segunda-feira, 20 de maio de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 130


I – NOTÍCIAS

1- Leilão da ANP arrecada R$2,8 bilhões
TN Petróleo/ Ricardo Almeida 
A 11ª Rodada de Licitações de Blocos de exploração da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis terminou no fim da noite de hoje (14) batendo recorde de arrecadação com o bônus de assinatura alcançando R$2,8 bilhões. O valor da 9a rodada, o último recorde, tinha sido de R$2,1 bilhões.
A rodada licitou as bacias de Parnaíba, Foz do Amazonas, Barreirinhas, Potiguar, Espírito Santo, Pará-Maranhão, Ceará, Pernambuco-Paraíba, Sergipe-Alagoas, Tucano e Recôncavo.
Segundo a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, o resultado alcançado superou todas as expectativas da agência, em mais de 800 milhões de reais. Para a ANP, o investimento esperado para os 142 blocos arrematados nos próximos cinco anos deve ser de R$7 bilhões.
A Bacia do Foz do Amazonas foi a que teve o maior bônus e a maior quantidade de blocos ofertados. Ao todo participaram da rodada 30 grupos empresariais, sendo que 18 estrangeiros e 12 companhias brasileiras.
Para João Carlo De Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), o sucesso da rodada traz um novo dinamismo para o setor de óleo e gás. Ele ressaltou ainda a agressividade de algumas companhias como Petra Energia e a OGX, de Eike Batista. Além disso, ele disse que o retorno de empresas como a Exxon foi um fato importante do dia de hoje.
A diretora geral da ANP também exaltou a consolidação da OGX e da Queiroz Galvão e ainda a entrada da Total como operadora. Magda disse ainda que a 11a rodada foi uma oportunidade importante para as pequenas empresas, principalmente as que atuam em bacias terrestres.
Os bilhões ofertados nos bônus de assinatura deverão ser pagos até o dia 6 de agosto, quando a ANP completa 15 anos, e quando os contratos com as empresas serão assinados.
Agora, a próxima rodada da ANP será realizada no mês de outubro e o 1o leilão do pré-sal será em novembro. 
Fonte: Redação Revista TN Petróleo
Autor: Rodrigo Miguez

2- MPX compra 50% de quatro novos blocos da OGX na Bacia do Parnaíba
A empresa de energia MPX firmou acordo com a OGX Petróleo e Gás para comprar participação de 50% em quatro blocos exploratórios terrestres, localizados na Bacia do Parnaíba. Os blocos são PN-T-168, PN-T-153, PN-T-113 e PN-T-114 e foram adquiridos pela petroleira na 11ª Rodada de Licitações, realizada na terça-feira (14).
A MPX vai adquirir a participação em condições idênticas às ofertadas pela OGX na rodada. O valor de aquisição será equivalente à metade dos bônus de assinatura e demais compromissos de exploração e desenvolvimento assumidos nas propostas apresentadas à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
De acordo com o comunicado, os bônus de assinatura propostos à ANP pelos quatro blocos somam R$ 20 milhões, por uma área de 11,8 mil quilômetros quadrados.
A MPX é atualmente cliente da OGX na região da Bacia do Parnaíba, onde opera usinas termelétricas abastecidas pelo gás natural produzido no local.
Fonte: Valor Online

