quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 111

I- NOTÍCIAS

1- Empresa canadense é premiada por uso de tecnologia brasileira da Modulo para proteção de infraestruturas críticas 
Um projeto da empresa de energia BC Hydro com utilização de tecnologia brasileira levou o Gerente de Segurança da Informação da empresa canadense, Doug Powell, a ser eleito pela revista Information Security como um dos sete profissionais de maior destaque no segmento de tecnologia em 2012. 
Powell foi reconhecido pelos avanços alcançados nas práticas de segurança da informação, políticas e tecnologias no segmento de infraestruturas críticas, especificamente no setor de energia. A Information Security possui uma rede virtual de profissionais de TI com mais de 2 milhões de membros.
O projeto, estimado em US$1 bilhão, consiste em desenvolver a rede de medidores de energia elétrica do Canadá, tornando a medição que hoje é feita manualmente, assim como no Brasil, totalmente virtual. Com a exclusão da figura do técnico de medição nas residências, porém, os sistemas ficam mais suscetíveis a fraudes durante a troca de informações. Em um cenário mais abrangente, a rede se torna mais vulnerável a ameaças cibernéticas que podem sobrecarregá-la, estando exposta a riscos como explosões, por exemplo. 
Para analisar os riscos e vulnerabilidades ao qual a rede ficará exposta, a empresa brasileira Módulo foi contratada. Especializada em Segurança da Informação e soluções automatizadas para Governança, Riscos e Compliance, a Módulo fará um trabalho de consultoria para a prevenção de ocorrências críticas e redução dos riscos e impactos na fase de implantação do projeto. A empresa também forneceu o software de Gestão de Riscos e Compliance Módulo Risk Manager, para controle de regulamentações do setor, apontando quais as medidas prioritárias para que a BC Hydro alcance a conformidade com importantes normas do mercado, como a NERC CIP e NISTIR 7628. Em 2010, a Módulo também participou da proteção de infraestruturas críticas da BC Hydro durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Vancouver, quando, com o aumento da demanda de energia no país, o trabalho foi fundamental para assegurar o fornecimento de eletricidade no Canadá. 
O CEO da Módulo, Sérgio Thompson-Flores, destaca que iniciativas como a de Doug Powell à frente da BC Hydro são fundamentais para o desenvolvimento da segurança no setor. “Os esforços de Doug em reavaliar as práticas de GRC para o sistema elétrico e suas contribuições para padrões internacionais de segurança, adoção de melhores práticas e pesquisas de laboratório são iniciativas que promovem a proteção de Infraestruturas Críticas no mundo. No caso da Módulo, a visão de Doug de estender o GRC além dos limites tradicionais, integrando segurança cibernética, segurança física e operacional, não só reflete nossa visão como auxilia a empresa no desenvolvimento da capacidade e aplicações da nossa plataforma”, afirma o Thompson. 
Em relação ao trabalho da Módulo, Doug destaca ainda que as ferramentas da empresa utilizadas para proteção de redes de infraestrutura foi recentemente adotada para o monitoramento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que reuniu no Rio de Janeiro este ano lideranças de diversos países. "O trabalho da Módulo na Rio+20, demonstrou como é possível realizar monitoramento contínuo em tempo real tanto de eventos físicos quanto cibernéticos, exatamente o tipo da ferramenta de avaliação que é necessária para os complexos requerimentos de proteção de smart grids e outras infraestruturas críticas", aponta Powell.
Segundo a revista Security Magazine, os vencedores têm em comum uma “devoção incansável à segurança cibernética", representando interesses diversos relacionados a questões emergentes de proteção de infraestruturas críticas e de redes. No caso de Doug Powell, o gerente é responsável por todos os aspectos de Segurança da Informação e Privacidade da BC Hydro. "Estou honrado de ser incluído neste grupo seleto da Security Magazine. Ao trazer à tona importantes avanços em todos os setores da indústria, o prêmio é importante à medida que permite a colaboração entre as indústrias, um passo fundamental em direção à cibersegurança neste mundo de novas ameaças", afirma Powell.
Mais informações sobre a participação da Módulo em projetos por todo o mundo podem ser consultados no site e redes sociais da companhia. 
www.modulo.com.br

