segunda-feira, 25 de abril de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 30

I – NOTÍCIAS



1-EUA: inesperada queda das reservas de petróleo
As reservas de petróleo registraram uma queda inesperada na semana passada nos Estados Unidos de 2,3 milhões de barris, depois de seis períodos consecutivos de alta, e os estoques de produtos refinados também caíram de maneira expressiva, segundo o Departamento de Energia.
As reservas aumentaram quase 13 milhões de barris nas seis semanas anteriores.

2-Petrobras vende a 1ª carga de petróleo do pré-sal
A Petrobrás vendeu a primeira carga de petróleo do pré-sal. O volume de 1 milhão de barris, extraído do Campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, foi vendido para a estatal chilena Empresa Nacional de Petróleo (Enap). O embarque deve ocorrer em maio e a carga será entregue em Quintero e San Vicente, no Chile.
O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que o preço obtido foi o principal fator na decisão de venda, além do fato de o parque de refino nacional ter atingido o limite de capacidade. "Estamos refinando tudo o que podemos, estamos no limite", afirmou Costa., que afirmou também que descartou a possibilidade de utilizar esse petróleo exportado para substituir o que a companhia importa hoje.

3-ANP prevê novo leilão em Outubro
A 11ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) deverá acontecer em fins de setembro ou em outubro, com a oferta de blocos exploratórios na margem equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. A diretora da ANP Magda Chambriard ressaltou que serão oferecidos blocos em águas rasas e profundas, com possibilidade de áreas terrestres. Segundo ela, o objetivo é descentralizar a exploração e produção. A rodada deverá ser autorizada na reunião do Conselho Nacional de Política Energética, no dia 28 de Abril.
Em relação à 8ª rodada, interrompida por liminar, e cujos contratos não foram assinados, Magda afirmou que há questões a serem resolvidas sobre áreas do pré-sal licitadas antes da interrupção.
"Tem essa discussão sobre o que faremos com essas áreas. Os contratos não foram assinados e os blocos estão dentro de uma área em que a lei veda o contrato de concessão", disse Magda, durante audiência pública sobre a minuta do contrato de concessão da exploração de petróleo e gás natural.
Fonte: Valor Econômico

4-Biocombustível pode suprir 27% dos transportes até 2050
A participação dos biocombustíveis na matriz energética dos transportes pode subir de 2% neste ano para 27% em 2050 se a eficiência do processo de produção for melhorada, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE).
Os biocombustíveis feitos a partir de amido, açúcar e oleaginosas podem substituir volumes significativos de diesel, querosene e querosene de aviação produzida a partir de combustíveis fósseis. O uso de biocombustíveis em ampla escala também poderia evitar a emissão de uma enorme quantidade de dióxido de carbono anualmente.
Atingir o nível de 27%, no entanto, exigiria 100 milhões de hectares de plantações, o que gera "um desafio considerável quando se leva em consideração a competição por terrenos e por matérias-primas resultante da demanda crescente por alimentos e fibras". Segundo a AIE, para que o prognóstico seja cumprido, as tecnologias de produção de biocombustíveis precisam ser mais eficientes, mais baratas e sustentáveis.
A agência estima que os biocombustíveis poderão competir em termos de preço com os combustíveis fósseis até 2030. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

5-OGX anuncia presença de hidrocarbonetos nas acumulações de Pipeline e Waikiki
A OGX, empresa brasileira de óleo e gás natural responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil, informou hoje que foi identificada a presença de hidrocarbonetos na seção albiana do poço 3-OGX-40D-RJS e na seção albocenomaniana do poço 3-OGX-41D-RJS, ambos delimitatórios das acumulações de Pipeline e Waikiki, respectivamente.
"Os poços OGX-40 e OGX-41 confirmam a bem sucedida campanha delimitatória da OGX e reforça o base case da companhia de desenvolver 4,1 bilhões de barris, já descobertos na Bacia de Campos", afirmou Paulo Mendonça, Diretor Geral e de Exploração da OGX.
"As acumulações de Pipeline e Waikiki estão entre as prioritárias a serem desenvolvidas para a produção, devido ao estado avançado de delimitação das descobertas e a qualidade dos reservatórios", comentou Reinaldo Belotti, Diretor de Produção da OGX.

6-HRT tem prazo de exploração estendido na Namíbia
A HRT Participações em Petróleo informou que o Ministério das Minas e Energia da República da Namíbia concedeu extensão do prazo do primeiro período exploratório para os blocos 2112B e 2212A situados no offshore da Bacia Sedimentar de Walvis.
Isso significa que, aos três anos do primeiro período exploratório (Petroleum Exploration License nº 0023) que se encerrará em 6 de junho de 2011, somam-se dois anos, de forma que o período exploratório totaliza cinco anos.
O MME destacou a magnitude da campanha de aquisição de dados sísmicos 3D como sendo a maior já realizada na Namíbia. Mencionou também que este levantamento é aproximadamente 26 vezes maior que o compromisso exploratório inicialmente assumido. Ainda segundo o Ministério, o aumento de prazo dará à HRT tempo suficiente para interpretar os dados sísmicos, a fim de que a Companhia consiga realizar a sua primeira perfuração no offshore daquele país.


