Fonte: Expresso XL

sábado, 22 de junho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 135

I – NOTÍCIAS

1- OSX realiza cerimônia de batismo do FPSO OSX-3 
A OSX realizou no dia 31/05, em Cingapura, a cerimônia de batismo do FPSO OSX-3, segunda unidade de produção de petróleo a compor a frota da companhia. O FPSO foi convertido no estaleiro Jurong, com contrato de Engenharia, Suprimento, Construção e Instalação (EPCI) firmado com a Modec. 
Com 370 metros de comprimento, 57 metros de largura e 31 metros de profundidade, o FPSO OSX-3 é composto por 16 módulos e tem capacidade para processar 100.000 barris de óleo e armazenar até 1,3 milhão de barris. 
“A cerimônia de batismo do FPSO OSX-3 marca uma nova entrega da OSX, representando uma importante conquista para a companhia. Esta é a segunda unidade de produção a compor a frota da OSX e irá reforçar nossas atividades de fretamento e serviços de Operação e Manutenção”, afirmou Carlos Bellot, Diretor Presidente da OSX. 
O navio será fretado para a OGX, companhia de Exploração e Produção de óleo e gás do Grupo EBX, e tripulado pela equipe da OSX Serviços. O destino do FPSO OSX-3 será o campo de Tubarão Martelo, localizado em águas rasas da Bacia de Campos - a mais prolífera do Brasil, responsável por cerca de 80% da produção de petróleo nacional. 
O início da produção de petróleo no campo de Tubarão Martelo é previsto para o final deste ano. O campo está localizado nos blocos BM-C-39 e BM-C-40 e é operado pela OGX, com participação da empresa malaia Petronas. 
Conheça detalhes sobre o FPSO OSX-3: 
• Segunda unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência da frota da OSX. 
• Chegada ao Brasil prevista para o terceiro trimestre de 2013. 
• Entrará em operação na Bacia de Campos, no Campo de Tubarão Martelo, segundo campo offshore da OGX a entrar em oeração. 
• Foram construídos 16 módulos totalmente novos de até 1.480 toneladas cada, num trabalho que consumiu aproximadamente 3 milhões de homens hora. 
• Serão lançados 635 quilômetros de cabos elétricos. 
• São monitorados pelo sistema de automação mais de 10.000 pontos do navio, e a capacidade de geração instalada, de 85 megawatts, é suficiente para suprir uma cidade média de 100.000 habitantes. 
• Capacidade de produção de até 100.000 barris de óleo por dia, e pode estocar até 1.300.000 barris.
Fonte: OSX 

2- LIDERROLL VAI FORNECER OS MAIORES ROLETES DO MUNDO PARA A RNEST
A Liderroll vai entregar para a RNEST os maiores roletes já fabricados no mundo para a aplicação em tubos de grandes diâmetros. Voltados para a suportação de dutos, os equipamentos serão utilizados na tubulação de água que alimenta a casa de força da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
O pacote de fornecimento envolve 26 roletes, para uma tubulação de 72 polegadas, que serão equipados com uma base especial, para manter a acomodação do sistema e garantir a integridade dos dutos mesmo com o grande peso envolvido na operação, de acordo com a empresa.
Fonte: PETRONOTICIAS

3- CE-EPC promove segunda edição do workshop Produtividade em Ação
O Centro de Excelência em EPC (CE-EPC), em parceria com o Construction Industry Institute (CII) - organização baseada na Universidade do Texas em Austin que atua como um consórcio de mais de 100 empresas líderes no mercado EPCista -, realizam, durante os dias 26 a 28 de junho, em São Paulo, a segunda edição do workshop Produtividade em Ação.
O objetivo do curso é reforçar o debate e contribuir para o desenvolvimento de novos métodos de trabalho, procedimentos e melhores práticas de negócio para o setor de engenharia.
Além da presidente do CE-EPC, Renata Baruzzi, e do CEO do CII, Wayne Crew, participam, como palestrantes, Bill Beck, diretor de Serviços de Qualidade para a América Latina da Worley Parsons; Mauro Lopes Cruz , gerente de Desenvolvimento Técnico da UTC Engenharia; Stephen Mulva, diretor associado do CII; Carlos Caldas, professor Associado da Universidade do Texas; Bob Allbright, diretor sênior de Desenvolvimento de Negócios, Américas da JMJ Associates; Rick Bilotto, gerente sênior de Construção da Procter & Gamble; Jim Vicknair, Vice Presidente Sênior de Engenharia da WorleyParsons e Maurício Godoy, presidente da Toyo-Setal.
Dentre os assuntos abordados no workshop, estão temas como Construtabilidade, Avaliação de Desempenho, Aplicação da Tecnologia de Rádio Frequência (RFID), Modelagem 3D e 4D, Excelência em SMS, entre outros. O evento tem como público alvo empresas que contratem ou executem atividades de engenharia, construção e montagem (EPC), associadas ou não ao CE– EPC, bem como companhias que estejam interessadas em implementar processos que assegurem o aumento de produtividade e competitividade.
Mais informações: www.ce-epc.org.br
Fonte: Ascom CE-EPC

4- Petrobras estuda parceria com a Sinopec para implementar Premium I, no Maranhão
A Petrobras comunica que celebrou, em 11 de Junho, uma carta de intenções com a China Petrochemical Corporation Sinopec (Sinopec), com o objetivo de desenvolver estudo conjunto para o projeto da Refinaria Premium 1, no estado do Maranhão. 
A carta de intenções prevê o estudar a viabilidade da formação de uma joint venture entre a Petrobras e Sinopec para implementação da Refinaria Premium 1. 
O documento não é vinculante e não gera obrigação entre as partes de firmar futuros acordos comerciais ou operacionais após o resultado dos estudos de viabilidade.
Fonte:Agência Petrobras 

5- Mercado subsea deve dobrar de tamanho até 2020
Dentro de cinco anos o setor de subsea vai dobrar de tamanho, e dentro de 20 anos terá a produção igual a de óleo e gás tradicional e offshore. Dados foram apresentados na quarta-feira (19) pela consultoria Rystad Energy durante a abertura do Underwater Techonology Conference (UTC) 2013.
"Em cinco anos, o mercado de submarinos está previsto para crescer de US$ 30 bilhões para cerca de US$ 60 e US$ 70 bilhões ao ano", informou Jarand Rystad, analista de petróleo e sócio da Energy Rystad.
Segundo o estudo, atualmente 70% do petróleo mundial é produzido em terra e somente 9% corresponde a produção submarina. Em 2020, essa área submarina vai representar cerca de 15%. Além disso, hoje as instalações submarinas produzem 15 milhões de barris por dia. Em 2030, a produção diária vai aumentar para 35 milhões de barris.
A Rystad Energy é uma consultoria independente de petróleo e gás, que trabalha com inteligência de mercado, consultoria estratégia e produtos de pesquisa em E&P para as empresas de serviços de petróleo, investidores e governos.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação
Autor: Maria Fernanda Romero


