domingo, 17 de fevereiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 120


I –  NOTÍCIAS

1- Petrobras encontra indícios de óleo na Bacia do Recôncavo, na Bahia
A Petrobras notificou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que encontrou indícios de petróleo durante a perfuração de um poço no campo terrestre de Araçás, na Bacia do Recôncavo, na Bahia. 
O poço 3BRSA1142DBA é o terceiro perfurado na região, onde a empresa já realizou descoberta de novas acumulações de petróleo. Os volumes encontrados na área durante as perfurações anteriores foram apropriados às reservas da companhia.
Fonte: Valor Online

2- Tridimensional Engenharia e a britânica DPS selam parceria
Um dos destaques é um separador de água/areia/óleo/gás para plataformas de produção, mais compacto do que os utilizados atualmente. Além de ser uma solução para a falta de espaço em plataformas, onde qualquer metro quadrado tem grande importância, pode ser utilizado em paralelo a separadores já existentes - nos casos em que a unidade esteja produzindo grandes quantidades de água e precise aumentar a produção.
Segundo Muller, a tecnologia pode ser uma alternativa interessante para auxiliar o Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), lançado pela Petrobras em julho de 2012.
Um dos focos da parceria é ter o máximo de conteúdo local agregado possível, com o objetivo de fabricar os equipamentos no Brasil, conforme a demanda se desenvolva.
Outra tecnologia inovadora que deve ser implementada no mercado offshore brasileiro é um equipamento voltado para o tratamento de resíduos sólidos gerados em unidades remotas, como plataformas e navios. A tecnologia, utilizada pela marinha britânica em sua frota, trata os resíduos por meio de pirólise, transformando-os em cinzas, sem que haja emissão de gases poluentes. Com isso, é reduzida em muitas vezes a necessidade de barcos de apoio fazerem a descarga de resíduos, já que o volume ocupado passa a ser muito menor.
Fonte: Redação TN Petroleo

3- Minério de ferro fecha semana em US$ 155,25 na China
O mercado de minério permanece parado, sem negócios no mercado à vista da China nesta sexta-feira (15), por causa do feriado do Ano Novo chinês. A cotação da commodity fecha a semana em US$ 155,25 a tonelada referida ao Platts Iodex 62% Fe. 
A parada do mercado é tida como boa para um ajuste de previsões por parte dessas companhias. “Dependendo do consumo nesse período de feriado as usinas e portos chineses podem voltar com mais ou menos apetite ao mercado”, avaliam fontes do setor de mineração que têm se mantido otimistas.
As apostas são que os preços devem permanecer ainda na faixa atual entre US$ 140 a US$ 150 até março, por conta de um certo recuo da oferta devido ao inverno na China, ciclones na Austrália e chuvas no Brasil. A partir do segundo trimestre, o preço pode ter um ajuste para baixo, dependendo do nível de atividade das usinas de aço da China.
Os recentes balanços de 2012 das gigantes da mineração Rio Tinto e a Anglo American divulgados nesta semana mostram resultados no vermelho por conta de baixas contábeis de ativos e queda do preço do minério e não ferrosos. O ano que passou foi “desafiador” para essas empresas, que encaram 2013 com mais ânimo e melhores expectativas em relação a China.
A Vale deve divulgar balanço de 2012 no dia 27 fev Na expectativa de analistas, o resultado do quarto trimestre deve ser negativo por causa também de reavaliação contábil de ativos. Nos primeiros nove meses do ano, a empresa contabilizou um lucro líquido de US$ 8,1 bilhões.
Fonte: Valor Online

