sábado, 8 de junho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 133

I – NOTÍCIAS

1- Demanda menor da China por aço pressionará minério
Segundo siderúrgica Baosteel, crescimento da demanda deve desacelerar para um ritmo de quase paralisação em 2013
Fonte: Aly Song/Reuters 
Linha de produtos de aço inoxidável em uma fábrica da Baosteel,
maior siderúrgica com ações em bolsa da China, em Xangai
Xangai - O crescimento da demanda chinesa por aço deve desacelerar para um ritmo de quase paralisação em 2013, adicionando pressão sobre os preços do minério de ferro após uma queda de 17 por cento em maio, afirmou nesta terça-feira a maior siderúrgica com ações em bolsa da China.
Os preços do minério de ferro no mercado a vista tombaram para o menor nível em cerca de sete meses depois que dados econômicos fracos e temores sobre uma produção de aço menor provocaram preocupação de que os preços poderiam recuar ainda mais no segundo semestre, quando ofertas de minério de novas minas devem chegar ao mercado.
O presidente do conselho da siderúrgica chinesa Baosteel, Xu Lejiang, afirmou que a companhia prevê a produção de aço da China crescendo apenas 1 a 2 por cento em 2013 ante 2012.
Isso se compara a um ritmo de crescimento de 3 por cento em 2012 e a uma média de expansão anual de 10 por cento entre 2006 e 2011.
"O movimento de urbanização da China e de construção de infraestrutura está continuando, mas a um ritmo mais lento que o esperado", disse Xu.
"O consumo de aço vai enfraquecer no segundo e terceiro trimestres, o que forçará as usinas a serem mais racionais em seus planos de produção. Isso significa que o crescimento da produção vai desacelerar", afirmou o executivo.
Apesar disso, usinas têm se mostrado relutantes em reduzir produção diante de preocupação com perda de participação de mercado, o que fez a produção de aço da China de janeiro a abril crescer 8,4 por cento em relação ao ano passado, para 238,1 milhões de toneladas.
Com isso, a previsão da Baosteel implica que o ritmo de produção terá que cair nos próximos meses.

2- Siderurgia Suape trará desenvolvimento industrial ao Norte e Nordeste
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação com Agência 
A Companhia Siderúrgica Suape (CSS), que deverá receber investimentos de cerca de R$ 1,64 bilhão, iniciará um segmento industrial que hoje não existe no Norte e Nordeste: a siderúrgica de alto valor agregado.
Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a CSS bancará R$ 327,8 milhões em recursos próprios e buscará mais R$ 411,2 milhões em outras fontes.
A CSS ficará no megacomplexo industrial e de serviços da Moura Dubeux no entorno de Suape, o Cone S/A. O condomínio de negócios será responsável pelas obras de infraestrutura da fábrica.
Os sócios na siderúrgica são a Trasteel International, multinacional com sede em Luxemburgo, na Europa, que atua nos segmentos de laminação, mineração e vendas internacionais de aço; e a Fábrica Participações, fundo de investimento nacional que tem como sócios ex-executivos de grupos importantes do segmento, como Vale e EBX (companhia de petróleo e energia de Eike Batista).
Há ainda uma parceria tecnológica com a Danieli, empresa italiana com expertise em siderúrgicas que fornecerá equipamentos, montagem e qualificação da mão de obra. E, por fim, participa também a Metal Data, consultoria brasileira do setor.
Quando pronta, a CSS será candidatada a fornecer para diversas cadeias produtivas, como naval, automotiva e eólica, estimulando a vinda de novas indústrias, como fabricantes de eletrodomésticos de linha branca (geladeiras, fogões, e freezers).
Atualmente, quem vive nessas áreas compra aços planos de preços altos, de fora do país ou do Sul e Sudeste, transportados por rodovias e encarecidos por conta do frete.

3- Petrobras bate recorde na produção de gasolina em maio  
A Petrobras bateu em maio um novo recorde de produção de gasolina, com crescimento de 8% do volume produzido em relação ao recorde anterior, em abril.
Segundo a companhia, em maio foram produzidos 2,510 milhões de metros cúbicos de gasolina, 187 mil metros cúbicos a mais do que o recorde de 2,323 milhões de metros cúbicos de abril.
O aumento foi possível devido "à busca da eficiência operacional e à gestão integrada da cadeia de suprimento da companhia", informou a empresa.
A Petrobras vem lutando para elevar sua produção de gasolina a fim de reduzir as importações para abastecer o mercado interno, o que vem debilitando o seu caixa.
A área de abastecimento da empresa, responsável pelas importações, tem registrado prejuízos bilionários a cada trimestre.
A empresa é obrigada a importar o combustível a preços internacionais e vender com defasagem no mercado interno, para não comprometer a meta de inflação do governo.
A Petrobras informou que também bateu recorde no processamento de petróleo nas refinarias, atingindo em maio o volume de 2,110 milhões de barris diários, mais 13 mil barris em relação ao recorde anterior de abril, de 2,097 milhões de barris diários. 
Denise Luna
Fonte: Folha Online

