sexta-feira, 22 de novembro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 161

I – NOTÍCIAS

1- Preço em queda não intimida petroleiras em área gigante de xisto nos EUA  
Os preços do petróleo da Dakota do Norte despencaram neste mês para abaixo do nível de 80 dólares por barril, considerado patamar ideal para estimular as petroleiras a atrair capital de outras áreas de xisto, mas ainda assim o boom da área de Bakken não mostra sinais de desaceleração.
Apesar das cotações terem caído para seu nível mais baixo em mais de um ano, a produção segue avançando, apoiada em uma queda de custos operacionais, tecnologias de perfuração cada vez mais eficientes, maiores estimativas de reservas e agressivos programas de "hedge" futuro. Especialistas dizem que a marca de 1 milhão de barris por dia (bpd) provavelmente será alcançado no início do próximo ano.
Os preços locais à vista, que caíram cerca de 25 dólares por barril nos últimos dois meses, teriam que sofrer uma queda sustentada para 70 dólares por barril ou menos para comprometer os gastos a curto prazo, disseram analistas, mas essa hipótese é considera improvável no momento.
"Há apenas um Bakken. É a descoberta de óleo mais importante dos últimos 50 anos", disse Harold Hamm, fundador do Continental Resources, no início deste mês.
Ao contrário do desenvolvimento convencional do petróleo, o xisto funciona mais como uma linha de produção, com perfurações diárias sendo necessárias para compensar a queda de produção em poços recentemente concluídos. Isto exige avaliações mais frequentes de viabilidade comercial.
Sabina Zawadzki
Fonte: Reuters

2- Gás natural em SC terá reajuste de 9,8%  
A Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Santa Catarina (Agesc) autorizou reajuste de 9,8% para os segmentos de mercado industrial, automotivo e comercial - os clientes residenciais não serão impactados. Com vigência a partir de 1º de novembro, os novos valores foram autorizados pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Santa Catarina (Agesc) em resolução emitida em 11 de novembro pelo Conselho Superior e comunicada à Companhia nesta terça-feira.
A solicitação de reajuste protocolado pela SCGÁS em 9 de setembro, segundo a empresa, é justificada pelo aumento do custo de aquisição do gás natural, que subiu 17,7% de outubro de 2012, data do último reajuste, a setembro de 2013, e é amparado pelas regras do contrato de concessão que regulamenta o serviço de distribuição de gás natural em Santa Catarina. Com o aumento, o custo do gás e os impostos representavam em setembro 89,64% da tarifa ao consumidor, achatando a margem de distribuição, parcela que sustenta a operação e investimentos da empresa.
Valor abaixo do encaminhado pela SCGÁS
O aumento concedido pela Agesc ficou abaixo do valor encaminhado pela SCGÁS, que solicitou autorização para um aumento adicional de 3,65% e 3,2% no início de 2014 para os segmentos industrial e automotivo, respectivamente. Segundo o presidente da SCGÁS, com o reajuste, a empresa passa a respirar mais aliviada já que diz estar operando com margem negativa para alguns consumidores, contudo é ainda insuficiente para suportar nosso plano de investimentos que propõe ao Estado.
Deize Felisberto
Fonte: A Tribuna - SC

3- Consumidor prefere gasolina ao etanol  
Se o etanol e a gasolina tivessem o mesmo preço relativo - custo igual por quilômetro rodado -, a maioria dos consumidores brasileiros escolheria a gasolina. Foi o que constatou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar em pesquisa: 55% dos entrevistados disseram que usariam a gasolina e 45%, o álcool.
A maior parte dos motoristas só opta pelo etanol se tiver vantagem financeira. Não basta o litro do etanol custar 70% do preço da gasolina, ponto de equilíbrio entre os dois combustíveis. O etanol teria de custar ainda menos, em que pesem as vantagens ambientais - que o consumidor não valoriza. Para a Unica, essa percepção pode decorrer dos anos de 2007 a 2009, quando o consumo de etanol explodiu no Brasil porque os preços caíram a níveis extremamente vantajosos na comparação com a gasolina.
Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico

4- Petrobras adia a votação sobre fórmula de reajuste dos combustíveis  
Em fato relevante divulgado há apenas dois dias da reunião do conselho, a Petrobras adiou para o dia 29 a discussão sobre a fórmula de reajuste para a gasolina e o diesel. 
O adiamento comprova a tese de que um acordo entre a Petrobras e o Governo ainda está longe de ser atingido. 
Não há solução fácil para o trade off entre a inflação e a saúde financeira da Petrobras e também comprova que a divulgação do fato relevante após o resultado do 3T13 foi uma estratégia para compensar o lucro abaixo da expectativa.
Mais uma vez, quem perde com a divulgação desses sinais conflitantes é o acionista, que sofre com a volatilidade do preço das ações.
Adriano Pires
Fonte: Blog do Adriano - O Globo

