sábado, 24 de março de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 75

I – NOTICIAS

1- OGX entrega em março primeira carga de petróleo para a Shell
A primeira carga de petróleo da OGX para a Shell, de 600 mil barris, será entregue até o final de março, informou a companhia nesta sexta-feira, em teleconferência.
A entrega da carga marca o início da geração de caixa da OGX.
Segundo o diretor-geral de exploração da companhia, Paulo Mendonça, o cronograma de perfuração da companhia até 2013 foi ampliado de 87 para 121 poços.
A OGX prevê a perfuração de 26 poços neste ano, em comparação com os 19 poços originalmente previstos, disse o diretor-geral.
A companhia estimou também uma produção média de petróleo entre 10 mil e 13 mil barris por dia nos próximos meses, com uma taxa de sucesso de exploração de 90% nos 59 poços já perfurados, segundo um documento da teleconferência.
Até o fim do ano a empresa prevê uma produção de petróleo entre 40 mil e 50 mil barris diários.
A OGX espera participar de leilões de concessão na Colômbia, ainda de acordo com o documento.
Fonte: Folha.com

2- ANP culpa petroleira por falha em poço
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) afirmou ontem que a petroleira Chevron não adotou medidas para minimizar os riscos operacionais na perfuração do campo de Frade, na bacia de Campos (RJ). Segundo Sílvio Jablonski, assessor da diretoria da ANP, se a petroleira não tivesse deixado uma área não revestida do poço e estendesse o revestimento por mais 400 metros além do que foi feito, não teria havido o vazamento de 2.400 barris de petróleo, em novembro. "O projeto estava incorreto."
Fonte: Folha de S. Paulo

3- OSX, de Eike, pode fechar o ano com US$ 8 bi em carteira
A OSX, empresa de construção naval do grupo EBX, de Eike Batista, pode fechar o ano com sua carteira de encomendas em US$ 8 bilhões, ante os US$ 6 bilhões atuais, se mais quatro contratos que estão no radar da empresa forem fechados. A informação é do presidente da companhia, Luiz Eduardo Carneiro.
Segundo ele, a OSX participará de duas licitações da Petrobras e negocia com a Sete Brasil a construção de duas sondas para a estatal. A empresa apresentou lucro líquido de R$ 7 milhões no quarto trimestre, revertendo prejuízo de R$ 24,7 milhões um ano antes.
Fonte: Folha de S. Paulo

4- Transpetro aguarda navio petroleiro do EAS para abril
A Transpetro aguarda a entrega do navio petroleiro João Cândido pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para o mês que vem, afirmou o presidente da estatal, Sergio Machado. Orçado em US$ 120 milhões e com capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo, o João Cândido deveria ter sido entregue pelo EAS em agosto de 2010.
Sobre a busca por um novo sócio no estaleiro após a saída da Samsung, anunciada na terça-feira, Machado disse que essa é uma decisão que cabe aos demais sócios - Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. "Como comprador do navio, vou exigir que se cumpra (o contrato) e eu possa ter a produtividade que preciso", disse Machado.
Além do João Cândido, o EAS tem em carteira outros 21 navios encomendados pela Transpetro. Os dez primeiros deveriam ser entregues até 2014, além de sete navios-sonda.
Fonte: Agencia Estado

5- BG capacita soldadores
A BG Brasil investirá, a partir deste ano, cerca de R$ 1 milhão em dois projetos de capacitação, em parceria com a prefeitura da cidade de Angra dos Reis (RJ). Um deles prevê a capacitação de mão de obra por meio do projeto Cidade da Solda e o outro, recursos para apoiar o ensino de ciências naturais, incluindo matemática, tecnologia e engenharia, em escolas públicas do município fluminense.
Entre outras ações, o convênio disponibilizará infraestrutura e equipamentos aos cursos de solda, além de aulas complementares em saúde, segurança e habilidades comportamentais. O acordo inclui, ainda, a entrega de laboratórios de informática às seis escolas beneficiadas.
Rio Grande
No último dia 20, a BG promoveu, em Rio Grande (RS), a formatura de 45 alunos dos cursos Traçado de Caldeiraria e Leitura e Interpretação de Desenhos, Ajustador Mecânico e Soldagem - Processo de Eletrodo Revestido, que foram financiados pela empresa britânica. Ao todo, foram investidos R$ 235 mil no programa de treinamento para incentivar a qualificação e a mobilidade profissional no setor de petróleo e gás na região.
Até o final de 2012, o programa terá oferecido 162 vagas (nove turmas). Os cursos, reservados para alunos indicados pelos parceiros do programa, têm carga horária entre 150 e 340 horas, e contaram com o apoio da prefeitura de Rio Grande e do Senai-RS.
Fonte: energia hoje

6- HRT inicia perfuração de novo poço na Bacia do Solimões
A HRT informou que deu início à perfuração do poço 1-HRT-8-AM, no prospecto Aroeira, que faz parte no bloco SOL-T-169, localizado na Bacia do Solimões, no município de Tefé (AM). Segundo a companhia, a perfuração tem como objetivo alcançar os reservatórios da formação Juruá e da formação Uerê. A estimativa da empresa é que eles sejam acessados a partir dos 3 mil metros de profundidade.
“A locação visa testar uma estrutura de 25 quilômetros quadrados de área, que faz parte do trend gaseífero perfurado pelo poço 1-HRT-5-AM", disse a companhia, em comunicado ao mercado. O poço está sendo perfurado pela sonda QG-VIII e tem profundidade final prevista de 3.365 metros.
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Nova diretora geral da ANP prevê mais fiscalizações no setor
A fiscalização realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não deve ser apenas coercitiva, mas se basear em dados colhidos junto às empresas e em parceria com outros agentes públicos, afirmou a nova diretora-geral do órgão, Magda Chambriard.
"Fiscalização é a parte mais visível de nosso trabalho. Queremos fazer uma fiscalização inteligente. Isso vale tanto na Exploração e Produção quanto no refino e na distribuição", disse ela em seu discurso de posse.
Mulheres
A presidente da República, Dilma Rousseff, destacou a importância para o Brasil de que mulheres brasileiras cheguem a postos importantes, "por mérito e profissionalismo", em uma indústria historicamente dominada por homens. Magda Chambriard é a primeira mulher a assumir a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e acumula 32 anos de experiência no setor.
"Convivi com a dra. Magda por mais de um ano, discutindo uma matéria delicada ao País que é o pré-sal", disse Dilma, na cerimônia de posse da nova diretora-geral da ANP. E completou: "É um símbolo para as mulheres brasileiras que a Petrobras e a ANP sejam uma presidida por Maria das Graças Foster e outra dirigida por Magda Chambriard".
Fonte: AE - Agência Estado

2- Petrobras apresenta recordes da área de gás e energia
Fonte: Agência Petrobras
O gerente executivo de Marketing e Comercialização da área de gás e energia da Petrobras, Antônio Castro, destacou as principais realizações da companhia no setor em palestra de abertura no Rio Gas Forum, realizada na quarta-feira (21), em Copacabana. Entre os avanços, citou o lucro recorde da área de gás e energia, o início do aproveitamento do gás do pré-sal e os recentes recordes de produção atingidos pela companhia.
O lucro operacional em 2011 foi recorde, chegando a R$ 4,2 bilhões. Também foi atingido o recorde de 37 milhões de metros cúbicos de gás por dia entregues ao mercado. Em dezembro, foram alcançados os recordes mensal e diário, com 46,1 milhões de metros cúbicos ofertados ao mercado no dia 23 daquele mês. Para Castro, “a elevação da oferta de gás natural em 2011 foi possível graças à entrada em produção dos campos de Mexilhão, Uruguá e Tambaú, na Bacia de Santos”.
Outro destaque foi o início do escoamento da produção do campo de Lula em setembro de 2011. Segundo Castro, “o gás do pré-sal já é uma realidade no mercado brasileiro e nas operações da Petrobras”.
Para atingir esses resultados, a Petrobras encerrou, em 2011, um ciclo de investimentos na malha de transporte de gás natural, que totalizou US$ 15 bilhões desde 2007. Durante o ano, a Petrobras iniciou as operações do Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté e da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba, em São Paulo. Com esses investimentos, a Companhia atingiu o total de 42 sistemas de compressão e 173 pontos de entrega instalados no Brasil, com uma malha de gasodutos de 9,7 mil km de extensão.
O Rio Gas Forum está sendo realizado no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e acontece até esta quinta-feira (22).