II – COMENTÁRIOS

1- Produção de petróleo saudita sobre 1,9% em abril
A produção de petróleo da Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, subiu 1,9% em abril, para 9,310 milhões de barris por dia, de 9,136 milhões de barris por dia no mês anterior, enquanto as exportações avançaram 0,3% durante o mesmo período, mostraram dados oficiais. 
O reino exportou 7,444 milhões de barris por dia de petróleo bruto e condensado em abril, de 7,420 milhões de barris por dia em março, de acordo com números publicados no site da Iniciativa Conjunta para Organização de Dados sobre Petróleo (Jodi). O órgão é supervisionado pelo Fórum Internacional de Energia, baseado em Riad e mostra dados fornecidos diretamente pelos governos que datam de 2002. 
Em maio, a Arábia Saudita elevou a produção em 3%, para 9,6 milhões de barris por dia, na comparação com o mês anterior, devido ao aumento da demanda. As ofertas para o mercado aumentaram para 9,6 milhões de barris por dia, de 9,16 milhões de barris por dia em abril, disseram fontes no início deste mês.
AE - Agência Estado 

2- Noruega discute tecnologia submarina
Trond Olsen, presidente do Comitê Organizador da UTC 
Começou, em Berger, na Noruega, a 19ª edição do Underwater Tecnology Conference (UTC) 2013. Organizado pelo Underwater Technology Foundation o evento é realizado anualmente desde 2010 e trata das tecnologias para exploração de petróleo submarina mundial.
'Os Desafios Globais Subsea - Gerenciando o velho e o novo' é o tema central da conferência deste ano. Os atuais desafios desse tipo de exploração foi o tema discutido na mesa de abertura. Trond Olsen, presidente do Comitê Organizador da UTC abriu o evento e lembrou que embora a indústria subsea esteja na vanguard de uma nova tecnologia, grande parte dos equipamentos de produção ainda em uso foram desenvolvido na década de 80.
"Um dos principais desafios enfrentados pela indústria é garantir a inter-compatibilidade do equipamento antigo e novo", diz o chefe do Comitê de Programa da Conferência de Tecnologia Subaquática, Trond Olsen, do NCE Subsea (Centro Norueguês de Excelência Subsea).
Na ocasião, Kristian Siem, presidente da Subsea 7, indicou como motivos para a elevação dos custos de exploração subsea o desenvolvimento de conteúdo local, a escassez de mão de obra qualificada e a crescente complexidade dos projetos.
Dentre os principais desafios tecnológicos subsea listados pelo executivo estão: os fluidos de anti corrosão, o gerenciamento integrado e o ambiente agressivo com elevadissimas temperaturas e pressões.
Também participaram da abertura do evento Damien Miller, embaixador da Austrália na Noruega; Rod Cristie, vice presidente e CEO dos sistemas subsea da GE Oil & Gas; e Jarand Rystad, sócio da consultoria Rystad Energy.
A parte de exposição da UTC reúne 50 expositores e a expectativa é receber cerca de 800 visitantes. Este ano a conferência apresenta mais de 30 trabalhos técnicos. O evento segue até hoje.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação
Autor: Maria Fernanda Romero

3- Gás natural deverá ganhar importância em transportes  
O gás natural deve avançar como um importante combustível de transporte ao longo dos próximos cinco anos, impondo um desafio para o domínio do petróleo no setor, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quinta-feira.
A demanda de gás no transporte rodoviário cresceu dez vezes entre 2000 e 2010, mas o gás de baixo custo nos EUA, resultado do boom da produção de gás de xisto, e preocupações com a poluição do ar e com a dependência de petróleo na China poderiam ajudá-lo a se tornar um combustível mais popular, disse a AIE.
Na sua perspectiva de cinco anos, a agência disse que espera que o uso do gás natural no transporte rodoviário suba para 98 bilhões de metros cúbicos até 2018, cobrindo cerca de 10% das necessidades energéticas incrementais no setor de transportes. De acordo com a AIE, essa mudança deverá reduzir o crescimento de médio prazo da demanda de petróleo e atingirá menos os biocombustíveis e carros elétricos.
"O gás já é um grande combustível na geração de energia", mas, nos próximos cinco anos, ele também deverá "emergir como um importante combustível para transporte, impulsionado pela oferta abundante, assim como pelas preocupações com a dependência do petróleo e a poluição do ar", disse Maria van der Hoeven, diretora-executiva da AIE.
A AIE disse que o gás teve um potencial significativo para utilização em transporte pesado, como o ferroviário, embora essa evolução seja improvável nos próximos cinco anos.
Apesar deste novo fator de demanda, a AIE também destacou desafios para o gás em todas as grandes regiões, incluindo o contínuo uso de carvão na América do Norte, a fraca demanda na Europa e às dificuldades de produção no Oriente Médio e na África.
Embora a agência ainda veja os próximos cinco anos como uma "Idade de Ouro" do gás, a sua mais recente previsão de médio prazo reduz a projeção de demanda de cinco anos em 75 bilhões de metros cúbicos em comparação com o sua perspectiva de 2012.
No entanto, a demanda mundial de gás natural deverá aumentar 15,6% nos próximos cinco anos para chegar a 3,962 trilhões de metros cúbicos, ante o nível atual.
China deve se manter como principal motor da demanda, respondendo por 30% do crescimento global nos próximos cinco anos. O país deve se tornar o quarto maior produtor de gás do mundo, mas ainda irá absorver um terço do aumento esperado da oferta de gás natural liquefeito e todo o aumento da produção da Ásia Central, disse a AIE.
Os EUA deverão continuar a dominar o crescimento da oferta, o que representa mais de um quinto do aumento da produção mundial de gás, à medida em que continua a explorar suas reservas de gás de xisto. Fonte: Dow Jones Newswires. 
Fonte: Agência Estado

