sábado, 30 de junho de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 89

I – NOTÍCIAS


1- Coppe promove conferência internacional sobre oceanos, pré-sal e tecnologias offshore
Fonte: Redação TN Petróleo
Será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 1º e 6 de julho, a 31ª edição da International Conference on Ocean, Offshore and Arctic Engeneering - OMAE 2012, no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca. O evento, considerado estratégico para as empresas com interesses no Brasil, reunirá pesquisadores, engenheiros, estudantes, gestores e técnicos do setor de vários países. A organização é da Coppe/UFRJ e da American Society of Mechanical Engineers (Asme).
O evento terá mais de 700 apresentações e aproximadamente mil participantes. Serão 12 simpósios com os temas Tecnologia Offshore; Estruturas, Segurança e Confiabilidade; Tecnologia de Materiais; Pipelines e Risers; Utilização do Espaço Oceânico; Engenharia Oceânica; Ciências e Tecnologias Polares; Simulação Computacional para Dinâmica dos Fluidos; Energias Renováveis dos Oceanos; Geotecnia Offshore; Tecnologia do Petróleo. Também será realizado o simpósio em homenagem ao prof. Ronald Yeung (Hidrodinâmica de Navios e Estruturas Offshore), e o Workshop on Pre-Salt Technologies: Challenges and Opportunities, promovido pela Petrobras e pela Coppe/UFRJ.
A OMAE 2012 está sendo presidida pelo prof. Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, e prof. Antonio Carlos Fernandes, do Programa de Engenharia Oceânica da instituição.
Tenaris apresenta trabalhos e sugere tecnologias para o pré-sal
Com o compromisso de oferecer soluções que façam frente aos desafios da exploração offshore, sobretudo na era do pré-sal, a Tenaris participará do evento com a apresentação de sete trabalhos técnicos divididos pelas áreas de dutos submarinos, integridade estrutural e projeto, construção, montagem e materiais. Destaca-se um trabalho técnico feito em conjunto com a Petrobras, que trata do desenvolvimento de tubos API 5L X70MS com alta tenacidade para aplicação sour service em águas profundas e ultraprofundas.
Os demais trabalhos versam sobre soluções como: estimativa de vida em fadiga cargas complexas, modelagem do comportamento ao colapso e à pressão externa; influência de tratamentos térmicos em aplicações típicas de revestimento; sequência das deformações severas aplicadas à coluna pipeline, entre outros.
Além disso, nesta edição, a Tenaris receberá o prêmio “OMAE 2011 Best Paper” pelo Simpósio “Pipeline and Riser Technology”.
A empresa está instalando um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. O novo centro, que deve começar a funcionar no segundo semestre de 2013, focará no desenvolvimento de produtos e de tecnologias para OCTG (tubos para revestimento de poços), line pipe e outros mercados - como automotivo, nuclear, de mineração, etc.
A programação completa e outras informações sobre o evento estão disponíveis, em inglês (idioma oficial do evento), no site www.asmeconferences.org/omae2012.