3- Balança do agronegócio brasileiro teve superávit de US$ 4,6 bi em fevereiro
Fonte: Agência Brasil
A balança comercial do agronegócio brasileiro teve superávit de US$ 4,656 bilhões em fevereiro. O resultado é 15% maior que o registrado em fevereiro do ano passado. As exportações aumentaram 11,8%, somando US$ 5,9 bilhões, enquanto as importações cresceram 1,5%, alcançando US$ 1,3 bilhões. No acumulado do bimestre, o superávit chegou a US$ 8,9 bilhões, 12% a mais que nos primeiros dois meses de 2011.
Os dados, publicados hoje (21) pelo Ministério da Agricultura, mostram que o produto que mais contribuiu para o aumento das exportações do setor em fevereiro foi o complexo soja (grão, farelo e óleo), que subiu de US$ 517 milhões para US$ 1,188 bilhões.
Depois da soja, com maior valor de venda em fevereiro aparecem carnes (US$ 1 bilhão), complexo sucroalcooleiro (US$ 865 milhões), produtos florestais (US$ US$ 746 milhões) e café (US$ 584 milhões). Juntos, os cinco segmentos foram responsáveis por cerca de 75% das exportações do agronegócio no mês.
Em relação às importações, mais da metade foram concentradas em produtos florestais (US$ 220 milhões), cereais, farinhas e preparações (US$ 210 milhões), pescados (US$ 143 milhões), produtos oleaginosos (US$ 75 milhões) e lácteos (US$ 52 milhões).
Segundo o Ministério da Agricultura, os continentes que mais elevaram as compras de produtos do agronegócio brasileiro foram Ásia (US$ 1,56 bilhão), União Europeia (US$ 1,79 bilhão) e África (US$ 695 milhões).

sexta-feira, 16 de março de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 74

I – NOTICIAS

1- SAMSUNG sai do Estaleiro Atlantico Sul
Na direção oposta do que desejava o governo, a Samsung vendeu aos sócios brasileiros - Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - a participação de 6% que possuía no capital do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o maior do país. Nos últimos dias, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, seguindo orientação da presidente Dilma Rousseff, que está preocupada com atrasos na entrega de encomendas e com problemas tecnológicos do estaleiro, vinha negociando o aumento da fatia dos coreanos na empresa.
Em entrevista ao Valor, Graça Foster confirmou que esperava o incremento da participação da Samsung e criticou duramente o desempenho do EAS. "Contratamos a Sete Brasil [companhia da qual a Petrobras é sócia] e eu não vou ficar esperando a empresa resolver problemas que são muito maiores que ela, pois sei de um problema que é claro, de desempenho abaixo da expectativa por parte do Estaleiro Atlântico Sul", disse.

2- PETROBRAS deseja renegociar contratos das Plataformas na cessão onerosa
Um consórcio formado por Odebrecht/OAS/UTC é o favorito para vencer a licitação da Petrobrás para a conversão de cascos de navios nas quatro primeiras plataformas (FPSOs) das áreas da cessão onerosa, nas quais a Petrobrás terá o direito de explorar e produzir petróleo sem licitação, em nome da União, que é a proprietária das reservas. O grupo de empresas apresentou o menor preço para a construção destas unidades, US$ 1,753 bilhão, mas a Petrobrás negocia a redução desse valor.
As negociações para a redução do preço cobrado estão em andamento há semanas. As plataformas vão produzir, armazenar e escoar petróleo do conjunto de áreas localizadas no pré-sal que foram transferidas pela União à Petrobrás na cessão onerosa, durante a operação da megacapitalização da companhia realizada em 2010.
Função. As unidades, que devem ser batizadas de P74, P-75, P-76 e P-77, serão usadas para produção dos até 5 bilhões de barris de óleo equivalente que, pelo acordo, a Petrobrás terá o direito de explorar. A Petrobrás precisará construir ou arrendar outras unidades no futuro para explorar os reservatórios.
O montante apresentado pelo consórcio do qual participa a Odebrecht inclui a conversão em plataformas dos cascos de quatro navios petroleiros, a serem fornecidos pela Petrobrás, a troca de chapas e investimentos destinados a reformas de oficinas do estaleiro Inhaúma, que antes de ser arrendado pela Petrobrás se chamava Ishibrás, no Rio.
A Petrobrás convocou 19 grupos para a licitação. A Andrade Gutierrez ficou em segundo lugar, mas com um valor bem acima do primeiro colocado, oferecendo o serviço por US$ 2,33 bilhões. Keppel também teria apresentado proposta. Além disso, a Petrobrás teria desclassificado a proposta do Jurong, de US$ 2,512 bilhões, por considerar o preço alto demais.
A primeira das quatro embarcações a serem convertidas em plataformas já está ancorada no Rio, depois de vir da Ásia. Depois de virar P-74, poderá ser usada na área do pré-sal de Franco, na Bacia de Santos. O objetivo da Petrobrás é aumentar o conteúdo nacional na montagem das plataformas - a primeira unidade a entrar em operação no pré-sal, a FPSO Cidade de Angra dos Reis, esse índice é bastante baixo.
Fonte: MSN

3- Semikron apresenta soluções para mercado de energia solar
Fonte: Redação TN Petróleo
A Semikron, líder mundial em módulos de semicondutores de potência, apresenta o SemixBox, um produto diferenciado para o crescente mercado de energia solar no Brasil e no mundo. O SemixBox é um módulo de potência para inversores e aplicações que variam de 10 kW a 100 kW, com patente obtida pelos engenheiros da empresa no Brasil. Os inversores são equipamentos que permitem transformar Corrente Contínua em Corrente Alternada, basicamente regulando a tensão elétrica.
A empresa possui desde diodos string para os inversores centrais até plataformas de potência completas, além de aplicações para geração distribuída de pequeno oe mesmo para grandes usinas solares. O Semikube, por exemplo, possui IGBTs para aplicações trifásicas com alto nível de integração e compactação, para aplicações de 75 kW a 1 MW. Já o Semistack, com módulo SKiiP4, abrange aplicações para potências de 450 kW a 2,5 MW.
As plataformas Semixbox e Semikube são mais dedicadas a inversores utilizados em sistemas de energia solar fotovoltaica. Esses produtos são igualmente compactos e flexíveis devido a sua característica modular, sendo aplicáveis a potência de até 1 MW. Há, ainda, o Semistack RE, montagem feita com o módulo mais completo já desenvolvido pela Semikron, o já citado SKiiP4.
Na cidade de Carapicuíba, em São Paulo, as plataformas Semixbox e Semistack RE são produzidas pela empresa em sua fábrica considerada como um dos Solution Centers da empresa no mundo. Os semicondutores de potência utilizados nessas plataformas são importados, normalmente da Semikron Alemanha. “Contudo, existem planos de nacionalização dos componentes, uma decisão que será pautada pelo volume do mercado”, explica Rivaldo Caram, gerente de Vendas e Marketing da organização.
No Brasil, esse mercado ainda é pequeno, previsto para 30 MW. Porém, no mundo, a estimativa é que os inversores para energia solar deverão movimentar US$ 9 bilhões, segundo estudo da consultoria iSupply.

4- Marinha americana inicia uso de diesel derivado de microalgas em embarcações militares
Fonte: Redação TN Petróleo
A Marinha americana realizou pela primeira vez uma viagem regular com uso de diesel marítimo renovável. Fabricado pela empresa Solazyme, Inc., que produz óleos renováveis e bioprodutos, o biocombustível é um derivado de microalgas e cana-de-açúcar.
A viagem entre o porto natal da embarcação em Everett, Washington, até San Diego, na Califórnia, demandou 25 mil galões do combustível. Os motores LM 2500 da embarcação receberam uma mistura 50/50 do diesel marítimo SoladieselHRD-76 e diesel de origem fóssil tipo F-76 (especificação militar). Em acordo com as exigências da Marinha nenhuma alteração foi realizada no navio ou no atracadouro de abastecimento para a realização da viagem.
Na avaliação dos engenheiros militares, o desempenho da mistura 50/50 no sistema de combustível e nos motores foi similar ao constatado com o uso de combustível fóssil tipo F-76.
“A Marinha continua a demonstrar eficiência de nosso combustível em diferentes embarcações. Estamos honrados em ter a oportunidade de colaborar com os esforços militares para reduzir a dependência de energia fóssil”, afirma o brasileiro Rogério Manso, Chief Commercialization Officer da Solazyme. “Este teste bem-sucedido é para nós um importante passo para viabilizar a comercialização dos nossos combustíveis renováveis”, complementa o executivo.
A Solazyme já produziu mais de 500 mil litros de combustível renovável in-spec para a Marinha, como parte do projeto Green Strike Group, do Departamento de Defesa. Este projeto tem por objetivo gerar até 2020 metade da energia demandada pelas atividades militares a partir de fontes renováveis, como biocombustíveis avançados.
A Solazyme é uma das empresas que integram este projeto. Em dezembro de 2011, a Dymanic Fuels, LLC, uma joint venture entre Tyson Foods, Inc. e a Syntroleum Corporation, recebeu um pedido de 1,7 milhão de litros de combustível renovável da Marinha, que serão entregues até maio de 2012. A Solazyme é parceria da Dynamic Fuels no cumprimento desse contrato, que é o maior pedido de biocombustível de uso militar já realizado pelo governo americano.