sábado, 15 de junho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 134

I – NOTÍCIAS

1- Empresas investem em manutenção submarina
Fonte: Redação TN Petróleo/ Rodrigo Miguez 
Durante a plenária "Manutenção de Equipamentos Submarinos", Petrobras, Schulumberger, FMC e Siemens falaram sobre seus investimentos para garantir a integridade dos equipamentos e manter os níveis de produção de petróleo e gás. 
Lauro Puppim, gerente da Petrobras, falou sobre um dos mais recentes e importantes investimentos que a empresa vem realizando, no caso, com a implementação do Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), nas Unidades de Operação Rio e Bacia de Campos (UO-Rio e UO-BC).
Segundo ele, o foco na UO-BC está em recuperar as perdas que a Petrobras vem registrando nos últimos anos, com queda de produtividade na Bacia de Campos, e voltar aos níveis de alguns anos. Já na UO-Rio, que tem atividades mais recentes, a intenção da empresa é evitar que haja queda na produção, principalmente por causa das plataformas, que tem mais tecnologia. 
"A manutenção é um excelente investimento, pois o retorno do valor aplicado é rápido", afirmou. "Por isso, o monitoramento é fundamental para garantir a integridade dos equipamentos submarinos da companhia", completou. 
Lauro disse que o Proef já vem apresentando resultados positivos e que a tendência é de crescimento das unidades até o cenário de 2019. Já Artur Eugênio, consultor sênior da FMC Technologies, mostrou o sistema de controle submarino de proteção sobre-pressão de Mexilhão, conhecido como HIPPS. 
"Os resultados tem sido muito bons em Mexilhão e desde o início a Petrobras teve a preocupação no treinamento do seu pessoal para garantir a integridade do sistema", afirmou. 
Segundo ele, o sistema funciona de forma que mostra se há a necessidade de se fechar uma válvula de uma árvore de natal molhada (ANM) ou de um manifold.
Apesar da importância, Eugênio disse que o sistema é muito pouco demandado e que a manutenção constante desse sistema é primordial, já que o nível aceitável de falha é de 1 em cada 1000 demandas. Para ele, o uso do HIPPS foi o que viabilizou economicamente o campo de Mexilhão. 

2- Mercado mais favorável ao etanol  
Os produtores de açúcar e etanol do Centro-Sul apostam as fichas no aumento do consumo doméstico do biocombustível para dar vazão à grande oferta de cana disponível para processamento nesta safra 2013/14. Traders estimam que o potencial de avanço da demanda interna de etanol na região supera 30%. Se confirmadas as projeções, o volume médio mensal subiria para cerca de 1,2 bilhão de litros.
Até o fim da safra, esse cenário poderá gerar um consumo acumulado adicional de cerca de 2 bilhões de litros de etanol hidratado, elevando a demanda interna total pelo produto a 13,5 bilhões de litros em 2013/14. "Nos dois primeiros meses da safra, abril e maio, ainda não houve reação. Nossas projeções consideram uma mudança nos volumes mensais a partir de junho", diz Martinho Seiiti Ono, presidente da SCA Trading.
A aposta do segmento é que o motorista da região Centro-Sul - onde há mais Estados nos quais o etanol tem maior viabilidade econômica em relação à gasolina - perceberá no bolso essa vantagem. No município de São Paulo, a maioria dos postos vendeu etanol a preços mais atrativos do que a gasolina na semana encerrada em 8 de junho. Além da capital - onde, na média, o preço do etanol equivaleu a 65,5% do preço da gasolina -, a vantagem se estendeu por todo o Estado. Quadro semelhante foi verificado em Goiás e em Mato Grosso.
Cada veículo flex do Estado de São Paulo consumiu, em 2009 em torno de 220 litros de etanol. Na época, os preços do biocombustível estavam baixos e a paridade com a gasolina alcançava 56%, bem abaixo de 70%, nível considerado limite para preservar sua competitividade em relação ao rival fóssil. Nos anos seguintes, problemas climáticos afetaram a produção de cana e a oferta de etanol. Os preços começaram a subir e desestimularam a demanda, de forma que, em 2012, cada veículo consumiu 82 litros de etanol no mercado paulista, conforme dados da SCA Trading. Nos 12 meses da safra 2013/14, o potencial, segundo Ono, é que o consumo atinja 110 litros.
Mas, para isso, será preciso que toda a queda dos preços do etanol na usina e toda a isenção tributária concedida à cadeia do biocombustível - R$ 0,048 por litro na usina e R$ 0,072 na distribuidora - sejam repassados aos consumidores. Na semana encerrada em 8 de junho, o preço do etanol na cidade de São Paulo ficou, em média, em R$ 1,769, ante os R$ 2,702 da gasolina. O potencial, segundo o presidente da SCA Trading, é que o preço médio do litro do etanol recue nos postos da cidade de São Paulo para R$ 1,70 o litro e o da gasolina fique em até R$ 2,70, o que deixaria a relação em 63%. 
Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico

3- Câmbio amplia defasagem nos preços da gasolina e do diesel  
A desvalorização do Real coloca pressão sobre os preços dos combustíveis no Brasil e deve ter forte impacto nas finanças da Petrobras. Cálculos feitos por consultorias especializadas a pedido do Brasil Econômico indicam que a defasagem no preço da gasolina chega a 28,6%.
No caso do diesel, a diferença entre o preço praticado pela estatal e a cotação norte-americana, usada como referência pela estatal, pode chegar a 15,8%. Analistas divergem com relação à possibilidade de novos reajustes ainda este ano.
Os cálculos do preço dos combustíveis consideram a cotação do Golfo do México e a taxa de câmbio. Embora apontem números diferentes, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e a consultoria Tendências detectaram um aumento na diferença entre as cotações internacionais e o valor de venda pela Petrobras nas últimas semanas, em virtude da desvalorização do real. Usando como referência o fechamento de ontem , a Tendências calcula defasagem de 28,6% no preço da gasolina e de 15,8% no preço do diesel.
Para o CBIE, que calculou com base nas cotações do dia 10 de junho, a gasolina e o diesel vendidos pela Petrobras estão 17,6% e 14,5% mais baratos do que no mercado internacional. A consultoria aponta que subiu 7,8 pontos percentuais desde o dia 30 de abril, último mês com fechamento de câmbio a R$ 2 por dólar. No caso do diesel, a elevação foi de 8 pontos percentuais. "A Petrobras perde com a venda, no Brasil, de um produto que compra mais caro no exterior", comenta o consultor Adriano Pires, do CBIE.
De fato, segundo suas contas, o litro da gasolina na região do Golfo do México custava o equivalente a R$ 1,627, ou R$ 0,28 acima do valor de venda pelas Petrobras. A diferença no preço do diesel era de R$ 0,28 por litro. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Petrobras vem importando, em 2013, uma média mensal de quase 500 milhões litros de gasolina e 1 bilhão de litros de diesel.
A diferença entre as cotações internacionais e o preço interno dos combustíveis foi a principal explicação para a queda de 36% no lucro da empresa em 2012: com o crescimento da demanda brasileira, sem aumento do parque nacional de refino, a solução foi buscar mais produtos no mercado internacional. No início do ano, com o objetivo de minimizar as perdas, o governo autorizou reajustes dos preços da gasolina e do diesel, em 6,6% e 5,4%, respectivamente. Em março, a empresa elevou novamente o preço do diesel, em 5%.
"A Petrobras já teve uma série de reajustes este ano e acho difícil que o governo autorize novo aumento", comenta o analista de petróleo do BES Securities, Oswaldo Telles. "A empresa vai ter que torcer para o câmbio recuar". Há grande preocupação com o impacto inflacionário de reajustes nos preços dos combustíveis - para minimizar este risco, o governo reduziu a carga tributária sobre a gasolina e o diesel quando autorizou os primeiros aumentos do ano.
"O cenário corrobora novo aumento nos preços ainda este ano", discorda o analista da Tendências Walter de Vitto, que, mesmo esperando um recuo na cotação da moeda norte-americana para R$ 2,10 no final de 2013, projeta reajustes de 7,5% para os dois produtos em setembro. "O governo não deve deixar muito para o final do ano, para evitar contaminação do ano eleitoral", argumenta o especialista.
Telles ressalta que, além do impacto nos custos dos combustíveis importados, a Petrobras deve sofrer com o impacto da desvalorização do Real em sua dívida. "A empresa tem uma posição exposta ao dólar muito grande", afirma. Em seu balanço do primeiro trimestre, a companhia informou que 55% de sua dívida de R$ 196 bilhões estão atrelados à moeda norte-americana. 
Nicola Pamplona
Fonte: Brasil Econômico 