II-COMENTARIOS

1-Reflexões e Oportunidades sobre o Etanol
Há algum tempo atrás, alertávamos para um cenário já visto no passado, mas não esperávamos que as reações sobre o assunto tivessem as repercussões que alcançaram com a ocorrência do fato.
O problema da falta de etanol merece muitas reflexões, mas a partir delas, vislumbrar as oportunidades para a criação de políticas e diretrizes bastante abrangentes na área da matriz energética do país.
O momento exige racionalidade, competência e o reconhecimento, pois muitas premissas e regras formuladas quando da decisão de se produzir o etanol no país, mudaram ou não se confirmaram, portanto o governo e os produtores, inclusive com envolvimento de toda a cadeia produtiva, precisam proceder uma revisão de muitos dos conceitos que serviram de base para o modelo adotado no início do Pro álcool, e principalmente incorporar conhecimentos resultantes das experiências dos últimos anos.
Como primeira grande mudança, temos o próprio objetivo do Pro álcool em si, um programa criado para buscar uma alternativa para o petróleo, fóssil finito, repentinamente caro , e não para se buscar o renovável e limpo para atender a nossa demanda por sustentabilidade.
O fóssil finito não só se mostrou não tão finito, como ainda desmentiu todas as previsões mundiais da inexistência de reservas de petróleo e gás no Brasil: de repente, descobrem-se, com o pré-sal, grandes reservas desses produtos no país.
Com isso, somos, hoje, um país paradoxal: temos um combustível renovável e um outro finito, mas não temos uma matriz energética que defina políticas e diretrizes para o uso desses energéticos, dentro dessa nova realidade.
Com uma total falta de serenidade, governo e produtores chegam a assumir posições extremas e a anunciar medidas pouco embasadas e bastante pontuais, sem considerar a devida responsabilidade que o problema merece. Afinal, poucos países do mundo poderiam estar vivendo este privilégio de enfrentar problemas ligados a esses dois tipos de combustíveis e no caso, não é de opção por um ou outro, mas como compatibilizar da melhor forma a produção e o uso dos dois combustíveis estratégicos.
Já citamos a mudança das reservas de petróleo e gás, mas outra mudança significativa deve ser considerada: a passagem dos carros a gasolina e álcool para o sistema flex, e, aqui, um conhecimento pouco explorado: a inexistência de separação de fases da mistura binária álcool e água, quando na presença da gasolina, razão da existência do etanol anidro ehidratado.
Com o carro flex, grande conquista dos últimos anos, veio a certeza que as misturas de gasolina com o álcool hidratadonão oferecem problemas, cabendo ao consumidor o direito de definir qual o seu combustível de preferência, se gasolina A(pura), misturas em qualquer percentagem ou etanol puro.
No passado, o petróleo importado era de pior qualidade, com preço mais baixo, impondo o uso do etanol anidro para a melhoria da octanagem da nossa gasolina A. Entretanto, a descoberta de petróleo de melhor qualidade e, mesmo, a auto-suficiência, ocorrida no país permitem rever essa necessidade de mistura do etanol em nossa gasolina A. Esse mesmo argumento permite a revisão do modelo de craqueamento, restando hoje, como única justificativa para a existência do etanolanidro no país, a necessidade de melhorar a remuneração dos etanóis, pois o anidro não concorre com o preço teto estabelecido pela gasolina.
Se o debate do problema, concluir ser essa a única razão justificando a produção do anidro, torna se imperativo rever a política de preços dos combustíveis líquidos, para encontrar um modelo que permita o desenvolvimento da produção desses combustíveis de forma equilibrada e segura.
Seria muito interessante, na definição dessa questão, que a indústria automobilística também, compareça com sua contribuição na melhoria da perfomance dos carros flex, principalmente em relação ao desempenho usando o etanol.
A produção do anidro afigura-se importante para o mercado externo, nos paises onde as temperaturas podem ser muito baixas podendo ocorrer fenômenos de separação de fases; porém o assunto merece uma ampla discussão de matriz energética, quanto ao uso dos combustíveis liquidos e a capacidade de abastecimento desses mercados.
Outra mudança significativa, verificada no setor nos últimos anos, foi a troca dos "players" e a concentração do tamanho dos empreendedores. Com essas novas características, sendo o etanol um composto orgânico, começaram a surgir as mais variadas opções de produtos e de usos. Nessa mudança, ainda não se fez sentir o esperado efeito da economia de mercado, talvez até em função da ampliação da fronteira agrícola para regiões pioneiras, consequência dos efeitos de logística e o atraso na entrada da energia de bioeletricidade.
Na discussão da matriz energética, cabe ao Governo definir os mercados e as políticas de atendimento do mercado de energéticos.
Um fato novo ainda não experimentado foi a falta acentuada de etanol, e a tentativa de segurar o mercado via preços, resultando no aumento de consumo da gasolina coincidindo com a súbita elevação dos preços do petroleo no mercado internacional, causando uma grande discussão entre os membros do governo sobre a alta ou não dos preços da gasolina. Isso só confirma a falta de uma política de preços, pois com um preço da gasolina A, baseada num preço do barril de petróleo de US$ 80, não deveria ocorrer essa discussão, mas, sim, o aproveitamento de uma bela oportunidade para acertar uma mudança necessária na política de preços dos energéticos.
Restariam ainda entre as responsabilidades a serem discutidas, a definição da política de estocagem do etanol, e também a definição clara dos objetivos, as políticas e diretrizes do uso da Cide. Citamos essa questão da Cide, pois me parece estar sendo usada de forma desvirtuada em relação ao seu objetivo inicial e poderia também ser motivo para uma ampla revisão.
Cabe aos produtores, além dessas definições, junto ao governo, implementar a busca do ganho de competitividade do setor, através do desenvolvimento tecnológico das áreas agrícolas e industriais e do aproveitamento de todo o potencial deenergia primária disponível na cana de açúcar.
No inicio do Proálcool, não havia nem clima nem consciência da importância do aproveitamento do bagaco para a geração da bioeletricidade: porém, essa foi outra realidade surgida ao longo do período.
Não há mais nenhuma dúvida que a geração da bioeletricidade possibilita uma sinergia muito positiva para o ganho de competitividade, principalmente do etanol.
Também não há nenhuma dúvida que o aproveitamento da palha é uma mera questão de tempo, e o ganho de escala, que não se verificou com a concentração do tamanho das empresas, poderá ser compensado pela geração maciça da bioeletricidade.
Tudo isso demonstra que estamos diante de uma grande oportunidade para formularmos um novo modelo que nos permita enfrentarmos de forma corajosa, competente e serena, a definitiva solução para a nossa matriz energética e que nos permita liderar a criação de uma sociedade moderna.
Onório Kitayama/Diretor da Nascon Agroenergia