5- Estaleiro da OSX pode construir sondas para a Petrobras
Fonte: Redação TN Petróleo
A Sete Brasil está negociando a construção de duas sondas no estaleiro da OSX, no porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro. Juntas, as sondas têm valor estimado de US$ 1,6 bilhão.
Ao todo, a Sete Brasil irá construir 28 sondas para a Petrobras, em diferentes estaleiros do país - já instalados ou ainda em construção. Somente três contratos já foram assinados: um para sete sondas, com o Atlântico Sul (PE); um com o Jurong (ES), para uma unidade; e outro com a Keppel (RJ), também para um equipamento.
Além dessas 28, a empresa afirma que há previsão de construção de mais duas sondas para serem alugadas ao mercado em contratos de curto prazo. Não há informações se serão essas ou outras unidades a serem construídas no estaleiro da OSX.
A Sete Brasil também negocia um financiamento de US$ 13,5 bilhões do BNDES. De acordo com a empresa, o banco emprestará entre 80% e 100% do conteúdo local das sondas, o que corresponde a 50% do valor dos projetos.

6- Petróleo vaza novamente de poço da Chevron em Campos
A petrolífera americana Chevron anunciou a existência de uma nova mancha de óleo na Bacia de Campos, nas proximidades do Campo de Frade, o mesmo onde foi registrado um grande vazamento, em novembro do ano passado. Horas depois, o diretor de assuntos corporativos da Chevron, Rafael Jean, anunciou que a empresa pediu à Agência Nacional de Petróleo (ANP), autorização para suspender a produção de petróleo no Brasil até descobrir as causas do novo vazamento, que começou a ser investigado pela empresa no dia 4 de março, ou seja, há 11 dias.
Segundo a Chevron, o novo afloramento de óleo está ocorrendo a 3km do poço anterior - não se sabe ainda as causas nem se há ligação com vazamento anterior. Segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a suspeita inicial é que o vazamento esteja vindo de fissuras no fundo do mar, não do poço da Chevron. A produção diária do campo de frade é de 61,5 mil barris de petróleo por dia.
A ANP informou que só após receber as justificativas técnicas da Chevron terá condições de analisar o pedido da petroleira de suspender a produção no país. A solicitação ainda chegou à ANP
Em nota divulgada hoje, à tarde, a ANP informou ter autuada ontem a empresa, porque a Chevron não atender a notificação da agência para apresentar as salvaguardas solicitadas para evitar novas exsudações na área. Ainda na mesma nota, a ANP informou que, desde ontem, técnicos da agência estão no Centro de Comando de Crise da Chevron e que foi determinada a instalação de um coletor no novo ponto de vazamento identificado pela empresa.
A conclusão das investigações sobre o acidente no Campo de Frade havia sido anuncada pela ANP na última terça e, naquele dia, a diretora-geral da Agência, Magda Chambriard, não deu detalhes do inquérito, apenas infomou que haviam divergências com a Chevron sobre o acidente. A agência também informou que a empresa americana continua proibida de perfurar novos poços no país.
Segundo a Chevron, já foram instaladas máquinas para capatação de óleo, que está sendo contido pelos equipamentos de segurança. Segundo a companhia, estão sendo observadas bolhas de óleo, mas até agora apenas cinco litros de óleo chegaram à superfície do mar.
Fonte: O Globo


II – COMENTÁRIOS

1- ABDI apresenta perspectivas para o setor de energia fotovoltaica no Brasil
Fonte: Redação TN Petróleo
Nos dias 13 e 14 de março, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apresentou os planejamento do Plano Brasil Maior (PBM) para a cadeia de suprimentos em energias, no II Workshop Inovação para o Estabelecimento do Setor de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil, realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP). A intenção é criar condições, por meio de políticas públicas, para a instalação e o desenvolvimento da indústria na área de energia solar.
“Para alcançar esse objetivo, o governo está dedicado à construção de uma agenda setorial que busca o desenvolvimento de fontes de energia renovável, o que inclui sistemas eólicos e solares”, explica Eduardo Tosta, especialista da ABDI que participou do evento. “A construção dessa agenda acontece no âmbito do Comitê Executivo de Energias Renováveis, passando também pelo Conselho de Competitividade dessa cadeia - que reúne representantes das iniciativas pública e privada -, ambos instâncias de articulação e formulação do PBM”, acrescenta.
Um dos primeiros passos para a construção da agenda setorial é a elaboração do diagnóstico da cadeia. “Estamos reunindo informações sobre a dinâmica mundial do setor, tendências de mercado, regulação, financiamento, pesquisa, desenvolvimento e inovação, regimes especiais, compras governamentais, recursos naturais, investimentos estrangeiros, mercados potenciais, entre outros diversos fatores de impacto direto no setor”, elenca Tosta.
Com conclusão prevista para abril, a agenda setorial de energia solar indicará os desafios, diretrizes, objetivos, mapa estratégico, indicadores, metas, iniciativas, medidas e instrumentos que estão sendo planejados para o setor, no âmbito do PBM.
Outro tema apresentado pela ABDI durante o evento é o desenvolvimento tecnológico da indústria de bens de capital para energia renovável. “Estamos acompanhando as perspectivas para esse setor, em energia fotovoltaica, eólica, de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e de biomassa. O objetivo é estimular a inovação e o aproveitamento, pela indústria de bens de capital, de oportunidades geradas pela diversificação da matriz energética brasileira. Para identificar essas oportunidades, estamos promovendo um estudo em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Os resultados desse trabalho - cuja realização técnica é da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - devem ser apresentados no próximo mês de maio”, declara Valdenio de Araujo, que também representou a ABDI no workshop.

2- Investimentos Estrangeiros
De acordo com informações divulgadas na semana passada pelo Banco Central do Brasil, o total de investimentos estrangeiros na economia brasileira em 2011 foi de 66,6 bilhões de dólares, o que representou um crescimento de 37,5% em relação ao ano anterior.
O setor de serviços foi o que recebeu mais investimentos, com um aumento, em relação a 2010, de 117,6%.
Em seguida vem a indústria, cujos investimentos estrangeiros cresceram 26,2% de 2010 para 2011. Ai o setor que mais cresceu foi o da indústria de Alimentação, com um salto de 78,5%.
A grande surpresa ficou com o setor primário cuja variação foi negativa em 36,7%. Em 2010 os investimentos estrangeiros neste setor somaram pouco mais que 16 bilhões contra apenas 10,29 bilhões em 2011. Isso porque o sub-setor Extração de Minerais Metálicos caiu 50,3% e o de Extração de Petróleo e Gás Natural caiu 39,7%. Mas o setor ligado à Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados teve um aumento de investimentos da ordem de 52,7%, sendo de longe o que mais cresceu, seguido pelo de Produção Florestal, com mais 3,3%. No entanto, o valor absoluto das aplicações nestes dois setores foi inferior a 1 bilhão de dólares, insignificante diante dos espetaculares valores alocados nos serviços e na indústria.
A análise destes dados permite constatar a interferência de duas variáveis.
A primeira tem a ver com a demanda por produtos de origem rural. Não é à toa que o setor industrial que mais cresceu foi o de Alimentos. Mesmo com os diversos problemas de industrialização enfrentados pelo país, em função das dificuldades cambiais e de concorrência com a China, a área de alimentos avançou bastante. Deve-se à crescente demanda global por alimentos, sobretudo em função da melhoria de renda dos países emergentes, como o espetacular salto do nosso mercado interno, por exemplo. Ainda nesta primeira análise, avulta a enorme diferença dos investimentos na Agricultura dentro do setor Primário. Enquanto a expansão aí foi de 52,7% os setores mais fortes, Petróleo e Mineração, caíram bastante.
E não é só alimento: roupas, calçados, produtos de papel e celulose, frutas e flores, são outros setores cuja demanda vem crescendo.
É por isso que a segunda análise é preocupante.
Considerados os valores absolutos dos investimentos realizados em 2011, o dinheiro que veio para Brasil foi assim dividido: para serviços, 46,3%, para indústria, 38,8%, e para o setor primário 14,9%. Porque será? Mesmo sendo o Brasil o país mais admirado pelo mundo todo em relação à sua agricultura altamente sustentável, mesmo com grandes Fundos e Investidores globais super interessados em vir para cá, porque o setor recebeu tão pouco?
Um fato que contribuiu para isso foi que em agosto em 2010 a AGU proibiu a compra de terra por estrangeiro. Deveria ter impedido a compra de terras por fundos soberanos, alem de ratificar as limitações já existentes, como o máximo de 20% da área de um município para empresa estrangeira; poderia ter estabelecido regras adicionais para evitar especulação imobiliária, mas ao assumir tal posição, espantou investidores que viriam produzir aqui, comprando máquinas, sementes e fertilizantes produzidos aqui e, portanto, gerando empregos e renda aqui. Mas não é só isso: precisamos melhorar muito a segurança jurídica, nossa política comercial colocou todos os ovos na cesta da imóvel OMC; não resolvemos graves problemas de logística e infraestrutura... Enfim, há uma série de gargalos que inibem investimentos estrangeiros, e que acabam fazendo com que eles se dirijam a outros países.
Segundo a UNCTAD, o Brasil foi o 4º país do mundo que mais recebeu investimentos estrangeiros em 2011, superando todos os países do euro. E se a avaliação for apenas para novos projetos, sem incluir a aquisição de empresas por multinacionais, só ficamos atrás da China.
Tem dinheiro sobrando no mundo atrás de investimentos produtivos: vamos buscá-lo.
Roberto Rodrigues
Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e professor de Economia Rural da UNESP/Jabuticabal

segunda-feira, 12 de março de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 73

