sábado, 22 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 101


I– NOTÍCIAS

1- Escassez de talentos no setor de óleo e gás deve se agravar 
A grande maioria das empresas do setor de óleo e gás (77,8%) ouvidas em uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half ,segue otimista em relação às perspectivas de negócios no Brasil. O que preocupa boa parte dessas companhias (44,4%) para que consigam concretizar seus planos, no entanto, é principalmente a falta de mão de obra qualificada no mercado. Em seguida, os entrevistados citaram a carga tributária elevada e as incertezas em relação à economia global (ambos com 14,8%).
A escassez de talentos faz parte da rotina das empresas de óleo e gás não é de hoje, mas a situação deve se agravar em 2013 para quase metade dos pesquisados.
A saída para o problema tem sido buscar profissionais na concorrência - resposta de 37,5% -, investir na formação interna de talentos - 20,8% -, contratar estrangeiros e recrutar em outros setores - 12,5% para as duas últimas opções.
Segundo os entrevistados, a maior dificuldade é encontrar talentos com experiência na área, inglês fluente e capacidade de trabalhar em equipe. 
Adriana Fonseca
Fonte: Valor Online

2- Fortune´: Graça Foster é a executiva mais poderosa fora dos EUA 
A presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, foi apontada pela revista americana Fortune como executiva mais poderosa fora dos Estados Unidos.
Ela foi considerada mais influente do que executivas como Barbara Kux, da Siemens (Alemanha), e Cynthia Carroll, da Anglo American (Reino Unido).
A revista publica dois rankings separadamente, o das mulheres de negócios que trabalham nos EUA e o das que atuam em outros países, cada um com 50 pessoas. Na lista global, aparece mais uma executiva que atua no Brasil, a americana Grace Lieblein, presidente da subsidiária da General Motors no País.
No ranking dos EUA, a primeira é Ginni Rometty, da IBM, seguida pela indiana Indra Nooyi, da Pepsico, e Meg Whitman, da Hewlett-Packard. A apresentadora de televisão Oprah Winfrey aparece na 50ª posição.
A revista destacou Graça Foster na lista das 13 mulheres em ascensão. A publicação lembrou que "Graças lidera a maior produtora de petróleo em águas profundas do mundo, com receitas de US$ 146 bilhões, 84 mil empregados e uma produção de 2,6 milhões de barris de petróleo por dia". E acrescentou que a empresa tem um plano de investir US$ 236,5 bilhões em cinco anos e um projeto para mais do que dobrar a produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris diários, até 2020. 
Fonte: Estadão Online

3- Bahia ganha complexo eólico de R$ 425 mi 
A geração de energia limpa segue em expansão na Bahia. No município de Brotas de Macaúbas, na região da Chapada Diamantina, foi inaugurado um parque eólico com 95 MW de capacidade instalada - energia suficiente para abastecer uma cidade com até 350 mil habitantes. O empreendimento, que pertence a Desenvix Energias Renováveis S.A, exigiu um investimento da ordem de R$ 425 milhões.
O Parque Eólico de Brotas de Macaúbas é formado por três usinas eólicas EOL Macaúbas, EOL Seabra e EOL Novo Horizonte. Juntas, elas possuem 57 turbinas em operação.
"A geografia privilegiada da Bahia, a presença de indústrias construtoras de aerogeradores no Estado e os estímulos ao investimento privado oferecidos pelo governo foram determinantes para o sucesso do empreendimento", comentou o sócio-diretor presidente da Desenvix, José Antunes Sobrinho, durante a solenidade de inauguração ocorrida na quinta e que contou com a presença do governador Jaques Wagner.
Além de ampliar a capacidade energética do Brasil e proporcionar uma energia limpa, o empreendimento beneficiou os moradores da região, com geração de emprego e renda. Durante a construção do complexo foram empregadas 600 pessoas, sendo 450 de mão de obra local.
O Parque Eólico de Brotas de Macaúbas é o segundo empreendimento deste tipo inaugurado este ano na Bahia. O primeiro foi o complexo eólico Alto Sertão I, em julho deste ano, e abrange os municípios de Caetité, Igaporã e Guanambi, na região sudoeste, considerado o maior da América Latina, com capacidade para fornecer energia a uma cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes. 
Fonte: A Tarde 

4- Petrobras contratará 15 plataformas até 2017
A Petrobras irá contratar 15 plataformas de novembro deste ano até 2017, informou a presidente da Petrobras  Maria das Graças Foster. Para avançar nas contratações, a empresa avalia a capacidade de atendimento dos Estaleiros, disse, após participar da cerimônia de encerramento da Rio Oil & Gas, no Riocentro.
A executiva afirmou ainda que não investirá em negócios que não sejam a produção de petróleo e gás natural, respondendo a pergunta sobre o interesse da companhia em investir em aviação. "Definitivamente, não temos o interesse. Não é o nosso negócio", destacou.
Ela também disse que a estatal não vai permitir atrasos dos seus fornecedores. "A Petrobras não quer pagar multa. A Petrobras quer cumprir o seu papel", afirmou em referência à capacidade dos seus fornecedores de atender aos prazos acertados em contrato. "Não podemos permitir atraso", reforçou Graça, que demonstrou preocupação com a disponibilidade de sondas e plataformas para que a empresa alcance as metas de produção na década.
Para garantir que os cronogramas de construções de embarcações sejam cumpridos, a Petrobras verifica as condições de funcionamento dos estaleiros, disse a executiva. Fazem parte dos critérios de avaliação as condições financeiras, os parceiros e sócios e a cadeia fornecedora de bens e serviços dos estaleiro. "Antes de fechar um contrato, o estaleiro deve demonstrar que pode atender às exigências de conteúdo local", argumentou a presidente da Petrobras.
Fonte: AE / Fernanda Nunes, Sabrina Valle, Sérgio Torres

5- Petrobras contratará mais sondas nos próximos meses
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou em palestra na Rio Oil & Gas, que cinco das 33 sondas de perfuração para o pré-sal que serão fabricadas no Brasil serão contratadas "nos próximos meses". 
As outras 28, nas mãos da Sete Brasil, já estão contratadas. A gestora Ocean Rig, que venceu disputa no início do ano para gerir as cinco sondas, tem até a meia noite desta quinta-feira para apresentar propostas para aprovação pela Petrobras.
Ela também enviou recado ao setor de construção naval sobre atrasos na construção de plataformas. "Só é possível atingir a curva de produção de petróleo se os Estaleiros cumprirem com precisão o que foi assinado. Não pode atrasar", afirmou.
Maria das Graças apresentou os projetos de contratação de plataformas e sondas da estatal de 2012 a 2020, enfatizando que o seu trabalho é de continuidade dos projetos iniciados na gestão anterior, de José Sérgio Gabrielli. 
A presidente da Petrobras ressaltou que para alcançar a meta de produção de 4,2 milhões por dia de barris de petróleo e de líquido de gás natural em 2020 será necessário contar com 38 unidades de produção. Estão previstas 50 novas sondas de perfuração. "Temos um desafio com as sondas de perfuração que serão construídas no Brasil, de conteúdo local", destacou.
A executiva lembrou que "a prioridade A, B, C D da Petrobras é a curva de produção". Projetos de refinarias, plantas de fertilizantes, termelétricas etc vêm para complementar a produção, disse. Graça também lembrou que a companhia tem reservas provadas de 15,7 bilhões de barris e 15,8 de crescimento potencial, elevando o volume potencialmente recuperável para 31,5 bilhões de barris. "A curva de produção não sai de nossas mentes", disse. "Estamos apenas começando a nossa caminhada".
Fonte: AE / Sabrina Valle e Sérgio Torres

6- Brasil tem grande potencial para gás não convencional
Os reservatórios não convencionais foi outro tema abordado nos debates na Rio Oil & Gas 2012. Durante o painel, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) informou que calcula um potencial da ordem de 208 TCF recuperáveis de gás natural não convencional nas bacias do Parnaíba, Parecis e Recôncavo. 
Segundo Olavo Colela Junior, conselheiro da ANP, até agora há pouco investimento nesta técnica de exploração no Brasil, mas as empresas já se debruçam sobre o tema e a agência estuda uma regulação para o setor.
Bob Fryklund, vice presidente de pesquisa de energia da IHS Cera, informou ainda que falta regras de investimento que englobem mais os reservatórios não convencionais no Brasil. A falta de uma infra-estrutura eficaz no país também foi levantada pelo executivo como uma entrave.
De acordo com Fryklund as lições aprendidas na América do Norte, como o uso de fraturamento hidráulico nesses reservatórios deve ser aplicado no Brasil. Dentre outras vantagens, ele enfatizou a rápida taxa de retorno que esta tecnologia proporciona. 
O executivo comentou ainda sobre o potencial do petróleo "tight" (extraído de formações rochosas densas), que deve aumentar dramaticamente ao longo da década. Segundo ele, até o fim desta década, o hemisfério ocidental pode estar importando muito pouco petróleo do hemisfério oriental.
Além disso, um levantamento recente da KPMG indica que o Brasil pode se tornar o segundo maior produtor desse tipo de energia, considerada estratégica para a matriz mundial no futuro. De acordo com o estudo, o país é hoje o décimo entre os detentores de reservas de shale gas no mundo, com reservas estimadas de 226 bilhões de m³.
A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, já se reuniu com autoridades regulatórias nos Estados Unidos para detalhar as leis locais. “Queremos ver como funciona a regulação deles”, disse a executiva. A Petrobras criou uma equipe liderada pelo geólogo Mário Carminatti, da Diretoria de Exploração e Produção, para estudar o assunto, discretamente, como forma de evitar uma elevação de preços. 
Fonte: Redação TN
Autor: Maria Fernanda Romero

7- GE Oil & Gas fecha contrato de R$2,28 bilhões com a Petrobras
A GE Oil & Gas anunciou  a assinatura do maior contrato do mundo para produção de cabeças de poço, no valor de R$2,28 bilhões. O projeto prevê a entrega a partir de 2013 de 380 cabeças de poço e ferramentas de instalação para a exploração de poços. Os equipamentos terão 75% de peças fabricadas no Brasil, na unidade de Jandira (SP).
A Petrobras pretende instalar os sistemas de cabeça de poço em vários campos de petróleo e gás no Brasil, incluindo o pré-sal. João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina ressaltou os investimentos em novas tecnologias, principalmente para ampliar o desempenho nos campos maduros.
“Nossos investimentos nos últimos anos reforçam os nossos esforços para prepararmos a empresa para apoiar o crescimento do mercado, e estar pronta para contratos dessa importância”, frisou.
A companhia já está finalizando a entrega de uma outra encomenda feita pela Petrobras de cabeças de poços em 2009, no valor de US$250 milhões. Segundo Ferreira, quando todos os equipamentos forem entregues a empresa irá começar a fabricação desse último contrato. 
Fonte: Redação
Autor: Rodrigo Miguez