2- Abertas as inscrições para assistir ao Venture & Seed Export Forum 
Estão abertas as inscrições para quem quiser assistir ao “Venture & Seed Export Forum”, que será realizado em São Paulo, no dia 11 de dezembro. O evento é capitaneado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com a FINEP e a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).
O objetivo do fórum é identificar empresas brasileiras que tenham perfil e interesse em receber aporte de fundos de participação de seed capital (empresas que têm faturamento de até R$ 10 milhões por ano) e venture capital (empresas que têm faturamento maior do que R$ 10 milhões por ano) para alavancar seu crescimento mirando mercados internacionais.
As 10 empresas que se apresentarão têm um faturamento combinado de aproximadamente R$ 50 milhões. Essas companhias possuem características inovadoras em seus processos produtivos, na estratégia comercial e de marketing e/ou no seu modelo de negócio, e atuam em mercado de alto potencial de crescimento, além de possuírem uma equipe experiente. Alguns dos setores representados são: TI (logísitica/saúde/segurança de pagamento), óleo e gás; moda e nanotecnologia.
Data: 11/12/2012/Local: Hotel Intercontinental - Alameda Santos, 1123 - Jardim Paulista/Horário: 8h30 às 13h30

3- Petroleo Leve é descoberto em Sergipe
A Petrobras anunciou a quarta descoberta importante feita neste ano em águas ultraprofundas na bacia Sergipe-Alagoas, onde vem encontrando petróleo de boa qualidade.
A  descoberta ocorreu durante a perfuração de um poço localizado a 85 quilômetros da costa de Aracaju, no estado de Sergipe, na profundidade de 2.583 metros. A perfuração foi concluída aos 5.347 metros.
De agosto a outubro deste ano, a Petrobras já havia anunciado a presença de acumulações de hidrocarbonetos nos poços 1-SES-168 (Moita Bonita), 3-SES-165 (Barra) e 1-SES-167 (Farfan). Desta vez a descoberta foi no poço 1-SES-172, conhecido como Muriú.
A nova descoberta ocorreu na concessão BM-SEAL-10, localizada no bloco SEAL-M-424.
Conforme a nota da Petrobras, a descoberta do poço 1-SES-172, conhecido informalmente como Muriú, ocorreu em reservatórios da formação Calumbi. A comprovação da descoberta ocorreu por meio da análise dos dados de perfis. Estudos das pressões registradas nos reservatórios e amostragem de fluidos indicaram a presença de óleo leve. O petróleo foi encontrado em reservatórios de excelente qualidade, com 67 metros de espessura A Petrobras é operadora da concessão SEAL-M-424, com 100% de participação.
“A Companhia dará continuidade à operação de perfilagem (registros de características de uma formação) e coleta de dados de rocha e fluido nesse poço, com o objetivo de elaborar a estratégia de avaliação da nova descoberta, assim como caracterizar as condições dos reservatórios encontrados”, disse a Petrobras em nota.
O próximo passo será apresentar o Plano de Avaliação de Descoberta à Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Fonte: O Povo (CE)
Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore

4- Produção de petróleo do país se recupera em outubro--ANP 
A produção de petróleo brasileira se recuperou ligeiramente no mês de outubro e atingiu 2,011 milhões de barris diários em média, incremento de 4,6 por cento ante o mês anterior, informou  a Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP). 
Na comparação com outubro do ano passado, no entanto, a produção foi 4,4 por cento menor segundo a ANP. 
A extração de petróleo do Brasil no mês de setembro, de 1,923 milhão de barris por dia foi a menor desde julho de 2009. 
A queda da produção nacional ao longo de 2012 foi impactada pela baixa produção da Petrobras, responsável por 94 por cento da extração brasileira, segundo a ANP, que em setembro teve a menor produção desde abril de 2008. 
No mês de outubro, porém, algumas das plataformas da estatal que estavam paradas para manutenção retornaram às operações e contribuíram para a retomada da produção. 
Além disso, entrou em operação em outubro o FPSO Cidade de Anchieta, na área denominada Parque das Baleias, no pré-sal da bacia de Campos no Estado do Espírito Santo. 
A estatal espera fechar o ano com produção média perto de 2 milhões de barris por dia. 
Gás 
A produção de gás natural dos campos brasileiros, sem liquefeito, alcançou 73milhões de metros cúbicos por dia e bateu novo recorde, superando a de junho de 2012, de 72 milhões de metros cúbicos diários. 
Leila Coimbra
Fonte: Reuters