I – NOTICIAS

1- Magda será diretora-geral da ANP
A diretora da ANP Magda Chambriard será alçada ao comando da agência pela presidente Dilma Rousseff. A informação foi divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República na semana passada. A diretora substituíra Haroldo Lima, que deixou o cargo em dezembro.
Atualmente, a ANP é comandada pelo diretor Florival Carvalho, que responde pela diretoria-geral da agência desde o final do ano passado. Assim como a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, primeira presidente da Petrobras, Magda Chambriard será a primeira mulher a dirigir a ANP.
O anúncio da escolha de Magda Chambriard para o cargo acontece um dia após o Senado ter rejeitado a indicação da presidente Dilma Rousseff de recondução ao cargo do diretor-geral da ANTT, Bernardo Figueiredo. A medida por ter sido estratégia. Como já é diretora com mandato, Magda não precisará passar por sabatina no Senado.
Formada em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia da UFRJ, Magda Maria Chambriard está na ANP desde 2002. Funcionária de carreira da Petrobras, ela ocupou a Superintendência de Exploração, que acumulou, a partir de 2006, com a Superintendência de Definição de Blocos. Em 2008, ela teve sua indicação aprovada pelo Senado para compor a diretoria da agência.
Fonte: energia hoje

2- Gerdau ampliará em 25% capacidade de produção nos EUA
O presidente do Conselho de Administração do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que a empresa está ampliando em 25% sua capacidade de produção de aços especiais nos Estados Unidos. Segundo ele, a retomada da atividade econômica no país tem ampliado a demanda por esse tipo de produto, principalmente por parte da indústria automotiva. O empresário, no entanto, não detalhou qual o período para que essa ampliação, já em curso, seja concluída.
Gerdau disse ainda que algumas das unidades estão operando no limite da capacidade. "Temos usinas nos Estados Unidos, principalmente no segmento de automóveis, em que estamos trabalhando a 100% da capacidade", declarou. Segundo ele, a capacidade de produção de aços especiais hoje nos EUA é de quase 1,5 milhão de toneladas ao ano. Gerdau participou hoje de aula inaugural na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fonte: AE - Agência Estado

3- Porto do Rio vai atrair setor de óleo e gás
Operadoras e fornecedores de bens e serviços na área de óleo e gás interessados em se instalar na cidade do Rio de Janeiro seguirão, nos próximos anos, buscando salas para escritórios principalmente no Centro, devido à proximidade com a Petrobras, além de bairros como Glória, Flamengo e Botafogo, de acordo com a consultoria Colliers.
A novidade deve ficar por conta da região portuária da cidade, que poderá atrair companhias devido aos investimentos em infraestrutura urbana que está recebendo, por meio do projeto Porto Maravilha. A Barra da Tijuca corre por fora, devido à distância do Centro da cidade, mas será opção devido aos preços de aluguel relativamente mais baixos – enquanto no Centro o preço médio do m² por mês é de R$ 180, no bairro da Zona Oeste o valor fica em R$ 150, de acordo com estudo da consultoria.
Ainda segundo o levantamento, os bairros Leblon e Ipanema, na Zona Sul da cidade, possuem, atualmente, o m² mais caro: R$ 260 por mês. Copacabana (R$ 170), Botafogo (R$ 165) e Flamengo (R$ 140) aparecem em seguida.
A pesquisa feita pela consultoria aponta que ocupar um escritório de alto padrão na cidade do Rio de janeiro este ano ficou 28,5% mais caro em relação ao primeiro semestre de 2011. “O preço de locação pedido nos principais edifícios da cidade está dificultando muito o fechamento de novos contratos”, afirma o consultor Sênior da Divisão de Escritórios da Colliers, Márcio Vitorino.
Fonte: energia hoje

4- Petrobras descobre óleo de boa qualidade no pré-sal da Bacia de Santos
Fonte: Redação TN Petróleo
A Petrobras anunciou que o segundo poço perfurado na área denominada Nordeste de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, o 1-BRSA-976-RJS (1-RJS-691), apresenta óleo de boa qualidade. O poço, está localizado a Nordeste do campo de Lula, em lâmina d''água de 2.131 metros, a uma distância de 255 km da cidade do Rio de Janeiro, e foi perfurado após a assinatura do contrato de cessão onerosa com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O primeiro poço perfurado na cessão onerosa foi o 3-BRSA-944-RJS (3-RJS-688A), na área de Franco. Segundo a nota da estatal, a descoberta foi comprovada por meio de amostras de petróleo de 26º API, em teste a cabo, colhidas a partir de 4.960 metros. Foi identificada, até o momento, uma coluna de óleo de mais de 290 metros de espessura em reservatórios carbonáticos do pré-sal.
Ainda de acordo com o comunicado, o poço está sendo revestido no intervalo dos reservatórios. "A continuidade da perfuração desse poço terá como objetivo investigar a profundidade final destes reservatórios, bem como constatar o contato óleo/água". Após a conclusão da perfuração, está programado um teste de formação para avaliar a produtividade dos reservatórios portadores de óleo. "Além disso, a Petrobras dará continuidade às atividades e investimentos previstos no Programa Exploratório Obrigatório (PEO) do contrato de cessão onerosa, que prevê, para essa área, a realização de um Teste de Longa Duração", acrescenta a estatal.

5- Galp continua a buscar petróleo na bacia do Alentejo
Fonte: Redação TN Petróleo
A Galp Energia segue positiva sobre potenciais indícios de petróleo na Bacia do Alentejo. A empresa fez testes em 1800 Km² da região, e considera as condições para uma primeira perfuração.
De acordo com o presidente da petrolífera, Ferreira de Oliveira, ainda não há uma decisão oficial sobre o investimento. O executivo participou da apresentação do plano estratégico da empresa, em Londres.
A Galp Energia já explora petróleo no Brasil e em Angola, e comprometem-se a investir 1,2 mil milhões de euros por ano nos próximos quatro anos.

6- Colômbia é estrela em ascensão no setor de petróleo
Fonte: Valor Econômico
O Brasil está fortemente associado à alta da produção de petróleo na América Latina, mas a região tem outra estrela em ascensão influindo nos preços e nas tendências do setor: a Colômbia.
Nos últimos cinco anos, a Colômbia elevou sua produção de petróleo quase tanto quanto o Brasil, contribuindo para um aumento da oferta por países não pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
A produção de petróleo na Colômbia subiu quase 450 mil barris por dia entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011, contra 500 mil b/d no Brasil no mesmo período, de acordo com estimativas do Departamento de Energia dos EUA.
O aumento da produção colombiana é importante para o mercado petrolífero mundial, pois a maioria dos outros países não pertencentes à Opep enfrentam dificuldades para ampliar a oferta, dizem executivos do setor. A Colômbia é o quarto maior produtor de petróleo na América Latina, atrás do México, Venezuela e Brasil.
O aumento da produção aconteceu após a privatização parcial da Ecopetrol, estatal petrolífera colombiana, em 2007. As reformas provocaram uma renovação do interesse no setor petrolífero colombiano, com níveis recordes de perfuração exploratória em 2010.
O incremento da prospecção foi recompensado, tendo ocorrido um aumento na produção, no início deste ano, para 1 milhão de b/d, a maior em décadas, bem antes da meta da Ecopetrol, que era alcançar essa marca até 2015.
Mas será difícil aumentar ainda mais a produção. Após cinco anos de forte crescimento na produção e na exportação de petróleo, a Colômbia parece estar se aproximando de um limite natural, pelo menos por enquanto. Assim, os produtores não pertencentes à Opep perderiam um dos principais contribuintes para o crescimento da oferta anual.
A Agência Internacional de Energia (AIE), órgão que reúne os principais países importadores de petróleo, ainda acredita em um grande aumento na oferta de petróleo dos países não pertencentes à Opep neste ano, após uma estagnação do crescimento no ano passado. Com a queda da produção mexicana, e tendo em vista que as produções argentina e colombiana já não exibem um crescimento forte, toda a atenção e pressão na região da América Latina voltará a focar o Brasil.
A Petrobras planeja aumentar a produção petrolífera do país de 2,1 milhões de b/d em 2011 para 3,1 milhões de b/d em 2015, e substanciais 4,9 milhões de b/d até 2020. O plano de expansão custará US$ 120 bilhões - provavelmente mais -, e envolverá reservas no pré-sal, em águas profundas, que deverão responder por 40% da produção do país até o fim da década, dos menos de 2% agora.
Mas o Brasil tem enfrentado dificuldades para implementar seu plano de negócios para 2011-15 e, nos últimos três anos, conseguiu ampliar a oferta em só 150 mil b/d, menos do que a Colômbia.
A perspectiva de crescimento da oferta dos países não pertencentes à Opep é vital, neste ano, devido ao impacto da perda da produção iraniana devido às sanções europeias e americanas. Os negociantes de petróleo já preveem um crescimento inferior ao esperado na oferta dos países de fora da Opep, como resultado de interrupções periódicas na produção na Síria e no Iêmen. Além disso, na região do Mar do Norte, que produz petróleo tipo Brent, os volumes também estão caindo.