II– COMENTÁRIOS

1- É preciso avançar no biodiesel 
O desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil teve origem na necessidade de suprir a crescente demanda brasileira por combustíveis, especialmente a partir dos aumentos nos preços do petróleo da década de 70 e, posteriormente, das crescentes exigências ambientais.
As soluções encontradas foram o desenvolvimento do etanol e do biodiesel. Em 2004, o governo brasileiro criou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, para aproveitar as vantagens ambientais, macroeconômicas e sociais do biocombustível.
O objetivo do programa era incentivar a produção de biodiesel a partir do cultivo de pequenos produtores, especialmente nas regiões Nordeste e Norte, utilizando principalmente os óleos de mamona e dendê.
Em 2011, segundo o Mistério de Minas e Energia (MME), foram produzidos 2,7 bilhões litros de biodiesel, 12% a mais do que em 2010, levando o Brasil a ocupar a segunda colocação no ranking dos produtores de biodiesel.
O setor conta com 65 unidades produtoras de biodiesel, com capacidade para produzir 6 bilhões de litros anuais. O faturamento do setor, em 2011, foi de R$ 6 bilhões (US$ 3,1 bilhões) e a produção do biocombustível gera 1,3 milhão de empregos, envolvendo mais de 100 mil famílias de pequenos agricultores no fornecimento de matéria-prima.
Das cinco matérias-primas de origem vegetal, utilizadas como base para a produção do biodiesel (mamona, algodão, girassol, dendê e soja), apenas a soja tem sustentado, na prática, o projeto, sendo a origem de 80% da produção do biocombustível.
Na verdade, a produção de biodiesel contribuiu para o aumento do valor adicionado da cadeia da soja, uma vez que cria demanda para o óleo de soja, incentivando o plantio.
Diante deste cenário, seria interessante que o setor busque uma maior diversificação de matérias-primas.
Neste sentido, é interessante chamar à atenção para a iniciativa da Vale, que desenvolve o projeto Biopalma, no Pará, cuja expectativa é alcançar uma produção de 500 mil toneladas por ano até 2019, quando a lavoura de 35 mil hectares atingir maturidade. Outra matéria-prima que merece atenção é o sebo, que atualmente corresponde a 15% da produção nacional de biodiesel.
A soja é hoje o esteio do programa de incentivo ao biodiesel e será a principal matéria-prima ainda por muito tempo. No entanto, a diversificação de matérias-primas deve ser uma meta a ser alcançada.
De fato, o Brasil possui um território vasto e uma diversidade de climas e culturas, que possibilitam o desenvolvimento eficiente de várias matérias-primas para a produção do bidiesel.
Portanto, é preciso o desenvolvimento de um conjunto de políticas, como uma agenda de aumento da participação do biodiesel na mistura, de forma a dar previsibilidade e incentivos que estimulem a diversificação de matérias-primas.
Como qualquer biocombustível, o biodiesel precisa de políticas públicas de longo prazo, capaz de ajudar o país a atender as questões ambientais, a gerar empregos e colocar o país na vanguarda de produtor de biocombustíveis.
Adriano Pires
Fonte: Brasil Econômico
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

2- Longa vida aos combustíveis fósseis 
Há exatos três meses, representantes dos governos de mais de 170 países se encontraram nos pavilhões do Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, para debater soluções conjuntas para os desafios da sustentabilidade. A dificuldade de alimentar uma população que vai chegar a 9 bilhões em duas décadas, a saúde dos oceanos, a preservação das florestas e o uso de energia renovável figuravam entre os problemas mais discutidos nos corredores da diplomacia, que negociava uma guinada nos padrões da economia mundial. Exatamente no mesmo local onde a Rio+20 propôs, entre diversas outras medidas, a diminuição do uso de combustíveis fósseis para controlar a emissão de gás carbônico na atmosfera, empresas, agentes e pesquisadores ligados ao setor de petróleo e do gás debateram, por quatro dias, uma perspectiva bem diferente para o mesmo tema. Ao contrário de limitar a indústria, a comunidade reunida para a Rio Oil & Gas, que recebeu mais 55 mil visitantes, faz planos para fomentá-la. As projeções mostram que, pelo menos em um futuro de médio prazo, eles estão certos. De forma geral, demanda e oferta pelas commodities que movem carros, navios, aviões e usinas vai aumentar nos próximos anos, apesar de ser consenso que é preciso substituir as fontes de energia. 
Um dos grandes propulsores tanto do consumo quanto da oferta é exatamente o Brasil, país que desembolsou mais de 400 milhões de reais para sediar a Rio+20. As reservas do pré-sal representam um dos grandes indicativos de que as previsões de escassez estavam não se confirmam. Resultados mais consolidados de exploração dessas reservas devem começar a aparecer assim que as rodadas de distribuição de novos blocos exploratórios tiverem início - 4 na terça-feira, o ministro das minas e energia, Edison Lobão, afirmou que o governo iniciou estudos para realizar a primeira rodada de leilões para a área do pré-sal em novembro de 2013. Assim como as descobertas do pré-sal no Brasil, as perspectivas de exploração do petróleo de areia betuminosa no Canadá e o avanço tecnológico para a exploração de hidrocarbonetos fractíveis nos Estados Unidos adiam novamente, para um futuro bem distante, os temores de que o mundo estaria diante de uma crise energética assim que os poços do conturbado Oriente Médio começarem a mostrar sinais de enfraquecimento. Ao contrário de secarem, as reservas conhecidas de petróleo e gás aumentaram. 
Ainda há grande preocupação ambiental em relação às novas técnicas de exploração, como a extração de gás de xisto, nos Estados Unidos. Como tornar o processo seguro para os mananciais de água próximos às minas de exploração pode ser um empecilho para a indústria, assim como o uso de água em grande quantidade para a fracção das rochas. No entanto, a partir do momento em que a tecnologia passa a evoluir para superar os desafios ambientais e econômicos, o mercado oferece boas alternativas. O fenômeno já ocorre nos Estados Unidos. As projeções da agência americana de informação energética (Energy Information Administration, EIA) indicam que a produção de gás de xisto vai saltar de 0,59 trilhões de metros cúbicos ao ano em 2010 para 0,76 trilhões de metros cúbicos em 2035 - 4 um aumento de 29% que, segundo a agência, vai ajudar os Estados Unidos a se aproximarem da autossuficiência energética. Quando - e se - os mesmos desafios tecnológicos para a exploração de fontes não convencionais também serão aproveitados em países como China, Rússia e Brasil, que também dispõem de grandes reservas de xisto, é uma questão ainda está para ser resolvida. Enquanto isso, os países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como México, Brasil e Canadá estão apresentando resultados consideráveis na exploração das fontes convencionais, mostrando perspectivas diferentes para um cenário que desde as crises do petróleo nos anos 70 se mostrou demasiadamente dependente do pequeno grupo de produtores.
Assim como faz projeções para dobrar a produção - a Petrobras estima passar dos atuais 2 bilhões de barris de petróleo por ano para 4,2 bilhões de barris ao ano em 2020, o Brasil não tem planos para diminuir o consumo. A frota de veículos, por exemplo, mais do que dobrou na última década e continua a aumentar favorecida por planos de incentivo econômico e pelo acesso das novas classes consumidoras ao automóvel. A tendência é seguida pelos países em desenvolvimento, enquanto a Europa, os Estados Unidos e o Japão devem estabilizar esse volume. As projeções da EIA indicam que os países da OCDE (desenvolvidos) vão consumir 48 milhões de barris por dia em 2035, com consumo relativamente estável, já que em 2010 o consumo destes países foi de 46 milhões de barris por dia. Já os países em desenvolvimento consumirão 62 milhões de barris por dia em 2035, contra os apenas 41 bilhões de barris ao dia consumidos em 2010.
Uma das causas da estabilização no consumo em países desenvolvidos é justamente o ponto que pode mais aproximar os ideais da Rio+20 das intenções da Rio Oil&Gas. Hoje, nos Estados Unidos, os carros gastam menos gasolina do que costumavam consumir e emitem menos gases nocivos. O avanço tecnológico permite ao país maior eficiência energética. Este é um dos fatores que faz reduzir o consumo nestes países. Quanto mais isso se tornar uma realidade no resto do mundo, menos energia será necessária e mais abundante será a oferta. 
Ao encerrar os trabalhos na tarde da última quinta-feira, a Rio Oil&Gas mostrou que o setor está ativo para receber os 20 trilhões de dólares que a indústria mundial estima arrecadar em investimentos nas próximas duas décadas, segundo estimativas da World Petroleum Council. Questões como eficiência energética e tolerância zero para acidentes e vazamentos, metas apresentadas em muitos dos 27 painéis que compuseram o evento, não chegam a ser suficientes para um memorando de boas intenções para o futuro, como o proposto pela Rio+20. No entanto, perspectivas aparentemente opostas - o investimento em exploração e os esforços para economizar combustível - podem caminhar tanto no sentido de agredir menos o meio ambiente como o de criar condições para o desenvolvimento econômico a um custo aceitável. 
Luís Bulcão
Fonte: Revista Veja

sábado, 15 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 100

I – NOTÍCIAS

1- Viagem de 13mil km testa biocombustível a partir do dendê
Um biocombustível que tem como base o óleo de dendê, foi testado por pesquisadores da Universidade Estadual da Bahia em uma viagem de 13 mil quilômetros, do Brasil até o Peru. Vários fatores foram analisados na pesquisa, entre eles, as mudanças climáticas saindo de uma temperatura ambiente de 30ºC para uma de -8ºC e até diferentes altitudes, como do nível do mar a até quase 5 mil metros de altitude.
O bom resultado do combustível, acende à possibilidade de expansão do mesmo a partir do dendê no país.
Hugo Rocha
Fonte: Agência UDOP de Notícias