3- Maricá vai abrigar logística do pré-sal
FPSO Cidade de Angra dos Reis. Agência Petrobras
A Prefeitura de Maricá (RJ) apresentou, em audiência pública, proposta de alteração da Lei de Uso do Solo que permitirá a criação de uma Zona de Especial Interesse Industrial (ZEII) no município, que tem 364 km de área e é um dos que mais cresce no estado do Rio. A ZEII compreende em torno de 30 km quadrados e engloba pelo menos quatro grandes regiões, todas ainda com grandes extensões livres, concentradas, sobretudo, no eixo da rodovia RJ-106 (que liga Niterói à Região dos Lagos), e nas proximidades do futuro Polo Naval de Jaconé.
O objetivo da mudança idealizada pelo prefeito Washington Quaquá é atender à crescente demanda de instalação de indústrias vinculadas à logística do petróleo, seja por conta da proximidade do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a 45 km de distância a Oeste, seja pela confrontação com o campo Lula, do pré-sal da Bacia de Santos, a 200 km do litoral.
Um dos pilares dessa política é a implantação do heliporto de apoio às operações offshore, cuja capacidade poderá chegar a 120 voos diários. O próprio aeroporto municipal, com sua pista de 1.200 metros passível de ampliação para 1.800 metros, integra o rol de equipamentos urbanos que serão submetidos a uma completa renovação. Com a nova legislação, o terminal poderá ser administrado pela iniciativa privada, em regime de concessão remunerada e, depois de pronto, movimentará até 68.000 passageiros/ano e 3.500 toneladas de carga/ano.
Depois do boom imobiliário recente - há pelo menos 18 condomínios de luxo, um deles com 9 milhões de metros quadrados, sendo lançados ou já em implantação na cidade - a medida permitirá ao município abrir caminho não só para a instalação de empresas como definir áreas específicas para cada aplicação. A alteração no marco legal é urgente e necessária: em 2010, eram analisados de 20 a 25 processos de licenciamento urbano por semana. Hoje esse número, segundo a secretaria de Desenvolvimento Urbano, passou de 300 a 320 por semana.
Nas proximidades do futuro porto - cuja excepcional localização geográfica, com 30 metros de calado a menos de 3 km da orla, permite a operação até de embarcações VLCC de 300 mil DWT - o projeto de um condomínio industrial está em análise e pelo menos um fabricante de tintas especiais para plataformas já encaminhou consulta formal à cidade. Além da instalação do Polo Naval, a região de Jaconé foi escolhida pela Petrobras para receber o gasoduto do pré-sal.
Por conta disso, há previsão também de uma área destinada para grandes galpões de armazenamento. A nova legislação vai entrar em vigor de forma a impulsionar o aporte de capital estrangeiro. Segundo o prefeito, duas empresas italianas já assinaram cartas de intenção com o município: um estaleiro especializado em embarcações esportivas e uma montadora de carrocerias de trens, bondes e caminhões especiais.
Fonte: Ascom Prefeitura de Maricá

