sexta-feira, 3 de maio de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 129


I- NOTÍCIAS

1- Presidente da Petrobras profere aula inaugural nos 50 anos da Coppe
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, ministrou hoje (3/5) no Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) a aula inaugural "Os desafios da Petrobras e do setor de petróleo e a parceria com a universidade". A conferência fez parte da programação comemorativa dos 50 anos da instituição.
Durante a palestra, Graça Foster destacou a importância dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para a execução do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras e também para a democratização do conhecimento. "Pesquisa não anda sem negócios, e vice-versa. Nesse contexto, temos que trabalhar sempre em rede, promovendo a democratização do conhecimento na área de energia". 
Atualmente a Petrobras promove 49 redes temáticas de conhecimento, que envolvem 88 universidades brasileiras e instituições de ciência e tecnologia. A Coppe participa de 34 das redes temáticas. De acordo com a presidente, é importante que essas redes trabalhem sempre em sintonia com os projetos da Petrobras. "Existe um trabalho muito forte com as universidades para contribuir na carteira de projetos da Petrobras. É um desafio grande levar a produção de conhecimento para os projetos", afirmou. 
Petrobras e a Coppe
Só em 2012, a Petrobras investiu US$ 1,1 bilhão de recursos associados aos investimentos obrigatórios em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e em treinamento. Antes da aula inaugural, a presidente visitou o Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIFD), inaugurado em março de 2013, onde são estudadas soluções para os atuais desafios da indústria de petróleo. O núcleo, com 5.400 m² de área construída, conta com três laboratórios para estudos sobre processos de escoamento de óleo e gás. 
A cooperação entre a Coppe e a Petrobras teve início nos anos 70, quando a Companhia firmou com a instituição um acordo de cooperação para superar os desafios da exploração e produção de petróleo no mar. Até hoje a parceria já gerou mais de 2 mil projetos de pesquisa, formou centenas de mestres e doutores e resultou na criação de cursos de pós-graduação lato sensu e de especialização. A presidente Graça Foster é mestre em Engenharia Química e pós-graduada em Engenharia Nuclear pela Coppe/UFRJ.
Fonte: Agencia Petrobras

2- Queda nas vendas de petróleo surpreendeu "até os pessimistas"  
A forte queda nas exportações de petróleo, de 55%, ou US$ 1,6 bilhão em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, "surpreendeu até os mais pessimistas", segundo comentava ontem o presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, ele mesmo um dos analistas mais ouvidos e mais cautelosos em relação ao desempenho do comércio exterior. Também chamou atenção o impacto, nas estatísticas, do registro de importações de combustíveis realizada no ano passado, que distorce os resultados da balança comercial. Nesse caso, o intrigante é a incapacidade do governo em explicar por que mercadorias importadas há mais de quatro meses ainda não foram computadas no balanço do comércio exterior.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, deixou claro, ontem, que tem buscado dar transparência aos dados, informando o quanto existem de compras ainda não registradas oficialmente. Recomendou que se buscasse a resposta na Petrobras ou na Receita. O Valor, que já recebeu da Petrobras a informação de que não há "resíduos" a registrar de suas importações de 2012, voltou ontem a procurar a Receita Federal, pedindo explicações. Não teve resposta, até o fechamento desta edição.
José Augusto de Castro nota que, apesar dos registros de importações atrasadas de petróleo, em abril houve, oficialmente, redução de 22,6% na importação desse produto. A compra dos demais combustíveis (gasolina, para consumo doméstico, por exemplo), neutralizou a queda, porém, e gerou aumento de 0,1% nas importações do item combustíveis e lubrificantes.
Não há dúvida, porém, de que o aumento do consumo interno foi o maior promotor do déficit no comércio. No primeiro quadrimestre, caíram em 3% as exportações, enquanto as importações cresciam 10%, em comparação com o mesmo período de 2012. "Temos a impressão de que é a população das classes C e D chegando ao mercado de consumo", comentou Castro.
Há pontos positivos nos últimos resultados do comércio exterior: o déficit recorde até agora representa apenas 8,6% das exportações totais, proporção menor que os 21% de 1995, ou os mais de 11% de 1998 e 1997. E, apesar da queda nas vendas aos EUA e Europa, o mercado argentino, terceiro maior para o Brasil aumentou em quase 19% as importações de produtos brasileiros, principalmente automóveis. É o segundo mês consecutivo de mais vendas à Argentina, graças à suspensão de barreiras. E ao aumento de consumo, lá também. 
Sergio Leo
Fonte: Valor Econômico 