2- UTC Engenharia espera aval para nova unidade em Charqueadas
Fonte: Jornal do Commercio (RS)
A UTC Engenharia prevê obter no mês de julho a licença ambiental prévia para a construção da unidade de produção de módulos de plataformas de petróleo no município de Charqueadas. Depois desse passo, a expectativa é de que ainda no segundo semestre deste ano a empresa consiga da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) a licença de instalação.
Com esse último documento, a meta é iniciar imediatamente as obras de implantação do complexo que deverá levar cerca de dois anos para ser concluído. Essa perspectiva de término poderá ser antecipada, caso a UTC ganhe alguma licitação de encomendas de módulos. O diretor de Contrato da UTC Engenharia, Alex Sarmento, ressalta que independentemente de vencer ou não uma licitação em curto prazo o complexo será executado.
O investimento na implantação da estrutura é estimado atualmente em R$ 118 milhões. Deste total, R$ 11,9 milhões serão aplicados na construção de dois cais de 30 metros. A unidade ocupará uma área de 256 mil metros quadrados, com uma faixa de 320 metros de frente ao rio Jacuí, e terá uma capacidade para trabalhar com 48 módulos ao mesmo tempo.
Conforme Sarmento, a escolha por Charqueadas, além dos incentivos concedidos pelos governos estadual e municipal, deveu-se às condições logísticas e à oferta de mão de obra. A operação do complexo deverá gerar de 1,5 mil a 2 mil postos de trabalho. O executivo adianta que a intenção é aproveitar, o máximo possível, pessoas da região.
A UTC Engenharia, que no ano passado registrou um faturamento de R$ 1,6 bilhão, também utilizará a hidrovia para o transporte dos módulos fabricados e a perspectiva é do emprego de empresas gaúchas para realizar essa atividade. A UTC já tem experiência de operações no Estado sendo sócia da Quip, que implementa plataformas de petróleo no município de Rio Grande.
Sarmento apresentou ontem, na Fiergs, o projeto UTC Charqueadas, durante painel promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq/RS). No evento estava presente o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester. O dirigente adiantou na ocasião que a AGDI promoverá em agosto, em Rio Grande e Porto Alegre, eventos chamados até o momento de Supply Day. O objetivo será aproximar investidores da cadeia de petróleo e gás de grupos de potenciais fornecedores.



3- Após forte queda de ações, OGX anuncia novo presidente
Fonte: Redação TN Petroleo
A OGX informou em comunicado ao mercado, que o executivo Paulo Manuel Mendes de Mendonça apresentou sua renúncia ao cargo de diretor presidente. A empresa anunciou também que foi nomeado para o comando da OGX Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, atual diretor presidente da OSX.
O novo presidente da OGX tem experiência de mais de 30 anos na indústria de petróleo, tendo ocupado diversas posições na Petrobras. Carneiro estava no comando da OSX desde 2009. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense e Engenharia de Petróleo pela Petrobras, e possui MBA pela Columbia University em Nova Iorque.
A OSX também anunciou seu novo presidente, Carlos Eduardo Sardenberg Bellot, atual diretor de operações, engenharia, afretamento e desenvolvimento. Segundo o comunicado, até posterior deliberação, ele acumulará os dois cargos na OSX.
Bellot trabalhou por mais de 30 anos na Petrobras, onde ocupou diversas posições gerenciais, como a Gerência Geral da Unidade de Negócios da Bacia de Campos. Engenheiro químico, trabalhou também em subsidiárias internacionais da Petrobrás e foi membro do Conselho de Administração de companhias do Sistema Petrobras e de companhias privadas.



4- Montagem eletromecânica em Angra 3 deve começar em dezembro
Fonte: Valor Econômico
O assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou acreditar que, até dezembro, o consórcio vencedor de licitação - ainda em andamento -, esteja no canteiro de obra da usina nuclear Angra 3 para a montagem eletromecânica. O prazo inicial para a montagem era maio. No entanto, as datas foram postergadas devido a recursos impetrados por empresas participantes da concorrência.
A Eletronuclear divulgou no Diário Oficial da União que o Consórcio Angra 3, formado pelas empresas Queiróz Galvão, Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) e Techint Engenharia e Construções obteve as melhores notas técnicas na atual fase da disputa. Entretanto, o resultado segue indefinido porque os envelopes do Consórcio Construcap/Orteng, que recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU) da sua desclassificação na fase anterior, segue lacrado, aguardando o posicionamento do Tribunal.
De acordo com Guimarães, até o momento o atraso no desenvolvimento da construção da usina ainda pode ser recuperado. No entanto, admite que haverá necessidade de acelerar o processo. “Sem dúvida impacto [no cronograma da construção da usina] tem, porque estava previsto o início da montagem mais cedo”, disse Guimarães. “Hoje é possível compensar os atrasos”. Segundo o executivo, por enquanto, não adianta reavaliar o cronograma antes dos “pontos críticos” estarem resolvidos.
Está sendo julgada na atual fase a metodologia de execução dos serviços de montagem tanto da parte nuclear propriamente dita da usina (reator e periféricos) como da parte convencional (turbinas e periféricos). O Consórcio Angra 3 obteve nota 822,5 para o primeiro pacote (nuclear) e 841,25 para o segundo (convencional). O Consórcio UNA 3, formado pelas empresas Andrade Gutierrez, Construtora Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC Engenharia obteve notas 817,50 e 836,25, respectivamente. Como a nota mínima era 700, ambos os consórcios estão habilitados para a próxima fase da disputa que é a de preços.
Prevista para entrar em operação em 2015, Angra 3 terá capacidade para gerar 1.350 megawatts de energia elétrica. A construção da usina foi iniciada na década de 1980 e sua retomada só foi decidida no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). A divulgação no Diário Oficial de hoje foi feita sem a ressalva referente ao caso do Consórcio Construcap/Orteng, o que será feito em Aviso de Retificação a ser publicado amanhã.