4- ANP vê esgotamento logístico na Petrobrás 
O aumento da importação de combustíveis está esgotando o sistema logístico nacional e traz risco de desabastecimentos pontuais no País, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Estudo sobre a evolução do mercado de combustíveis e derivados de 2000 a 2012, divulgado ontem, também expõe os prejuízos da Petrobrás com a defasagem de preços da gasolina em relação ao mercado internacional.
Um gráfico montado pela agência mostra que a Petrobrás teve mais prejuízo do que lucro desde 2004 com a política de não repassar as oscilações do mercado internacional aos preços da gasolina na bomba. 
O gráfico também revela que a companhia tem perdido com a defasagem de preços da gasolina desde o início de 2011. No primeiro semestre de 2012, a petroleira informou ter perdido cerca de US$ 1 bilhão por mês com a diferença nos preços de diesel e gasolina. A ANP não informou o cálculo sobre o prejuízo total da companhia no período, mas indica que a diferença entre o preço internacional e o praticado no Brasil estava em cerca de US$ 20 por barril em novembro passado, último dado disponível. 
A agência diz ainda que, caso a taxa de câmbio tivesse se mantido constante desde janeiro de 2011, os preços domésticos da gasolina estariam atualmente compatíveis com aqueles vigentes no mercado internacional. O estudo, de 23 páginas, mostra os efeitos do aumento do consumo e das importações. Diz, por exemplo, que a necessidade logística para desembarque dos derivados aumentou 70% em apenas três anos (2008 a 2011).
Para a ANP, esta tendência deve ser mantida caso não se alterem as condições de oferta doméstica e de crescimento da demanda verificadas nos anos recentes, já que terminais, bases e refinarias operam no limite da capacidade. "Apesar de não se vislumbrar risco de desabastecimento sistêmico, ele pode ocorrer pontualmente, como mostraram alguns episódios ocorridos em 2012", diz a agência.
Não há perspectiva de solução no curto prazo, diz a agência. E há inclusive dúvidas no longo prazo, já que há indefinição sobre a concretização de projetos de refinaria. As Premium I e II (Ceará e Maranhão) e a segunda fase do Comperj (RJ), por exemplo, não estão com investimentos confirmados pela Petrobrás, já que os projetos foram considerados caros demais.
Lógica econômica. "Deve-se frisar que a lógica econômica incentiva a Petrobrás, em contextos de escassez de recursos, a postergar os investimentos no downstream, para não prejudicar o andamento dos projetos mais rentáveis do upstream, sobretudo aqueles relacionados ao desenvolvimento dos campos do pré-sal", diz o relatório.
A ANP destaca que o diesel, que responde individualmente pelo maior volume de importações, e também pelo maior déficit comercial, pode trazer complicações adicionais para a logística de abastecimento com a entrada do S10 (diesel com menor teor de enxofre) no mercado, já que este requer ativos dedicados para armazenagem e transporte. 
"Problemas de contaminação do novo diesel ao longo da cadeia, deixando-o fora das especificações estabelecidas pela ANP, poderão se revelar como fontes adicionais de estresse logístico para o abastecimento nacional." 
Sabrina Valle
Fonte: O Estado de S. Paulo 

5- Codesa e Petrobras discutem terminal de gás natural
O presidente Clovis Lascosque, diretores, superintendente, e o coordenador de engenharia da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) se reuniram no último dia 5 de fevereiro com representantes da Petrobras, da Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo (Sedes), e da Odfjell Terminais, empresa associada a Odfjell SE, líder no mercado global de transporte marítimo de químicos e outros produtos líquidos. O objetivo do encontro foi dar continuidade às discursões sobre as alternativas técnicas do novo terminal de gás natural que a Petrobras pretende construir em Barra do Riacho, município de Aracruz.
“A previsão é de que o terminal de GNL seja implantado em uma área da Codesa, ao lado do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), que embarcará gás liquefeito de petróleo (GLP) processado na Unidade de Tratamento de Cacimbas, em Linhares”, disse Lascosque.
Na ocasião, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery Vicente Milani De Rossi, teve a oportunidade de conhecer as obras que estão sendo realizadas no Porto de Vitória. Nery De Rossi ingressou na Petrobras em 1983, onde desempenhou várias funções gerenciais até assumir, em 2008, o Ativo de Produção de Golfinho na Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo (UO-ES). Ele foi cedido pela estatal para atuar como secretário em janeiro de 2013