4- Transpetro vai retomar compra de navios do EAS
A Transpetro anunciou a retomada dos contratos de 12 navios que estavam suspensos com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS). A decisão encerra pendência contratual entre a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e o EAS que se arrasta há um ano. Em maio de 2012, a estatal suspendeu os contratos de 16 navios de um total de 22 que havia contratado por R$ 7 bilhões depois que o parceiro tecnológico do EAS, a coreana Samsung, saiu da sociedade do estaleiro. Em novembro do ano passado, a Transpetro autorizou a retomada de quatro dos 16 navios cujos contratos de compra e venda totalizavam R$ 5,3 bilhões.
Do primeiro ao sexto navio da Transpetro, o EAS manteve o projeto da Samsung. Os coreanos também ficaram responsáveis pelos projetos dos outro quatro navios que tiveram os contratos retomados em 2012. No total, portanto, EAS e Transpetro chegaram a acordo sobre a construção de um pacote total de dez embarcações Suezmax.
Como noticiado pelo 'ValorPRO', no dia 8 de maio, a área jurídica da Transpetro estava analisando a retirada da suspensão dos 12 navios contratados com o EAS. Fontes próximas às negociações indicaram que a Transpetro vai aproveitar a cerimônia de entrega do navio Zumbi dos Palmares pelo EAS, na segunda, na sede do estaleiro, em Ipojuca (PE), para pôr um fim no assunto. A presidente Dilma Rousseff estará presente à cerimônia. O navio Zumbi dos Palmares é um petroleiro do tipo Suezmax, com 274 metros de comprimento e capacidade para transportar 1 milhão de barris. A embarcação faz parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro.
A solução para retomada dos contratos suspensos com a Transpetro é aguardada com expectativa pelos acionistas do EAS. O estaleiro é controlado por Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, cada um com 50%. O EAS tem interesse em utilizar projeto da japonesa IHI Marine United, divisão de construção naval e offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries (IHI), para a construção dos 12 navios restantes (da 11ª até a 22ª embarcação). Mas a aceitação dessa proposta ainda não foi comunicada oficialmente ao estaleiro.
Em junho do ano passado, o EAS anunciou parceria técnica com a IHI. Na ocasião, o mercado interpretou que o acordo poderia ser o primeiro passo para os japoneses se tornarem sócios do EAS depois da saída da Samsung. Fonte próxima das negociações disse que a IHI informou à Petrobras e ao próprio estaleiro que as aprovações finais pelo conselho de administração do grupo, para entrada da empresa no capital do EAS, deverão estar concluídas até o fim de junho. O comunicado à estatal foi feito em recente visita do presidente da IHI Corporation, Tamotsu Saito, ao Rio.
Como o 'Valor PRO' noticiou em 30 de abril, os japoneses devem ficar com 25% do EAS e uma instituição do governo japonês, possivelmente o JBIC, com 8%, perfazendo um terço do capital do estaleiro. Toda essa transação deverá estar fechada até o fim do ano. Atualmente, há 31 japoneses prestando assistência técnica ao EAS.
O Zumbi dos Palmares, a ser entregue na segunda, foi lançado ao mar em novembro do ano passado. O lançamento ao mar é o penúltimo marco na construção de um navio, antes da entrega ao armador para a operação. Após o lançamento, a embarcação passa pelos acabamentos finais no estaleiro e pela prova de mar, que verifica o seu desempenho em viagem de curta distância.
Com a entrega do Zumbi, passam a ser cinco os navios do Promef em operação: dois entregues pelo EAS (João Cândido e Zumbi dos Palmares) e três pelo Estaleiro Mauá, do Rio (Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Rômulo Almeida). O Mauá lançou ao mar outros dois navios: o Anita Garibaldi e o José Alencar.
No total, o Promef, cuja primeira versão tem dez anos, inclui a encomenda de 49 embarcações para transporte de petróleo e derivados, de diferentes portes, a quatro estaleiros de Pernambuco e do Rio. Os investimentos totais no programa alcançam R$ 10,8 bilhões.
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- EUA terão carro bicombustível movido a gás  
Um consórcio formado por produtores de energia americanos pretende apresentar uma série de veículos movidos a gás natural, incluindo um utilitário esportivo BMW X3 e um Ford Mustang cupê, num esforço para despertar mais interesse no uso do combustível em carros de passageiros.
A Aliança Gás Natural da América, entidade de classe que representa mais de 20 petrolíferas da América do Norte, vai apresentar versões "bicombustíveis" de veículos populares adaptados para rodar com gás natural comprimido, ou GNC, e usar um tanque de gasolina convencional para estender o seu alcance. O grupo se recusou a adiantar mais detalhes de sua campanha de marketing.
A entidade fará uma apresentação prévia desses testes amanhã em uma unidade da distribuidora de gás natural Southern Califórnia Gas, em Los Angeles, e depois lançará campanha mais ampla de sensibilização da opinião pública no próximo mês, disseram executivos. Veículos adaptados da Ford, Chrysler e outras quatro montadoras devem integrar os modelos apresentados pela aliança.
A Chrysler, que oferece uma picape movida a gás natural, motivada pelo "boom" do gás de xisto, informou que não tem planos de produzir carros de passeio adaptados ao combustível. As montadoras têm se concentrado em veículos de passeio movidos a bateria e diesel e têm resistido a adotar mais uma alternativa de energia. "Nós não estamos atualmente envolvidos com veículos movidos a gás natural", disse um porta-voz da BMW. A Ford informou que não está envolvida no projeto da Aliança.
Esses veículos "bicombustíveis" custam milhares de dólares a mais do que os movidos a gasolina. Seus defensores dizem que os baixos preços do gás natural podem compensar essa diferença ao longo do tempo. O litro equivalente de gás natural custa entre US$ 0,58 e US$ 0,66 nos EUA, menos que o preço médio da gasolina nas bombas. Mas o custo das adaptações dos veículos não é baixo: a GM, que em dezembro começou a vender duas picapes bicombustíveis com GNC, cobra por elas US$ 11 mil a mais do que as versões a gasolina.
A aliança de gás diz que a demonstração foi elaborada para estimular o interesse do consumidor e das montadoras por carros a GNC em uma época em que a explosão na produção de gás reduziu os preços. Isso tem gerado um novo incentivo aos produtores de gás e às montadoras para desenvolver um combustível que seja mais atraente para substituir a gasolina.
Nos EUA, alguns veículos comerciais, incluindo frotas de empresas e caminhões pesados, já usam gás natural ou estão realizando testes com o combustível. Uma vantagem para esses usuários de grande escala em relação ao consumidor comum é que eles podem arcar com os custos de construção e manutenção de suas próprias bombas de abastecimento. Enquanto mais de 100 mil veículos adaptados para serem movidos a GNC estão rodando nos EUA, menos de 600 bombas foram instaladas para o público em geral.
Os produtores de gás esperam que, ao exibir veículos adaptados ao GNC, eles possam despertar um novo interesse. Analistas da indústria automobilística continuam céticos de que os fabricantes correrão para esse mercado, mesmo que o preço do gás natural caia. "Você não pode criar um veículo para este combustível até que tenhamos bombas de gás natural quase tão onipresentes quanto as de gasolina", diz Phil Gott, diretor sênior da consultora IHS Automotive.
Para ajudar a resolver essa escassez de postos, dois grandes produtores de gás se uniram a fabricantes de eletrodomésticos em projetos separados para desenvolver equipamentos de abastecimento simplificados que se conectem às linhas residenciais de gás. Executivos da indústria do gás dizem que as maiores montadoras estão dispostas a criar modelos conceituais que podem servir como balões de ensaio para futuros veículos voltados para o mercado de massa. 
Chester Dawson
Fonte: The Wall Street Journal
Texto extraído do Valor Econômico 