4- Diretor da Petrobras diz que empresa vai "alçar voo" neste semestre
A Petrobras prevê retomar o crescimento agressivo ainda neste ano, com a entrada em funcionamento de novas unidades e estaleiros que devem ajudar a elevar a produção diária de óleo da petrolífera.
Esse foi o cenário traçado pelo diretor de Relações com Investidores da empresa, Hélder Moreira Leite.
"A Petrobras vai alçar o voo que a gente tinha prometido a partir deste semestre", afirmou o executivo, em um contexto em que a estatal tem sido vista cada vez mais com desconfiança pelos investidores por causa da produção de petróleo abaixo das estimativas.
Segundo Moreira Leite, alguns fatores vão auxiliar a empresa a recuperar sua produção, em especial a inauguração de alguns estaleiros e unidades que estão em construção atualmente, como as plataformas P-55, que deve entrar em operação no Campo do Roncador, na Bacia de Campos, e a P-58, que será instalada no Campo das Baleias, também na Bacia de Campos.
"Temos uma capacidade de produção diária de dois milhões de barris de petróleo. Queremos chegar a 2,75 milhões em quatro ou cinco anos, e dobrar a produção para 4,2 milhões de barris diários em 2020", afirmou o executivo. A petrolífera também prevê, dentro de seu plano estratégico 2013-2017, a ampliação da capacidade de abastecimento e do parque de refino.
O diretor de RI da Petrobras disse também que a estatal deve seguir repassando a "volatilidade" de preços dos combustíveis no mercado internacional ao consumidor, "mas não de forma acentuada". "Estamos alinhando os preços do mercado interno com o mercado internacional. Queremos rentabilizar a companhia sem ferir o modelo".
Fonte: Folha de São Paulo