2-Niterói Naval Offshore - NNO é em Novembro
Foi formalmente lançada a feira Niterói Naval Offshore Expo and Conference 2011, que será realizada entre os dias 7 e 10 de novembro, no Caminho Niemeyer, em Niterói. O evento será voltado para a realização de negócios, exposição de bens e serviços, Rodada de Negócios promovida pelo SEBRAE e FIRJAN, Conferência e Ciclo de Palestras.
Um dos grandes atrativos da feira ficará por conta da Rodada de Negócios, que irá apresentar micro e pequenas empresas para as grandes companhias do setor naval offshore. Segundo o Itaesa - Instituto de Tecnologia Aplicada a Energia e Sustentabilidade Socioambiental, são esperadas cerca de 120 micro e pequenas empresas que devem movimentar aproximadamente R$1,5 milhão em negócios.
O diretor de transporte marítimo da Transpetro, Agenor Junqueira, informou durante o lançamento do evento que está tudo pronto para o lançamento de mais um navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da empresa. Segundo ele, o navio será lançado ainda no primeiro semestre deste ano.
Niterói tem hoje a maior participação de empregos na área naval em todo o país, com 23 mil profissionais dos cerca de 78 mil. E com o setor em expansão, a expectativa é de que aumente ainda mais o número de trabalhadores atuando na região, fato que exige qualificação da mão-de-obra.
Sérgio Leal, secretário executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval Offshore (Sinaval), afirmou que o setor naval offshore está em plena expansão.

3-Recessão provoca queda recorde em emissões de CO2 da União Européia
A recessão provocou uma redução recorde de 7,2% nas emissões de gases do efeito estufa da União Européia em 2009, colocando o bloco à frente do cronograma planejado de cortes, indicaram dados europeus na quarta-feira (20).
“A força da recessão de 2009 afetou todos os setores econômicos da UE,” disse em relatório a Agência Ambiental Europeia, com sede na Dinamarca. “O consumo de combustíveis fósseis caiu em comparação com o ano anterior, principalmente o de carvão.”
As emissões de gás-estufa no bloco de 27 nações caíram do equivalente a 4,96 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, em 2008, para 4,60 bilhões em 2009, de acordo com um relatório técnico apresentado para o Secretariado de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU).
Essa queda de 7,2% – de 354 milhões de toneladas, ou quase o mesmo tanto que as emissões anuais da Espanha ou da Polônia – foi bem mais acentuada do que qualquer outro declínio desde 1990, quando os países ricos começaram a reunir os dados, seguindo tratados da ONU.
O relatório não informou o quanto as emissões poderão voltar a crescer com o retorno do crescimento econômico em 2010, mas disse: “A recessão em 2009 acelerou, temporariamente, a tendência de baixa nas emissões totais de gás-estufa.”
A redução, ampliando os cortes pelo quinto ano consecutivo, deixa as emissões 17,6% abaixo dos 5,59 bilhões de toneladas emitidos no ano-base da ONU de 1990 e perto do objetivo unilateral europeu de cortar as emissões em 20% abaixo dos níveis de 1990 até 2020.

sábado, 9 de abril de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 29

I – NOTICIAS

1-Recepção Delegação Chinesa na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Dr. Marcelo Gilbertoni, Chefe do Cerimonial da ANP
Palestrante: Dra. Maria Inês Souza, Coordenadora da Área de Biocombustíveis da ANP
Representante do Diretor Geral da ANP: Dr. Durval Carvalho de Barros, Superintendente de Divulgação e Comunicação Institucional
Dr. Waldir W. Rocha – Presidente Nacional do IPGAP
A Delegação Chinesa foi recepcionada pelo Cerimonial da ANP, às 14 hs e encaminhada à Sala VIP onde estava montado um ‘Data show’, Indicadores com nomes e funções de cada membro da Delegação e também dos Profissionais da ANP presentes ao evento.
A palestrante foi a Dra. Maria Inês Souza, Coordenadora da Área de Biocombustíveis da ANP.
A delegação, composta de 14 membros, foi saudada pelo Superintendente Durval de Barros, que representou o Engº Haroldo Lima, Diretor Geral da Agência. Ele saudou a Delegação em nome do Governo brasileiro e da ANP. E, ao término da reunião, funcionários da ANP fizeram menção ao trabalho do IPGAP, de apoio ao setor na área institucional.
A palestra foi do mais alto nível e impressionou toda a Delegação Chinesa, a ponto de ao término se levantarem e aplaudirem de pé, pois consideram o Brasil , sem dúvida, o País mais avançado do mundo na Tecnologia do Etanol. Mas anotaram tudo e fizeram questão de enfatizar terem aprendido muito e que a reunião foi da maior importância e proveito para eles e para a China.
Foi-lhes apresentado um panorama completo do segmento de biocombustíveis – com ênfase no etanol -no mundo, dos avanços dessa tecnologia no Brasil e dos Projetos em andamento. Projetos de tão alto nível e tecnologia que surpreenderam os visitantes. Tudo ilustrado com excelentes recursos visuais.
2- CPFL assume o segundo lugar em geração eólica
A CPFL Energia fechou uma importante aquisição que vai torná-la a segunda maior eólica do país. A empresa da Camargo Corrêa e da Previ anunciou ontem a compra da SIIF Énergies, de um grupo de fundos americanos, em um negócio de R$ 1,5 bilhão. A aquisição vai acrescentar imediatamente 210 MW ao seu parque gerador e em eólicas a companhia chegará a 578 MW, ultrapassando a Renova Energia, mas ainda atrás da empresa argentina Impsa.

A empresa vai desembolsar R$ 950 milhões em dinheiro e assumir uma dívida líquida de R$ 544 milhões. É a maior aquisição da história da empresa desde que foi privatizada em 1998, segundo levantamento feito pelo Itaú BBA que auxiliou a empresa na operação. A aquisição vai colocar a
CPFL no fim deste ano como a segunda maior geradora privada do país, atrás somente da Tractebel.
Em energia eólica, a empresa consolida com essa aquisição investimento total de R$ 3 bilhões no setor. Na semana passada, a CPFL já havia anunciado aportes de R$ 600 milhões em parques eólicos que terão energia comercializada no mercado livre. Além disso, com a energia que vendeu nos leilões, vai investir outros R$ 1,5 bilhão.
Os negócios de energia eólica estão movimentando cerca de R$ 25 bilhões no país em investimentos desde que o Proinfa foi lançado pelo governo federal há mais de uma década. Até 2013, somente com os projetos que já tiveram energiacomercializada, o Brasil vai atingir cerca de 5,5 mil MW em capacidade instalada. O movimento, desde que o governo passou a negociar eólicas nos leilões de energia, em 2009, já atraiu todos os grandes fabricantes de equipamentos internacionais e também grandes investidores, como a espanhola Iberdrola, que é uma das maiores do mundo.