3- Produção de petróleo cai 8,2% em relação a fevereiro
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação 
Segundo boletim divulgado nesta sexta-feira (3) pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo e gás natural no Brasil, no mês de março, foi de aproximadamente 1.853 Mbbl/d (mil barris por dia) e 77,3 MMm³/d (milhões de m³ por dia), respectivamente, totalizando em torno de 2.339 Mboe/d (mil barris de óleo equivalente por dia).
A produção de petróleo no país foi de aproximadamente 1.853 Mbbl/d, uma redução de cerca de 11,2% na produção de petróleo se comparada com o mesmo mês em 2012, e 8,2% se comparada ao mês anterior.
Segundo a agência reguladora, o principal motivo para essa redução foram as paradas programadas para manutenção das plataformas FPSO Espírito Santo, nos campos de Ostra e Argonauta, FPSO Maersk Peregrino, no campo de Peregrino, e P-54, no campo de Roncador.
GN
A produção de gás natural foi recorde, chegando a aproximadamente 77,3 MMm³/d, um aumento de cerca de 16,6% se comparada ao mesmo mês em 2012, e 0,9% se comparada ao mês anterior.
O campo com maior produção continua sendo Manati, na Bacia de Camamu, com produção média de 6,6 MMm³/d.
Pré-sal
A produção diária do pré-sal foi de 288,9 mil barris de petróleo e 9,7 milhões de metros cúbicos de gás natural, totalizando 349,6 mil barris de óleo equivalente. Essa produção teve origem em 26 poços: 5 no campo de Baleia Azul, 3 no de Jubarte, 3 no de Linguado, 4 no de Lula, 2 em Marlim Leste, 3 em Pampo, 2 em Sapinhoá, 1 em Trilha, 1 em reservatório compartilhado pelos campos de Caratinga e Barracuda, 1 em reservatório compartilhado por Marlim e Voador e 1 no campo de Pirambu, que iniciou a produção em março.
Campos produtores
Os campos marítimos foram responsáveis por 87,1% da produção de petróleo e 75% da produção de gás natural no mês de março. Os operados pela Petrobras foram responsáveis por 96,8% da produção nacional.
O maior produtor de petróleo foi o campo de Marlim Sul, na bacia de Campos, e também o terceiro maior produtor de gás natural, com produção média de 330,3 mil barris de óleo equivalente por dia. O campo de Carmópolis teve o maior número de poços produtores, totalizando 1.119 poços.

4- Petrobras vende participação em blocos no México 
A Petrobras anunciou  a venda da participação de 20% nos blocos exploratórios KC 49, 50, 92, 93, 94 e 138 no Golfo do México, Estados Unidos. Estes blocos compõem o ativo denominado Gila e têm como operadora a British Petroleum (BP). A Petrobras receberá pela transação US$ 110 milhões, além da participação em um bloco exploratório, adjacente ao campo de Tiber, no qual a estatal já está presente e aonde já houve descoberta.
"Esta operação faz parte do programa de desinvestimento da Petrobras, previsto no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, e sua efetivação está sujeita à manifestação acerca do exercício do direito de preferência e à aprovação do Bureau of Ocean Energy Management (BOEM), órgão regulador nos Estados Unidos", informa a empresa em comunicado ao mercado.
Fonte: AE - Agencia Estado