2- Petrobras inicia produção do FPSO Cidade de Anchieta, no pré-sal da Bacia de Campos
A Petrobras iniciou a produção de petróleo do poço 7-BAZ-02-ESS, por meio do navio-plataforma Cidade de Anchieta. A plataforma está localizada no campo de Baleia Azul, no complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. Essa plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante que produz, armazena e exporta óleo e gás), destina-se exclusivamente à produção da camada pré-sal dos campos de Baleia Azul, Jubarte e Pirambu, localizados no Parque das Baleias, nos quais a Petrobras detém 100% de participação.
O FPSO Cidade de Anchieta produzirá petróleo de alto valor comercial (28 graus API). Afretado à empresa SBM Services Inc., essa plataforma tem capacidade para processar, diariamente, 100 mil barris de petróleo e 3,5 milhões m3 de gás. Instalado em águas de 1.221 metros de profundidade e a 80 km da costa, o FPSO escoará o gás produzido pelo Gasoduto Sul-Norte Capixaba até a Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, no litoral capixaba.
A produção inicial do poço 7-BAZ-02-ESS está estimada em 20 mil barris por dia (bpd). Outros nove poços (seis produtores e três injetores de água) serão interligados à plataforma. A previsão é que o pico de produção, de 100 mil barris por dia, seja atingido em fevereiro de 2013.
O FPSO Cidade de Anchieta foi convertido no estaleiro Keppel, em Cingapura, e integra o projeto de desenvolvimento do pré-sal do Parque das Baleias.
12/09/12
Fonte: Agência Petrobras

3- Petrobras inicia produção no campo de Chinook, no Golfo do México
A Petrobras iniciou a produção no Campo de Chinook, que fica na costa dos Estados Unidos, no Golfo do México, informou a companhia na noite desta quinta-feira. Em junho, no período de preparação para a produção, 5,4 mil litros de fluídos hidráulicos vazaram de uma plataforma da Petrobras em Chinook.
Segundo a petrolífera, a produção foi iniciada no poço Chinook 4, perfurado a uma profundidade de cerca de 8 mil metros. O poço é interligado navio-plataforma BW Pioneer, localizado a 250 quilômetros da costa do estado americano de Louisiana,
Ancorado a 2.500 metros de profundidade, o BW Pioneer também está conectado ao campo de Cascade, cuja produção foi iniciada em fevereiro de 2012.
De acordo com comunicado da companhia, esse é o primeiro navio-plataforma a produzir petróleo e gás no setor americano do Golfo do México. Sua capacidade processamento é de 80 mil barris de petróleo e 500 mil metros cúbicos de gás por dia.
A Petrobras também informou ser a primeira companhia a desenvolver um campo de petróleo no Golfo do México utilizando navio-plataforma desse tipo.
A Petrobras detém 66.67% do campo de Chinook. O restante pertence à empresa Total Exploration.
Fonte: O Globo

4- HRT conclui teste de formação em poço da Bacia do Solimões
A HRT Participações em Petróleo informou que concluiu o teste de formação do poço 1-HRT-9-AM, no bloco SOL-T-191, na Bacia do Solimões.
O teste, realizado em reservatório da Formação Juruá, com espessura líquida de 36,4 metros, foi concluído com sucesso no dia 7 de setembro.
Conforme explicação companhia, foi aberto para teste um intervalo de 2.769 a 2.794 metros, demonstrando "excelentes características de fluxo em poço vertical", atingindo uma produção estabilizada de 510 mil metros cúbicos de gás natural por dia, em abertura de 32/64 polegadas.
Além disso, houve a tentativa de abertura de 40/64 polegadas, que resultou em uma produção acima de 700 mil metros cúbicos de gás natural por dia, no entanto este nível de produção ultrapassou a capacidade operacional da planta de teste e a abertura foi modificada para 32/64 polegadas.
O prospecto testado é parte de uma estrutura geológica de aproximadamente 56 km² de área, situada a sudoeste do Campo de Juruá, com capacidade para armazenar entre 10 e 32 bilhões de metros cúbicos de gás recuperáveis.
"A HRT estima que esta estrutura tenha potencial de vazão para produzir até 3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, quando atingir sua fase de desenvolvimento", comentou Milton Franke, diretor-presidente da HRT O&G, em comunicado.
Para Marcio Rocha Mello, presidente do Conselho de Administração da HRT, este resultado demonstra que a Bacia do Solimões possui "um dos maiores potenciais gaseíferos entre todas as bacias brasileiras, permitindo acelerar o plano de monetização do gás na região".
O poço 1-HRT-9-AM, em conjunto com descobertas anteriores realizadas nesta sub-região da Bacia, deverá fazer parte do plano de avaliação a ser submetido à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em "momento oportuno".
A HRT é operadora de 21 blocos na Bacia do Solimões, em parceria com a TNK-Brasil, uma subsidiária da TNK-BP, esta uma joint venture russa formada entre a BP e o consórcio AAR.
Fonte: Brasil Econômico

5- Dilma visita obras de plataformas em Rio Grande
Fonte: Jornal do Commercio
A presidente da República, Dilma Rousseff, estará em Rio Grande nesta segunda-feira (17) para acompanhar as atividades desenvolvidas no polo naval gaúcho. Dilma deverá visitar as obras da plataforma de petróleo P-55, no dique seco, e da P-58 e P-63, no canteiro da empresa Quip.
No caso da P-58, o casco da plataforma já se encontra no local e a expectativa é de que o casco da P-63 chegue até o final do ano ao município. Por enquanto, a companhia está trabalhando nos módulos dessa última estrutura.
A assessoria de imprensa da presidência da República ainda não divulgou os detalhes da viagem de Dilma ao Rio Grande do Sul. No entanto, é possível que ela venha para o estado antes da segunda-feira para compromissos pessoais.

6- SKF apresenta tecnologias que reduzirão paradas com manutenção
A SKF do Brasil traz para o Brasil quatro novas tecnologias que ajudam a reduzir as paradas não programadas com manutenção e a melhorar a produtividade industrial. A companhia apresenta as soluções durante a Expoman 2012 - 27ª Exposição de Produtos e Equipamentos para Manutenção, de 10 a 13 de setembro, na capital fluminense. A empresa sueca demonstrará em seu estande o analisador de motores elétricos Baker Explorer 4000, o Microlog Inspector (equipamento para coleta de dados e inspeção de equipamentos), o alinhador de eixos a laser e um atuador eletromecânico modular.
De acordo com Paulo Manoel, gerente de vendas de monitoramento da condição da SKF do Brasil, ainda há desconhecimento de algumas empresas em como melhorar seu desempenho produtivo adotando apenas boas práticas de manutenção. “Não há mais espaço para empresas que olham para a manutenção como um item adicional da operação. As empresas que enxergaram a manutenção como um item estratégico de negócios, conseguiram ganhos expressivos nos últimos anos. A tecnologia ajuda e muito nesse sentido”.
Além desses lançamentos, a SKF terá em seu estande informações e modelos de algumas de suas soluções para o mercado de manutenção. Entre elas, o cilindro elétrico que substitui o cilindro pneumático, produtos para transmissão de potência, rolamentos industriais, lubrificador automático, endoscópio, vedações, lâmpada estroboscópica, sistema de monitoramento online, coletores e analisadores de dados de vibração, serviços de gerenciamento de ativo e repotencialização de rolamentos.
A SKF apresenta palestra e trabalhos técnicos, até 13 de setembro, para tratar de temas relacionados à manutenção industrial. Nesta quarta-feira (12), das 14h às 16h, José Guilherme Pelição Pancieri, da Vale, e Silas Santana, da SKF, apresentam o trabalho técnico “Estudo do comportamento dinâmico do moinho 210M001 unidade de pelotização de Vargem Grande com ODS e simulação”.
Em 13 de setembro, das 8h às 10h, Ulysses Monteiro Machado, da Transpetro, e Silas Santana, da SKF, mostram o trabalho “Análise dinâmica avançada dos sistemas de bombeio principal do terminal de Angra dos Reis”.
A SKF do Brasil traz para o país quatro novas tecnologias que ajudam a reduzir as paradas não programadas com manutenção e a melhorar a produtividade industrial. A companhia apresenta as soluções durante a Expoman 2012 - 27ª Exposição de Produtos e Equipamentos para Manutenção, de 10 a 13 de setembro, na capital fluminense. A empresa sueca demonstrará em seu estande o analisador de motores elétricos Baker Explorer 4000, o Microlog Inspector (equipamento para coleta de dados e inspeção de equipamentos), o alinhador de eixos a laser e um atuador eletromecânico modular.
De acordo com Paulo Manoel, gerente de vendas de monitoramento da condição da SKF do Brasil, ainda há desconhecimento de algumas empresas em como melhorar seu desempenho produtivo adotando apenas boas práticas de manutenção. “Não há mais espaço para empresas que olham para a manutenção como um item adicional da operação. As empresas que enxergaram a manutenção como um item estratégico de negócios, conseguiram ganhos expressivos nos últimos anos. A tecnologia ajuda e muito nesse sentido”.
Além desses lançamentos, a SKF terá em seu estande informações e modelos de algumas de suas soluções para o mercado de manutenção. Entre elas, o cilindro elétrico que substitui o cilindro pneumático, produtos para transmissão de potência, rolamentos industriais, lubrificador automático, endoscópio, vedações, lâmpada estroboscópica, sistema de monitoramento online, coletores e analisadores de dados de vibração, serviços de gerenciamento de ativo e repotencialização de rolamentos.
A SKF apresenta palestra e trabalhos técnicos, até 13 de setembro, para tratar de temas relacionados à manutenção industrial. Nesta quarta-feira (12), das 14h às 16h, José Guilherme Pelição Pancieri, da Vale, e Silas Santana, da SKF, apresentam o trabalho técnico “Estudo do comportamento dinâmico do moinho 210M001 unidade de pelotização de Vargem Grande com ODS e simulação”.
Em 13 de setembro, das 8h às 10h, Ulysses Monteiro Machado, da Transpetro, e Silas Santana, da SKF, mostram o trabalho “Análise dinâmica avançada dos sistemas de bombeio principal do terminal de Angra dos Reis”.
Fonte: Redação TN Petróleo