3-Carvão é a fonte que mais cresce no mundo
Os esforços de governos, empresas e instituições de todo o mundo para ampliar o uso das energias renováveis não estão sendo suficientes para superar os combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O relatório Clean Energy Progress Report, da Agência Internacional de Energia (AIE), aponta que a fonte que mais cresceu na década passada foi o carvão, impulsionado pela China. Segundo o levantamento, o combustível respondeu por quase metade do aumento da geração de eletricidade no período.
O relatório aponta que a geração mundial de eletricidade aumentou 4.788 TWh entre 2000 e 2008. Do total, 2.258 TWh foram provenientes de térmicas a carvão, o equivalente a 47%. Em segundo lugar ficou o gás natural, que respondeu por 1.573TWh, ou 33%. As hidrelétricas vieram depois, com 589 TWh, ou 12%. Outras energias renováveis aparecem apenas em quarto, com 312 TWh, ou 6,5% do total, seguida pela geração nuclear (140 TWh, 3%). Já o uso do petróleo caiu 74TWh ou 1,5%.
Segundo o documento, o carvão continuará tendo papel importante na geração elétrica nos próximos anos e, para atingir as metas globais de redução de emissões, é necessário não só investir em usinas mais limpas e eficientes, como em projetos associados de captura de carbono. Cerca de 100 iniciativas de larga escala seriam necessárias até 2020 e mais de 3.000 em 2050, segundo a agência. Atualmente, há 70 em andamento.
Outra medida necessária é cortar os subsídios para combustíveis fósseis e aumentar os incentivos para energias renováveis. De acordo com a AIE, usinas movidas a combustíveis fósseis recebem US$ 312 bilhões por ano, ante US$ 57 bilhões das renováveis.
Além disso, afirma a agência, é necessário incentivar a troca de carvão pelo gás natural, a eficiência energética e o uso de biocombustíveis, bem como investir em pesquisa e tecnologia voltada para desenvolver energias mais limpas e ampliar a eficiência do consumo.
Fonte: Portal Energia Hoje

4-Tuper investe para atender setor naval e de óleo e gás
Fonte: Valor Econômico
A fabricante de tubos de aço e sistemas de escapamentos Tuper, empresa com sede em São Bento do Sul (SC), irá investir, até 2012, R$ 230 milhões com o objetivo de entrar no segmento de tubos de grandes dimensões. Atenta ao crescimento da demanda no mercado de construção civil e do setor de óleo e gás, a empresa espera ampliar entre 60 mil a 80 mil toneladas a capacidade de processamento de aço até o primeiro semestre do ano que vem e de 150 mil a 160 mil toneladas até 2013. Em 2010, a Tuper processou 240.697 toneladas. A estimativa para este ano é de que sejam transformadas 320 mil toneladas.
Segundo Frank Bollmann, principal executivo da Tuper, a decisão de entrar no mercado de grandes dimensões é motivada pela expectativa de fornecer aos projetos do pré-sal. A intenção é certificar os novos tubos junto à Petrobras até o ano que vem. Clientes na indústria naval também são alvo da Tuper no novo segmento de tubos.
Hoje, a maior tubulação produzida pela empresa é de 127 milímetros de diâmetro com 7 mm de espessura. A partir do primeiro semestre de 2012, a empresa começará a fabricar tubos de 140 mm de diâmetro até 340 mm de diâmetro e 16 mm de espessura.
De acordo com Bollmann, será necessária a construção de 650 m2 em um novo pavilhão junto a fabrica, em São Bento do Sul, para abrigar as novas linhas. Hoje, a Tuper tem quatro unidades industriais e cerca de 70 mil m2 de área construída. Os investimentos também devem gerar a contratação de 250 novos empregados. A empresa mantém uma equipe de 2.325 trabalhadores diretos.

5-HRT anuncia que as quatro sondas de perfuração para a Bacia do Solimões já estão na Amazonas
Fonte: TN Petróleo
A HRT Participações em Petróleo S.A. (HRTP) anunciou que as quatro sondas contratadas para a perfuração de poços exploratórios na Bacia do Solimões já estão no Amazonas, seguindo o planejamento elaborado pela empresa para a região. A primeira sonda já está na locação de destino, para iniciar o trabalho de perfuração ainda este mês; a segunda sonda estará na base de campo da HRT e será transportada para o local de sondagem, para iniciar o trabalho de perfuração ainda no mês de maio. Ambas foram contratadas junto à canadense Tuscany.
As outras duas sondas, contratadas junto à Queiroz Galvão Perfurações e construídas na China, vão se deslocar do Porto de Manaus para as bases de campo, com vistas a iniciar os trabalhos de perfuração nas suas respectivas locações, também no mês de maio de 2011.
A operação de quatro sondas heli-transportadas perfurando, simultaneamente, na Bacia do Solimões estabelece um recorde histórico no Brasil e ao mesmo tempo mostra o compromisso da HRT para com o seu plano de trabalho e seus acionistas para o ano de 2011. Por outro lado, a HRT Participações esta abrindo uma nova licitação para adquirir, ainda este ano, duas novas sondas heli-transportadas e uma de work-over. Tal ação demonstra nossa confiança no potencial gigantesco da Bacia do Solimões, que superou a Bacia do Espírito Santo, em fevereiro, tornando-se a segunda maior produtora de petróleo e gás do país. A região no Amazonas produziu 105 mil de boe/d, contra 93,4 mil de boe/dia da Bacia do Espírito Santo.