5- EBX extingue diretoria e demite mais de 50 funcionários
O Grupo EBX extinguiu a diretoria de Sustentabilidade e demitiu os mais de 50 funcionários da área. Paulo Monteiro, então diretor do segmento, perdeu o cargo e agora atua como consultor do grupo.
Questionada, a companhia informou via assessoria de imprensa que “não vai comentar” o assunto. Demais áreas como tesouraria, jurídico e suprimentos também sofreram cortes.
Outra empresa do Grupo EBX, a OSX, anunciou demissões recentemente, que acompanharam uma reformulação do plano de negócios da empresa.
A OSX, que constrói um estaleiro no Porto do Açu, em São João da Barra, informou em 8 de maio que dispensou cerca de 150 profissionais próprios, ligados diretamente às atividades do estaleiro (UCN Açu).
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Os pontos fortes e fracos do Brasil na atração de investimentos
Confira abaixo a capacidade do Brasil de atrair o olhar estrangeiro ponto a ponto, segundo o estudo do Boston Consulting Group:
1.1 - Infraestrutura Física
O elogio. Serviços básicos estão disponíveis para praticamente toda a população.
A crítica. Segundo o levantamento, “a qualidade da infraestrutura aérea está agonizando em comparação com os outros 13 países”. O estrangulamento da demanda e a baixa oferta são apresentados como a principal razão para o desempenho ruim do setor. O Brasil fica entre as piores posições em 4 dos 5 pontos verificados neste pilar, com destaque para a qualidade ruim e os custos das telecomunicações, a péssima mobilidade urbana e, destacado com a última posição, a qualidade do transporte aéreo.
— A infraestrutura da está saturada em portos, aeroportos e rodovias. O grau de investimento tem que aumentar exponencialmente em muitos setores. O governo não tem capacidade financeira, dado o déficit que temos, de fazer todos os investimentos sozinhos.. — analisa André Xavier, sócio do BCG. – O país precisa deste fluxo de capital e os estrangeiros estão, ainda, olhando com bons olhos para o Brasil. É um casamento importante, não podemos perder este momento. 
1.2 - Conectividade Global
O elogio. O país tem feito grande progresso na abertura para a economia globalizada, com destacado papel na América Latina.
É de longe o quesito mais criticado. Foi reprovado em todos os 11 itens analisados, incluindo abertura a produtos importados, a serviços estrangeiros, ao fluxo de capitais, expansão de suas multinacionais e abertura para imigrantes. Em suma, apontou o país como uma nação fortemente protecionista, o que dificulta a entrada dos investimentos estrangeiros, justamente, no momento, o fator mais importante para o país manter a trajetória ascendente da economia.
— Observando os dados mais recentes da economia brasileira, os investimentos realizados no Brasil são altamente concentrados em poucos segmentos, o que é muito pontual dada a necessidade de investimentos em quase todos os setores da economia — analisa Daniel Cunha, economista da XP Investimentos.
1.3 - Ambiente macroeconômico
O elogio. O país conta com estabilidade e certo grau de previsibilidade econômica. É crescente sua posição como um lugar seguro para se investir. Dos sete itens avaliados para este quesito, o Brasil só se destaca positivamente com a primeira posição quando se trata da estabilidade econômica.
A crítica. Os pontos mais fracos são a desigualdade de renda e a baixa taxa de poupança e de Investimento. Isso significa que o Brasil vai continuar precisando de investimentos estrangeiros a fim de alcançar as taxas de crescimento desejadas - que giravam em 3% antes da divulgação do Produto Interno bruto (PIB) na última quarta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que deve ficar abaixo desse patamar.
— O governo demonstra esforços em melhorar esta situação. O modelo de crescimento brasileiro está bem questionável e próximo do limite — diz João Paulo Brugger, da Leme Investimentos.
1.4 - Ambiente Institucional
O elogio. Investidores interessados no país encontrarão uma democracia estável e com leis mais sólidas.
A crítica. No entanto, terão que lidar com um judiciário lento e com taxas astronômicas para calcular os custos de se fechar um negócio. O Banco Mundial calcula que para uma empresa se estabelecer em Hong Kong são necessários 280 dias, enquanto no Brasil não fica por menos de 731. Dos seis itens analisados neste quesito, o Brasil fica abaixo do patamar médio em todos, incluindo flexibilidade do mercado de trabalho, e se destaca com ampla folga como o pior lugar para se fazer pagamento de taxas empresariais, perdendo até da China.
1.5 - Capital Humano
O elogio. A demografia brasileira é de causar inveja a todos os países. Investidores estrangeiros encontrarão um amplo mercado com população jovem, figurando neste item com a primeira posição. Devido as expectativas econômicas, tornou-se atraente para profissionais estrangeiros qualificados.
A crítica. O país ficou atraente para profissionais estrangeiros bem qualificados justamente porque não possui uma educação primária de qualidade. Assim, não consegue formar a quantidade de capital humano necessária para sustentar o crescimento de sua própria economia. Cerca de 87% da população se matriculou no ensino fundamental, mas apenas 27% destes fizeram matrícula na universidade. Neste quesito, foi reprovado em 9 dos 11 itens analisados, entre eles, intensidade da pesquisa e desenvolvimento e disponibilidade de engenheiros e gerentes.
— O investimento na formação de profissionais de nível técnico é essencial para superarmos esta lacuna em alguns setores da economia. O ensino superior público no país, para aqueles que conseguem acessá-lo, é de qualidade e forma bons profissionais — analisa Adriana Vianna, gerente da consultoria britânica HAYS — Já o nível fundamental e técnico precisa ser reforçado e se faz necessário também um trabalho cultural para reforçar a relevância de profissionais destes níveis para a sustentação e crescimento econômico do país.