II – COMENTÁRIOS

1- É preciso avançar no biodiesel
O desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil teve origem na necessidade de suprir a crescente demanda brasileira por combustíveis, especialmente a partir dos aumentos nos preços do petróleo da década de 70 e, posteriormente, das crescentes exigências ambientais.
As soluções encontradas foram o desenvolvimento do etanol e do biodiesel. Em 2004, o governo brasileiro criou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, para aproveitar as vantagens ambientais, macroeconômicas e sociais do biocombustível.
O objetivo do programa era incentivar a produção de biodiesel a partir do cultivo de pequenos produtores, especialmente nas regiões Nordeste e Norte, utilizando principalmente os óleos de mamona e dendê.
Em 2011, segundo o Mistério de Minas e Energia (MME), foram produzidos 2,7 bilhões litros de biodiesel, 12% a mais do que em 2010, levando o Brasil a ocupar a segunda colocação no ranking dos produtores de biodiesel.
O setor conta com 65 unidades produtoras de biodiesel, com capacidade para produzir 6 bilhões de litros anuais. O faturamento do setor, em 2011, foi de R$ 6 bilhões (US$ 3,1 bilhões) e a produção do biocombustível gera 1,3 milhão de empregos, envolvendo mais de 100 mil famílias de pequenos agricultores no fornecimento de matéria-prima.
Das cinco matérias-primas de origem vegetal, utilizadas como base para a produção do biodiesel (mamona, algodão, girassol, dendê e soja), apenas a soja tem sustentado, na prática, o projeto, sendo a origem de 80% da produção do biocombustível.
Na verdade, a produção de biodiesel contribuiu para o aumento do valor adicionado da cadeia da soja, uma vez que cria demanda para o óleo de soja, incentivando o plantio.
Diante deste cenário, seria interessante que o setor busque uma maior diversificação de matérias-primas.
Neste sentido, é interessante chamar à atenção para a iniciativa da Vale, que desenvolve o projeto Biopalma, no Pará, cuja expectativa é alcançar uma produção de 500 mil toneladas por ano até 2019, quando a lavoura de 35 mil hectares atingir maturidade. Outra matéria-prima que merece atenção é o sebo, que atualmente corresponde a 15% da produção nacional de biodiesel.
A soja é hoje o esteio do programa de incentivo ao biodiesel e será a principal matéria-prima ainda por muito tempo. No entanto, a diversificação de matérias-primas deve ser uma meta a ser alcançada.
De fato, o Brasil possui um território vasto e uma diversidade de climas e culturas, que possibilitam o desenvolvimento eficiente de várias matérias-primas para a produção do bidiesel.
Portanto, é preciso o desenvolvimento de um conjunto de políticas, como uma agenda de aumento da participação do biodiesel na mistura, de forma a dar previsibilidade e incentivos que estimulem a diversificação de matérias-primas.
Como qualquer biocombustível, o biodiesel precisa de políticas públicas de longo prazo, capaz de ajudar o país a atender as questões ambientais, a gerar empregos e colocar o país na vanguarda de produtor de biocombustíveis.
*Texto originalmente publicado no jornal Brasil Econômico, de 13/09/12
Adriano Pires
Fonte: Brasil Econômico
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

2- Petrobras quer aumentar produção de etanol para atender demanda por combustível
A presidente da Petrobras, Graça Foster, está defendendo o incremento da produção de etanol como resposta ao aumento da demanda por combustível no Brasil. Ela apresentou o plano de investimentos da empresa até 2016 em audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Infraestrutura (CI) do Senado, presidida pelo senador Delcídio do Amaral (PT).
De acordo com Graça, o incremento na produção de álcool é a solução mais simples para enfrentar uma eventual redução na oferta de gasolina.
O presidente da CAE afirmou que o aumento da produção de etanol trará efeitos positivos ao meio ambiente, além de suprir a demanda por um volume cada vez maior de combustível.
"A presidente Graça Foster está estruturando a empresa no sentido de criar os mecanismos necessários para implementar um programa ambicioso, de mais de U$S 220 bilhões nos próximos cinco anos. Ela ressaltou que o preço da gasolina não vai variar ao sabor das variações do preço do petróleo, lá fora, até porque o governo da Dilma tem compromisso com o controle da inflação", destacou o senador.
Graça disse que a Petrobras tem planos para o etanol, destacando a criação da Petrobras Biocombustíveis, em 2008. "Se tivéssemos participação maior do etanol hoje, as dificuldades seriam menores". Segundo ela, em algum momento os preços do etanol e da gasolina irão se aproximar, chegando a um intervalo que ela chamou de "convergência adequada".
A presidente da Petrobras ressaltou que o Brasil tem descoberto óleo em volume significativo. "Sabemos construir para gerenciar e sabemos operar. Com esse óleo descoberto, quando começamos a aparecer, vamos recuperar o valor de nossas ações. Posso dizer aos acionistas comprarem mais ações da Petrobras", afirmou.
Gabriel Neris
Fonte: Campo Grande News

3- Ventos podem garantir energia limpa até 2030
Um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, afirma que as fontes de vento disponíveis no planeta são muito maiores do que as necessárias para suprir a demanda por energia de um modo limpo e econômico no mundo até 2030.
A maior parte do potencial eólico necessário está sobre os oceanos, afirmam os cientistas. Para determinar o potencial máximo de vento do planeta, eles criaram um modelo atmosférico em 3D, levando em conta o uso de turbinas de vento para extração da energia do ar circulante.
Os pesquisadores dizem que há um limite para a quantidade de energia que pode ser extraída da atmosfera. Eles calcularam qual seria o potencial eólico a 100 metros acima do nível do solo, altura média do eixo das turbinas de vento.
Pelo estudo, publicado no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America", os ventos do planeta podem produzir mais de 250 terawatts se forem instaladas turbinas em toda a superfície do globo a 100 metros do solo.
O número equivale a mais de 16 vezes a energia consumida pela população do planeta em 2008. Já a 10 quilômetros acima do nível do chão, altura em que os ventos adquirem velocidade muito maior, a produção energética pode chegar a 380 terawatts. Em 2008, o consumo de energia em todo o planeta foi de aproximadamente 15 terawatts, segundo reportagem da revista "The Economist".
Se for considerada apenas a superfície do planeta que é coberta por rochas e solo (sem levar em conta mares, rios e oceanos), e se forem instaladas turbinas também no litoral, a produção chegaria a 80 terawatts, segundo os pesquisadores.
Ponto de saturação
Autores do estudo, os cientistas Mark Jacobson e Cristina Archer chegaram à conclusão que há um ponto de saturação para o número de turbinas usadas para extrair energia eólica. Segundo eles, no ponto de saturação nenhuma turbina consegue extrair mais de 59,3% da energia cinética do vento para transformá-la em elétrica.
Os cientistas calcularam que 4 milhões de turbinas operando a 100 metros do solo e produzindo 5 megawatts cada uma poderiam suprir uma demanda de 7,5 terawatts - mais da metade do que é consumido hoje em termos de energia elétrica no mundo.
Criar "fazendas de vento" em locais geograficamente escolhidos, com um número fixo de turbinas, pode aumentar a produtividade da energia eólica, diz a pesquisa. Os cientistas sugerem também aproveitar a colocação de turbinas nos oceanos e regiões marítimas para otimizar os ganhos com este tipo de energia.
Um estudo da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, afirma que as fontes de vento disponíveis no planeta são muito maiores do que as necessárias para suprir a demanda por energia de um modo limpo e econômico no mundo até 2030.
A maior parte do potencial eólico necessário está sobre os oceanos, afirmam os cientistas. Para determinar o potencial máximo de vento do planeta, eles criaram um modelo atmosférico em 3D, levando em conta o uso de turbinas de vento para extração da energia do ar circulante.
Os pesquisadores dizem que há um limite para a quantidade de energia que pode ser extraída da atmosfera. Eles calcularam qual seria o potencial eólico a 100 metros acima do nível do solo, altura média do eixo das turbinas de vento.
Pelo estudo, publicado no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America", os ventos do planeta podem produzir mais de 250 terawatts se forem instaladas turbinas em toda a superfície do globo a 100 metros do solo.
O número equivale a mais de 16 vezes a energia consumida pela população do planeta em 2008. Já a 10 quilômetros acima do nível do chão, altura em que os ventos adquirem velocidade muito maior, a produção energética pode chegar a 380 terawatts. Em 2008, o consumo de energia em todo o planeta foi de aproximadamente 15 terawatts, segundo reportagem da revista "The Economist".
Se for considerada apenas a superfície do planeta que é coberta por rochas e solo (sem levar em conta mares, rios e oceanos), e se forem instaladas turbinas também no litoral, a produção chegaria a 80 terawatts, segundo os pesquisadores.
Ponto de saturação
Autores do estudo, os cientistas Mark Jacobson e Cristina Archer chegaram à conclusão que há um ponto de saturação para o número de turbinas usadas para extrair energia eólica. Segundo eles, no ponto de saturação nenhuma turbina consegue extrair mais de 59,3% da energia cinética do vento para transformá-la em elétrica.
Os cientistas calcularam que 4 milhões de turbinas operando a 100 metros do solo e produzindo 5 megawatts cada uma poderiam suprir uma demanda de 7,5 terawatts - mais da metade do que é consumido hoje em termos de energia elétrica no mundo.
Criar "fazendas de vento" em locais geograficamente escolhidos, com um número fixo de turbinas, pode aumentar a produtividade da energia eólica, diz a pesquisa. Os cientistas sugerem também aproveitar a colocação de turbinas nos oceanos e regiões marítimas para otimizar os ganhos com este tipo de energia.
Fonte: G1