II-COMENTÁRIOS

1-A fiscalização da segurança operacional nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, no desempenho de suas atribuições prevista na Lei nº 9.478/1997, estabelece que o regime regulador das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo e gás natural, priorizando o cumprimento das boas práticas para a conservação e uso racional dos recursos energéticos e para a proteção do meio ambiente.
Por meio da Resolução ANP nº 43/2007 e seu Regulamento Técnico de Segurança Operacional para Instalações Marítimas de E&P, a Agência instituiu o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional das Instalações Marítimas de Perfuração e de Produção de Petróleo e Gás Natural (SGSO). O cumprimento do Sistema é obrigação prevista nos contratos de concessão assinados pela ANP, em nome da União, com as empresas que atuam no setor.
Esse regime regulador de segurança operacional marítima teve base em amplo estudo sobre as normas regulatórias de segurança adotadas em países como os EUA, Canadá, Noruega, Reino Unido e Austrália, além do aprendizado adquirido por conseqüência dos dois acidentes de grandes proporções ocorridos na Bacia de Campos – o afundamento da P-36, em 2001, e a perda de estabilidade da P-34, em 2002.
O conjunto das regras estabelecidas pela ANP é baseado na identificação dos perigos e na avaliação dos riscos associados aos processos e às operações de cada instalação. Dessa forma, com base nas práticas de segurança previstas na Resolução ANP nº 43/2007, os concessionários devem comprovar que mantêm controlados os riscos advindos de toda e qualquer operação executada nas instalações de perfuração e de produção offshore. Trata-se de um procedimento complexo, aplicado sobre instalações nada comuns.
Essa abordagem é um avanço em relação ao regime exclusivamente prescritivo. Nesse regime, o detalhamento dos procedimentos de instalação e operação em plataformas tende a limitar o desenvolvimento tecnológico do setor – tendo em vista a permanente evolução dos sistemas complexos da atividade petrolífera.
A ANP, como diversas outras agências reguladoras que tratam da segurança operacional marítima, participa regularmente do Fórum Internacional de Reguladores (IRF), em que são discutidos e tratados temas de segurança operacional. Tais participações, além de treinamentos em instituições internacionalmente reconhecidas, garantem que a ANP se mantenha permanentemente atualizada quanto à regulação de segurança operacional.
Esse compartilhamento de experiências, que é constante e não decorrente exclusivamente de acidente, ajuda a ANP a aperfeiçoar o sistema regulatório brasileiro de segurança.

Práticas e fiscalizações
Antes do início das operações, que depende de permissão da Agência, cada concessionário encaminha à ANP uma coletânea de documentos para comprovar sua adequação às normas do Regulamento Técnico de Segurança Operacional para Instalações Marítimas de E&P estabelecido pela Resolução ANP nº 43/2007. A documentação é avaliada pelo setor de segurança e submetida à aprovação da Diretoria Colegiada.
Desde 2008, a ANP analisou cerca de 650 coletâneas de segurança. Dessas, 30% foram recomendadas à Diretoria para aprovação; 70% resultaram em solicitações aos concessionários para que se adequassem aos preceitos da Resolução ANP nº 43/2007.
Iniciadas as operações, a ANP verifica, por meio de auditorias a bordo das instalações, a implementação das práticas obrigatórias de segurança nas instalações de perfuração, produção, armazenamento e transferência previstas nas 40 páginas da Resolução ANP nº 43/2007. Essas práticas incluem aspectos como o gerenciamento da instalação; treinamento de pessoal; integridade mecânica; identificação de perigos e análise de risco; seleção de contratadas; práticas de trabalho seguro; e operações simultâneas, entre outros. Quando identificados desvios dos sistemas de gestão de segurança operacional, petroleiras e empresas de perfuração são responsáveis por solucionar as não-conformidades constatadas.
A prioridade para execução das auditorias é definida a partir de diversos parâmetros associados ao risco, como complexidade da planta de processo; lâmina d’água; idade da instalação; histórico de incidentes; inspeções e auditorias anteriores.
Até 2009 a ANP realizava auditorias de Integridade Estrutural (em torno de 12 auditorias por ano). A partir do término do prazo de adequação ao Regulamento Técnico de Segurança Operacional, no final de 2009, a ANP passou a realizar auditorias do SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional), onde a Integridade Mecânica passa a ser apenas uma das 17 práticas de gestão abordadas durantes estas auditorias.
Após licitação com sociedades classificadoras, a Bureau Veritas, certificadora reconhecida internacionalmente, passou a ter representantes na equipe de bordo da ANP, acompanhando os engenheiros da Agência e prestando o apoio técnico durante as atividades de fiscalização de segurança operacional. Em 2010, foram realizadas 65 auditorias do SGSO.
A Agência dispõe de uma sala de monitoramento do tráfego marítimo, que permite a visualização, em tempo real, de todas as plataformas e embarcações que atuam na indústria do petróleo.
Com vistas à racionalização dos recursos públicos e ao aprimoramento da segurança das plataformas, a ANP firmou convênio de cooperação com a Marinha do Brasil, que também realiza perícias técnicas em plataformas marítimas de perfuração, produção e armazenagem de petróleo, fundamentalmente abalizadas pelos preceitos da IMO (International Maritime Organization) e pelo código MODU (Mobile Offshore Drilling Units).
Com base nas perícias técnicas – que envolvem a verificação dos sistemas de comunicação, amarração, casco, lastro, salvatagem, movimentação de pessoal e carga, propulsão, navegação e condições gerais, entre outros – são emitidas “Declarações de Conformidade” conjuntas, em nome da Marinha do Brasil e da ANP para cada unidade marítima. Este documento atesta o cumprimento das normas e regulamentações contidas em toda a legislação nacional e internacional relativa às atividades de exploração, produção e armazenamento de petróleo no meio aquaviário. Em 2010, foram executadas cerca de 70 perícias mensais.
Adicionalmente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