II – COMENTÁRIOS

1- MPE e IESA fecham contratos de R$ 1 bi
Duas empresas da área de engenharia, a MPE e a IESA Óleo e Gás, fecharam contratos de R$ 1,16 bilhão para fazer a manutenção em 21 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, principal polo de produção de petróleo do país. As empresas vão prestar os serviços ao longo de três anos valendo-se de um modelo de manutenção em crescimento na indústria mundial do petróleo: o uso de navios-dormitório, com capacidade de acomodar até 300 pessoas, que ficam conectados por meses às plataformas de produção que vão passar pela reforma.
Essa modalidade de manutenção já foi utilizada pela Petrobras no passado, mas hoje é realizada em maior escala. A estatal segue assim tendência em expansão na indústria petrolífera que é a utilização de Unidades de Manutenção e Segurança (UMS), como são conhecidos os navios-dormitório, para fazer modernizações em plataformas nos campos em produção. As UMS são unidades de apoio à manutenção e produção de petróleo, que são conectadas às plataformas permitindo a utilização de facilidades diferenciadas e de grande contingente de pessoal para executar os serviços, disse a Petrobras em nota. Segundo a empresa, todo o serviço é feito mantendo a segurança operacional sem interromper a produção da plataforma.
Um executivo que presta esse tipo de serviço à Petrobras disse que a estatal afreta as UMS e às repassa às empresas responsáveis pelos contratos de manutenção. A Iesa Óleo e Gás, subsidiária da Inepar, vai fazer a manutenção em oito navios-plataforma que produzem, estocam e escoam petróleo e gás natural, as chamadas FPSOs. O contrato é de três anos no valor de R$ 620 milhões. A Iesa deverá utilizar duas UMS e vai fazer as atividades a bordo das plataformas e também em canteiro de obras, em terra, como a preparação de estruturas metálicas e tubulações.
Já a MPE acertou com a Petrobras contrato para fazer a manutenção em 13 plataformas fixas, ao longo de três anos, no valor de R$ 545 milhões, disse Renato Abreu, presidente da MPE. Com o contrato, a Petrobras busca revitalizar as unidades mais antigas de exploração e produção. Abreu disse que as UMS são embarcações equipadas com o que existe de mais moderno para esse tipo de serviço. Esses navios tem pontes que fazem a ligação com as plataformas e facilitam a transferência da mão de obra.
As UMS também possuem equipamentos de posicionamento dinâmico, com controle via satélite, para mantê-las "paradas", evitando desvios causados por ventos e marés. Segundo a MPE, as campanhas de manutenção preveem o apoio das UMS durante quatro meses, em média, por plataforma. A Petrobras informou que tem hoje, nas operações da Bacia de Campos, 15 contratos de manutenção assinados, os quais incluem 31 plataformas. "Os valores dos contratos variam em função do escopo e do número de plataformas atendidas", disse a empresa em nota. Novos contratos ainda serão licitados. A Petrobras afirmou ainda que o programa de manutenção da Bacia de Campos é contínuo.
"Os objetivos principais das campanhas de manutenção são a melhoria na eficiência operacional das plataformas e a manutenção das operações nos níveis de segurança para os quais as unidades foram projetadas, dentro dos parâmetros mundiais de mercado", disse a nota da estatal. De acordo com a Petrobras, as plataformas de produção da Bacia de Campos possuem tempos de operação variados. "Nesse contexto, a utilização de UMS, juntamente com as melhorias na eficiência e segurança operacionais, contribui para aumentar a vida útil dessas unidades, estendendo-a além do período inicialmente projetado, a exemplo do que acontece mundialmente".
O grande número de paradas programadas para manutenção em plataformas, no primeiro semestre, terá efeitos sobre a produção da Petrobras, como previu esta semana a presidente da estatal, Graça Foster. Ela afirmou que em 2013, devido às paradas programadas, será possível à companhia alcançar uma produção de óleo no mesmo patamar de 2012. Segundo Graça, as novas plataformas que entrarão em produção este ano contribuirão para o crescimento da produção a partir do segundo semestre. A produção nacional de petróleo e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras em 2012 foi 2% inferior ao ano anterior.
Fonte: Valor Econômico