4- ANP leiloará 250 blocos em novembro 
Fonte: Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
A superintendente de promoções e licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Cláudia Rabello, afirmou ontem que cerca de 250 unidades de exploração devem ser leiloadas na 12ª rodada de licitações de blocos exploratórios, nos dias 28 e 29 de novembro deste ano. O número de blocos e a realização da rodada, entretanto, ainda dependem de autorização do Conselho Nacional de Política Econômica (CNPE), prevista para o fim do mês.
Deverão ser leiloadas áreas, com potencial para gás natural em terra, nas bacias do Acre, Parecis, Paraná, Parnaíba, Sergipe-Alagoas, Recôncavo e São Francisco. O pré-edital da rodada, que será sob regime de concessão, deve sair até o fim de julho.
De acordo com Cláudia, a agência ainda não tem previsão de quanto cada bloco pode arrecadar com bônus, valor calculado com base em informações como volume de dados existentes para cada área, futuras descobertas, infraestrutura para escoar a produção e atratividade geológica.
Depois de cinco anos sem licitação de blocos de petróleo, 2013 será marcado pela realização de três grandes rodadas: 11ª, 12ª e a primeira rodada de licitação de áreas do pré-sal, sob regime de partilha, que vai leiloar o reservatório de Libra, na Bacia de Santos.
Cláudia afirmou ao Valor que novas rodadas de licitação só deverão acontecer de novo a partir de 2015. "Possivelmente não faremos novas rodadas de blocos exploratórios, nem do pré-sal, no próximo ano. Se houver, vai ser alguma rodada para pequenas empresas, de campos maduros", disse Cláudia, que participou de seminário sobre óleo e gás, organizado pela corretora de seguros JLT Re.
A superintendência de definição de blocos e de áreas de dados técnicos da agência reguladora trabalha constantemente em estudos para compreender quais áreas podem ser ofertadas em leilões futuros. Cláudia destacou que foram estudadas algumas áreas do pré-sal para serem incluídas na licitação deste ano, mas que ficaram de fora.
"Existem áreas do pré-sal já estudadas e que pensamos incluir nessa primeira rodada do pré-sal".
Fonte: Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio

5- Eike Batista reduz participação na OGX para 58,9%
11/06/2013 | 10h26 
O empresário Eike Batista reduziu sua participação na petrolífera OGX de 61,1% para 58,9% em maio, de acordo com documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao todo, o empresário vendeu 70,5 milhões de ações no mês passado, por R$ 121,9 milhões.
As operações de venda se concentraram nos dias 24, 27, 28 e 29 e foram intermediadas pelo Itaú BBA. Os papéis foram vendidos em linha com o preço médio de cada pregão e um pouco acima da cotação de fechamento. Nos quatro dias, as ações fecharam a sessão em baixa. A queda acumulada de 23 a 29 de maio foi de 20%.
As ações da OGX despencaram 9,63%, para R$ 1,50, no dia 29, depois de já ter perdido 5,14%, para R$ 1,66, no dia anterior. Na ocasião, operadores chamaram atenção para as fortes vendas da Itaú Corretora. No dia 29, a instituição encerrou com saldo líquido vendido de 16,2 milhões de ações, quase quatro vezes a posição da segunda maior vendedora do ativo, a Ágora, com 4,2 milhões de ações.
Em uma primeira avaliação, analistas acreditavam que o próprio Itaú, que é credor do grupo de Eike Batista, pudesse estar executando as ações dadas em garantia de empréstimos.
Agora, fica claro que o próprio Eike foi o vendedor, possivelmente por uma necessidade de fazer caixa, o que acentuou ainda mais a tendência de baixa das ações de sua própria empresa.
Ao todo, os negócios feitos pelo controlador nos quatro pregões representaram 15% do giro do papel no período. No dia 24, quando foram vendidos 21 milhões de papéis, a contribuição para o volume financeiro de OGX foi a mais representativa, de 30%.
O empresário Eike Batista reduziu sua participação na petrolífera OGX de 61,1% para 58,9% em maio, de acordo com documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao todo, o empresário vendeu 70,5 milhões de ações no mês passado, por R$ 121,9 milhões.
As operações de venda se concentraram nos dias 24, 27, 28 e 29 e foram intermediadas pelo Itaú BBA. Os papéis foram vendidos em linha com o preço médio de cada pregão e um pouco acima da cotação de fechamento. Nos quatro dias, as ações fecharam a sessão em baixa. A queda acumulada de 23 a 29 de maio foi de 20%.
As ações da OGX despencaram 9,63%, para R$ 1,50, no dia 29, depois de já ter perdido 5,14%, para R$ 1,66, no dia anterior. Na ocasião, operadores chamaram atenção para as fortes vendas da Itaú Corretora. No dia 29, a instituição encerrou com saldo líquido vendido de 16,2 milhões de ações, quase quatro vezes a posição da segunda maior vendedora do ativo, a Ágora, com 4,2 milhões de ações.
Em uma primeira avaliação, analistas acreditavam que o próprio Itaú, que é credor do grupo de Eike Batista, pudesse estar executando as ações dadas em garantia de empréstimos.
Agora, fica claro que o próprio Eike foi o vendedor, possivelmente por uma necessidade de fazer caixa, o que acentuou ainda mais a tendência de baixa das ações de sua própria empresa.
Ao todo, os negócios feitos pelo controlador nos quatro pregões representaram 15% do giro do papel no período. No dia 24, quando foram vendidos 21 milhões de papéis, a contribuição para o volume financeiro de OGX foi a mais representativa, de 30%.
Fonte: Valor Online