2-Serenidade e confiança são essenciais para o etanol agora
Foi realizada reunião ministerial em Brasilia entre a Presidente Dilma Rousseff e os ministros da Casa Civil, Fazenda, Minas e Energia e Agricultura para tratar do abastecimento de etanol, a produção esperada na próxima safra, e os preços ao consumidor.
Segundo o jornal VALOR, algumas medidas estariam em estudo, dentre elas: a redução da mistura de anidro na gasolina, podendo até cair abaixo de 20%; uma intensificação das atribuições e responsabilidades da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no controle sobre a produção e comercialização de etanol; taxação sobre exportações de açúcar.
Sobre a redução do teor de etanol na gasolina, do ponto de vista técnico, não é possível reduzi-la abaixo de 20%. As frotas de veículos a gasolina e flex estão dimensionadas para usar gasolina contendo entre 20% e 25% de anidro, o que corresponde a uma relação ar-combustível equivalente. A indústria automobilística deve, provavelmente, indicar os riscos decorrentes de uma alteração fora desta faixa. Por este motivo, esta faixa de variação está estabelecida em legislação federal específica -- lei 8723/93, alterada pelas leis 10203/01 e 10696/03.
O efeito desta medida é também duvidoso para o País. Não existe nenhuma indicação de que os produtores não estejam comprometidos com a produção de anidro, em volume suficiente para dar conta da demanda prevista nos próximos doze meses. E que a produção estimada de hidratado não seja suficiente para atender a demanda, ao preço de equilibrio deste mercado. Temos identificado um esforço grande na reforma e expansão de canaviais. A redução da mistura só vai agravar a demanda adicional de gasolina A, pura, usada na mistura, podendo gerar importação adicional indesejada e desnecessária, em especial quando os preços do petróleo e derivados estão em ascensão no mercado externo.
Mesmo no curto prazo, às vésperas de ser iniciada uma nova safra, há estoque de anidro suficiente junto aos produtores, que não está sendo escoado pelas distribuidoras. A safra que está iniciando traz a perspectiva de oferta crescente deetanol anidro e hidratado. Tanto que, nas últimas duas semanas, o preço do etanol hidratado ao produtor já caiu de R$ 1,66 para 1,38 por litro, livre de impostos, redução que ainda não foi sentida pelo consumidor. O anidro misturado à gasolina, via de regra, torna a gasolina mais barata ao consumidor. Reduzir o seu teor na mistura iria aumentar o preço da gasolina ao consumidor ao longo do tempo.
A possível decisão de aumentar o controle da ANP sobre a comercialização e os estoques de etanol pode significar um avanço. Para garantir o abastecimento, a ANP exige que as distribuidoras contratem com antecedencia de vários meses seus pedidos de gasolina A junto à Petrobrás. No entanto, isso não ocorre nem para o etanol anidro, nem o hidratado. Na prática, o etanol continua sendo comercializado basicamente no mercado à vista, com distribuidoras mantendo apenas um estoque mínimo operacional.Caso as regras válidas para os derivados sejam estendidas ao etanol, poderá haver um planejamento maior do mercado, e até uma intensificação do mercado futuro de etanol.
Sobre a possibilidade de ser estabelecido um imposto sobre exportações de açucar, podemos dizer que o seu efeito é imprevisível e controverso. Caso seja adotada, a medida penalizaria um setor que ainda está tentando sanar os efeitos da crise financeira internacional, que o atingiu em cheio durante a mais recente fase de expansão de sua capacidade de produção.
Na verdade, seria fundamental recuperar a competitividade do etanol com a gasolina em motores, que já foi de 81% em média em 1991, e hoje está em 70%, através de incentivos a inovações na industria automotiva, dando novo estímulo a expansão.
Esta expansão é mais do que nunca necessária agora, tendo em vista a demanda potencial representada pela crescente frota flex. Uma medida como esta introduziria um elemento de incerteza e intranquilidade, inibindo novos, necessários investimentos. A flexibilidade industrial para fabricar açúcar ou etanol dependendo das condições do mercado, é uma grande vantagem para os produtores e para o País, e não algo que deva ser combatido. O fato de que a frota é flex, e pode se adaptar a estas condições de mercado, é o que torna o Brasil um caso tão único e invejado mundo afora.
Os benefícios gerados pela produção e uso em larga escala de etanol combustível são reconhecidos internacionalmente. O que se assistiu recentemente com os preços do açúcar e do etanol foi o resultado combinado de um recorde no preço mundial do açucar nunca visto nos últimos 30 anos, e de dois anos seguidos de clima absolutamente anormal. Estes dois condicionantes não devem se manter.
O governo deve ter serenidade para transmitir a todos os agentes envolvidos, consumidores, produtores, comercializadores e fornecedores de vários níveis, a tranquilidade necessária para que avanços continuem ocorrendo no futuro, através de investimentos em expansão, modernização e aumentos de produtividade. Afinal, a produção agricola e industrial precisa crescer, até o final desta década, dos atuais 620 milhões para mais de 1 bilhão de toneladas de cana, para atender à crescente demanda interna e externa.
Plínio Nastari
Mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultor

domingo, 3 de abril de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 28

I – NOTICIAS

1-Europa pode banir motores a gasolina e a diesel para 2050
A União Européia estuda proibir a comercialização de veículos com motores a gasolina ou a diesel a partir de 2050. Em reunião do bloco econômico, fala-se em tornar toda a frota da região movida a eletricidade para daqui quatro décadas. A iniciativa partiu da Comissão Européia, braço executivo da união.
No projeto da UE, fala-se que a maioria dos trajetos diários, feitos em trechos urbanos, ficaria a cargo de veículos movidos a eletricidade. Para melhorar a locomoção em distâncias médias de 300 km, os países que compõem o bloco investiriam em trens, especialmente na qualidade dos transportes e na pontualidade. Este tipo de veículo receberia recursos para rodar em grandes cidades e interligar aeroportos. De quebra, o sistema de tráfego aéreo ganharia mais atenção das nações européias.
A proposta surgiu para cortar as emissões de poluentes originadas em automóveis. Em estudo, a UE acredita que cerca de 60% do volume atual seja reduzido com o novo sistema de transportes, caso ele venha a ser aplicado e funcione de maneira plena. No entanto, o bloco descarta prejudicar a locomoção de viajantes. "A liberdade é um direito básico dos cidadão. Reprimir isto não faz parte dos planos", explicou o comissário de transportes da União Européia, Siim Kallas.