5- Paradas programadas da Petrobras diminuirão no 2º semestre - Diretor
As paradas programadas da Petrobras ainda acontecerão no segundo trimestre, como estava previsto, mas vão diminuir no segundo semestre, elevando a produção de petróleo no período, disse o diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli, durante uma teleconferência para apresentação dos resultados no início da semana. 
A produção de petróleo e gás da estatal caiu 5 por cento no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2012, para 2,552 milhões de barris ao dia, devido principalmente às paradas de manutenção, informou a empresa na sexta-feira. 
O lucro líquido da Petrobras recuou 17 por cento no primeiro trimestre, para 7,7 bilhões de reais. O resultado, no entanto, ficou acima da expectativa do mercado. 
A meta da empresa é manter elevado o nível de processamento em suas refinarias, o que permitirá reduzir as importações de derivados de petróleo e, por consequência, os custos do produto vendido, disse o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza. 
Segundo ele, a área de refino está operando no limite, mas de forma segura, sem que deixem de ser realizadas as manutenções necessárias. 
A empresa planeja, inclusive, fazer uma parada importante ao final do ano. 
As ações da Petrobras operavam em alta de quase 5 por cento às 12h36, enquanto o Ibovespa subia 0,7 por cento. 
INVESTIMENTOS 
A Petrobras mantém sua meta de investimento no ano de 2013 em 48 bilhões de dólares, após investir 10 bilhões de dólares no primeiro trimestre, disse o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, durante a teleconferência. 
Os investimentos totais previstos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 somam 236,7 bilhões de dólares --maior programa empresarial de gastos do mundo. O plano divulgado em março previu um aumento nos investimentos em exploração e produção.
Fonte: Agência Reuters