5- Vale vê sustentação da China e mantém piso do minério
Fonte: Agência Reuters
A Vale avaliou que a China, o maior mercado para o seu principal produto, o minério de ferro, terá um crescimento sustentado e reafirmou a previsão de piso para o preço da commodity a despeito da crise internacional.
O preço do minério de ferro não será menor que US$ 120 a tonelada, segundo declaração do diretor financeiro da mineradora, Tito Martins.
Para ele, o preço não cai abaixo daquele valor porque esse é o custo de produção das mineradoras na China.
"Um preço praticado entre US$ 120 e US$ 100 faz com que a maior parte da produção chinesa (de minério) fique fora do mercado... Estamos falando de um volume de 400 milhões de toneladas ano... Toda vez que o preço cai abaixo de US$ 120 dólares, temos automaticamente uma saída muito grande de minério de ferro do mercado", disse Martins em evento no Rio de Janeiro.
O diretor de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins, havia afirmado que projetava preços do minério para os próximos dois ou três anos entre US$ 120 e US$ 180 por tonelada, mas com maior probabilidade de ficar entre US$ 120 e US$ 150.
A Vale é a maior produtor global de minério de ferro, enquanto a China é a maior importadora mundial do produto.
O diretor financeiro afirmou também que "não vai haver pouso na China", indicando que o crescimento no país asiático "vai prevalecer".
"A despeito desta desaceleração (da economia global) não acreditamos que vai haver ruptura que significará redução do crescimento. Buscamos crescimento orgânico".
O diretor da Vale disse que crises na Europa não afetam de maneira significativa o negócio da mineradora porque o continente deixou de ser mercado importante há muitos anos.
Segundo ele, duas décadas atrás a Europa representava 40% do mercado de minério de ferro, hoje esse percentual caiu para 12%.
Tito Martins apresentou ainda que o volume de investimentos nos projetos atualmente em execução é de US$ 48,5 bilhões.
Isso inclui projetos em minério de ferro, fosfato, potássio, carvão, energia, entre outros.



6- Japoneses anunciam parceria com Atlântico Sul
Fonte: Folha de S. Paulo
O grupo japonês IHI Marine United (IHIMU), divisão de construção naval "offshore da" Ishikawajima-Harima Heavy Industries, fechou acordo para dar consultoria tecnológica ao EAS (Estaleiro Atlântico Sul), em Pernambuco.
Ao contrário do sócio anterior, Samsung, que abandonou a parceria com o EAS no início deste ano, o IHI não terá participação acionária no estaleiro. O EAS não informou quanto será pago.
O grupo japonês é ex-controlador do estaleiro Ishibras, hoje Inhaúma, no Rio.
A Petrobras tinha dado prazo até o fim de agosto para os controladores do estaleiro, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, conseguirem um novo parceiro tecnológico. Caso contrário, correriam o risco de perder parte das encomendas de navios da Transpetro, braço de transporte da estatal.
O EAS tem 22 navios encomendados pela Transpetro desde 2004. Até hoje, apenas um foi entregue, com atraso de dois anos.
Procurada, a Transpetro informou que ainda não havia sido informada oficialmente sobre a parceria.