2-Petrobras aguarda abril para importar gasolina
A Petrobras espera que o mercado de combustível se normalize, a partir de abril, com o desfecho do conflito na Líbia e com o início da safra 2011/2012 de etanol no Centro-Sul. Mas já está preparada para fazer nova importação além do primeiro 1,5 milhão de barris de gasolina, para chegar em abril, visando manter o fornecimento de combustível e o nível de preço.
Essa gasolina virá, basicamente, dos Estados Unidos, onde há excedentes. Em 2010, durante a escassez de etanol, nesta época, a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina. Este ano, aumentou a produção de gasolina em suas refinarias, sem prejuízo da entrega de outros combustíveis, como óleo diesel e querosene de aviação.
A política da Petrobras é de proceder a reajustes nos preços de combustíveis apenas quando fica cristalizada uma mudança de patamar no preço do petróleo. Por enquanto, a estatal considera que a alta em curso desde fevereiro tem fundamento meramente especulativa.
Joelmir Beting

3-Próximo leilão de energia vai dar mais espaço para térmicas a gás
O próximo leilão de contratação de energia elétrica, previsto para daqui a três anos, chamado de A-3, vai dar destaque para a participação de usinas termelétricas a gás. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, é uma forma de dar maior confiabilidade ao sistema, sem a dependência tão forte de fenômenos naturais.
Ele lembrou que a situação atual do gás no Brasil está diferente de há alguns anos, quando não havia gás suficiente para a indústria, para as térmicas e foi necessário contratar térmicas a óleo, porque também não havia licenças para hidrelétricas. ´A gente, felizmente, está voltando a um momento em que o gás está, paulatinamente, com disponibilidade, muito ligado ao pré-sal. As plantas de regaseificação também dão uma flexibilidade, disse.
O presidente da EPE lembrou que, entre as fontes fósseis, o gás é aquela que menos polui. E, por isso, no próximo leilão a EPE vai abrir mais espaço para essa fonte de energia, além das fontes renováveis, que são a prioridade do governo, com as hidrelétricas, as eólicas e as usindas de biomassa.
´Sem poder construir mais reservatórios (nas hidrelétricas), é preciso ter no sistema alguma fonte de energia de que se possa ter algum controle, porque todas as outras fontes são naturais. Se não chover, não ventar ou a safra for ruim, pode ligar a térmica, mas não fica na mão de eventos naturais´, explicou.
Fonte: Valor Online



4-Petrobras adquire petroquímica da Pesa por US$ 332 milhões
A Petrobras passou a deter 100% do capital social da Innova, petroquímica antes controlada pela Petrobras Energia Internacional, subsidiária argentina controlada pela Petrobras Argentina (Pesa). O valor da operação foi de US$ 332 milhões. A Petrobras, com a participação integral na Innova, passa a ter autonomia para alinhar a atuação desta empresa aos seus negócios atuais e futuros no Brasil. A Innova, que produz insumos como estireno e poliestireno, fica em Triunfo (RS).


II – COMENTÁRIOS

1-Obama quer mudanças na energia dos EUA
O Governo dos Estados Unidos planeja reduzir em 1/3 seu atual consumo de petróleo até o final da década, aumentar a oferta de biocombustíveis em pelo menos 80 milhões de galões em dois anos e fazer das fontes limpas as responsáveis por 80% da geração de eletricidade até 2035.
Em quatro anos, 1 milhão de automóveis e caminhões híbridos deverá circular no país. Esses tópicos estarão no plano Garantir o Futuro da Energia, do presidente americano Barack Obama.
"Quando fui eleito, os Estados Unidos importavam 11 milhões de barris de petróleo diários. Em um pouco mais de uma década, nós vamos cortar em um terço (para 7,3 milhões)", afirmou Obama, ao destacar a necessidade de redução da dependência da economia americana do petróleo e da busca de fontes alternativas e renováveis.
Sobre a Parceria com o Brasil. O Brasil fará parte dessa estratégia como futuro fornecedor de petróleo aos Estados Unidos, mais estável do que os países do Oriente Médio. O presidente americano falou de sua visita ao Brasil, há dez dias, e seu desejo de "compartilhar tecnologia e conhecimento" para a exploração na camada do pré-sal.
Obama também, citou o Brasil como exemplo de uso dos biocombustíveis. "Se alguém duvida do potencial desses combustíveis, considere o Brasil", afirmou. Porém, ao mencionar o sucesso do teste de um bioquerosene em voo do caça F22 Raptor, esqueceu-se da cooperação bilateral nesse segmento, oficializada durante sua passagem por Brasília.
Ao detalhar seu plano, Obama mencionou a impossibilidade de os Estados Unidos alcançarem autossuficiência em petróleo pelo fato de contar com apenas 2% das reservas mundiais e absorver 25% do combustível extraído no planeta.
"Mesmo que nós dobrássemos a nossa produção, ela seria ainda muito curta", afirmou. A matriz, indicou ele, terá de ser orientada para as energias renováveis, com atenção para dois graves acontecimentos.
Sobre o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, segundo Obama, deverá repercutir em novos padrões internacionais de segurança em negociação.
Os Estados Unidos têm 104 usinas nucleares, todas prestes a ser aposentadas. Esse conjunto gera cerca de 20% da eletricidade consumida pelo país.
"Sim, nós teremos de examinar como fazer térmicas a carvão mais limpas e como usar a energia nuclear. Estou determinado a garantir que as nossas usinas nucleares são seguras", disse o presidente.
O vazamento de petróleo em uma plataforma da BP no Golfo do México, em 2010, foi o segundo caso mencionado. Ainda no ano passado, o governo americano adotou novos requisitos para a exploração de petróleo nessa região. Porém, concedeu licença para 39 novas plataformas.
Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de S. Paulo


2-Petrobras participa da Conferência ARPEL 2011 no Uruguai
Fonte: Agência Petrobras
O Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, falou sobre o cenário energético mundial na Conferência ARPEL 2011- Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás, Biocombustíveis da América Latina e Caribe, realizada em Punta del Este, no Uruguai.
Durante sua apresentação, Gabrielli ressaltou o impacto do preço do petróleo no mercado de gás: “O alto preço é positivo para o mercado de gás, e não só de gás, pois se esses valores continuarem, as alternativas se tornam mais viáveis. Com isso espero grandes mudanças e incentivos para os projetos de gás em toda a América Latina”, afirmou.
Outro ponto destacado por ele foi a diminuição do consumo nos EUA, Europa e Japão, e o crescimento da demanda na China e Índia como fatores essenciais para a mudança dos fluxos de produção e consumo no mundo. “Essa nova demanda já está causando mudanças na geopolítica dos países e irá afetar e intensificar a questão logística em várias regiões”, afirmou.
Durante a cerimônia de abertura, Milton Costa Filho, Gerente Geral da Petrobras México e presidente da Arpel, ressaltaram que o encontro é uma oportunidade para América Latina e Caribe debaterem temas como os efeitos da crise na África e Oriente Médio para os fluxos de investimentos: “As empresas hoje buscam segurança e estabilidade política, além de ambientes mais producentes, e isso inclui o mercado de petróleo, gás e biocombustíveis”.