7- GE quer dobrar receita com petróleo na América Latina
A gigante industrial americana General Electric Co. (GE) espera dobrar para US$ 3,4 bilhões sua receita com as operações de petróleo e gás natural na America Latina até 2016, informou o presidente da GE para a região, Reinaldo Garcia.
Durante apresentação aos investidores, Garcia informou que a GE gerou US$ 1,7 bilhões em receita de suas unidades de petróleo e gás natural em 2011, mas o setor não é apenas o único aspecto do fortalecimento das operações na América Latina, especialmente no Brasil. "As fontes de projetos são realmente boas", afirmou Garcia.
Apenas para o Brasil, estão previstos quase US$ 500 bilhões em projetos nos próximos anos em petróleo, mineração e biocombustíveis. "Realmente gostamos da região", contou Garcia, ao afirmar que os investimentos da GE em pesquisa no centro do Rio e Janeiro foram dedicados ao transporte, petróleo e gás natural.
Fonte: Dow Jones


II – COMENTÁRIOS

1- Rio se consolida como polo mundial de tecnologia do pré-sal
Em meados de dezembro do ano passado, o separador submarino água-óleo (SSAO), desenvolvido pela FMC Technologies, foi afundado no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, para começar a funcionar ligado à plataforma P-37 da Petrobras, a 900 metros de profundidade. O separador, que pesa cerca de 400 toneladas, tem capacidade de produção de cerca de 18 mil barris por dia, separando o óleo da água e da areia que vêm misturados durante a extração. A estrutura, desenvolvida em parceria com a Petrobras, tem 75% de conteúdo local.
Desde a descoberta da existência de depósitos de petróleo na camada pré-sal, anunciada pela Petrobras em 2006, desenvolver tecnologias para sua exploração se tornou um desafio que vem ajudando a alavancar a economia brasileira. E o Parque Tecnológico Rio, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, vem se tornando um polo de atração para empresas brasileiras e estrangeiras interessadas em investir no setor – como a própria FMC.
Motivos não faltam. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (06/03) mostram que a extração mineral, que compreende a produção de petróleo e gás, teve crescimento de 3,2% em 2011, acima do crescimento da indústria como um todo, que ficou em 1,6% no período. Os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam na mesma direção: em janeiro deste ano, a produção de petróleo e gás do país foi recorde, com 2,231 milhões de barris por dia.
A articulação tecnológica
O gerente da área de Articulação Corporativa do Parque Tecnológico Rio, Alfredo Laufer, explica que o espaço vem sendo desenvolvido há 15 anos, mas em 2007 ganhou grande vigor, com a descoberta do pré-sal. Já lá se instalaram cerca de 20 empresas.
“A partir de 2007 aconteceu um boom no parque tecnológico”, diz ele. “Os desafios de exploração de petróleo na profundidade da camada pré-sal requerem tecnologias que ainda não possuímos. As grandes empresas do setor estão investindo em centros de pesquisas e isso tem uma consequência direta sobre o PIB”, explicou ele.
Segundo Laufer, o petróleo traz possibilidades imensas para empresas internacionais cujos países sedes passam por crises e que veem no Brasil potencial para grandes negócios. Ele lembra que a Petrobras anunciou investimentos de cerca de US$ 250 bilhões para os próximos cinco anos.
Como a FMC, outras multinacionais estão chegando atraídas pelo desafio de desenvolver tecnologias para a exploração do pré-sal.
Já estão em atividade no Parque as empresas de petróleo Schlumberger, francesa, e Baker Hughes, americana, além de pelo menos outras dez de menor porte.
Até o fim do ano, a Chemtech, empresa da Siemens, concluirá a obra de seu centro de pesquisas no parque tecnológico, mas engenheiros e pesquisadores brasileiros já trabalham nesses projetos. O mais importante deles é um projeto de distribuição de energia elétrica no fundo do mar para alimentar equipamentos que vão ficar instalados no fundo do mar a grandes profundidades.
O centro tem investimentos de R$ 40 milhões para sua construção e tem capacidade para 800 trabalhadores – será o maior no parque tecnológico, segundo o presidente da Chemtech, Daniel Moczydlower.
Até 2014, todas as empresas que ganharam a licitação para se instalar no parque deverão funcionando plenamente, somando um total de cinco mil pesquisadores em ação. O investimento conjunto chega a R$ 500 milhões somente na construção dos prédios.
Um parque sem precedentes
Daniel Moczydlower, presidente da Chemtech, afirma que o que está acontecendo da Ilha do Fundão não tem precedentes.
“Com a vinda não só da Siemens, mas de outras grandes empresas de tecnologias de petróleo do mundo que estão com centros de pesquisas instalados na Ilha do Fundão, está se formando naquele perímetro um centro de desenvolvimento tecnológico que não tem paralelo no mundo. Essas empresas estão ao lado do Cenpes, da Petrobras, que foi recentemente expandido, e é um dos maiores centros de pesquisas da América do Sul, e da universidade federal. Isso não tem paralelo, nem em Houston, nem na Noruega”, disse ele.
Ele afirma que, muito mais interessante do que os prognósticos que indicam que o Brasil será um grande exportador de petróleo, e a possibilidade de se tornar um exportador de tecnologias. Para ele, temos uma chance de ouro de transformar o Brasil em líder em tecnologia.
“Estamos criando conhecimento novo para atender à demanda do setor de petróleo e esse conhecimento vai se transformar futuramente em produto de exportação brasileira. Com certeza, é uma revolução o que está acontecendo no Brasil nesse setor”, afirma.
O Parque Tecnológico do Rio, apontado como um dos principais no Brasil, fica na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, numa área de 350 mil metros quadrados. Entre laboratórios e centros de excelência instalados no Parque e mantidos pela Coppe/UFRJ, também estão reunidas empresas de base tecnológica que atuam nos setores de energia, petróleo e gás, meio ambiente e tecnologia da informação.
O projeto nasceu em 2003 para estimular a interação entre a universidade – alunos e corpo acadêmico – e empresas. As empresas foram chegando aos poucos, mas o pré-sal foi a grande atração que fez as empresas lotarem o parque. Nos próximos três anos, mais de R$ 500 milhões devem ser investidos em novas construções de unidades de pesquisas. Cinco mil pesquisadores altamente qualificados devem trabalhar no local.
'Não vai ser por falta de estaleiro'
Segundo estudos da UFRJ (ao lado da qual Parque Tecnológico está instalado), o petróleo representa 10% do PIB brasileiro, podendo chegar a 20% em 2020. Existe uma projeção potencial de encomendas de US$ 180 bilhões em plataformas, barcos de apoio e navios de transportes até 2020, somente por parte da Petrobras.
É o que explica Augusto Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav). E nesse cenário está excluída a parcela da OGX, ressalta ele. Para essa demanda, estão sendo construídos estaleiros de alta produtividade em Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e dois no Rio Grande do Sul.
“A indústria está se preparando para essa demanda, não vai ser por falta de estaleiro que essa demanda não vai ser atendida”, garantiu.
Alfredo Laufer, gerente do Parque Tecnológico, explica que o pré-sal tem as suas reservas conservadoramente calculadas em torno de 20 bilhões de barris, com perspectivas de poder chegar a 50 bilhões de barris. As atuais reservas comprovadas do Brasil em petróleo somam em torno de 16 bilhões de barris.
“Se fizermos uma estimativa levando em conta o preço médio do barril em torno de US$ 100, estamos falando de uma cifra existente no pré-sal, que está a 7.000 m de profundidade, de US$ 2 trilhões a US$ 5 trilhões. Esse potencial é extremamente grande. Na crise 2008, houve investimentos em torno de US$ 2 trilhões nas economias do mundo para que houvesse a reaceleração da economia mundial”, explica Laufer.
Mão de obra
Mendonça ressalta que a mão de obra é um gargalo: “o setor tem pleno emprego, hoje são 58 mil pessoas trabalhando em estaleiros, e até 2016 serão 100 mil. No ano de 2000, eram apenas 2.000 pessoas trabalhando em estaleiros. Mas esses trabalhadores, em todos os segmentos, precisam de treinamento para seguir normas rígidas. Isso é um desafio”, explica.
Alfredo Laufer concorda: “o desafio é a possibilidade de termos até 50 bilhões de barris de petróleo e termos mão de obra para tirar esse petróleo de uma profundidade de 7.000 m. Precisamos de engenheiros, técnicos, químicos, doutorandos e pós-doutorandos porque precisamos inovar, precisamos ter conhecimento”, diz, ressaltando ainda a falta de técnicos.
“Temos uma tremenda deficiência de técnicos. O número de técnicos que o Senai e o Sesi formam é muito pequena, precisaria multiplicar por dez”.
A falta dessa mão de obra qualificada movimenta outro setor da economia, a imigração. Carlos Aud Sobrinho, da CAS Óleo Visas Legalização de Documentos, diz que “quem tem tecnologia são as pessoas, então, se nota o crescimento da mão de obra qualificada para o setor. A necessidade da mão de obra estrangeira é para reforçar e somar esforços na transferência de tecnologia. A imigração é um termômetro do desenvolvimento econômico – se há pouca imigração, significa que a economia está estagnada”.
Ele cita estatísticas do Ministério do Trabalho sobre a concessão de autorizações de trabalho para estrangeiros no Brasil. Entre vistos temporários e permanentes foram 42.914 vistos em 2009; 56.006, em 2010; e 70.524 em 2011.
Capacidade de inovação
Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), o centro de pesquisas da Petrobras, diz que a tecnologia para a exploração do pré-sal está disponível, “tanto que a gente já produz”, mas dada a escala do pré-sal, a pujança da área é primordial que se busque aprimoramento nas tecnologias já existentes.
“Isso porque qualquer ganho em redução de custos e aumento de eficiência, dada a escala das operações, tem um impacto fantástico”.
“Em 2011, o investimento total (da Petrobras) foi de R$ 1,8 bilhões; em 2010, R$ 1,4 bilhões. Esses valores têm colocado a Petrobras sistematicamente nos últimos 5 anos como uma das cinco empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no setor petróleo e gás no mundo. Porque esses investimentos podem gerar resultados com retorno fantástico”, diz.
Para Carlos Tadeu, dentro desse investimento, um componente importante diz respeito ao aumento da capacidade local de inovação para que a indústria possa cumprir sua meta de produzir conteúdo local.
Parte da ampliação da capacidade de inovação envolve as empresas fornecedoras de bens e serviços para a Petrobras, que, atraídas pela escala do pré-sal, decidiram construir no Brasil centros de pesquisas, explica Carlos Tadeu.
“Na Ilha do Fundão, o parque tecnológico sedia gigantes do petróleo e gás, permitindo não só a Petrobras aumentar sua capacidade como que seus parceiros tenham aumentada a capacidade de realizar inovação no Brasil, gerando empregos de alto valor agregado”, diz ele.
“Na área de tecnologia de perfuração de poços, os três maiores fornecedores do mundo são a francesa Schlumberger e as americanas Halliburton e Baker Hughes, que são concorrentes ferozes. Pela primeira vez na história dessa indústria no mundo essas três grandes rivais estarão lado a lado com seus centros de pesquisa dessas empresas ao lado UFRJ e do Cenpes”, ressalta.
180 Graus