2- Brasil tem mais xisto, diz especialista  
As reservas de xisto brasileiras estão subestimadas, segundo o vice-diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), Colombo Celso Gaeta Tassinar. "A quantidade é maior do que está sendo mostrada", diz. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o potencial está acima dos 6,4 trilhões de metros cúbicos, que colocam o país na décima posição mundial de reservas.
Para ele, se esse potencial for explorado, todas as indústrias que utilizam gás em sua produção seriam beneficiadas com a exploração do xisto e teriam aumento de competitividade, já que o custo do xisto é menor. "As indústrias de São Paulo já estão aparelhadas para usar gás natural e o xisto teria custo mais baixo." O pesquisador estima que a exploração de cada poço custa em média US$ 10 milhões.
Mesmo considerando que a exploração do gás de xisto deve baratear o custo do gás no Brasil, Colombo acredita que o país não chegará a ter preços tão competitivos como ocorre nos Estados Unidos. Hoje o custo do gás no Brasil chega a US$ 15 por milhão de BTU (unidade de medida de gás), enquanto nos Estados Unidos, onde o xisto é utilizado em grande escala, chega a US$ 3 por milhão de BTU. "Mas vai cair em relação ao que pagamos hoje", ressalva. Ele lembra que o custo caiu nos Estados Unidos porque o país já tinha rede de gasoduto distribuída por todo o território. "Se depender de gasoduto, é altamente viável, mas no Brasil a rede ainda atinge poucos pontos."
Colombo lembra que a Petrobras nunca se interessou por xisto, já que seu foco era a exploração de petróleo, mas acredita que a petrolífera deve começar a investir na área. "Agora já se interessa, porque virou realidade. Ou entra ou fica de fora e é melhor entrar, mesmo que seja por empresa parceira", diz.
Já o superintendente-adjunto de Segurança Operacional e Meio Ambiente da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Hugo Manoel Marcato Affonso, disse que as reservas brasileiras ainda levarão um tempo para serem comercializadas. "Em dez anos essas reservas poderão ser exploradas comercialmente", acredita. Ele não soube precisar quanto investimento seria necessário para que o país consiga explorar comercialmente o gás.
O leilão para pesquisa e exploração das áreas que possuem reservas já em outubro deste ano é importante, segundo ele, para o país voltar a aumentar sua área exploratória. "O modelo de concessão do xisto será o mesmo das últimas rodadas de gás não convencional."
Para ele, o maior desafio para a exploração comercial do gás xisto é a "transferência da curva de aprendizado" para garantir a viabilização do xisto. "A regulamentação já existe. Os editais serão adaptados", diz. Dessa forma, ele acredita que haverá interesse da iniciativa privada pela exploração do gás. 
Guilherme Soares Dias e Daniela Chiaretti
Fonte: Valor Econômico

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