domingo, 9 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 99

I – NOTÍCIAS

1- PCHs com equipamentos Voith Hydro entram em operação
A Voith Hydro - uma das empresas líderes mundiais em equipamentos para geração de energia hidrelétrica - comemora o início da operação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) de Indaiá Grande (MS), Indaizinho (MS) e Queixada (GO). Todas as plantas contam com equipamentos da companhia.
Localizada no rio Indaiá Grande, em Cassilândia (MS), a PCH Indaiá Grande entrou em operação no dia 1° de setembro, com a instalação da terceira e última unidade geradora do tipo “Kaplan S“, cuja potência instalada é de 20MW. O projeto foi construído em regime turnkey, e contou com o forneceimento eletromecânico da Voith Hydro, desde a engenharia até a montagem e comissionamento.
Recentemente, também entrou em operação a segunda unidade geradora da PCH Indaiazinho (MS). A Voith Hydro foi resposável por todo o projeto eletromêcanico, que conta com duas máquinas “Kaplan S“, somamando 12,5 MW de capacidade instalada da usina.
Instalada no rio Corrente, entre os municípios de Tarumã e Aporé (GO), a PCH Queixada, entrou em operação no mês de agosto. O empreendimento foi todo construído com equipamentos da Voith Hydro, também responsável pela interface, montagem e comissionamento. Esta é a primeira PCH construída com quatro turbinas Francis horizontais, cada uma com capacidade máxima de 7.770 MW. O projeto conhecido como Small Hydro, que causa menos impacto ambiental, vai gerar energia para o sistema de Goiás.
A Voith Hydro - uma das empresas líderes mundiais em equipamentos para geração de energia hidrelétrica - comemora o início da operação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) de Indaiá Grande (MS), Indaizinho (MS) e Queixada (GO). Todas as plantas contam com equipamentos da companhia.
Localizada no rio Indaiá Grande, em Cassilândia (MS), a PCH Indaiá Grande entrou em operação no dia 1° de setembro, com a instalação da terceira e última unidade geradora do tipo “Kaplan S“, cuja potência instalada é de 20MW. O projeto foi construído em regime turnkey, e contou com o forneceimento eletromecânico da Voith Hydro, desde a engenharia até a montagem e comissionamento.
Recentemente, também entrou em operação a segunda unidade geradora da PCH Indaiazinho (MS). A Voith Hydro foi resposável por todo o projeto eletromêcanico, que conta com duas máquinas “Kaplan S“, somamando 12,5 MW de capacidade instalada da usina.
Instalada no rio Corrente, entre os municípios de Tarumã e Aporé (GO), a PCH Queixada, entrou em operação no mês de agosto. O empreendimento foi todo construído com equipamentos da Voith Hydro, também responsável pela interface, montagem e comissionamento. Esta é a primeira PCH construída com quatro turbinas Francis horizontais, cada uma com capacidade máxima de 7.770 MW. O projeto conhecido como Small Hydro, que causa menos impacto ambiental, vai gerar energia para o sistema de Goiás.
Fonte: Redação TN Petróleo

2- OTZ Engenharia é a empresa de projetos que mais cresceu em 2011
A carioca OTZ Engenharia, responsável por projetos de consultoria em áreas como papel e celulose, offshore, óleo e gás e siderurgia e mineração, foi a empresa da categoria Projetos e Consultoria que mais cresceu em 2011 no Brasil, segundo ranking elaborado por revista do setor. A companhia teve aumento de 224% nas receitas.
Os dados foram divulgados em evento realizado no final de agosto, em São Paulo, do qual participaram representantes das maiores empresas de engenharia do país. O primeiro lugar foi pelo desempenho no faturamento, saltando de R$ 12,5 milhões em 2010 para R$ 40,5 milhões em 2011.
“O bom desempenho foi fruto de uma forte estruturação, que viabilizou incremento nas receitas com uma forte melhoria em nossos produtos e serviços”, comemora Marcelo Pereira, diretor geral da OTZ Engenharia.
Além de liderar a lista das que mais cresceram no setor, a OTZ também melhorou sua posição no ranking geral das maiores empresas do país em Projeto & Consultoria: pulou da 80º para a 57ª colocação, sendo assim a empresa que mais cresceu no ranking, subindo 23 posições.
Dentre os principais clientes da empresa estão Petrobras, Transpetro, Andritz, Aracruz/Fibria, Alusa, Fidens, Multitek, Queiroz Galvão, IESA, Galvão, Aker Solutions, DM, TKK, Paranasa, Mendes Junior, Ocean Rig e BP.
A carioca OTZ Engenharia, responsável por projetos de consultoria em áreas como papel e celulose, offshore, óleo e gás e siderurgia e mineração, foi a empresa da categoria Projetos e Consultoria que mais cresceu em 2011 no Brasil, segundo ranking elaborado por revista do setor. A companhia teve aumento de 224% nas receitas.
Os dados foram divulgados em evento realizado no final de agosto, em São Paulo, do qual participaram representantes das maiores empresas de engenharia do país. O primeiro lugar foi pelo desempenho no faturamento, saltando de R$ 12,5 milhões em 2010 para R$ 40,5 milhões em 2011.
“O bom desempenho foi fruto de uma forte estruturação, que viabilizou incremento nas receitas com uma forte melhoria em nossos produtos e serviços”, comemora Marcelo Pereira, diretor geral da OTZ Engenharia.
Além de liderar a lista das que mais cresceram no setor, a OTZ também melhorou sua posição no ranking geral das maiores empresas do país em Projeto & Consultoria: pulou da 80º para a 57ª colocação, sendo assim a empresa que mais cresceu no ranking, subindo 23 posições.
Dentre os principais clientes da empresa estão Petrobras, Transpetro, Andritz, Aracruz/Fibria, Alusa, Fidens, Multitek, Queiroz Galvão, IESA, Galvão, Aker Solutions, DM, TKK, Paranasa, Mendes Junior, Ocean Rig e BP.
Fonte: Redação TN Petróleo

3- OGX terá fluxo de caixa positivo só depois de 2013
A OGX, petroleira do grupo EBX, do empresário Eike Batista, passará a ter fluxo de caixa positivo quando atingir uma produção de 70 mil barris diários de petróleo, disse o diretor financeiro da empresa, Roberto Monteiro, mas afirmou que isso ocorreria depois de 2013.
A produção diária da OGX foi, em média, de 7.017 barris de óleo equivalente em julho, segundo relatório divulgado na terça-feira (4) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A designação "óleo equivalente" contempla a produção de óleo e gás. Somente de óleo, a produção, foi de 6.761 barris diários.
A OGX disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a produção média de agosto foi de 10,6 mil barris de óleo equivalente por dia, alta de 51% ante o mês anterior.
Navios-plataforma
Ela produz atualmente em dois poços de petróleo no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos (RJ). No momento, a empresa utiliza um navio-plataforma (FPSO) em sua produção, o OSX-1. O equipamento é fornecido pela empresa de construção naval do grupo EBX, a OSX.
Para aumentar sua produção, a petroleira deve receber mais dois FPSOs (OSX-2 e OSX-3) no segundo semestre de 2013.
A OGX, petroleira do grupo EBX, do empresário Eike Batista, passará a ter fluxo de caixa positivo quando atingir uma produção de 70 mil barris diários de petróleo, disse na quarta-feira (5) o diretor financeiro da empresa, Roberto Monteiro.
Monteiro não disse quando a marca será atingida, mas afirmou que isso ocorreria depois de 2013.A informação, dada pelo diretor financeiro a uma agência internacional de notícias, foi confirmada pela assessoria de imprensa da OGX.
A produção diária da OGX foi, em média, de 7.017 barris de óleo equivalente em julho, segundo relatório divulgado na terça-feira (4) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A designação "óleo equivalente" contempla a produção de óleo e gás. Somente de óleo, a produção, foi de 6.761 barris diários.
A OGX disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que a produção média de agosto foi de 10,6 mil barris de óleo equivalente por dia, alta de 51% ante o mês anterior.
Fonte: Folha de São Paulo

4- Petrobras destaca oportunidades e desafios no Clube de Engenharia
José Figueiredo, diretor de Engenharia
O diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, José Antonio de Figueiredo, apresentou o detalhamento do Plano de Negócios e Gestão da companhia para o período 2012-2016 no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.
Figueiredo reforçou a importância do volume de investimentos a ser realizado pela Petrobras. Ao todo serão US$ 236,5 bilhões no período 2012-2016, com foco nas atividades de Exploração e Produção (E&P). Destacou as metas estabelecidas e os diferenciais da Petrobras para atingi-las. A companhia é líder mundial em produção em águas profundas. Nos últimos cinco anos, 63% das descobertas em grandes profundidades foram realizadas no Brasil.
O diretor reforçou que “poucos países no mundo têm uma carteira de projetos com tantas oportunidades. Temos que transformar esses projetos em realidade, gerando emprego e desenvolvimento sustentável para o país”. Figueiredo destacou a política de conteúdo local e observou a importância do ganho de competitividade da indústria brasileira de bens e serviços para o segmento de petróleo e gás.
Lembrou ainda que para que todos os investimentos previstos possam ser realizados, a estatal tem focado em ferramentas de gestão. “Nesse plano, acrescentamos a letra G, de gestão. Temos que fazer tudo com a melhor gestão, priorizando um bom planejamento, que é a primeira tarefa para a nossa equipe”, afirmou o diretor. Todos os projetos da companhia têm sido acompanhados de perto através das curvas S de desempenho, que consistem no acompanhamento detalhado dos cronogramas físico e financeiro dos projetos, permitindo corrigir eventuais distorções.
O diretor citou os trabalhos realizados pela área de engenharia nos últimos anos. Algumas dessas obras realizadas se destacaram pela inovação das tecnologias aplicadas. O deck mating da plataforma semissubmersível P-55, no Polo Naval do Rio Grande (RS) é um exemplo. "Foi uma operação inédita. O deckbox da plataforma, de 17 mil toneladas, foi içado a cerca de 47 metros para ser acoplado ao casco. Foi uma das maiores operações do tipo já realizada em todo o mundo", destacou Figueiredo.
Entre os investimentos para o segmento de E&P, foram desenvolvidos projetos de várias plataformas, além de outros ligados ao Programa de Modernização da Frota (Promef). Entre os projetos em desenvolvimento para os próximos anos está a construção, já iniciada, dos oito FPSOs replicantes para o pré-sal da Bacia de Santos. A produção em série de plataformas idênticas permitirá a padronização dos projetos e equipamentos e atendimento às métricas internacionais, além de maior rapidez no processo de construção e ganho de escala, com consequente otimização de prazos e custos. Também destaca-se a conversão dos quatro FPSOs para a área da Cessão Onerosa, que será realizada no Estaleiro Inhaúma, no Rio.
No segmento de Gás e Energia foram instalados cerca de 5 mil km de gasodutos. Destacam-se projetos em desenvolvimento para as plantas de fertilizantes, que serão instaladas em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. A Unidade de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas (UFN III) entrará em operação em 2014 e será a maior planta de fertilizantes nitrogenados da América Latina, com capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas/ano de uréia e 70 mil toneladas/ano de amônia.
Já para o segmento de Abastecimento, os investimentos estão concentrados na ampliação e modernização do parque de refino. Estão em andamento as obras do primeiro trem (primeira fase) do Comperj e da Refinaria Abreu e Lima, que elevarão a capacidade de refino da Petrobras em cerca de 400 mil barris por dia. As refinarias Premium I e Premium II estão em fase de elaboração de projeto de acordo com os padrões internacionais.
“Nosso desafio na engenharia é cumprir o planejado no Plano de Negócios e Gestão da companhia, em termos de prazos, investimentos e conteúdo local, tendo o SMS como valor”, concluiu o diretor Figueiredo.
Fonte: Agência Petrobras