2- Sete Brasil vai elevar capital e pode ter novos sócios
Fonte: Valor Econômico
A Sete Brasil, holding financeira dedicada a gerir grandes portfólios de ativos, prepara um aumento de capital. Os acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária (AGE), em 1º de março, o aumento do limite do capital autorizado da empresa para R$ 7 bilhões. O valor é quase quatro vezes o capital social hoje subscrito, de R$ 1,9 bilhão. O processo, previsto para terminar até 30 de abril, poderá resultar na entrada de novos sócios na companhia, dona de uma carteira de US$ 75 bilhões. O montante refere-se a contratos de longa duração de afretamento com serviços de 28 sondas marítimas de perfuração de poços de petróleo com a Petrobras.
Entre os novos sócios que podem tornar-se acionistas da Sete Brasil, a partir do começo de maio, estão o Energy Investment Group (EIG), um investidor institucional americano da área de energia, e a Lucce Drilling, empresa criada pelo investidor Aldo Floris. As duas empresas assinaram cartas-garantia de investimento com a Sete Brasil segundo as quais podem ser chamadas a participar do aumento de capital. Tudo vai depender do apetite dos atuais acionistas, que têm direito de preferência. Se houver sobras de ações, EIG e Lucce Drilling serão chamadas e terão obrigação de comparecer.
É possível que nem todos os atuais acionistas participem da operação. A Sete Brasil tem dialogado com outros potenciais investidores nacionais e estrangeiros de países como China, Noruega, Arábia Saudita e Estados Unidos. A empresa também conversa com o BNDES sobre uma eventual participação no aumento de capital.
"Hoje a demanda [no aumento de capital] supera a oferta em cerca de 30%", disse João Carlos Ferraz, diretor-presidente da Sete Brasil. O capital está nas mãos de Petros e Funcef, cada um com 19,2%; dos bancos Bradesco, BTG Pactual e Santander, com participações individuais de 13,7%; da Previ (10%); Petrobras (5%), e Valia (5,5%).
Ferraz disse que os acionistas que participarem da operação terão de pagar um prêmio de determinado percentual sobre o valor a ser subscrito. Esse prêmio ainda está em negociação. Se um acionista resolvesse subscrever R$ 100 milhões em novas ações na empresa, por exemplo, e o prêmio fosse fixado em 1%, esse sócio teria que aportar R$ 101 milhões no aumento de capital. O dinheiro vai entrar no caixa e será utilizado para desenvolver o plano de negócios.
Ferraz disse que a integralização dos recursos não será imediata. "A subscrição é imediata, mas o recurso será integralizado ao longo do tempo. O que se combinou com os acionistas é que as integralizações serão pedidas conforme a necessidade de caixa da empresa". A operação é necessária para que a Sete Brasil possa ter lastro financeiro e leve adiante os contratos com a Petrobras de 28 sondas de perfuração que vão ser construídas no Brasil, com conteúdo nacional, para operar em lâmina d'agua de três mil metros de profundidade no pré-sal.
Segundo o presidente da Sete Brasil, a empresa vai aportar recursos próprios entre 20% e 25% em cada sonda. Os outros 75% a 80% serão financiados. "Os financiadores estão dispostos a participar do projeto, mas querem ter certeza que pelo menos a parte do equity [capital próprio] esteja subscrita. O que fazemos agora é um esforço para levantar esse capital e, assim, poder assinar os acordos de financiamento com os bancos." Um dos financiadores deve ser o BNDES.
O custo total do projeto das 28 sondas para a Petrobras é estimado em US$ 27 bilhões, incluindo não só a construção, mas outros itens como financiamento e acompanhamento das obras. Além dos contratos de afretamento com serviços para a Petrobras, a Sete Brasil vai levar adiante projetos de duas sondas destinadas ao mercado "spot". O total do portfólio chega, portanto, a 30 unidades a serem entregues até 2020. A expectativa é de que a primeira esteja pronta em 15 de junho de 2015, com a segunda sendo entregue dez meses depois. A partir daí, a meta é entregar uma unidade a cada oito meses.
Ferraz disse que será criada uma sociedade de propósito específico (SPE) para cada sonda na qual a Sete Brasil será sócia de operadoras. A SPE fará contrato de afretamento e serviços do equipamento com a Petrobras e o resultado do negócio será dividido entre a Sete e a operadora. Em licitação recente da Petrobras em que ganhou 21 sondas, a Sete Brasil conseguiu reduzir o preço médio de afretamento para US$ 530 mil por dia, em média. Ela acertou parceria com a Odebrecht para operação de cinco unidades, com a Etesco para outras cinco e com a Petroserv para mais duas. Há ainda acordos com Seadrill, Odfjefel - Galvão e Queiroz Galvão. Cada uma dessas operadoras será responsável por três unidades.