6-Especialistas debatem sobre a integridade dos reservatórios
TN Petróleo / Dirceu Bampi, da Petrobras 
A integridade dos reservatórios de petróleo e gás nos campos produtores no país foram tema de debate de especialistas do setor hoje no segundo dia de Brasil Offshore e o primeiro com as plenárias. Participaram da sessão integrantes da Petrobras, OGX, Schlumberger e Statoil. José Sergio Daher, Consultor Técnico de Reservatórios da Petrobras afirmou durante a sua apresentação que manter a integridade dos reservatórios é primordial para uma boa manutenção da produção de óleo e gás. Segundo ele, os principais problemas de integridade que são detectados nos poços dos reservatórios são de origem geomecânica e são fatores de perda de produção. 
Para melhorar esses aspectos da integridade, o especialista apontou algumas soluções como o uso de fibra ótima no monitoramento online dos reservatórios, manifolds 100% operacionais e melhorar cada vez mais a geofísica na questão da aquisição de dados. 
"A preocupação com a integridade do reservatório, além da procupação com as plataformas, é uma mudança de cultura que aos poucos vai acontecendo", afirmou. Já para Dirceu Bampi, engenheiro de Reservatório da Petrobras, que falou sobre o processo de desenvolvimento da produção de petróleo nos reservatórios incluiu alguns pontos-chave no momento da definição de um reservatório a ser explorado, como por exemplo a caracterização do reservatório, o TLD. Para ele, desde o início é preciso pensar no tipo de poços que serão usados no reservatório. 
Fonte: Redação TN Petróleo/Rodrigo Miguez


II – COMENTÁRIOS

1- Evento encerra com recordes 
Fonte: Revista TN Petróleo
Após quatro dias de evento, o mercado de petróleo e gás amplia suas projeções e traz boas perspectivas para a economia nacional. A Brasil Offshore (Feira e Conferência da Indústria de Petróleo e Gás) reuniu em quatro dias cerca de 51 mil visitantes e mais de 1.000 marcas expositoras.
O evento, terceiro maior do mundo no setor, é palco para apresentações de produtos, serviços, tecnologia e estudos que impactam diretamente no mercado. Prova disso, são os negócios fechados no evento e a partir dele. Dados da Reed Exhibitions Alcantara Machado, promotora do evento, revelam que o poder de compra do público credenciado para visitar o evento, nesta edição, passou de R$ 300 milhões. Alguns negócios já são fechados durante a exposição, como a Bauer Kompressoren, que vendeu durante o evento um produto que havia levado apenas para expor. “A quarta-feira foi o melhor dia do evento para nossa participação. Um bom canal para networking, definitivamente. Durante a feira, inclusive, vendemos um compressor de R$ 80.000,00” comenta André Magalhães, Gerente de Área da companhia. Outra parte dos negócios chega a se estender por até seis meses, resultado de contatos iniciados no evento.
Mais um indicador positivo são os números das Rodadas de Negócios, realizadas pela Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo). Este ano, foram realizados 550 encontros com a participação de 98 fornecedores - ante 320 encontros da edição anterior da Brasil Offshore, realizada em 2011.  A Onip credita a esses encontros uma movimentação em torno de R$ 196 milhões, contra R$ 170 milhões realizados na edição passada. Somado o poder de compra do público visitante com o montante das Rodadas de Negócios, a Brasil Offshore 2013 gerou  negócios na ordem de R$ 500 milhões.
Paulo Octávio Pereira de Almeida, Vice Presidente da promotora, explica que a Brasil Offshore 2013 foi o start para as diferentes demandas que o setor de petróleo e gás vive no país. “Se um dia a Brasil Offshore estava direcionada à Bacia de Campos, na região de Macaé (RJ), hoje atrai empresários e autoridades de todo o país. O Brasil tem um grande desafio nas mãos: as principais bacias petrolíferas do país, Campos e Santos, vivem momentos antagônicos. A primeira está numa região madura, e a segunda, ganha cada vez mais relevância pelas recentes oportunidades de exploração do pré-sal. Para esses dois contextos, a Brasil Offshore foi decisória - ora pelo conteúdo técnico apresentado em suas conferências, ora pelo poder de negócios e convergência gerado entre visitantes e expositores”.
Ponto alto do evento, a conferência da Brasil Offshore 2013 reuniu 1.035 congressistas. Pela primeira vez, a participação não teve custos para o público, o que contribuiu para o aumento da participação de profissionais qualificados nas palestras. “A conferência mostrou que subsea é o grande tema a ser trabalhado, nos próximos anos. A demanda por esses equipamentos é muito clara e intensa, por isso, a discussão a respeito dos procedimentos, metodologias e novas tecnologias, serão fundamentais daqui para frente para que a garantia da integridade desses equipamentos seja adotada já na fase de projeto fortalecendo a cultura de prevenção na indústria de petróleo e gás. Destaco também a expressiva participação internacional de conferencistas, contribuindo para a difusão de novos conhecimentos e networking”, explica Carlos Victal, Gerente de Responsabilidade Social do IBP e membro do Comitê Técnico da Conferência. A conferência organizada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e SPE (Society of Petroleum Engineers), contou, com 44 palestrantes, 25% internacionais. Em três plenárias e oito sessões técnicas, o pilar dessa edição foi “Integridade: Quando Você Deve Se Preocupar?”. As palestras trouxeram conhecimento técnico em perfuração, completação e reservatório.
No último dia da feira, a Prefeitura de Macaé garantiu a 8ª edição do evento, durante assinatura do contrato de cessão do Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, o Macaé Centro, com a Reed Exhibitions Alcantara Machado, para o primeiro semestre de 2015.
A garantia da cessão foi feita pelo prefeito, Dr. Aluízio, por meio de documento oficial. A cerimônia de assinatura contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico da Prefeitura de Macaé, Lincoln Weinhardt, do presidente da Fundação de Esporte e Turismo (Fesportur), Luiz Renato Lucas Martins, do vice-presidente executivo da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Paulo Octavio Pereira de Almeida, além do diretor da feira, Igor Tavares.
Para o prefeito, a Brasil Offshore é importante para impulsionar o desenvolvimento econômico do município, que deve estar acompanhado do desenvolvimento social. “Macaé precisa, de fato, ser a grande cidade do petróleo e este governo, junto à população, trabalha todos os dias para isso, junto com o Governo do Estado, Governo Federal, Poder Legislativo, empresas e instituições que queiram o desenvolvimento do município. Porém, o grande protagonista desta história deverá sempre ser a população, a sociedade, os cidadãos, e seus grandes parceiros devem ser a indústria do petróleo, a universidade e o governo municipal”, destacou.