2- Brasil Offshore 2013 já tem 85% do espaço vendido
A 7ª edição da Brasil Offshore - Feira e Conferência Internacional da Indústria de Petróleo e Gás registra 85% do seu espaço total de exposição vendido. O evento, organizado e promovido em conjunto pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Sociedade de Engenheiros de Petróleo (SPE), será realizado entre os dias 11 e 14 de junho de 2013, no Macaé Centro, na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro.
O motivo do sucesso antecipado do evento está na evolução positiva e significativa da produção da Bacia de campos que impacta a economia local e internacional. Atualmente existem em Macaé cerca de 4500 empresas que trabalham no segmento de petróleo e gás e aproximadamente 65 mil profissionais estão vinculados com carteira assinada a empresas do setor petrolífero. A região da Bacia de Campos possui reservas em torno de 10 bilhões de barris de petróleo (sem contar a camada pré-sal).
Além, disso, a Petrobras anunciou, no semestre passado, uma nova fronteira na província petrolífera do pré-sal. Na área conhecida como Pão de Açúcar, a estatal irá promover a exploração junto com Repsol e Statoil. Anunciou também o Programa de Aumento de Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), cuja meta é consolidar o retorno da eficiência operacional da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC) dos atuais 71% (registrado em 2011) para seus níveis históricos próximos a 90% até 2016.
Empresas confirmadas
Entre os confirmados estão Aalborg Industries, ABB, Air Liquide Brasil, Aker Solutions do Brasil, Akzo Nobel, Belgo Bekaert Arames, Brasbunker Participações, Cameron do Brasil, Cosan Lubrificantes e Especialidades, Estaleiro Mauá, FMC Technologies do Brasil, Henkel, Netzsch do Brasil, National Oilwell Varco, Odebrecht Óleo e Gás, Schlumberger, Sotreq, Tomé Engenharia, UTC Engenharia, V&M do Brasil e Wartsila Brasil.
Além disso, o evento vai apresentar mais de 10 pavilhões internacionais, dentre eles o destinado ao Reunido unido, Estados Unidos, Dinamarca, China, Alemanha e Noruega.
Outro dos destaques da exposição será a apresentação de lubrificantes da Mobil e do grupo internacional Technip que vai mostrar novidades em serviços e soluções tecnológicas para campos de desenvolvimento em águas profundas, instalações offshore e unidades de processamento onshore, com recursos integrados e navios de instalação de dutos submarinos.
No Brasil, a empresa atua com 3500 profissionais, projetando, fabricando e instalando dutos submarinos e equipamentos offshore, além de construir refinarias e plantas petroquímicas.
Fonte: Redação TN Petróleo