3- Sem aumento da gasolina e do diesel, Petrobras terá novas perdas
Na última semana, dois eventos trouxeram a política de preços de combustíveis da Petrobras para o centro do debate.
O primeiro foi a entrevista do ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli, na qual ele ponderou a necessidade de reajuste dos combustíveis no mercado doméstico.
O segundo foi a divulgação do fraco resultado da empresa no quarto trimestre de 2011, deixando claro o dano que a política de subsídio velado ao preço dos combustíveis causa à empresa.
O lucro líquido da estatal naquele trimestre atingiu apenas R$ 5,05 bilhões, 52,4% inferior ao do quarto trimestre de 2010, que foi de R$ 10,6 bilhões.
Parte significativa da piora veio da área de abastecimento, cujo prejuízo atingiu R$ 4,4 bilhões no quarto trimestre de 2011, ante lucro de R$ 1,4 bilhão no mesmo trimestre de 2010.
A transformação de lucro em prejuízo se deve ao fato de a empresa vender gasolina e óleo diesel no mercado doméstico por preços abaixo dos do mercado externo.
Em 2011, o forte aumento do consumo de gasolina C (que cresceu 24%, ante 2,7% do PIB) fez com que a empresa aumentasse em 300% suas importações desse combustível, uma vez que a capacidade de refino do país está esgotada.
Para 2012, não existe expectativa de melhora nesse cenário, sendo esperado novo aumento das importações, e, consequentemente, novo prejuízo para a Petrobras.
Em 2011, o consumo aparente de gasolina A ficou em 165 milhões de barris, e as importações atingiram 13,8 milhões de barris, gerando dispêndio de R$ 3 bilhões à Petrobras.
Ao vender esse volume de gasolina no mercado doméstico a preços abaixo dos do mercado internacional, a Petrobras registrou perda de R$ 655 milhões.
Para 2012, com o preço fixo no mercado doméstico, estima-se que as perdas poderão atingir R$ 2,2 bilhões.
No caso do diesel, as importações custaram R$ 13,8 bilhões. Como o subsídio, a Petrobras registrou perda de R$ 3,1 bilhões.
Para 2012, estima-se que o volume de importações de diesel gere dispêndio de R$ 17,5 bilhões.
Caso o preço do diesel se mantenha congelado no mercado doméstico, as perdas da Petrobras atingiriam R$ 3,9 bilhões.
Assim, a perda com a venda subsidiada de gasolina A e de diesel importados saltaria de R$ 3,7 bilhões em 2011 para R$ 6,1 bilhões em 2012 (aumento de 65%).
Esse cenário de aumento de importações de gasolina e de diesel tende a se manter nos próximos anos. A única forma de conter esse consumo e, consequentemente, das importações, seria a elevação dos preços dos combustíveis, o que parece pouco provável diante das declarações da nova presidente da empresa. A conferir.
Fonte: Artigo publicado na Folha de S.Paulo
Adriano Pires
Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)

domingo, 4 de março de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 72

I – NOTICIAS

1- Petrobras inicia produção em águas ultraprofundas do Golfo do México
Fonte: Agência Petrobras
A Petrobras anunciou que a produção foi iniciada no dia 25 de fevereiro no campo de Cascade através do poço Cascade 4, interligado ao FPSO (navio- plataforma flutuante de produção, com capacidade de estocagem e escoamento) BW Pioneer, localizado a aproximadamente 250 quilômetros da costa do estado da Lousiana, em profundidade de água de 2500 metros, no Golfo do México americano.
Este é o primeiro FPSO a produzir petróleo e gás no setor americano do Golfo do México. O navio-plataforma tem capacidade de processar 80 mil barris de petróleo e 500 mil metros cúbicos de gás por dia, e de estocar 500 mil barris de petróleo. O navio possui um sistema de ancoragem desconectável, que permite o seu deslocamento para áreas abrigadas durante a ocorrência de furacões e tempestades.
O poço produtor de Cascade 4 foi perfurado e completado em reservatórios de idades geológicas do Terciário Inferior (23 a 65 milhões de anos), promissora fronteira exploratória marítima do Golfo do México, a uma profundidade de cerca de 8 mil metros.
Este poço está interligado ao navio-plataforma através de um sistema composto por equipamentos e linhas submarinas e risers auto-sustentáveis (linhas verticais de produção). O petróleo produzido será transportado para a terra através de navios aliviadores, e o gás, através de dutos.
A Petrobras é a primeira empresa a desenvolver um campo de petróleo no Golfo do México utilizando essas tecnologias, já aplicadas sistematicamente com sucesso no Brasil.
De acordo com a companhia, a implantação do projeto de desenvolvimento de Cascade cumpriu as diretrizes da área de Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde da empresa, que continuarão a ser adotadas durante a fase de produção.

2- Petrobras e EBX buscam petróleo, carvão e ouro
Fonte: Valor Econômico
Não é de hoje que a Colômbia é alvo de interesse das empresas brasileiras de energia. O país entrou nas prioridades da Petrobras durante seu plano de internacionalização e hoje abriga ativos considerados importantes, como empresas de Eike Batista - OGX, CCX (associação de MMX com a alemã E.ON) e AUX.
Atualmente, a estatal tem cinco campos na Colômbia, de onde extrai 9,6 mil barris de petróleo por dia. Opera três campos no país: Guando, Purificación e Matachines. Além disso, a Petrobras tem contratos de exploração e produção em 14 blocos no país - oito em terra e seis deles onshore.
Apesar de ter baixado a atuação internacional, a estatal tem 4% do mercado de distribuição de combustíveis do país, com 86 postos de serviços, e uma fábrica de lubrificantes chamada Puente Aranda.
A OGX entrou no país em 2010 e no ano passado assinou cinco contratos com a Agencia Nacional de Hidrocarburos de Colômbia (ANH). Tem dois contratos para exploração e produção - blocos VIM-5, na Bacia do Vale Inferior Madalena e VMM-26, na Bacia do Vale Médio Madalena - e três para avaliação técnica em três áreas na Bacia de Cesar-Ranchería.
A MPX/CCX começou a explorar carvão de três minas nas concessões de La Guajira em 2010. Segundo a empresa, as reservas permitirão extrair 35 milhões de toneladas por ano. O plano prevê um sistema integrado, com mina, ferrovia de 150 km e um porto para exportação de carvão a usinas termelétricas do grupo no Brasil e no Chile e para o mercado asiático. Batista também adquiriu ativos de mineração de ouro, os quais foram reunidos na AUX.
Já a estatal colombiana Ecopetrol entrou no Brasil em 2004, quando participou da 6ª Rodada de Licitações da ANP, agência do setor. Hoje, é concessionária de oito blocos exploratórios, como parceira da Petrobras e quatro outra companhias. Na bacia de Campos é sócia de Petrobras, de Anadarko e Petrogal. No Pará-Maranhão, está com Petrobras e Vale, e em Santos, além da estatal brasileira, é sócia da indiana ONGC.

3- Brasil ocupa posição de destaque no setor de energia eólica latino-americano
Números apresentados no Comitê Latino-Americano do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) durante encontro que foi realizado no México neste mês ressaltam a liderança do Brasil no mercado eólico latino-americano. O País foi responsável por 50% das instalações efetuadas na América Latina em 2011, com 582,6 GW, e também se destaca quanto à capacidade total investida em energia eólica.
Na segunda posição, no mesmo ranking, está o México, com 31%, Honduras, respondendo por 9%, Argentina em 7% e Chile com 3%. O Brasil também se sobressai quando o aspecto analisado é potência instalada acumulada por país, de 2008 a 2012, alcançando um volume de 1.509 MW.
Analisando as perspectivas de crescimento até 2020, as previsões não poderiam ser mais positivas para o mercado eólico brasileiro.
A ABEEólica - Associação Brasileira de Energia Eólica, instituição que congrega e representa o setor eólico no País, continua atuando para garantir a sustentabilidade da indústria eólica, que apresentou crescimento notável nos últimos anos. "Nossa previsão é que o Brasil atinja o potencial de 20.000 MW instalados até 2020 e esse número é muito plausível. Para sustentar essa indústria, basta vender, pelo menos, 2 GW por ano, somando-se o mercado regulado e mercado livre", destaca Pedro Perrelli, Diretor Executivo da Associação de Energia Eólica (ABEEólica), que participou do encontro.
Segundo dados disponibilizados pelo GWEC, a previsão é de que América Latina e Caribe atinjam 30.000 MW de capacidade cumulativa até 2020.
Mercado de turbinas eólicas
O Conselho também disponibilizou estatísticas quanto à participação dos fabricantes de turbinas eólicas nos três principais mercados latino-americanos. No Brasil, a Enercon tem 43%, Suzlon 24%, Impsa 22% e Vestas 10%, todas associadas da ABEEólica. No México, a Acciona WP tem 63%, Gamesa 23% e Clipper 14%. Já no Chile, Vestas detém 57%, Acciona 30%, Dewind 10% e Siemens 2%.
Fonte: Ultimo Instante