2- Japoneses acertam aquisição de 25% do EAS 
Fonte: Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
Um grupo de empresas japonesas liderado pela IHI Corporation - antiga Ishikawajima Harima Heavy Industries - acertou a compra de 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) por R$ 207 milhões. As negociações se estenderam por mais de um ano, incluíram reuniões com a Petrobras, o principal cliente do EAS, e até mesmo uma visita do presidente da IHI Corporation, Tamotsu Saito, ao Rio para reuniões com a estatal. Em um segundo movimento, previsto para ser concluído até dezembro, os japoneses devem aumentar para 33,3% sua participação no estaleiro pernambucano.
Na primeira etapa das negociações, a fatia dos japoneses no EAS será distribuída entre a IHI, com 60,44% da fatia de 25%, JGC (24,62%) e JMU (14,92%). Dessa forma, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que hoje controlam o EAS meio a meio, serão diluídas na operação de aumento de capital para entrada dos japoneses, ficando com 37,45% de participação cada uma.
A IHI é um conglomerado industrial que já teve um grande estaleiro no Brasil, o Ishibrás. O grupo deixou o país em 1994 e voltou no fim de 2010. A JGC (iniciais de Japan Gasoline Company) é uma empresa global da área de engenharia, com 85 anos de existência. Já a JMU é resultado da fusão da IHI Marine United, divisão de construção naval e offshore da Ishikawajima, com a Universal Shipbuilding. No Japão, a JMU tem diversos estaleiros: os maiores em Yokohama, Aichi e Kure.
Osami Imai, presidente da IHI do Brasil, afirmou que é de interesse do grupo de empresas japonesas deter até um terço do EAS. Esse processo poderá fazer com que outras instituições e companhias japonesas invistam no estaleiro. Existe a previsão de que os acordos de acionistas prevendo a compra de 25% do EAS pelos japoneses possam ser assinados, no Japão, no fim deste mês. A assinatura coincidiria com a visita que a presidente Dilma Rousseff tem prevista para o Japão nos dias 27 e 28 de junho. Imai disse que a remessa dos R$ 207 milhões deve ser feita no início de julho. Para fazer o investimento no EAS, os japoneses estão constituindo uma sociedade de propósito específico, a Japan EAS Investimentos e Participações Ltda.
Imai disse ao Valor que a decisão da IHI de investir no estaleiro brasileiro considerou o potencial de desenvolvimento do pré-sal. "A IHI entende que o pré-sal é um projeto nacional que aumenta a força global do Brasil", disse o executivo. Segundo ele, o acordo para entrada dos japoneses no EAS prevê transferência de tecnologia e da experiência das empresas do país na construção naval e offshore com o objetivo de melhorar a produtividade e a eficiência do estaleiro. Nesse ponto, a responsabilidade do sócio japonês passa a ser também com o cumprimento dos prazos de entrega de navios e sondas de perfuração à Petrobras.
Desde 2007, o estaleiro enfrentou problemas de baixa produtividade, prejuízos e atrasos na construção de navios e de sondas. No total, o estaleiro tem em carteira 22 navios encomendados pela Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras, por R$ 7 bilhões. A Sete Brasil, empresa que tem a Petrobras como sócia, encomendou sete sondas ao estaleiro por US$ 5,2 bilhões.
Desde o ano passado, quando a IHI Marine United acertou um acordo de transferência de tecnologia com o EAS, profissionais japoneses passaram a trabalhar no estaleiro. A produtividade e os resultados do estaleiro começaram a melhorar. Em 2011, o EAS teve prejuízo de R$ 1,47 bilhão. No ano passado, o prejuízo caiu para R$ 138 milhões. Hoje há cerca de 30 engenheiros da IHI trabalhando no EAS. Com a entrada no capital do estaleiro, os japoneses passarão a ter também assentos tanto na diretoria-executiva do EAS quanto no conselho de administração da empresa.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio

sábado, 8 de junho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 133

I – NOTÍCIAS

1- Demanda menor da China por aço pressionará minério
Segundo siderúrgica Baosteel, crescimento da demanda deve desacelerar para um ritmo de quase paralisação em 2013
Fonte: Aly Song/Reuters 
Linha de produtos de aço inoxidável em uma fábrica da Baosteel,
maior siderúrgica com ações em bolsa da China, em Xangai
Xangai - O crescimento da demanda chinesa por aço deve desacelerar para um ritmo de quase paralisação em 2013, adicionando pressão sobre os preços do minério de ferro após uma queda de 17 por cento em maio, afirmou nesta terça-feira a maior siderúrgica com ações em bolsa da China.
Os preços do minério de ferro no mercado a vista tombaram para o menor nível em cerca de sete meses depois que dados econômicos fracos e temores sobre uma produção de aço menor provocaram preocupação de que os preços poderiam recuar ainda mais no segundo semestre, quando ofertas de minério de novas minas devem chegar ao mercado.
O presidente do conselho da siderúrgica chinesa Baosteel, Xu Lejiang, afirmou que a companhia prevê a produção de aço da China crescendo apenas 1 a 2 por cento em 2013 ante 2012.
Isso se compara a um ritmo de crescimento de 3 por cento em 2012 e a uma média de expansão anual de 10 por cento entre 2006 e 2011.
"O movimento de urbanização da China e de construção de infraestrutura está continuando, mas a um ritmo mais lento que o esperado", disse Xu.
"O consumo de aço vai enfraquecer no segundo e terceiro trimestres, o que forçará as usinas a serem mais racionais em seus planos de produção. Isso significa que o crescimento da produção vai desacelerar", afirmou o executivo.
Apesar disso, usinas têm se mostrado relutantes em reduzir produção diante de preocupação com perda de participação de mercado, o que fez a produção de aço da China de janeiro a abril crescer 8,4 por cento em relação ao ano passado, para 238,1 milhões de toneladas.
Com isso, a previsão da Baosteel implica que o ritmo de produção terá que cair nos próximos meses.

2- Siderurgia Suape trará desenvolvimento industrial ao Norte e Nordeste
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação com Agência 
A Companhia Siderúrgica Suape (CSS), que deverá receber investimentos de cerca de R$ 1,64 bilhão, iniciará um segmento industrial que hoje não existe no Norte e Nordeste: a siderúrgica de alto valor agregado.
Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a CSS bancará R$ 327,8 milhões em recursos próprios e buscará mais R$ 411,2 milhões em outras fontes.
A CSS ficará no megacomplexo industrial e de serviços da Moura Dubeux no entorno de Suape, o Cone S/A. O condomínio de negócios será responsável pelas obras de infraestrutura da fábrica.
Os sócios na siderúrgica são a Trasteel International, multinacional com sede em Luxemburgo, na Europa, que atua nos segmentos de laminação, mineração e vendas internacionais de aço; e a Fábrica Participações, fundo de investimento nacional que tem como sócios ex-executivos de grupos importantes do segmento, como Vale e EBX (companhia de petróleo e energia de Eike Batista).
Há ainda uma parceria tecnológica com a Danieli, empresa italiana com expertise em siderúrgicas que fornecerá equipamentos, montagem e qualificação da mão de obra. E, por fim, participa também a Metal Data, consultoria brasileira do setor.
Quando pronta, a CSS será candidatada a fornecer para diversas cadeias produtivas, como naval, automotiva e eólica, estimulando a vinda de novas indústrias, como fabricantes de eletrodomésticos de linha branca (geladeiras, fogões, e freezers).
Atualmente, quem vive nessas áreas compra aços planos de preços altos, de fora do país ou do Sul e Sudeste, transportados por rodovias e encarecidos por conta do frete.