5- Petrobras tem problemas para vender ativos no Golfo do México-fontes 
A Petrobras está tendo problemas para vender mais de 4 bilhões de dólares em ativos offshore de exploração e produção de petróleo no Golfo do México, disseram fontes próximas à questão.
A companhia brasileira descartou planos de vender a totalidade de sua participação no Golfo do México para um único parceiro e começou a procurar parceiros individuais e pacotes de blocos de petróleo, disseram as fontes.
Separadamente, um executivo da Petrobras confirmou que a empresa tem tido grande dificuldade em vender os ativos no Golfo, mas se recusou a falar.
As fontes e o executivo falaram em condição de anonimato, pois o processo ainda é privado.
A Petrobras lançou a medida como parte de um programa de venda de ativos para apoiar seu ambicioso plano de expansão e com o objetivo de o Brasil se tornar um dos mais importantes produtores de petróleo do mundo até 2020.
A empresa espera vender 14,8 bilhões de dólares em ativos este ano, depois que os crescentes custos e o aumento das importações de combustíveis afetam a capacidade da Petrobras de custear o plano de expansão de 5 anos de 237 bilhões de dólares, maior programa de investimentos do mundo. Ela registrou sua primeira perda trimestral em 13 anos no segundo trimestre.
Em maio, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, classificou os ativos do Golfo do México como o pedaço "provavelmente mais importante" do programa da vendas da companhia.
A Petrobras tem cerca de 190 blocos exploratórios sob concessão do governo dos EUA no Golfo do México. No meio da década passada, foi o maior comprador individual de blocos em águas profundas na região. 
Michael Erman e Leila Coimbra
Fonte: Reuters


II- COMENTÁRIOS

1- RIO PIPELINE 2013
2- Tecnologia dos EUA transforma plástico em petróleo.
Uma reciclagem inédita que converte plástico velho em petróleo de excelente qualidade foi apresentada por uma empresa americana presente no Salão do Meio Ambiente, Pollutec, realizado em Lyon - França, de 27 a 30 de novembro de 2012.
A técnica permite tratar qualquer plástico, inclusive o mais velho ou o mais sujo.
O projeto é da Agilyx, empresa criada em Oregon (oeste dos Estados Unidos) há apenas seis anos."O que nos interessa não são os plásticos que são reciclados hoje em dia, mas os plásticos que ninguém quer e que costumam acabar no lixo", explica à agência de notícias AFP Jon Angin, vice-presidente da empresa, que foi ao salão de Lyon.
Este plástico, primeiro triturado, é colocado em um grande "cartucho", aquecido para se transformar em gás, e depois volta a ser esfriado na água. O petróleo resultante é separado ao emergir à superfície.
No fim, mais de 75% do peso original é transformado em petróleo cru, pronto para ser refinado como qualquer outro tipo da substância saudita ou russa. O resto da matéria fica dividida em gás e em resíduo final (menos de 10%).
Esta proporção significa que 10 toneladas de plástico - cuja produção mundial foi em 2011 de 280 milhões de toneladas - fornecem cerca de 50 barris de petróleo, segundo a empresa, que informa, no entanto, que o equivalente a 10 barris de energia foram utilizados no processo industrial.
Atração de Capital
Esta tecnologia parece ter convencido vários no setor. Esta PME (pequena e média empresa) de 60 pessoas já atraiu para seu capital o líder americano dos resíduos Waste Management e o gigante petroleiro francês Total.
E não é preciso que o barril de petróleo esteja a US$ 200 para que esta tecnologia tenha saída. "Com a cotação atual do petróleo (em média a US$ 100 o barril), a Agilyx já é rentável", ressalta François Badoual, diretor da Total Energy Ventures, filial de investimentos do grupo francês, que entrou no capital do americano no fim de 2010.
Angin prefere não falar muito do preço mínimo do barril necessário para que a empresa seja viável. "Estamos muito tranquilos, o preço do petróleo não vai cair abaixo deste nível", assegura.
"É um petróleo de boa qualidade que poderíamos classificar de leve, muitas vezes buscado pelas refinarias", confirma Badoual.
A Agilyx viu vários competidores emergirem, como o britânico Cymar ou o americano Vadxx Energy, embora eles ainda não produzam. 