2- COMENTÁRIOS

1- OTC 2013, HOUSTON TEXAS

2- Flutuações da conta-petróleo e a balança comercial 
Fonte: Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
Neste começo de ano, os números da balança comercial apresentaram um resultado aparentemente contrário às expectativas. No entanto, uma análise mais profunda sobre as reais causas do déficit registrado no primeiro trimestre aponta para a causa principal: a manutenção porque ora passam as unidades de extração de petróleo situadas na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.
Em nota oficial, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que, em fevereiro, a produção de petróleo havia caído 8,5% em razão desta manutenção. Informou também que a queda foi parcialmente compensada pela entrada em operação de três plataformas do pré-sal.
É fato que nos últimos anos o Brasil tornou-se um grande exportador de "combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação, matérias betuminosas e ceras minerais". É assim que denominamos o capítulo 27 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM 27), a lista que descreve de forma técnica os bens comercializados pelo Brasil. As estatísticas do fluxo comercial brasileiro utilizam esta classificação e ficam à disposição dos cidadãos no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O impacto da manutenção programada na Bacia de Campos é temporário e será revertido
A série histórica destes dados revela que, em 2001, foram exportados US$ 2,9 bilhões por esse capítulo (4,9% da pauta de exportação brasileira) e, em 2012, este valor chegou a US$ 26,5 bilhões, o equivalente a 11% da pauta de exportação. Para que se compreenda melhor quão importante é esse percentual, basta lembrar que, em 2012, os "minérios" representaram 13,7 % de toda a pauta.
Esta manutenção programada das unidades de extração na Bacia de Campos gera dois efeitos simultâneos no saldo comercial: a redução da produção diminui o valor exportado e aumenta as importações. O fato é que o saldo comercial deste começo de ano está sendo fortemente impactado pela performance, conjuntural, de apenas um produto, e este produto terá importância ascendente em nossa pauta de exportações no médio prazo. Quando isto ocorrer, o saldo comercial brasileiro tenderá a ser maior do que antes.
Para entender melhor o efeito da "conta-petróleo" no início deste ano, temos que, primeiro, considerar que a corrente de comércio do Brasil (a soma das exportações e das importações do país) permaneceu praticamente estável quando comparamos o primeiro trimestre de 2013 com o primeiro trimestre de 2012: US$ 106,8 bilhões, agora, em comparação com US$ 107,7 bilhões no ano anterior.
No entanto, quando analisamos os fluxos de petróleo da NCM 27, identificamos que, além de um grande aumento destas importações, tivemos uma redução significativa do volume exportado. Ao mesmo tempo em que as importações aumentaram 26,2%, saltando de US$ 8,9 bilhões no acumulado janeiro-março de 2012 para U$ 11,3 bilhões no acumulado do mesmo período de 2013, tivemos uma queda de 49% no volume exportado. O déficit total acumulado de janeiro a março é de US$ 5,15 bilhões, sendo que o déficit da "conta petróleo" é de US$ 7,6 bilhões. Os demais produtos da pauta apresentaram superávit de US$ 2,48 bilhões neste período.
Podemos tirar duas importantes conclusões. A primeira é que, numa projeção, sem a manutenção programada, poderíamos ter iniciado o ano com um saldo comercial de cerca de US$ 3,6 bilhões. A segunda é a constatação de que a crescente importância da produção de petróleo no Brasil ainda não é devidamente compreendida e muito menos considerada nas análises sobre o presente e o futuro da economia brasileira. Neste aspecto, cabe ressaltar que, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto as exportações de petróleo de todos os países cresceram 5,2 vezes de 2002 a 2012, as exportações brasileiras aumentaram nove vezes.
Podemos tirar duas importantes conclusões. A primeira é que, numa projeção, sem a manutenção programada, poderíamos ter iniciado o ano com um saldo comercial de cerca de US$ 3,6 bilhões. A segunda é a constatação de que a crescente importância da produção de petróleo no Brasil ainda não é devidamente compreendida e muito menos considerada nas análises sobre o presente e o futuro da economia brasileira. Neste aspecto, cabe ressaltar que, segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto as exportações de petróleo de todos os países cresceram 5,2 vezes de 2002 a 2012, as exportações brasileiras aumentaram nove vezes.
As informações sobre a evolução do emprego formal da indústria também revelam este crescimento. De 2006 a 2012, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, aumentou em 30% o emprego formal na Divisão de Indústria "Extração de Petróleo de Gás Natural". Já a Divisão "Extração de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis" apresentou crescimento de 66% no mesmo período, chegando a 162 mil vagas ativas em 2012. Neste primeiro trimestre de 2013, esta divisão empregou mais 6,4 mil trabalhadores, contribuindo significativamente para o crescimento do emprego formal na indústria.
Com os atuais investimentos na exploração do petróleo, teremos, no médio prazo, aumento de exportações e uma simultânea redução de importações, pois nossa produção diária irá saltar dos atuais 2 milhões de barris por dia para 4,2 milhões de barris por dia em 2020.
Isso sem contar com a exploração de reservas ainda não descobertas, para o que há uma intensa movimentação de grandes multinacionais. Prova disto é que 71 empresas, de 18 países, apresentaram propostas para exploração de três territórios ultramarinos que constam na 11ª rodada de Licitações da ANP, marcada para maio.
Como a queda da produção da Bacia de Campos é temporária - e sendo esta queda minimizada pela entrada em operação de campos do pré-sal -, podemos esperar uma reversão deste quadro ainda neste ano, revelando o surgimento de um novo tempo para a economia brasileira. O pré-sal já contribui para atenuar nosso déficit de petróleo e derivados e, em breve, vai gerar um novo excedente cambial, que deverá ser devidamente considerado nas futuras previsões sobre o saldo comercial e o volume de investimento estrangeiro no Brasil.
Leonardo Pontes Guerra, economista, doutor em geografia pela PUC-MG, é chefe da assessoria econômica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Fonte: Valor Econômico/Leonardo Pontes Guerra

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