3- Petrobras bate recorde na produção de gasolina em maio  
A Petrobras bateu em maio um novo recorde de produção de gasolina, com crescimento de 8% do volume produzido em relação ao recorde anterior, em abril.
Segundo a companhia, em maio foram produzidos 2,510 milhões de metros cúbicos de gasolina, 187 mil metros cúbicos a mais do que o recorde de 2,323 milhões de metros cúbicos de abril.
O aumento foi possível devido "à busca da eficiência operacional e à gestão integrada da cadeia de suprimento da companhia", informou a empresa.
A Petrobras vem lutando para elevar sua produção de gasolina a fim de reduzir as importações para abastecer o mercado interno, o que vem debilitando o seu caixa.
A área de abastecimento da empresa, responsável pelas importações, tem registrado prejuízos bilionários a cada trimestre.
A empresa é obrigada a importar o combustível a preços internacionais e vender com defasagem no mercado interno, para não comprometer a meta de inflação do governo.
A Petrobras informou que também bateu recorde no processamento de petróleo nas refinarias, atingindo em maio o volume de 2,110 milhões de barris diários, mais 13 mil barris em relação ao recorde anterior de abril, de 2,097 milhões de barris diários. 
Denise Luna
Fonte: Folha Online

4- Diretor da Petrobras diz que empresa vai "alçar voo" neste semestre
A Petrobras prevê retomar o crescimento agressivo ainda neste ano, com a entrada em funcionamento de novas unidades e estaleiros que devem ajudar a elevar a produção diária de óleo da petrolífera.
Esse foi o cenário traçado pelo diretor de Relações com Investidores da empresa, Hélder Moreira Leite.
"A Petrobras vai alçar o voo que a gente tinha prometido a partir deste semestre", afirmou o executivo, em um contexto em que a estatal tem sido vista cada vez mais com desconfiança pelos investidores por causa da produção de petróleo abaixo das estimativas.
Segundo Moreira Leite, alguns fatores vão auxiliar a empresa a recuperar sua produção, em especial a inauguração de alguns estaleiros e unidades que estão em construção atualmente, como as plataformas P-55, que deve entrar em operação no Campo do Roncador, na Bacia de Campos, e a P-58, que será instalada no Campo das Baleias, também na Bacia de Campos.
"Temos uma capacidade de produção diária de dois milhões de barris de petróleo. Queremos chegar a 2,75 milhões em quatro ou cinco anos, e dobrar a produção para 4,2 milhões de barris diários em 2020", afirmou o executivo. A petrolífera também prevê, dentro de seu plano estratégico 2013-2017, a ampliação da capacidade de abastecimento e do parque de refino.
O diretor de RI da Petrobras disse também que a estatal deve seguir repassando a "volatilidade" de preços dos combustíveis no mercado internacional ao consumidor, "mas não de forma acentuada". "Estamos alinhando os preços do mercado interno com o mercado internacional. Queremos rentabilizar a companhia sem ferir o modelo".
Fonte: Folha de São Paulo