5- Produção de Pré-sal bate recorde em julho
A produção do pré-sal em julho foi de 172,8 mil barris por dia de petróleo e de 5,7 milhões de metros cúbicos de gás natural, totalizando 208,9 mil barris de óleo equivalentes por dia, aumento de 9% em comparação ao mês anterior, quando chegou a 191,2 mil barris. Foi a maior produção já vista e, pela segunda vez, os reservatórios alcançaram produção maior que 200 mil barris.
Os dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), revelam que o aumento da produção do pré-sal ocorreu pelos dez poços localizados nos campos de Lula (5); Jubarte, Caratinga, Barracuda, Marlim e Marlim Leste e Voador, com um poço produtor cada.
Dos dez poços produtores do pré-sal, sete estão entre os 30 maiores poços produtores do país. Os destaques, segundo a ANP, ficaram com os poços do Campo de Lula, dos quais três figuram entre os cinco maiores produtores do território nacional, um dos quais foi, em julho, o maior campo produtor individual do país, com vazão média de 37,2 mil barris de óleo equivalente.
Detalhes da produção
No mês de julho de 2012, 308 concessões, operadas por 26 empresas foram responsáveis pela produção nacional. Destas, 79 são concessões marítimas e 229 terrestres. Vale ressaltar que, do total das concessões produtoras, sete encontram-se em atividades exploratórias e produzindo por meio de Testes de Longa Duração (TLD), e outras 11 são relativas a contratos de áreas contendo Acumulações Marginais.
No Brasil, a produção de petróleo foi de aproximadamente 2,023 milhões de barris/dia, apresentando queda de 2,6% em relação a julho de 2011 e de 0,5% na comparação com junho deste ano. A produção de gás chegou 71 MMm3, crescimento de 6,1% em relação ao mesmo mês de 2011 e redução de 1,4% na comparação com o mês anterior. A plataforma P-52, localizada em Roncador, produziu 151,1 Mboe/dia e foi a que teve a maior produção.
Fonte: Sonda Brasil


II – COMENTÁRIOS

1- O verde aguado
"Onde o carro está pegando?" Muitas pessoas me perguntam, preocupadas com a situação do setor sucroenergético, confrontado nos últimos anos por uma crise que se caracteriza, basicamente, por uma tríplice queda - caiu o rendimento da lavoura canavieira, diminuiu a produção de etanol e aumentou dramaticamente o endividamento das usinas. Em consequência, o setor não gera recursos para investir, e o etanol perde espaço no mercado consumidor.
Na prática, o carro foi parar no acostamento por uma série de eventos, uns inerentes ao processo produtivo no âmbito agrícola - geadas, estiagens, não renovação dos canaviais, menor uso de insumos por falta de recursos, etc.; outros eventos resultam de fatores conjunturais e estruturais que pressionam pelo achatamento do valor do etanol. Sem dúvida, o que mais contribuiu para o atual impasse do setor sucroenergético foi o "congelamento" do preço da gasolina nos últimos oito anos.
Usada como ferramenta no combate à inflação, a estabilização forçada dos preços dos combustíveis determinou a quebra da paridade econômica entre a gasolina e o etanol, que ficou no pior dos mundos: além de não oferecer resultados para o produtor, não é vantajoso para o consumidor.
Na segunda quinzena de junho último, quando se chegou a acreditar em medidas pró-correção do problema, o governo autorizou apenas o reajuste do preço da gasolina, deixando o etanol ir pela ribanceira. Até quando?
Mantida a disparidade atual, o etanol não tem futuro. O que sobra para o nosso combustível renovável de cana é o papel de aditivo - o mesmo papel que ele vem cumprindo desde muito antes do Programa Nacional do Álcool, criado em novembro de 1975. A meu ver, esse é um papel incompatível com o peso da agroindústria canavieira na matriz energética.
Em pouco mais de 30 anos, o setor saltou de pouco mais do que zero para quase 20% na produção de energia primária. De dois ou três anos para cá, o carro parou ou passou a andar para trás. Precisamos aprender com esses reveses, que se repetem com frequência na história econômica do Brasil.
Bem a propósito, no último dia 4 de junho, participei de um seminário no IEE - Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. A reunião foi convocada pelo seu presidente, o professor Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras, que convidou diversas figuras do mundo empresarial e político, inclusive o ex-governador Paulo Egydio Martins, num esforço para organizar a memória da contribuição do setor canavieiro ao abastecimento energético e ao desenvolvimento nacional.
De minha parte, tive a oportunidade de lembrar episódios de que participei, com meus mais de 50 anos de vivência no meio canavieiro. Muito antes do Proálcool, por exemplo, toda a frota da Usina Sta Elisa (fundada em 1936) consumia uma mistura meio a meio de etanol e gasolina. Em outras usinas, também se praticava essa forma "caseira" de baratear os custos de produção, numa época em que o etanol era um subproduto de baixíssimo valor.
Isso ocorreu não só na década de 1960, mas também nos anos 1950, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45) nos anos 1930 e até na década de 1920, quando o Brasil não produzia petróleo e precisava importar combustíveis líquidos.
Há quem prefira esquecer certos episódios cruciais da nossa história econômica. Alegando que a agroindústria canavieira é o elo mais fraco da cadeia dos combustíveis líquidos, alguns recomendam evitar conflitos com os big players do mercado. Sinceramente, não vejo vantagem em ficar calado nessa briga de pesos-pesados.
O hábito do "deixa pra lá" pode ser útil a curto prazo, mas, a longo prazo, é nocivo porque impede que se chegue a decisões objetivas. O nosso conformismo de agricultores não deve nos levar a esquecer que energia é poder. A omissão custa caro. O medo não é bom conselheiro. Por isso, trazer à luz certos episódios é um exercício importante para a compreensão dos fatos históricos.
Depondo no encontro do IEE, recordei o episódio do final da década de 1980, quando o presidente da Petrobras convidou os dois principais dirigentes do setor sucroalcooleiro para uma reunião na sede da empresa na rua Chile, no Rio.
Preocupado com o rumo das coisas, ele propôs que fossem juntos à direção na Anfavea para sugerir que a indústria automobilística passasse a produzir 50% de carros a álcool e 50% a gasolina. Como a indústria vinha fabricando 98% de carros a álcool, a Petrobras temia ter de enfrentar um duplo problema:
1. o crescimento das exportações das sobras de gasolina a preço gravoso;
2. o risco de faltar etanol no futuro.
Por falta de visão da cúpula sucroalcooleira, amplamente apoiada pelas bases, a proposta não foi aceita. Pecamos pela soberba. Naquele momento, nós usineiros nos sentíamos onipotentes. Toda semana vinha gente de outros países "estudar" o Proálcool, que parecia a saída definitiva para a crise do petróleo. Havíamos perdido a noção do nosso tamanho. Éramos um gigante com os pés de barro.
Algum tempo depois, começou a faltar etanol. No início pareciam episódios isolados, mas, aos poucos, o problema se generalizou, a ponto de configurar uma estranha crise de abastecimento, inclusive nos postos de Ribeirão Preto, epicentro da produção nacional de álcool.
Como presidente da Sta Elisa, sentindo-me na obrigação de buscar informações concretas, fui pessoalmente ao terminal de combustíveis localizado no anel viário de Ribeirão Preto, onde as distribuidoras operavam em forma de pool. Lá, o gerente do terminal me mostrou o documento com papel timbrado do Departamento Nacional de Combustíveis: o volume de etanol autorizado para distribuição havia sido reduzido à metade.
Como podia faltar etanol se, num levantamento informal, eu havia constatado um estoque de cerca de 280 milhões de litros em usinas do estado de São Paulo? E, em algumas unidades, a safra já se iniciava. Minhas atitudes geraram desconforto, mas ninguém veio a público confirmar ou negar aquele número (muitos anos mais tarde, fiquei sabendo que o DNC mandara fazer um levantamento, tendo comprovado - sem divulgá-lo - que o estoque era de 298 milhões de litros).
A esta altura, retratados como omissos e irresponsáveis, os usineiros eram acusados de negligenciar a produção de etanol em favor da fabricação de açúcar. A produção de carros a álcool começou a despencar. Em poucos anos, chegaria perto do zero.
A crônica dessa época é negativa para todos os envolvidos na cadeia dos combustíveis líquidos. Várias medidas paliativas foram implementadas, com resultado apenas parcial, como a mistura MEG (metanol + etanol + gasolina), a adição de gasolina no hidratado e a importação de etanol de milho dos EUA.
Algumas áreas do governo imaginaram inclusive a possibilidade de introdução do MTBE, derivado petroquímico produzido a partir do metanol e do isobutileno, em substituição ao etanol anidro, mas essa medida não foi levada adiante. Pouco depois, o uso do MTBE foi abandonado nos próprios EUA, onde floresceu durante a década de 1980. O etanol levou mais de uma década para se recuperar.
Ressurgiu das cinzas em 2003, graças aos carros flex desenvolvidos pela indústria automobilística em parceria com institutos nacionais de pesquisas. Internacionalmente, com a mudança dos parâmetros ambientais, o etanol passou a ser visto como um potencial oxigenador da gasolina. Em consequência, o setor agroenergético brasileiro atraiu a atenção de diversos investidores interessados não só no etanol, mas no nosso açúcar.
Para não perder a onda, muitos usineiros tomaram empréstimos para investir no aumento da produção. Confiante na expansão do setor sucroalcooleiro, o governo autorizou a Petrobras a planejar refinarias aptas a produzir menor proporção de gasolina do que as antigas plantas de refino.
Tudo ia aparentemente muito bem para o setor sucroenergético quando a conjuntura mudou. Primeiro, em dezembro de 2007, veio o anúncio da descoberta de grandes jazidas de petróleo na camada pré-sal da plataforma continental brasileira. Em seguida, no início do segundo semestre de 2008, estourou a crise financeira internacional, cujos reflexos estão presentes até hoje na economia mundial.
No setor sucroalcooleiro, muitos investimentos foram cancelados, podando projetos e levando diversas usinas endividadas a ceder o controle acionário a capitais de fora. Apesar de toda essa reviravolta, o Brasil chegou ao fim da primeira década do século XXI com números extraordinários no setor sucroenergético, destacando-se a produção de quase 30 bilhões de litros de etanol por ano graças à colheita de mais de 600 milhões de toneladas de cana em 8 milhões de hectares de terra. Pela segunda vez na história (a primeira fora em 1987/88), o consumo de gasolina foi superado pelo de etanol.
Até hoje, muita gente não entendeu o que aconteceu. Por lamentável omissão, nós usineiros deixamos de comunicar ao público o que realmente havia acontecido. Entretanto, se confrontarmos a situação de hoje com o que ocorreu durante a crise de abastecimento do final dos anos 1980, veremos que, mais uma vez, tivemos uma combinação de empáfia, falta de visão estratégica e omissão.
No passado, nos omitimos por medo da opinião pública. Em anos recentes, irresponsavelmente, não nos preocupamos em questionar a hipótese oficial, naturalmente ufanista, de que o setor sucroenergético daria conta do recado.
Basta um mínimo de senso de realidade para reconhecer que, mesmo tendo a perspectiva de uma produção adicional de mais 3 bilhões de litros de etanol a cada safra no final da década de 2000, o setor não possuía condições de acompanhar o aumento do consumo interno e sustentar as exportações projetadas para diversos países. Mais uma vez, faltou comunicação interna e externa.
Agora, quando penso em saídas para a atual situação do setor sucroalcooleiro, vejo que não basta tomar medidas tópicas, como oferecer financiamentos para as usinas renovarem os canaviais, financiarem os estoques ou investirem na produção de só um tipo de etanol (o anidro).
Em sua maior parte sem alternativa, os empresários aceitam qualquer ajuda que lhes permita trabalhar mais perto de sua capacidade instalada, o que, na região Centro-Sul, corresponde ao processamento anual de 620 milhões de toneladas de cana. Podemos chegar perto desse patamar na próxima safra, mas persiste o problema da falta de perspectiva de longo prazo.
A saída, como tenho opinado em artigos publicados na mídia nacional, é tomar medidas estratégicas a partir de um diálogo sensato que envolva todos os elos da cadeia energética - da extração de petróleo aos combustíveis renováveis produzidos em agroindústrias, tudo sob uma única e competente coordenação, incluindo o governo, a quem se impõe a organização de políticas públicas responsáveis, eficientes e duradouras.
*Texto originalmente publicado na Revista Opiniões, edição Jul/Set 2012
Maurílio Biagi Filho
Presidente da Maubisa