3- As Insensibilidades Sucro-Energéticas 
Este texto tem o objetivo de discutir a grande falta e sensibilidade da sociedade brasileira e notadamente do Governo Federal, com os aspectos ligados ao setor sucro-energético. De maneira didática, resumo nossa falta de visão e a consequente perda de grande oportunidade de desenvolvimento econômico, social e ambiental, em 11 insensibilidades, descritas a seguir. 
1 - Insensibilidade econômica. Diferentemente do setor de etanol nos EUA, o etanol no Brasil carece de um plano estratégico feito pelo Governo e pelo setor privado, que diga de maneira simples, que metas devemos atingir em 2020, por exemplo. Um plano que contemple quanto se deseja que a frota flex use de etanol, quanto iremos exportar de açúcar, quanto etanol será adicionado na gasolina, enfim, uma visão de médio e longo prazo que permita previsibilidade ao investidor. Estas metas poderiam trazer para a produção de cana pelo menos 8 a 10 milhões de hectares de pastagens, notadamente degradadas, gerando grande desenvolvimento econômico e investimentos por todo o Brasil, mas principalmente em Minas Gerais, no Centro Oeste e o Semi-Árido, com irrigação. O fraco desempenho do PIB Brasileiro neste ano, um dos piores do mundo emergente, mostra que sem esta insensibilidade, talvez o quadro do PIB seria outro. Tivemos um Governo que se preocupou fortemente com a distribuição de renda, o que é louvável, mas deixou de lado a agenda da geração de renda, ou seja, a agenda da competitividade de nossas empresas, para que pudessem produzir mais, exportar mais, e assim, gerar mais PIB. O resultado disto está aí. Um PIB aquém do necessário. Nos dois primeiros anos do Governo Dilma andamos de lado.
2 - Insensibilidade social e de exclusão - fazendo as 100, 120 novas usinas necessárias para o Brasil até 2020, teríamos a geração de 100 a 120 mil postos de trabalho. Com isto promoveríamos a inclusão e o desenvolvimento social. O Governo e parte dos Procuradores da República, do Ministério Público também são insensíveis com os fornecedores de cana, uma vez que ficam fazendo seguidas e mais complexas exigências a um setor que nos últimos dez anos trabalhou de graça para a sociedade brasileira, sem ganhar nada, como os dados de custos e preços atestam.
3 - Insensibilidade ambiental - a falta de etanol para abastecer a crescente frota flex (3 milhões de novos automóveis por ano) e o aumento do consumo de gasolina está fazendo com que o Brasil deixe de atender as metas ambientais fixadas pelo país nas instituições internacionais. Como as emissões do etanol estão em 10 a 15% das emissões totais de gasolina, somente no Estado de São Paulo, de acordo com o Consema, entre 2009 e 2011 houve um aumento de emissões de 3,4 milhões de toneladas de CO2 pela troca do etanol pela gasolina. Por mais incrível que possa parecer, as ONG´s ambientalistas não abraçam a causa do etanol, criando uma campanha, por exemplo "veta Gasolina", como a eficiente campanha "veta tudo Dilma" que orquestraram durante os debates do Código Florestal. Um exemplo desta falta de sensibilidade do Governo na questão ambiental está a recente regulamentação que vai obrigar os postos de combustível a divulgar o benefício econômico do etanol (a equação dos 70%), mas por que não incentivar os postos a divulgarem o benefício ambiental do etanol? Isto não está na regulamentação.
4 - Insensibilidade em relação a trabalho e capacitação - O Brasil tem uma das legislações trabalhistas mais anacrônicas entre os países produtores de cana, e isto aumenta muito os custos de produção no campo e nas Usinas, além de uma indústria de indenização instalada no setor. O trabalhador no Brasil teve grande ganho salarial nos últimos dez anos, mas pouquíssimo ganho de produtividade. Mão de obra hoje é desvantagem competitiva a quem opera no Brasil, reduz a capacidade de geração de renda de nossas empresas. Isto aconteceu em cinco anos.