5- Onip realiza workshop voltado para o setor naval
A Organização Nacional da Industria do Petróleo (ONIP) promove no  dia 26/11 - das 8h30 às 18h - o 1º Workshop "Identificação dos Gargalos Produtivos da Indústria Naval e o Modelo de Produção Modular - Rio de Janeiro", a se realizar no Hotel Windsor Florida, no Flamengo. 
O evento conta com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), e patrocínio do Instituto Euvaldo Lodi (CNI-IEL).
O objetivo do workshop é identificar, em conjunto com os participantes, uma metodologia para implementação do modelo “Sistemistas” para indústria naval brasileira, com foco nos seguintes sistemas de Navipeças: Geração de Energia; Eletrônica de Navegação; Tubulações e Válvula; e Acomodações. Estarão presentes representantes de estaleiros, fornecedores com interesse neste modelo de fornecimento, armadores e entidades de classe.
O evento faz parte de uma das fases do Comitê Setorial do Prominp: IND P&G 76 que é coordenado pela Abenav/Sinaval, e visa o ganho de produtividade e competitividade através do aprimoramento da forma de articulação da cadeia de fornecimento para os mercados de embarcações especializadas(projeto piloto) e plataformas offshore.
Fonte: Ascom Onip


II – COMENTÁRIOS

1- Álcool pode receber gasolina  
A hipótese levantada pelo governo federal de alteração no modelo de combustível adotado no país pode ser um duro golpe para a indústria nacional do etanol. O governo, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP), cogitou a possibilidade de adoção do combustível E-85 - uma mistura de 85% de etanol anidro (o mesmo que atualmente é misturado à gasolina) e 15% de gasolina. 
A mistura, que é a mesma adotada nos Estados Unidos, praticamente enterraria o E-100, tecnologia desenvolvida no Brasil de combustível com 100% de etanol hidratado. 
O assunto entrou na pauta de uma mesa tripartite do Ministério de Minas e Energia, que reúne mensalmente representantes dos produtores de etanol, de gasolina (Petrobras) e do próprio governo. "O assunto surgiu pela primeira vez há cerca de um ano e, embora tenha ficado claro que essa mudança traria mais desvantagens que vantagens, ainda tem relevância dentro do ministério", diz o secretário executivo da Associação das Indústrias Sucro energéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos. 
Hoje, o consumidor pode abastecer o carro com álcool (etanol hidratado 100%) ou com gasolina, que possui 25% de etanol anidro na sua composição.
O problema para os produtores de etanol é que o etanol anidro é mais caro. Em uma eventual adoção do E-85, os produtores de etanol hidratado (que em Minas Gerais representam 55% da produção) teriam de fazer altos investimentos para se adequar, ou fechar as portas. 
"A posição do governo é exatamente fomentar o debate. Cada um que coloca o ponto de vista tem motivos e preocupações. Não tem definição ou prazo para decisão, que será tomada se tiver mais prós do que contras", diz o diretor do departamento de Combustíveis Renováveis do ministério, Ricardo Dornelles. 
Mário Campos admite que o E-85 tem maior potencial calorífico que a gasolina adotada atualmente, o que, na prática, significa que os carros teriam mais rendimento. O problema, segundo ele, é que como etanol anidro é mais caro, o preço seria mais alto e, no fim das contas, o consumidor não teria nenhum benefício com a mudança. 
Interesse
Para a Petrobras, o interesse seria financeiro. Com um rombo nos cofres após a disparada na importação de gasolina A (pura), que deve atingir o recorde de US$ 10 bilhões em 2013, o dobro da média histórica, a estatal deu aval ao novo combustível. O uso do E- 85 elevaria em 15% o consumo de etanol e geraria economia no uso da gasolina pura. 
Com isso, a importação de gasolina de baixa octanagem reduziria a compra externa de gasolina pura, mais cara, e aliviaria o caixa da empresa. Com base inicial em 2014, a companhia estima que as importações de gasolina, mantido o cenário atual, crescerão 3% em 2015, 41% em 2017 e 58% em 2020. 
Principal prejudicada com a proposta, a indústria sucroalcooleira informou, pela assessoria da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que o assunto E85 "não está mais em pauta, que a proposta foi descartada e a posição fechada pela entidade é contrária à mudança". Outra proposta, de aumentar a mistura do anidro à gasolina de 25% para 30%, também teria sido descartada. 
Já o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) avalia, em estudo, que o E85 traria menor volatilidade entre os preços da gasolina e o etanol, maior previsibilidade de demanda e uma maior segurança no abastecimento. A Petrobras informou que não vai comentar o assunto.
Pedro Grossi
Fonte: O Tempo - MG