1.6 - Infraestrutura Financeira
O elogio. Segundo o relatório, os investidores no Brasil podem ficar despreocupados com seu dinheiro pois o país é protegido por um sistema bancário bem equipado e dito como um dos melhores do mundo, deixando-o a frente dos Estados Unidos e Reino Unido.
A crítica. Apesar da excelente posição, o Brasil perde quando se trata do mercado de capitais. Conta com poucas empresas listadas em bolsa e baixa exposição de debêntures – com apenas 1% do PIB, enquanto na China fica em 9%, 10% na França e 36% na Coreia do Sul. Dois oito itens avaliados, o Brasil fica abaixo da média em três.
1.7 - Imagem
De longe, é o pilar mais bem elogiado. Dos nove itens verificados, o país ficou abaixo da média em cinco. “É o país mais aberto a novas ideias entre todos os analisados. Está entre os mais atraentes a turistas muito por sua cultura”, aponta a pesquisa. A imagem positiva reflete na capacidade de atrair eventos internacionais: celebrou 304 congressos em 2011 contra 133 em 2003, colocando-o na 7ª posição no mundo.
A crítica. A insegurança coloca as cidades brasileiras longe do desejo de estrangeiros de tê-las como suas moradias fixas, perdendo inclusive de cidade mexicanas e indianas. Além disso, conta com poucas marcas e empresas com apelo internacional.
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2- Deputados e cientista alertam para riscos na exploração de gás de xisto  
Deputados e cientista querem evitar o início da exploração de gás de xisto no Brasil por cinco anos, devido aos riscos ao meio ambiente. O tema foi discutido em audiência do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara.
Também chamado de "gás não convencional", esse produto é extraído do xisto, uma rocha metamórfica, que é fraturada por meio do bombeamento hidráulico. O Brasil pretende produzi-lo para suprir a demanda crescente por gás natural, e as reservas do País podem chegar a 500 trilhões de pés cúbicos, maiores do que as do pré-sal.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já marcou o primeiro leilão de blocos de gás de xisto para o fim de outubro, em bacias de rios como o Paraná e o Parnaíba.
Ausência de estudos científicos
Mas o doutor em geociências da Universidade de São Paulo Luiz Fernando Scheibe alerta que o Brasil ainda não tem estudos científicos que garantam a segurança dessa exploração sem afetar o meio ambiente e, principalmente, o lençol freático e os aquíferos do País.
"A questão não é tanto do gás em si, já que é um gás praticamente igual ao gás natural que a gente já usa, mas o tipo de exploração, que usa quantidades imensas de água. E essa água, quando volta à superfície, está muito poluída", avisa o cientista.
Segundo ele, "as técnicas de despoluição dessa água custam caríssimo e ainda não há clareza do que seria feito com todo o imenso volume de água contaminada, poluída". Scheibe sugere o que ele chama de "moratória" de cinco anos até que cientistas aprofundem o conhecimento dessa exploração.
"O Brasil tem gás suficiente para as suas necessidades. Deve-se adotar o princípio da precaução. Entrar nisso seria uma aventura", acrescenta Scheibe. Ele lembra ainda que grande parte da reserva está na Bacia do Paraná, na mesma região do Aquífero Guarani. "A poluição desse aquífero seria desastrosa." Segundo Scheibe, os custos da exploração são relativamente baixos nos EUA. Já na Europa, são mais caros por causa da legislação ambiental.
Grupo de trabalho
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) defende a criação de um grupo de trabalho integrado pela ANP, Petrobras e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência a fim de analisar a questão do ponto de vista estritamente científico, sem pressões econômicas.
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Sarney Filho (PV-MA) concorda com a "moratória" de cinco anos: "O gás de xisto reconhecidamente produz poluição nos aquíferos. Nós temos o Guarani, que é um dos maiores aquíferos do mundo. Temos, recém-descoberto, o maior aquífero do mundo, debaixo de toda a Amazônia. Será que o Brasil precisa disso? O Brasil tem o petróleo do pré-sal, potencial hidrelétrico, potencial solar, potencial eólico. Fazer um leilão sem que a gente tenha noção dos estudos realizados é muito afoito e perigoso."
O presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), encampa a proposta, em nome do "princípio da precaução". Ele também reforça o uso de fontes alternativa de energia.
"Por isso, essa moratória de cinco anos para que a gente possa chegar a uma conclusão. Eu acho que a gente vai ter o apoio de toda a Casa", avalia Inocêncio. Ele não descarta enviar um ofício à presidente Dilma Rousseff para reforçar o apelo de cautela na exploração do gás de xisto.
Impacto positivo
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), integrante da Frente Parlamentar em Defesa do Gás, também concorda que, antes da licitação da ANP, é preciso concluir os estudos geológicos e de impacto ambiental.
No entanto, Mendes Thame lembra que o gás de xisto foi fundamental para ajudar os Estados Unidos a enfrentar a recente recessão e afirma que essa exploração também terá impacto positivo na economia brasileira.
"Nós estamos pagando hoje quase quatro vezes mais caro do que os EUA pagam. Isso diminui a competitividade da indústria e queimam-se vagas, o que significa destruir o emprego do trabalhador brasileiro aqui e criar na China, Índia, EUA e outros países", ressalta o parlamentar.
A direção da ANP deve ser chamada ao Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara para aprofundar a discussão do tema. 
José Carlos Oliveira com edição de Newton Araújo
Fonte: Agência Câmara


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