II – COMENTÁRIOS



1- Clima e fator humano influenciam o mercado de açúcar
Até o dia 15 deste mês, a área plantada com cana-de-açúcar na Índia atingiu 5,18 milhões de hectares, novo recorde ligeiramente superior ao anterior, atingido em 2006/7, de 5,16 milhões de hectares.
Em condições normais, essa área deveria gerar produção também recorde de açúcar. No entanto, até agora as chuvas de monções têm estado entre 44% e 53% abaixo da média histórica nas principais regiões canavieiras. Mas ainda há tempo para a recuperação dos canaviais.
O endividamento da indústria e o atraso nos pagamentos da cana aos fornecedores também pode causar outro entrave, uma vez que o agricultor, contrariado, pode diminuir o volume de cana que vai para a indústria, direcionando-a para a produção de açúcares artesanais, denominados no mercado local como "jaggery", ou "ghur", e "khandasar", que são tipos diferentes de rapadura.
Enquanto na Índia predomina a habitual incerteza sobre qual volume poderá ser produzido na safra que vai começar em outubro, a produção de açúcar da Austrália está em recuperação, podendo crescer até 18% em relação ao ano anterior, gerando excedente exportável de 3,35 milhões de toneladas, ante 3 milhões em 2011/12.
Na região centro-sul do Brasil, as chuvas de inverno têm atrapalhado o ritmo normal de moagem, abrindo a perspectiva de que ocorra queda no volume de açúcares extraídos da cana.
De outro lado, essas chuvas melhoraram em muito o estado do canavial nesta safra, fragilizado por sucessivas secas e por atrasos na sua renovação. Também têm permitido um bom desempenho na rebrota das soqueiras, que constituem a maior parte do volume a ser processado no ano que vem, diferentemente dos dois anos anteriores, quando faltou umidade e os canaviais enfrentaram dificuldades para se desenvolver.
Não se espera para este ano a repetição dos episódios de florescimento e geada observados no ano passado. Chuvas acima do normal na região centro-sul devem levar a uma aceleração do ritmo de moagem quando retomado, o que levará boa parte do volume adicional gerado de cana para a fabricação de etanol.
Essa tendência vai se alinhar bem com o objetivo fixado pelo governo, de aumentar a produção de etanol.
Na região Nordeste, o problema é inverso, pois a produção começa a sofrer os efeitos da estiagem observada nas principais regiões canavieiras.
Além do imponderável causado pelo clima, o fator humano também tem sido motivo de incertezas. Ameaças de greve e algumas paralisações parciais na mão de obra do porto de Santos, o maior em exportação de açúcar no mundo, têm contribuído para manter o mercado em alerta.
Plinio Nastari
Fonte: Folha de S. Paulo