5 - Insensibilidade com o setor de bens de capital - O Brasil desenvolveu ao longo dos últimos 50 anos uma indústria de bens de capital destinada ao setor sucro-energético admirada mundialmente, geradora de inovações e muitos empregos. Hoje este setor encontra-se em enorme dificuldade pois praticamente não se fazem mais usinas novas devido ao baixo retorno do investimento. Suas vendas caíram e a crise se instalou no setor desde 2008. Isto poderia ter sido evitado se tivéssemos uma visão estratégica da bioenergia.
6 - Insensibilidade com a balança comercial - aqui o fato é grave. A lacuna de etanol competitivo no mercado interno está fazendo com que o Brasil importe uma quantidade brutal de gasolina. A estimativa é que o Brasil gaste em 2020 US$ 58 bilhões em importações de gasolina, recurso hoje inexistente no escasso saldo comercial do Brasil, que deve passar a déficit até 2017. Fora isto, poderíamos ter mais etanol para atender todo o espaço aberto nos EUA para o etanol de cana, além de ter mais açúcar para exportar. Se o Brasil conquistar 60% do crescimento do consumo mundial de açúcar até 2020, poderia trazer no período US$ 80 bilhões ao país. Este é um grave problema da falta de visão do Governo brasileiro, prejudicando a balança comercial, que não vai bem.
7 - Insensibilidade de logística e abastecimento - ao zerar a CIDE na gasolina, o Governo retirou R$ 7 bilhões que seriam investidos em infra-estrutura logística, na já combalida logística brasileira. Fora isto, ao não planejar adequadamente, estimular a venda de carros novos, e não dispor de suficiente estrutura para importação, o Governo poderá ver faltar gasolina no Brasil, o que prejudicará fortemente sua popularidade.
8 - Insensibilidade com a Petrobras - ao importar gasolina mais caro que o preço vendido aqui dentro do Brasil, o Governo força a área de abastecimento da Petrobrás a prejuízos incalculáveis, afetando o valor da empresa, a capacidade de investimento e sua vida econômica. A Petrobrás vêm se desfazendo de ativos para pagar esta conta. Até quando?
9 - Insensibilidade com a inovação - diversas empresas estão trazendo inovações que permitem um uso muito maior da cana. Estas vão desde o plástico, o diesel, o querosene, a gasolina de cana, e com a escassez de cana, estas oportunidades não poderão ser aproveitadas na velocidade necessária ao Brasil.
10 - Insensibilidade com a comunicação e posicionamento - no exterior só se fala bem, só se elogia a cana e sua capacidade de suprir energia. Aqui no Brasil, na maioria das vezes o que se tem são críticas infundadas, o que demostra, por parte do Governo e da sociedade, uma profunda falta de entendimento dos benefícios que todos recebemos por termos a cana instalada no Brasil.
11 - Insensibilidade tributária - por ser de fontes renováveis e não poluentes, o etanol, a bioeletricidade da cana mereceriam um tratamento tributário absolutamente diferente do observado na gasolina, nas outras formas não renováveis de eletricidade. Não é o que se observa. Idem para a bioeletricidade da cana.
Feitas estas ponderações, é fácil se chegar a uma conclusão que existe por parte do Governo Federal, principalmente, mas também dos Governos Estaduais, e consequentemente da sociedade brasileira, uma miopia impressionante com as possibilidades que a cana poderia trazer em desenvolvimento econômico, social e ambiental. Há anos que alerto via palestras e artigos na grande imprensa de todos estes problemas, mas lamentavelmente a inoperância nesta área é inacreditável.
Com medidas adequadas o Governo brasileiro promoverá o crescimento do PIB via investimentos em geração de energia, algo fundamentalmente estratégico no mundo e não via consumo, que hoje representa a maioria das medidas de estímulo tomadas. Investimentos estes que vão gerar produção, impostos, empregos e interiorização de desenvolvimento.
Resta esperar que alguma destas insensibilidades atropele fortemente o Governo, para que este se movimente, antes tarde do que nunca e se sensibilize para esta enorme perda econômica, social e ambiental que tivemos. 
*Texto originalmente publicado na Revista Opiniões, edição de dezembro de 2012. 
Marcos Fava Nenes
Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat

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