5- EBX extingue diretoria e demite mais de 50 funcionários
O Grupo EBX extinguiu a diretoria de Sustentabilidade e demitiu os mais de 50 funcionários da área. Paulo Monteiro, então diretor do segmento, perdeu o cargo e agora atua como consultor do grupo.
Questionada, a companhia informou via assessoria de imprensa que “não vai comentar” o assunto. Demais áreas como tesouraria, jurídico e suprimentos também sofreram cortes.
Outra empresa do Grupo EBX, a OSX, anunciou demissões recentemente, que acompanharam uma reformulação do plano de negócios da empresa.
A OSX, que constrói um estaleiro no Porto do Açu, em São João da Barra, informou em 8 de maio que dispensou cerca de 150 profissionais próprios, ligados diretamente às atividades do estaleiro (UCN Açu).
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Os pontos fortes e fracos do Brasil na atração de investimentos
Confira abaixo a capacidade do Brasil de atrair o olhar estrangeiro ponto a ponto, segundo o estudo do Boston Consulting Group:
1.1 - Infraestrutura Física
O elogio. Serviços básicos estão disponíveis para praticamente toda a população.
A crítica. Segundo o levantamento, “a qualidade da infraestrutura aérea está agonizando em comparação com os outros 13 países”. O estrangulamento da demanda e a baixa oferta são apresentados como a principal razão para o desempenho ruim do setor. O Brasil fica entre as piores posições em 4 dos 5 pontos verificados neste pilar, com destaque para a qualidade ruim e os custos das telecomunicações, a péssima mobilidade urbana e, destacado com a última posição, a qualidade do transporte aéreo.
— A infraestrutura da está saturada em portos, aeroportos e rodovias. O grau de investimento tem que aumentar exponencialmente em muitos setores. O governo não tem capacidade financeira, dado o déficit que temos, de fazer todos os investimentos sozinhos.. — analisa André Xavier, sócio do BCG. – O país precisa deste fluxo de capital e os estrangeiros estão, ainda, olhando com bons olhos para o Brasil. É um casamento importante, não podemos perder este momento. 
1.2 - Conectividade Global
O elogio. O país tem feito grande progresso na abertura para a economia globalizada, com destacado papel na América Latina.
É de longe o quesito mais criticado. Foi reprovado em todos os 11 itens analisados, incluindo abertura a produtos importados, a serviços estrangeiros, ao fluxo de capitais, expansão de suas multinacionais e abertura para imigrantes. Em suma, apontou o país como uma nação fortemente protecionista, o que dificulta a entrada dos investimentos estrangeiros, justamente, no momento, o fator mais importante para o país manter a trajetória ascendente da economia.
— Observando os dados mais recentes da economia brasileira, os investimentos realizados no Brasil são altamente concentrados em poucos segmentos, o que é muito pontual dada a necessidade de investimentos em quase todos os setores da economia — analisa Daniel Cunha, economista da XP Investimentos.
1.3 - Ambiente macroeconômico
O elogio. O país conta com estabilidade e certo grau de previsibilidade econômica. É crescente sua posição como um lugar seguro para se investir. Dos sete itens avaliados para este quesito, o Brasil só se destaca positivamente com a primeira posição quando se trata da estabilidade econômica.
A crítica. Os pontos mais fracos são a desigualdade de renda e a baixa taxa de poupança e de Investimento. Isso significa que o Brasil vai continuar precisando de investimentos estrangeiros a fim de alcançar as taxas de crescimento desejadas - que giravam em 3% antes da divulgação do Produto Interno bruto (PIB) na última quarta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que deve ficar abaixo desse patamar.
— O governo demonstra esforços em melhorar esta situação. O modelo de crescimento brasileiro está bem questionável e próximo do limite — diz João Paulo Brugger, da Leme Investimentos.
1.4 - Ambiente Institucional
O elogio. Investidores interessados no país encontrarão uma democracia estável e com leis mais sólidas.
A crítica. No entanto, terão que lidar com um judiciário lento e com taxas astronômicas para calcular os custos de se fechar um negócio. O Banco Mundial calcula que para uma empresa se estabelecer em Hong Kong são necessários 280 dias, enquanto no Brasil não fica por menos de 731. Dos seis itens analisados neste quesito, o Brasil fica abaixo do patamar médio em todos, incluindo flexibilidade do mercado de trabalho, e se destaca com ampla folga como o pior lugar para se fazer pagamento de taxas empresariais, perdendo até da China.
1.5 - Capital Humano
O elogio. A demografia brasileira é de causar inveja a todos os países. Investidores estrangeiros encontrarão um amplo mercado com população jovem, figurando neste item com a primeira posição. Devido as expectativas econômicas, tornou-se atraente para profissionais estrangeiros qualificados.
A crítica. O país ficou atraente para profissionais estrangeiros bem qualificados justamente porque não possui uma educação primária de qualidade. Assim, não consegue formar a quantidade de capital humano necessária para sustentar o crescimento de sua própria economia. Cerca de 87% da população se matriculou no ensino fundamental, mas apenas 27% destes fizeram matrícula na universidade. Neste quesito, foi reprovado em 9 dos 11 itens analisados, entre eles, intensidade da pesquisa e desenvolvimento e disponibilidade de engenheiros e gerentes.
— O investimento na formação de profissionais de nível técnico é essencial para superarmos esta lacuna em alguns setores da economia. O ensino superior público no país, para aqueles que conseguem acessá-lo, é de qualidade e forma bons profissionais — analisa Adriana Vianna, gerente da consultoria britânica HAYS — Já o nível fundamental e técnico precisa ser reforçado e se faz necessário também um trabalho cultural para reforçar a relevância de profissionais destes níveis para a sustentação e crescimento econômico do país.
1.6 - Infraestrutura Financeira
O elogio. Segundo o relatório, os investidores no Brasil podem ficar despreocupados com seu dinheiro pois o país é protegido por um sistema bancário bem equipado e dito como um dos melhores do mundo, deixando-o a frente dos Estados Unidos e Reino Unido.
A crítica. Apesar da excelente posição, o Brasil perde quando se trata do mercado de capitais. Conta com poucas empresas listadas em bolsa e baixa exposição de debêntures – com apenas 1% do PIB, enquanto na China fica em 9%, 10% na França e 36% na Coreia do Sul. Dois oito itens avaliados, o Brasil fica abaixo da média em três.
1.7 - Imagem
De longe, é o pilar mais bem elogiado. Dos nove itens verificados, o país ficou abaixo da média em cinco. “É o país mais aberto a novas ideias entre todos os analisados. Está entre os mais atraentes a turistas muito por sua cultura”, aponta a pesquisa. A imagem positiva reflete na capacidade de atrair eventos internacionais: celebrou 304 congressos em 2011 contra 133 em 2003, colocando-o na 7ª posição no mundo.
A crítica. A insegurança coloca as cidades brasileiras longe do desejo de estrangeiros de tê-las como suas moradias fixas, perdendo inclusive de cidade mexicanas e indianas. Além disso, conta com poucas marcas e empresas com apelo internacional.
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2- Deputados e cientista alertam para riscos na exploração de gás de xisto  
Deputados e cientista querem evitar o início da exploração de gás de xisto no Brasil por cinco anos, devido aos riscos ao meio ambiente. O tema foi discutido em audiência do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara.
Também chamado de "gás não convencional", esse produto é extraído do xisto, uma rocha metamórfica, que é fraturada por meio do bombeamento hidráulico. O Brasil pretende produzi-lo para suprir a demanda crescente por gás natural, e as reservas do País podem chegar a 500 trilhões de pés cúbicos, maiores do que as do pré-sal.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já marcou o primeiro leilão de blocos de gás de xisto para o fim de outubro, em bacias de rios como o Paraná e o Parnaíba.
Ausência de estudos científicos
Mas o doutor em geociências da Universidade de São Paulo Luiz Fernando Scheibe alerta que o Brasil ainda não tem estudos científicos que garantam a segurança dessa exploração sem afetar o meio ambiente e, principalmente, o lençol freático e os aquíferos do País.
"A questão não é tanto do gás em si, já que é um gás praticamente igual ao gás natural que a gente já usa, mas o tipo de exploração, que usa quantidades imensas de água. E essa água, quando volta à superfície, está muito poluída", avisa o cientista.
Segundo ele, "as técnicas de despoluição dessa água custam caríssimo e ainda não há clareza do que seria feito com todo o imenso volume de água contaminada, poluída". Scheibe sugere o que ele chama de "moratória" de cinco anos até que cientistas aprofundem o conhecimento dessa exploração.
"O Brasil tem gás suficiente para as suas necessidades. Deve-se adotar o princípio da precaução. Entrar nisso seria uma aventura", acrescenta Scheibe. Ele lembra ainda que grande parte da reserva está na Bacia do Paraná, na mesma região do Aquífero Guarani. "A poluição desse aquífero seria desastrosa." Segundo Scheibe, os custos da exploração são relativamente baixos nos EUA. Já na Europa, são mais caros por causa da legislação ambiental.
Grupo de trabalho
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) defende a criação de um grupo de trabalho integrado pela ANP, Petrobras e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência a fim de analisar a questão do ponto de vista estritamente científico, sem pressões econômicas.
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Sarney Filho (PV-MA) concorda com a "moratória" de cinco anos: "O gás de xisto reconhecidamente produz poluição nos aquíferos. Nós temos o Guarani, que é um dos maiores aquíferos do mundo. Temos, recém-descoberto, o maior aquífero do mundo, debaixo de toda a Amazônia. Será que o Brasil precisa disso? O Brasil tem o petróleo do pré-sal, potencial hidrelétrico, potencial solar, potencial eólico. Fazer um leilão sem que a gente tenha noção dos estudos realizados é muito afoito e perigoso."
O presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), encampa a proposta, em nome do "princípio da precaução". Ele também reforça o uso de fontes alternativa de energia.
"Por isso, essa moratória de cinco anos para que a gente possa chegar a uma conclusão. Eu acho que a gente vai ter o apoio de toda a Casa", avalia Inocêncio. Ele não descarta enviar um ofício à presidente Dilma Rousseff para reforçar o apelo de cautela na exploração do gás de xisto.
Impacto positivo
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), integrante da Frente Parlamentar em Defesa do Gás, também concorda que, antes da licitação da ANP, é preciso concluir os estudos geológicos e de impacto ambiental.
No entanto, Mendes Thame lembra que o gás de xisto foi fundamental para ajudar os Estados Unidos a enfrentar a recente recessão e afirma que essa exploração também terá impacto positivo na economia brasileira.
"Nós estamos pagando hoje quase quatro vezes mais caro do que os EUA pagam. Isso diminui a competitividade da indústria e queimam-se vagas, o que significa destruir o emprego do trabalhador brasileiro aqui e criar na China, Índia, EUA e outros países", ressalta o parlamentar.
A direção da ANP deve ser chamada ao Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara para aprofundar a discussão do tema. 
José Carlos Oliveira com edição de Newton Araújo
Fonte: Agência Câmara