4- Vale e a logística na Asia
A Vale está avançando na estratégia de distribuição internacional de produtos de minério de ferro. O planejamento considera o uso de navios de grande capacidade de carga, o transbordo para embarcações menores em certas situações e a operação de centros de distribuição na Ásia. Amanhã a empresa inaugura, no Sultanato de Omã, um complexo industrial formado por duas plantas de pelotização e por um centro de distribuição localizado em porto de águas profundas em Sohar, no interior do país. O projeto demandou investimentos de US$ 1,356 bilhão.
No mês passado, a Vale começou a operar a primeira estação flutuante de transferência da empresa na Baía de Subic, nas Filipinas. A estrutura permite o transbordo total ou parcial dos navios Valemax, com capacidade para transportar 400 mil toneladas de minério de ferro, para navios menores. A Baía de Subic situa-se em águas profundas, em área protegida dos ventos e está a poucos dias de distância dos clientes asiáticos da mineradora.
A estação, que recebeu investimentos de US$ 52 milhões, é um navio cargueiro adaptado e armazena minério permitindo que os navios Valemax, com menor carga, possam entrar em portos de menor calado. A estrutura vai dar apoio não somente às operações na China, onde a Vale enfrenta resistências para a entrada dos Valemax, mas também em outros portos da Ásia de baixo calado e menor capacidade de carga.
A mineradora também está construindo um terminal marítimo com capacidade para receber os Valemax, além de um pátio de estocagem com capacidade para 30 milhões de toneladas por ano, em Teluk Rubiah, na Malásia. O projeto teve emitidas as licenças prévia, de construção e de instalação. O terminal, com investimentos estimados de US$ 1,37 bilhão, deve começar a operar em 2014.
Os navios Valemax já atracaram em Taranto, na Itália, em Rotterdã, na Holanda, e em Dalian, na China, porto em que o Berg Everst ancorou, em dezembro de 2011, com 350 mil toneladas de minério de ferro. No Brasil, o Valemax ancorou nos portos da empresa de Ponta da Madeira (MA) e em Tubarão (ES). Esse tipo de navio também já atracou em Sohar, Omã, onde o presidente da Vale, Murilo Ferreira, vai participar, amanhã, da cerimônia de inauguração do complexo industrial da empresa.
O complexo industrial de Sohar funcionará como "hub", um porto concentrador, e permitirá atender à demanda crescente por produtos de minério de ferro no Oriente Médio, Norte da África e Índia. Segundo a Vale, a capacidade das pelotizadoras em Sohar chega a 9 milhões de toneladas de pelotas de minério por ano, dividida em duas unidades. Em maio de 2010, a Vale anunciou parceria estratégica com o governo de Omã, vendendo participação de 30% na pelotizadora para a Oman Oil Company.
O centro de distribuição de Sohar tem capacidade para movimentar 40 milhões de toneladas por ano. A Vale contratou a Sohar Industrial Port Company para construir um terminal de águas profundas, a ser operado exclusivamente pela mineradora. Também foi assinado acordo de longo prazo com a Oman Shipping Company para a construção de quatro navios de 400 mil toneladas, que vão operar dedicados à Vale.
Fonte: Valor Econômico/Por Francisco Góes e Vera Saavedra Durão


II – COMENTÁRIOS

1- Contenção de preço de combustíveis traz mais perdas e distorções que benefícios
Desde os idos de 1985 a 1989, o setor sucro energético não era tão afetado, como agora, pela política distorcida de preço dos combustíveis.
A diferença é que naquele período a moagem média de cana era de 223 milhões de toneladas, ante os cerca de 600 milhões atuais.
No passado, houve pouca repercussão internacional a esse tipo de ação, pois a participação do Brasil no mercado mundial de açúcar era reduzida -em 1990, representava somente 4%.
O impacto atual é muito maior, para o Brasil e o resto do mundo. Em 2010, a participação brasileira nas exportações mundiais foi de 51%, mas em 2011 já caiu para 45%.
Os preços defasados dos combustíveis controlados, principalmente da gasolina, afetam em primeiro plano a Petrobras, ao diminuir a geração dos recursos necessários para execução do seu plano de investimentos.
Mas os preços defasados da gasolina têm afetado também o setor sucroenergético, desestimulando a produção de etanol ao estabelecer um teto artificial de preço.
Isso ocorre enquanto a demanda potencial por etanol é elevada e crescente nos mercados interno e externo.
No mercado interno, o potencial é considerável pela dimensão atingida pela frota flex, capaz de usar etanol hidratado, que já representa mais de 50% da frota total.
No mercado externo, o potencial também é grande, em particular agora que caíram as barreiras para a exportação de etanol ao mercado norte-americano.
Para atender o mercado mundial, os produtores brasileiros estão cada vez mais preparados para exportar etanol com certificação de sustentabilidade. Apesar disso, o Brasil perde terreno.
Em 2006, os EUA superaram o Brasil como maior produtor de etanol. Em 2011, superaram-no também como maior exportador (4,5 bilhões de litros, ante 1,97 bilhão).
Além de preços defasados, o governo também errou ao reduzir a mistura de etanol anidro à gasolina, de 25% para 20%, a partir de outubro.
Obrigou a Petrobras a importar gasolina a preços mais elevados que os do mercado interno, em volume superior à equivalente redução da mistura, pois a produção interna caiu pela necessidade de se produzir gasolina com maior octanagem para compensar a redução do teor de etanol.
Essa medida foi mais um fator de desestímulo no momento em que a indústria havia se preparado, com produção e importações, para suprir o mercado interno.
Resultado: os produtores adicionam água ao etanol anidro que deveria estar sendo misturado à gasolina, vendendo-o como hidratado.
A experiência anterior mostra que a contenção artificial do preço tem efeito temporário e traz mais distorções e perdas no longo prazo do que benefícios.
Para o setor sucroenergético, o desestímulo a investimentos representa mais uma oportunidade perdida e uma chance para que produtores de outros países avancem.
*Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo
Plinio Nastari
Fonte: Folha de S. Paulo Mestre e doutor em economia agrícola, é presidente da Datagro Consultoria

2- Brasil é apenas o 25º em ranking de tecnologias limpas
O Brasil, com seu grande mercado interno, criatividade e recursos naturais, tinha tudo para ser uma das potências no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, mas não é. Isto fica claro com o primeiro Índice Global de Inovação em Tecnologias Limpas 2012 (Coming Clean: The Global CleantechInnovation Index 2012), produzido pelo WWF e pelo CleantechGroup, que classificou 38 países de acordo com 15 indicadores relacionados com a criação, comercialização e incentivos para empresas de novas tecnologias de baixo carbono.
A Dinamarca aparece em primeiro lugar no ranking, seguida por Israel, Suécia e Finlândia. Estes países, apesar de suas pequenas economias, são fontes de grande parte da criação de novas formas de gerar energia e possuem centros de pesquisa que se destacam no cenário mundial.
- A macroeconomia global está se transformando; dar suporte para empreendedores e possibilitar o crescimento de empresas com soluções inovadoras de tecnologias limpas será um importante fator para o crescimento dos países e de sua competitividade no mercado internacional - afirmou Richard Youngman, diretor do CleantechGroup para a Europa e Ásia.
O Brasil ficou apenas em 25º no ranking, pontuando alto em indicadores como `Motivadores Gerais de Inovação´ e `Evidência de Comercialização´, porém com uma nota extremamente baixa em `Evidência de Inovações Emergentes´, retrato da falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento.
O relatório afirma que o Brasil possui um histórico repleto de políticas de incentivo às fontes renováveis, principalmente aos biocombustíveis. Entretanto, nos últimos anos, o país perdeu espaço para outras nações e atualmente não é mais o detentor das tecnologias mais modernas nem para produção de etanol.
Para o futuro, o documento aponta que o Brasil tem tudo para se tornar um dos líderes mundiais em inovação, dada a nossa cultura empreendedora, o recente crescimento econômico e a grande riqueza de recursos, mas precisa começar a investir desde já.
"O Brasil possui um enorme potencial, porém o governo deve fornecer condições que facilitem a criação e manutenção de novas empresas e investir mais em pesquisa e desenvolvimento", afirma o relatório.
- A grande maioria do capital necessário para a transição para um futuro de baixo carbono virá de uma variedade de fontes privadas. Desenvolver e fortalecer o financiamento público-privado para as tecnologias limpas é fundamental para que os países experimentem o sucesso econômico da inovação - explicou Samantha Smith, líder da Iniciativa de Energia e Clima Global do WWF
Os Estados Unidos aparecem em quinto no ranking, mas em termos absolutos é atualmente o melhor lugar para se investir em inovações. De acordo com o relatório, o país apresenta o maior orçamento para pesquisa e desenvolvimento do planeta, assim como o maior número de empresas e de investidores no setor de tecnologias limpas.
Outra região que ganha destaque é a da Ásia-Pacífico, principalmente pelo grande interesse da Índia e da China por todo o tipo de geração de energia.
Os países ocupam respectivamente o 12º e 13º lugares no ranking, sendo que a China já é responsável por boa parte das instalações de manufatura de equipamentos para as tecnologias renováveis e a Índia apresenta grandes investimentos em educação e planos sólidos com metas para a geração de fontes limpas de energia.
- O índice mostra que muitos países estão no caminho certo, porém ainda há muito mais a ser feito para que possamos lidar com as mudanças climáticas e para alcançarmos um futuro global 100% renovável - concluiu Samantha. (Fonte/ Fabiano Ávila, do Instituto Carbono Brasil, com Cleantech Group e WWF).
Agostinho Vieira
Fonte: O Globo