3- A Bioeletricidade encontra o seu caminho 
O cenário atual do setor elétrico lembra muito o verificado em 2000, quando os níveis dos reservatórios, indicavam riscos de segurança no abastecimento.
Depois do último apagão, em 2001, pela primeira vez, estamos enfrentando um período seco muito acima do normal, podendo ocorrer dificuldades no abastecimento.
Diferentemente daquela época, hoje temos um modelo hidrotérmico, com mecanismos de alerta para acionar as térmicas caras e poluentes, para se tentar evitar novo racionamento.
Mas, mesmo com as térmicas acionadas já há muito tempo, os níveis de água dos reservatórios continuavam caindo e é nesse cenário hidrológico desfavorável que a nossa Presidente, anuncia corajosamente, a redução das tarifas de energia elétrica.
Essa medida pode estimular o aumento do consumo, pois confere maior competitividade a nossa produção industrial e estimula o uso dos aparelhos elétricos pela sociedade, em função da redução das contas de luz.
Mas, por outro lado, sinaliza claramente que a importância da modicidade tarifária é nos relógios dos consumidores, que causa impacto na economia do país.
Outra interpretação, também importante, é que ao tomar a medida pressionada pelo cenário hidrológico, cria a necessidade de incentivar o aumento da geração de novas energias, rápidas no tempo de implantações e injeções no SIN, buscando mitigar os riscos resultantes de um possível aumento da demanda e eventual repetição das poucas chuvas.
Portanto, a bioeletricidade por atender esses requisitos, deverá ser uma fonte prioritária e estratégica para fornecer energia e dar segurança ao abastecimento energético do país.
No passado recente a bioeletricidade foi reconhecida como fonte importante, sua participação na matriz elétrica vinha crescendo, atingindo o pico de participação de venda de 600 MW no leilão de 2008.
A partir daí, quando se esperava que as vendas seriam crescentes nos leilões subsequentes, infelizmente, aconteceu o contrário, e nos três últimos leilões foram vendidos somente 90 MW.
A nova situação, deve reverter esse cenário, voltando a incentivá-la, inclusive dentro de uma política mais ampla de recuperação de todo o setor sucroenergético.
A entrada na geração dos projetos de bioeletricidade, permitiu a avaliação do ONS, chegando a conclusão de que a cada 1.000 MWm dessa energia, ocorria uma economia de 4% de água nos reservatórios das hidrelétricas, por consequência podemos prognosticar que um eventual aproveitamento de 5.000 MWm, teria um impacto na economia de água da ordem de 20% nos nossos reservatórios.
Essa constatação, se devidamente aproveitada, representa o reconhecimento definitivo do surgimento de um novo mecanismo de segurança para o abastecimento energético do país, a capacidade de economizar água dos reservatórios, inclusive mais importante que o acionamento das térmicas de reserva.
Paralelamente, um fato relevante e muito positivo aconteceu para o setor elétrico, o avanço tecnológico e ganho de competitividade da energia eólica alternativa e também renovável e limpa.
Acho que o ONS ainda não tem uma avaliação da contribuição de 1.000 MWm de energia eólica na economia de água, que pode ser maior, igual ou menor, que os 4% da bioeletricidade, mas devido a localização de sua geração e talvez necessidade de "back-up" pela sua característica de ser alternativa, por não ter o vento disponível o tempo todo e apresentar alta variabilidade, a sua complementariedade líquida indica que deve ser menor, mas mesmo assim pode contribuir para a economia de água no sistema, como energia complementar.
A bioeletricidade e a eólica, em conjunto, teriam custos menores do que as térmicas de outras fontes e ainda estariam contribuindo favoravelmente, para o meio ambiente.
Portanto, a combinação da geração da bioeletricidade e da eólica, serviria para se estabelecer uma meta de economia de água a ser alcançada, calculada tecnicamente, para mitigar ao máximo o risco hidrológico, reduzindo-se a necessidade de acionamento das térmicas mais caras e poluentes.
Por exemplo, definir se a busca para ter 20% ou mais de capacidade de economia de água nos nossos reservatórios, contribui mais ou menos para a modicidade tarifária ao consumidor do que o custo do acionamento das térmicas caras e poluentes.
Na primeira alternativa, o sinal de risco, para acionamento das térmicas caras e poluentes, não aconteceria tão frequentemente, ou até mesmo nem aconteceria, considerando-se os últimos cenários de precipitações pluviométricas, enquanto na segunda alternativa foram e estão sendo gastos bilhões de reais impactando custos no relógio dos consumidores. Alguns afirmam que o impacto resultante dessa geração adicional, em 2012 seria de 4,8% nas contas de luz dos consumidores.
Esses cálculos podem ser feitos, visando analisá-los sob o ponto de vista da modicidade tarifária aos consumidores, comparando-se de um lado a implantação da capacidade de economia de água, atribuindo ainda um "valor" para esse aumento da segurança no sistema e a mitigação dos gases de efeito estufa ao meio ambiente por serem geradas por fontes limpas.
Nessa análise, pode-se inclusive incluir uma comparação com a alternativa de se aumentar a capacidade de reserva, instalada com térmicas caras e poluentes, o impacto no custo no relógio dos consumidores. 
Agora se, definitivamente, o objetivo é a busca da modicidade tarifária a nível do consumidor, precisamos levar em consideração a análise de outros fatores ligados a geração das diversas fontes, ou seja, a contribuição da geração na segurança do sistema, considerar os custos advindos da necessidade de transferências de energia entre sub-mercados, por fatores locacionais e de transmissão, impactos em outras áreas produtivas da economia, geração de empregos, sinergia com produção de outros produtos, por exemplo etanol e açúcar, potencial de utilização para outros usos, importância da preservação da capacidade produtiva de equipamentos para geração no país: caldeiras, turbinas, aerogeradores, geradores, permitindo-se o desenvolvimento tecnológico em atividades com pouco tempo de utilização para esse objetivo e ainda as consequências para o meio ambiente.
Se tudo isso for feito, comprovando a importância da bioeletricidade e somando-se o atual cenário vivido pelo setor elétrico, o nosso setor pode se preparar para viabilizar os seus projetos de bioeletricidade, com gerações e ampliações aproveitando-se de potenciais existentes e inclusive térmicas de grandes capacidades para serem vendidos nos próximos leilões de energia nova.
Para vencer a descrença que se criou em relação a geração da bioeletricidade e o desânimo reinante pelas dificuldades por que o setor sucroenergético foi submetido, a melhor estratégia para essa retomada é o estabelecimento de preço teto atrativo, inclusive a aquisição de alguns projetos com base em remunerações atraentes, nos próximos leilões. É importante estar preparado.
Compreendido os argumentos aqui colocados, cabe para o futuro do setor sucroenergético, um planejamento, buscando racionalmente, contribuir com a bioeletricidade, para termos uma efetiva modicidade tarifária a nível do consumidor brasileiro. 
Onório Kitayama
Diretor da Nascon Agroenergia

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