2- O grande desafio de apurar nossos custos de produção
Desafio constante dos principais executivos do setor da bioenergia é saber quantificar os custos de produção de sua unidade e poder compará-los com os demais custos de usinas de mesmo porte e região, ou mesmo com outras em regiões distintas e realidades díspares. Em tempo de baixa remuneração do capital, ou nenhuma, saber como estão seus custos em relação às outras unidades, pode representar a "salvação da lavoura", ou a bancarrota.
O momento em que vivemos é sem dúvida único para sabermos exatamente de quanto estamos falando em termos de prejuízo ou mesmo lucros e para vislumbrarmos um norte mais seguro e metas exequíveis a serem atingidas.
Constantemente ouço falar de custos mais do que variados, levando-se em conta uma infinidade de fatores que dificilmente se comungam em unidades distintas, talvez aí esteja justamente a dificuldade de sua mensuração.
A realidade de uma unidade nem sempre, ou ouso dizer até, quase sempre, é diferente de outra vizinha, quer seja por fatores conhecidos como a quantidade de cana própria, de fornecedor, tipos de parceria, cana campo ou esteira, tipo de colheita, se queimada, crua, manual ou mecanizada, os impactos do corte, carregamento e transporte, sem contar os diferentes tipos de extração ou produção, o que por si só encheria planilhas e mais planilhas que por final, apresentariam números bem diferentes em determinadas situações.
Ponto em comum é acreditar que com a atual situação vivida pelo setor os menores custos farão com que as empresas se perpetuem, e os maiores custos acarretarão em enormes dificuldades, muitas delas até, intransponíveis.
Como entidade prestadora de serviços, a UDOP não poderia manter-se alheia a esta demanda de suas associadas, por isto, criou ao longo dos anos as mais diversas ferramentas (pesquisas) que a entidade disponibiliza hoje a todo o setor, sendo gratuita as suas associadas.
Com as pesquisas da UDOP hoje é possível fazermos um levantamento completo dos custos da mão de obra, através da Pesquisa Salarial; dos custos de Corte Carregamento e Transporte de cana, através da Pesquisa CCT; dos custos de Produção Agrícola; e dos custos de Produção Industrial.
Através dos resultados destas pesquisas é possível mensurar hoje em qual etapa de produção sua unidade está com custos mais elevados que as demais, o que dá um grau de detalhismo importante para a tomada de decisões estratégicas para investimentos precisos.
Acreditamos que o refinamento destes dados venha suprir uma carência de todo o setor, e que estamos realizando nosso papel de entidade fomentadora e prestadora de serviços para o bom desempenho das unidades sucroenergéticas.
Muito se ouve falar hoje que no quesito etanol, por exemplo, as usinas estão trabalhando com preços finais abaixo dos preços de custo de produção. Tal afirmação é verdadeira para algumas, mas não condiz com a realidade de todas, o que dificulta até o levantamento de pleitos junto a organismos de pesquisas e mesmo ao poder constituído.
Recentemente ouvi de um executivo do setor, com usinas em dois estados da federação, a disparidade dos custos entre as duas unidades, o que tornava uma unidade bem menos competitiva do que a outra. As diferenças assustam, pois atingem até 25% do total dos custos.
Neste ponto entram os incentivos governamentais, tão importantes para a sobrevivência do setor, além das diferenças nas taxas de impostos de estados para estados. É nosso pleito, há anos, que haja uma uniformização dos impostos, para impedir que um mesmo setor sofra diferentes impactos para a produção dos mesmos produtos em regiões distintas. Não há lógica nesta equação.
Assim, com boa vontade governamental e muito trabalho embasado em pesquisas sérias e de comprovada excelência, podemos superar a atual crise vivida pelo setor.
*Texto originalmente publicado na revista Stab, edição Julho/Agosto 2012
Antonio Cesar Salibe
Presidente Executivo da UDOP

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 98

I – NOTÍCIAS

1- Lucro da petrolífera russa Lukoil cai 69% no segundo trimestre
A Lukoil, maior petrolífera privada da Rússia, reportou queda de 69% no lucro líquido do segundo trimestre, devido ao efeito negativo de impostos de exportação e à queda dos preços de petróleo.
O montante, calculado sob os princípios de contabilidade GAAP, totalizou US$ 1,02 bilhão, comparado com os US$ 3,25 bilhões no mesmo período de 2011. O resultado ficou abaixo da projeção média de US$ 2,51 bilhões estimada por seis analistas consultados pela "Dow Jones".
A receita líquida da companhia caiu 7,2% no trimestre, para US$ 32,4 bilhões, também abaixo das estimativas dos analistas, de US$ 33,2 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 35,2%, para US$ 3,46 bilhões, inferior ao consenso de US$ 3,97 bilhões.
No segundo trimestre, a produção diária de hidrocarbonetos da Lukoil foi 0,8% menor do que a de igual período anterior, atingindo 2,14 milhões de barris de óleo equivalente (BOE).
Fonte: Valor Online

2- Petrobras busca sócio estrangeiro para refinarias
A Petrobras deve acelerar negociações com grupos estrangeiros para construir suas novas refinarias, deixando claro que vai manter para si o controle acionário dos futuros empreendimentos. "Há muitas empresas internacionais interessadas. A Petrobras está conversando e poderá chegar a um entendimento com elas. Japão, China, Estados Unidos e outros países já manifestaram seus interesses de se associar", afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O ministro citou a refinaria Premium I, que está sendo construída no Maranhão, como forte candidata a receber investimentos da China. "Os chineses me procuraram durante a Rio+20, em junho, e desejam uma parceria com a Premium I", disse Lobão. "Estou marcando um encontro deles com a presidente da Petrobras, [Graça Foster], para que desenvolvam entendimentos e cheguem a uma conclusão."
Com capacidade para produzir 600 mil barris por dia de derivados de petróleo, a refinaria maranhense é orçada em até R$ 40 bilhões, segundo o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sua entrada em operação está prevista para outubro de 2017, mas pouco foi feito até agora. No fim de abril, apenas 1,2% das obras haviam sido executadas. O projeto terá como foco produtos de nível "premium", ou seja, elevada qualidade e baixíssimo teor de enxofre.
Lobão descartou a possibilidade de que aporte de capital por sócios estrangeiros seja compensado, no futuro, com o envio de petróleo ou de derivados pela Petrobras. "O estrangeiro vai investir, se tornar sócio e participar dos resultados da companhia", afirmou o ministro. "O fato é que há interessados e a Petrobras não se furta a isso, não pretende ser dona sozinha. Ela vai conservar a maioria das ações em qualquer circunstância, mas sócios minoritários ela admite perfeitamente."
No segundo trimestre de 2012, pela primeira vez em 13 anos, a Petrobras apresentou prejuízo líquido - que chegou a R$ 1,3 bilhão no período. Em junho, ao divulgar o plano de negócios quinquenal da estatal, Graça Foster traçou metas "realistas" e levantou dúvidas no mercado sobre o ritmo dos investimentos nas refinarias. Além da Premium I, no Maranhão, a Petrobras tem outros três projetos em curso: a Premium II (Ceará), a Abreu e Lima (Pernambuco) e o Comperj (Rio).
Evitando jogar mais especulações sobre um novo aumento dos combustíveis, o que daria fôlego financeiro à Petrobras, Lobão afirmou que o governo "não cogita reajuste neste instante".
Ele deixou claro que, na próxima vez, um aumento de preço na refinaria chegará às bombas e será sentido pelos consumidores finais. Nos dois últimos reajustes, no ano passado e neste ano, o governo conseguiu neutralizar o reflexo do aumento por meio de reduções nas alíquotas da Cide para o diesel e para a gasolina.
Como as alíquotas foram zeradas, a única forma de evitar um repasse para o preço final é desonerando os combustíveis de tributos federais, como o PIS/Cofins. O ministro não leva em conta essa possibilidade. "Não há mais espaço para redução de tributos, evitando o repasse para a bomba. Agora, seria repasse mesmo", afirmou. Ele ressaltou, porém, que não existem discussões sobre um novo reajuste. "O governo não cogitou isso ainda. No instante em que cogitar, certamente avaliará todas as alternativas e variantes, levando-se em conta a necessidade de manter a inflação baixa", acrescentou.
Senador licenciado e hábil negociador político, Lobão disse acreditar na aprovação da nova lei de distribuição dos royalties, pela Câmara dos Deputados, até o fim deste ano, após as eleições municipais. Se isso realmente ocorrer, ele promete que o primeiro leilão de petróleo na área do pré-sal, seguindo o novo modelo de partilha da produção, sai em 2013. "Tão logo ela [a lei dos royalties] seja votada e sancionada, o CNPE se reunirá para examinar o assunto e pedir autorização da presidente para uma nova rodada, que já incluirá o pré-sal."
"Essa lei é de fundamental importância e dependemos dela, pelos riscos de termos decisões do governo sendo questionadas no poder judiciário", continuou Lobão, lembrando que o Senado já aprovou a nova distribuição dos royalties e que os dois outros projetos formulados pelo governo - um trata do modelo de partilha da produção e outro cria uma estatal responsável pelos contratos do pré-sal - já tiveram sanção da presidente Dilma Rousseff. O ministro destacou ainda que ela só autorizará a realização da 11ª de exploração de novas áreas de petróleo e gás, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), após a aprovação do último projeto, "exatamente pelo receio de que essa decisão possa parar na Justiça". O CNPE aprovou a 11ª rodada em abril do ano passado.
Fonte: Valor Econômico