2- Água do mar deve ser vista como combustível a ser explorado
Fonte: Valor Econômico
Estudo do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI) revela que, a partir de 2030, serão necessários mais 2 mil Km³ de água por dia para alimentar a população mundial. O volume é 25% maior do que o usado atualmente. Não é à toa que, assim como o petróleo, a água é apontada neste século como um combustível fundamental para a economia global e vem se tornando uma mercadoria cada vez mais valiosa. Trata-se de um mercado estimado em US$ 350 bilhões, montante que deverá crescer 4,7% ao ano e atingir US$ 530 bilhões em 2016.
Na ânsia de matar a sede do mundo, crescem, por exemplo, os negócios ligados diretamente à dessalinização de águas oceânicas. Estima-se que até 2016 a capacidade global de produção de água doce diária por meio da extração do sal deva alcançar 106,6 milhões de metros cúbicos por dia, contra 42,7 milhões de metros cúbicos registrados em 2007. E as oportunidades para novos empreendimentos não param por aí. Ao contrário do passado, têm grandes chances de dar certo nesse mercado quem conseguir transformar estudos, - antes fechados nos laboratórios de pesquisa das universidades -, em ferramentas a favor da diminuição do consumo e aumento do reúso da água, além de redução de perdas com a imprevisibilidade do clima em setores importantes como energia, agronegócio e petróleo.
Foi o que fez o oceanógrafo Daniel Ruffato, 27 anos, e seus sócios, ao fundarem em 2010, no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), a Salt Ambiental, especializada em consultoria e suporte a empresas que atuam em ambientes lacustres e marinhos. Em pouco tempo, eles conquistaram clientes como a Petrobras, Shell e Queiróz Galvão. Mas, ao contrário do que se podia imaginar no início, o carro-chefe da empresa passou a ser os aplicativos desenvolvidos para facilitar o processamento e a apresentação de dados oceânicos em trabalhos de campo. O mais inovador é o Ocean DB, projetado para smartphones, tablets e computadores que usam sistema Android. O aplicativo fornece parâmetros oceanográficos, como temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido na água e frequência de empuxo. "Foi um ano de estudo até concluir o projeto, mas conseguimos oferecer as médias climáticas desde a superfície até o fundo de todos os mares e oceanos do mundo", afirma Ruffato. Lançado no início de abril, com acesso gratuito,
o aplicativo registrou nos primeiros 30 dias 100 mil downloads. O empreendedor observa, contudo, que o Ocean DB é um projeto em andamento, que deve evoluir para uma plataforma de gerenciamento de dados em tempo real, para auxiliar no planejamento e operações de monitoramento de emergências ambientais.
Com faturamento estimado de R$ 600 mil para este ano, a Salt Ambiental projeta investir, ainda, na divulgação de dois de seus produtos: a garrafa Van Dorn, que coleta água do mar em qualquer profundidade por meio de um dispositivo mecânico, já encomendada pelo Instituto Oceanográfico; e a modelagem numérica para simular cenários, ondas, marés, nível dos oceanos, correntes, níveis de dispersão de poluentes e transporte de sedimentos. "Trabalhamos de forma interdisciplinar na análise de todos os lados, o que traz à Salt um diferencial no mercado", observa Ruffato.
Atenta à movimentação que a descoberta da camada do pré-sal provocou - só a Petrobras deverá investir US$ 33 bilhões na exploração de petróleo no litoral brasileiro até 2014 - a carioca Aquamet mudou o rumo dos seus negócios, depois de uma encomenda feita pela própria Petrobras, em 2008. "Eles estavam atrás de alguém que fizesse projeções de longo prazo para o clima nos mares da costa brasileira", lembra Ricardo Silva, 38 anos, sócio da Aquamet. Como a petrolífera já era cliente, eles resolveram investir. Desde, então, a empresa cresce a uma média de 15% ao ano, devendo faturar em 2012 cerca de R$ 2 milhões.
A prestação de serviços de monitoramento marítimo capaz de dar à Petrobras informações sobre como agir em situações de emergência, como vazamento de óleo causado por problemas nas plataformas ou nos navios petroleiros, levou a Aquamet a desenvolver um aplicativo que incorpora tanto previsões meteorológicas quanto oceânicas, incluindo temperatura do mar, correntes e ondas. Lançado em janeiro desse ano, a novidade tem chamado a atenção não só dos tradicionais clientes de logística portuária e petroleiros, como de estaleiros internacionais, segundo Silva. "O próximo passo será desenvolver equipamentos para captação de dados no mar; por enquanto só se trabalha com fotos de satélite", adianta.
Quem também surfou na onda do pré-sal foi o oceanógrafo Manlio Fernandes Mano, 37 anos, que colou no mercado uma proposta alternativa e mais barata do que a prospecção de áreas a serem exploradas para extração de petróleo. O que antes era feito exclusivamente com o auxílio de um navio, a um custo médio de R$ 150 mil por dia, hoje pode ser feito em qualquer parte do mundo, sem sair do Rio de Janeiro e independentemente das condições climáticas. Uma exclusividade da start up criada por Mano, batizada de Oilfinder, com sede no Rio de Janeiro.
Mano desenvolveu um sistema de processamento e modelagem de imagens obtidas por satélite capaz de identificar a origem e a trajetória de vazamentos naturais de óleo antes da mancha chegar à superfície. "É algo extremamente novo", diz Mano. "Um projeto completo custa R$ 250 mil por dois meses. Com o navio, leva-se o dobro do tempo e o custo é por dia". O primeiro cliente foi a Petrobras, mas o empreendedor projeta grande crescimento, graças aos leilões das áreas de perfuração de petróleo que serão exploradas nos próximos cinco anos. Este ano o faturamento deve chegar a R$ 2 milhões, com previsão de dobrar até 2013.

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