2- IBP completa 56 anos e comemora nova fase
Presidente do IBP, João Carlos De Luca. TN Petróleo
O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) comemorou nesta quinta-feira (21), 56 anos de atividade. Com o novo slogan 'A casa da nossa indústria', a entidade também oficializou a data 21 de novembro como o dia da indústria do petróleo. "Depois vamos cuidar da formalização legal disso, mas esperamos que a data oficial do dia 21 de novembro nos ajude na divulgação e fixação da nossa indústria no calendário nacional com toda população", comentou João Carlos de Luca, presidente do IBP, em coletiva à jornalistas na sede do instituto no Rio.
Hoje, a entidade está passando por uma nova fase composta não só de novas instalações e gestão, mas atualmente está em fase final de elaboração do seu primeiro planejamento estratégico - com assessoria da consultoria Mackenzie -, que trará grandes mudanças como maior profissionalização dos cursos, melhoria na comunicação, ênfase em estudos e estatísticas, atuação corporativa mais forte, profissionalização maior com a criação de novos conselhos, dentre outros.
De acordo com De Luca, o instituto realiza cerca de 2.400 reuniões por ano, mas ainda precisa melhorar a área de processos, com o estabelecimento de procedimentos padronizados, de modo a manter a continuidade do sucesso dos eventos promovidos no país.
"Queremos tornar o IBP ainda mais profissional. Nosso novo desafio agora é trazer processos ao instituto. Queremos trabalhar melhor a gestão do conhecimento porque pelo IBP passam grandes pessoas do mercado e temos que aproveitar melhor isso. Vamos organizar e disponibilizar ainda mais informações ao setor e aumentar a visibilidade de nossa indústria", complementou Milton Costa Filho, secretário executivo geral do IBP.
Dentre as conquistas já obtidas pela instituição, o presidente do IBP comentou sobre a parceria fechada com a Offshore Technology Conference (OTC) e a realização da primeira OTC Brasil este ano. Ele lembrou ainda do importante acordo fechado este ano com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê a capacitação e o aprimoramento do processo de avaliação de impactos ambientais e o aperfeiçoamento da gestão ambiental, relacionados às atividades de exploração e produção de petróleo e gás.
A palavra da vez é 'regularização'
O presidente do IBP, assim como o secretário executivo de E&P da instituição, Antônio Guimarães, ressaltaram a importância da continuidade da regularidade das rodadas de licitação de petróleo e gás no país.
"Não tem como desenvolver a indústria se não tivermos blocos, então uma das prioridades do nosso trabalho é ter a certeza que teremos regularidade. Temos que ter previsibilidade das rodadas de licitação para que a indústria local se planeje e possa atender melhor. Caso isso não ocorra não conseguiremos ter uma sustentabilidade do setor e não conseguiremos desenvolver toda a cadeia de fornecedores que é tão importante", indicou Guimarães.
Ele lembrou que existe uma portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), sobre um plano quinquenal de rodadas, para definir quais blocos podem ser ofertados e de que maneira isso será feito a cada cinco anos. No entanto, ela ainda não foi posta em prática. “Estamos aguardando e apoiamos que isso seja implementado. Quanto maior a regularidade, maior a confiabilidade”, afirmou.
O secretário executivo de E&P do IBP, informou ainda que atualmente o IBP está terminando um estudo com a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) sobre conteúdo local, uma análise de desenvolvimento da indústria local a partir dos investimentos de E&P, tentando trazendo uma visão diferenciada em como podemos contribuir para o desenvolvimento da indústria e do conteúdo local, em um novo formato.
Fundado em 1957 pelo ex-ministro do planejamento, Hélio Beltrão e o engenheiro Leopoldo Miguez, o IBP foi criado como consequência da criação da Petrobras em 1953 e objetiva ser um importante espaço - isento e apartidário - de encontro e intercâmbio da indústria e o principal fórum de discussão dos temas de maior relevância da indústria.
Com mais de 200 empresas associadas, 1.700 voluntários e cerca de 60 comissões, a entidade tem como foco a promoção do desenvolvimento do setor nacional de petróleo, gás e biocombustíveis, visando uma indústria competitiva, sustentável, ética e socialmente responsável.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação
Autor: Maria Fernanda Romero

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