3- Importação de derivados de petróleo custará US$ 146 bi ao Brasil até 2017
Mesmo com a recuperação da produção de cana prevista para a próxima safra e o aumento na produção de álcool, o Brasil precisará continuar importando combustíveis para atender a demanda.
O país gastará US$ 146 bilhões até 2017 com importações de derivados de petróleo, segundo projeção da LCA Consultores. Neste ano, a gasolina e o diesel respondem por metade das compras externas de derivados.
O auge das importações ocorrerá em 2014, quando o país será obrigado a buscar, no exterior, US$ 26,3 bilhões em derivados de petróleo -aumento de 23% em relação ao estimado para este ano.
A partir de 2015, quando a Petrobras começa a operar novas refinarias, as importações cederão, diz o economista Rodrigo Nishida, da LCA.
Mas, já em 2017, devido ao crescente consumo, a necessidade de compras no exterior voltará a subir.
O comportamento das importações de derivados de petróleo é uma das razões para o aumento do deficit da balança comercial.
No entanto, a herança do setor para a conta de comércio será positiva no longo prazo, devido ao petróleo bruto.
Caso as previsões de produção da Petrobras e de outras petrolíferas se confirmem, o país exportará US$ 65,2 bilhões em óleo em 2017, ante US$ 23,5 bilhões estimados para este ano.
Com o aumento, de 177%, a balança comercial de petróleo e derivados passaria do deficit de US$ 2,9 bilhões em 2012 para superavit de US$ 35,2 bilhões em seis anos.
Tudo dependerá do sucesso na exploração do pré-sal, que ainda é uma incógnita.
01/09/12Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo

4- Entenda as diferenças entre combustível comum e aditivado
Você para seu carro na frente de uma bomba de combustível em um posto, e o frentista pergunta se o abastecimento será com gasolina comum, aditivada ou premium. Pelo menos uma vez na vida todo motorista já se perguntou com qual combustível encher o tanque.
Quais são as principais diferenças entre o combustível comum, aditivado e premium?
De acordo com Remo Lucioli, diretor da Inforlub Brasil, empresa especializada em lubrificação automotiva, a gasolina comum não contém aditivos de limpeza e dispersantes. Isso significa que, ao longo do tempo, há o acúmulo de detritos no motor e no sistema de combustão. A gasolina aditivada traz uma série de detergentes especiais misturados ao combustível, que trabalham para "limpar" todo o sistema do veículo. Por último, a gasolina premium, assim como o combustível aditivado, traz componentes de limpeza especiais, porém tem mais octanas, e emite menos enxofre durante a queima, causando menos impacto ambiental, já que polui menos.
O motor fica mais econômico quando se usa combustível aditivado?
Segundo, Francisco Satkunas, engenheiro e conselheiro da SAE Brasil, a função do combustível "especial" e dos aditivos está apenas relacionada com a limpeza dos componentes internos e não no aumento de rendimento ou na performance do motor.
Usar gasolina aditivada tem o mesmo efeito que usar gasolina comum e de tempos em tempos usar um aditivo?
Satkunas e o consultor técnico da Fiat, Ricardo Dilser, defendem que os aditivos não são certificados, e não é possível saber as reais substâncias presentes. Logo, não é recomendado usar aditivo, apenas o combustível aditivado. Para Lucioli, o efeito da combustível aditivado é o mesmo que a combinação gasolina e aditivos, mas sua proporção deve seguir as indicações do fabricante do aditivo. Segundo ele, a vantagem é um controle efetivo da aditivação, sem o risco de fraude existente nos postos.
O que são os chamados "detergentes" presentes no combustível aditivado?
Satkunas explica que os detergentes da gasolina são hidrocarbonetos específicos para a limpeza e nada têm a ver com o detergente de cozinha. É um detergente na acepção do termo, o que significa que tem ação detergente.
Por que alguns modelos sugerem o uso de gasolina aditivada?
Segundo Lucioli, isso acontece com base no fato de a gasolina aditivada ser um produto um pouco mais elaborado, como opção para uso em alguns veículos com tecnologia avançada com o intuito de manter o sistema de alimentação mais protegido garantindo assim um boa performance do motor. Dilser, da Fiat, no entanto, diz que a maioria das montadoras habilita os veículos para receber etanol, gasolina ou gasolina aditivada, no caso de modelos flex, e que a rodagem é a mesma com os três combustíveis.
Os motores atuais são modernos e não precisam de combustível aditivado?
Segundo Dilser, sim. Atualmente, existem sistemas de prevenção, que funcionam justamente para limpar as impurezas dos combustíveis, como injetores com sistema auto-limpante, e a gasolina aditivada é indispensável. Para Lucioli, a proposta da gasolina aditivada é manter um sistema de alimentação de combustível mais limpo e isso produz melhores resultados, mesmo em motores modernos.
Veja a diferença entre os tipos de combustíveis:Gasolina comum: A brasileira possui cerca de 25% de etanol em sua composição. Não possui corantes ou aditivos.Gasolina aditivada: possui detergentes que evitam a formação das chamadas gomas e protege o filtro e as tubulações do veículo. Também mantém os bicos injetores limpos.Gasolina premium: tem a maior octanagem entre as gasolinas vendidas, fator que permite melhor aproveitamento do potencial do motor.
Fonte: Portal Terra

5- Transpetro confirma mais prazo para EAS
31/08/12 - A Transpetro confirmou a prorrogação por 30 dias do prazo para que o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) cumpra uma série de exigências envolvendo contratos para a construção de 16 navios, em um total de R$ 5,3 bilhões. Inicialmente a empresa havia concedido três meses de prazo, que terminava hoje, para que o estaleiro se adequasse a três exigências: fechar acordo com parceiro internacional, apresentar um plano de ação e um cronograma confiável de construção, e entregar um projeto de engenharia que atendesse às especificações técnicas dos contratos.
A Transpetro justificou a decisão, antecipada pelo Valor na semana passada, em razão do acordo de assistência técnica fechado em junho com a japonesa IHI Marine United, das negociações para que os japoneses assumam participação acionário no EAS, e pelo fato de o estaleiro ter sinalizado solução de projeto de engenharia para a construção até o décimo navio.
O total da encomenda da Transpetro é de 22 petroleiros em contratos que somam R$ 7 bilhões. Do primeiro ao sexto navio, o projeto continua a cargo da Samsung, que deixou a sociedade em março. Mas o EAS tem a opção de contratar mais quatro embarcações (até o décimo navio) utilizando projeto da Samsung. A partir da 11ª embarcação, a ideia do EAS é cotar projetos no mercado, sendo que a IHI poderá participar da concorrência.
Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Região Centro-Sul recupera atraso na moagem de cana
Decorrida metade da safra de cana na região Centro-Sul, a produção de açúcares totais, matéria-prima para fabricar açúcar e etanol, dá sinais de que deve repetir a performance do ano passado.
Não é pouca coisa, e representa uma reversão da tendência anterior de queda de produção.
Quando não ocorre a renovação dos canaviais, o rendimento agrícola médio cai entre 8% e 10% a cada ano.
A produção deste ano indica o contrário, mas deve ainda ficar longe dos recordes atingidos em 2010, tanto em açúcar quanto em etanol.
As chuvas fora de época em maio e junho ajudaram a melhorar a condição geral dos canaviais, e o tempo seco em julho e neste mês têm permitido às usinas operar com aproveitamento de tempo bastante elevado, recuperando o atraso na moagem.
Na região Norte-Nordeste, a seca comprometeu parte da safra que começa a ser colhida a partir de setembro, e é provável que o início da moagem atrase um pouco.
O clima também tem afetado a produção da Índia, visto que até este mês as chuvas ficaram, no acumulado da safra, 28% abaixo da média, afetando principalmente os Estados de Maharashtra, Karnataka e Tamilnadu.
Os preços internos subiram 20% em julho, reduzindo a atratividade da exportação, e a safra indiana que começa em outubro deve ser menor do que os 26,15 milhões de toneladas registrados no ano passado (deve ficar entre 24 milhões e 24,5 milhões).
Na direção inversa, impulsionada por chuvas acima da média, a Tailândia deve continuar expandindo sua produção, sendo esperados 10,6 milhões de toneladas na próxima safra, com exportações de 8 milhões de toneladas. Também a China deve recuperar a produção em cerca de 2 milhões de toneladas, reduzindo suas importações.
Num cenário para o açúcar que indica mercados mais abastecidos, a vantagem do Brasil continua sendo a diversificação de sua indústria e sua flexibilidade industrial para produzir açúcar e etanol. Mas é inexorável o crescimento das demandas de açúcar e de etanol. Segundo a Organização Internacional do Açúcar, a demanda mundial deve crescer 28 milhões de toneladas até 2020.
O mercado interno de etanol hidratado continua com demanda potencial em crescimento, pela expansão forte e contínua da frota flex. E a demanda por etanol anidro está em crescimento no Brasil e no exterior.
O Brasil e os EUA, maiores produtores e consumidores mundiais de etanol, têm hoje mercados absolutamente livres para o etanol. Uma conquista que deve ser comemorada, valorizada e preservada a todo custo, e, se possível, expandida para outros mercados.
*Texto originalmente publicado na Folha de São Paulo, em 25/08/12
Plínio Nastari