3-Braskem vai participar do Comperj
Fonte: Valor Econômico
Após longo período de análise, o conselho de administração da Braskem, maior petroquímica do Hemisfério Sul, ratificou a participação no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), prevista no acordo que, em janeiro do ano passado, selou a incorporação da Quattor pela empresa controlada pelo grupo baiano Odebrecht. A informação foi dada pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, membro do conselho da Braskem. A parte petroquímica do projeto ainda não tem um valor definido porque o projeto não está detalhado. O projeto como um todo estava avaliado em US$ 8,5 bilhões, mas o valor já é considerado defasado.
"O conselho de administração da Braskem aprovou a participação no Comperj. Seu plano de investimentos, não posso entrar em detalhes, já tem verba aprovada pelo conselho de administração para o futuro investimento", disse Costa em entrevista ao Valor. A Braskem confirmou que o investimento foi aprovado em reunião do conselho realizada no dia 16 deste mês. A participação no projeto foi incluída no programa de investimentos apresentado pela direção da companhia aos conselheiros. De acordo com a empresa, só não houve detalhamento sobre quando e como será a participação.
A Petrobras detém, desde a negociação com a Quattor, 40% do capital votante da Braskem, contra 60% do grupo Odebrecht. A entrada no Comperj sempre foi considerada, pela Petrobras, uma etapa essencial para tornar viável a fase petroquímica do projeto, que inclui também a construção de uma refinaria com capacidade para processar 330 mil barris de petróleo por dia. E a estatal usou seu peso de acionista com voto qualificado no conselho para fazer, finalmente, valer seu objetivo.
Com o sim da Braskem, Costa avalia que a totalidade do projeto, dividido em três etapas, ganhou mais robustez, e já prevê uma antecipação da entrada em operação da fase petroquímica, prevista para o fim de 2016 e começo de 2017. Na avaliação do executivo, a continuidade do crescimento da demanda por resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC, principalmente), o foco principal da Braskem, está assegurada por um fato estrutural e por dois eventos temporais de grande porte.

4-Estado do Rio planeja atrair investimentos dos EEUU
No rastro da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, há duas semanas, o governo do Rio de Janeiro trouxe ontem uma comitiva a Washington para tentar atrair um público bastante arredio: os empresários americanos, que perderam, nos últimos anos, o posto de maiores investidores estrangeiros no país. "Precisamos de mais empresas americanas no Brasil", disse o empresário Eike Batista, do grupo EBX, com negócios em áreas como energia, mineração e transportes. "Os CEOs americanos pegam aviões para ir a lugares distantes como Xangai e Mumbai, mas está faltando ir para o Rio."
Em 2010, os investimentos diretos dos Estados Unidos no Brasil somaram US$ 6,204 bilhões, menos do que os US$ 6,695 bilhões da Holanda, os US$ 6,437 bilhões da Suíça e os estimados US$ 17 bilhões da China. Em anos anteriores, países como a Espanha passaram à frente dos Estados Unidos. Quando são somados os empréstimos intercompanhias, os americanos investiram mais US$ 4,3 bilhões em 2010, e os holandeses, mais US$ 2,5 bilhões. Os americanos, porém, repatriaram US$ 2,647 bilhões em investimentos diretos no ano passado.
"Há grande falta de informação sobre o Brasil", afirmou o governador do Rio, Sérgio Cabral, durante o seminário "Oportunidades de Negócios no Rio de Janeiro", organizado pela US Chamber of Commerce, Valor e "Washington Post". "Os franceses, espanhóis e alemães sabem mais sobre o Brasil."
O presidente da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, acha que a visão dos americanos sobre o Brasil ainda está contaminada pelo ambiente de alta inflação e instabilidade econômica vigente antes do Plano Real. Ele conta que, há alguns anos, quando tentava atrair uma empresa americana ao Brasil, as nova gerações de administradores estavam entusiasmadas e aprovaram o plano em poucos dias. "No conselho de administração da empresa, levou seis meses, porque havia dois membros que estavam à frente de empresas que fizeram investimentos na década de 80."
Eike disse que a empresa de logística de seu conglomerado, a LLX, conseguiu atrair coreanos, chineses e europeus para investir no porto de Açu, empreendimento de R$ 3,4 bilhões no norte do Rio. "Faltam os americanos", disse.
Ele informou que, dentro de dois meses, terá encontro com o comando da Apple para atraí-los a montar uma fábrica de produtos de alta tecnologia no complexo de Açu. "Vou me colocar como um provocador, no bom sentido", afirma. "O Brasil tem 100 milhões de consumidores de classe média e, em dez anos, terá 150 milhões."
A viagem de Obama ao Brasil, com pesada agenda comercial e de investimentos, foi um reconhecimento do peso do país para os EUA, disse o embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, que participou de um painel sobre o Brasil, em evento organizado pelo Eximbank, o banco de apoio a exportações americanas.
Segundo ele, não dá para ignorar que, embora tenham investido menos do que outros países em anos recentes, os EUA são a economia com o maior estoque de capital no Brasil. "Outros países descobriram oportunidades de negócio, e os EUA já estavam lá", afirmou. Mas reconhece que os empresários americanos estão investindo menos do que o potencial.
Fonte: Valor Econômico/Alex Ribeiro | De Washington