sexta-feira, 20 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 79

I – NOTÍCIAS

1- OSX atinge 21 encomendas com mais duas novas WHPS
Fonte: Redação  TN Petróleo
A OSX, empresa do Grupo EBX de soluções integradas para unidades offshore e serviços, recebeu de sua cliente OGX Petróleo e Gás a encomenda da construção e afretamento de duas novas plataformas fixas de produção de petróleo (Wellhead Platforms), WHP-3 e WHP-4, nos termos do Acordo de Cooperação Estratégica vigente entre ambas.
As duas novas unidades já serão construídas pela OSX Construção Naval na Unidade de Construção Naval do Açu, em implantação no norte do Estado do Rio de Janeiro, destinando-se a atender ao programa de produção de petróleo e gás da OGX. 
“A OSX está gerindo uma carteira de 21 unidades destinadas à produção de petróleo e gás no Brasil. A confirmação da encomenda de mais 2 WHPs pela nossa cliente âncora OGX reafirma o nosso compromisso com o desenvolvimento da produção brasileira de petróleo. Compromisso esse que está também refletido nos 10.000 brasileiros que já se inscreveram, até o momento, para estudarem no programa de capacitação técnica profissional em construção naval, que está sendo implementado pelo SENAI-FIRJAN em parceria com o nosso ITN – Instituto Tecnológico Naval. É o Brasil trabalhando e progredindo ! OSX, a serviço do desenvolvimento do Brasil.”, afirma Luiz Eduardo Carneiro, CEO da OSX. 
As encomendas confirmadas da empresa são os FPSO OSX -1, 2, 3, 4, 5, os WHP-1, 2, 3, 4, um PLSV - Sapura e um modelo 11MR - King Fish. 

2- Novos risers do pré-sal na pauta do E&P
A Petrobras deve divulgar em duas semanas o resultado final da licitação destinada à contratação do sistema de risers de produção e de exportação de gás de quatro FPSOs das áreas do BM-S-9 e BM-S-11, no cluster de Santos. Desenvolvido sob o modelo de design competitions, o processo está sendo disputado pela Subsea 7, Saipem, Technip e Odebrecht e envolve o fornecimento de PLETs e de uma solução técnica para os projetos. 
Como o processo está sendo conduzido sob o modelo de JOA (Joint Operating Agreement), com os sistemas sendo destinados às unidades de produção das áreas de Guará Norte, Cernambi Sul, Lula Alto e Lula Central, a Petrobras não divulga o valor das propostas apresentadas. Segundo apurado, a Subsea 7 concorre no processo com a tecnologia de boia de superfície, a Technip com lazy wave, a Odebrecht com torre e a Saipem com duas tecnologias: lazy wave e boia. 
A licitação é dividida em seis pacotes, sendo quatro para os risers de produção e dois para os de exportação de gás. Estima-se que o valor total dos quatro pacotes gire próximo de US$ 2 bilhões. 
Para permitir o julgamento e comparação das diferentes soluções tecnológicas, a Petrobras criou uma regra de equalização para analisar as propostas. Na opção do lazy wave, o fornecimento do riser flexível ficará a cargo da Petrobras, enquanto nas alternativas de boia e torre, em função das muitas interfaces e do proponente ter que ofertar o pacote completo, os valores serão mais altos. 
Essa é a segunda vez que a Petrobras vai ao mercado para contratar sistemas riser para o pré-sal. Em março do ano passado, a petroleira fechou contrato com a Subsea 7, no valor de cerca de US$ 1 bilhão, para os sistemas de Guará e Tupi Nordeste, utilizando a solução de boia de superfície.
Fonte: energia hoje 

3- Presidente da Petrobras está entre as pessoas mais influentes do mundo segundo a Time
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time. O ranking anual é dividido em categorias que englobam artistas, pesquisadores, empresários, ativistas políticos e chefes de Estado. 
Graça Foster é engenheira química e a primeira mulher a comandar a Petrobras. Assumiu a presidência em fevereiro de 2012 após 32 anos de carreira na Companhia. Foi presidente da Petrobras Distribuidora e Diretora de Gás e Energia da Petrobras. 
Entre os brasileiros, também estão no ranking a presidente Dilma Rousseff, que já estava na lista da Time de 2011, e o empresário Eike Batista.     Fonte: Agência Petrobras de Notícias 

4- Reservas de petróleo crescem mais de 70% em 11 anos, diz Petrobras
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que as reservas de petróleo e gás no Brasil, entre 2000 e 2011, cresceram 73% ante uma expansão de 38% no mundo, na mesma base de comparação. 
“Temos as reservas, o mercado consumidor e o conhecimento”, disse Graça durante palestra, promovida pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio. 
Graça destacou ainda, em seu discurso, a importância das empresas estrangeiras e brasileiras no trabalho a ser desenvolvido no país, na área de petróleo e gás. 
A estatal vai receber 13 sondas até o fim do ano, somando um total de 40 sondas até 2013, segundo a presidente. Estamos “o tempo todo cobrando estas sondas”, disse Graça. “Esse é um trabalho que precisa ser feito para que a gente não perca tempo.” 
Segundo Graça, este ano e o próximo serão muito importantes para o desenvolvimento da infraestrutura, que viabilizará o crescimento da produção no país. Graça destacou que sete sondas estão contratadas com a Sete Brasil, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), e que todo o processo está sendo acompanhado de perto. 
“Estamos junto à Sete Brasil para que não haja inequívocos na construção”, disse. “Vamos participar ativamente desse processo.” 
A presidente da estatal disse que, diante deste cenário, não é o momento para construir gasodutos. “Não vou fazer outro gasoduto tão cedo. Não tenho gás que demande um gasoduto”, disse. 
Reajuste de combustíveis 
Para Graça, não há indicativo de que nos próximos meses ou nos próximos anos o preço do barril do petróleo Brent possa voltar a US$ 70 ou US$ 80. “Hoje a Petrobras trabalha com projeção de US$ 119 o barril até o fim do ano”, disse Graça. 
A presidente da Petrobras citou conflitos no exterior que envolvem combustíveis e que interferem nos preços finais aos consumidores. A executiva reiterou que “a política de longo prazo é necessária”. 
O mesmo vale para a política da companhia em relação aos preços dos combustíveis, disse a executiva. Mas admitiu que, em algum momento, será necessário um reajuste, nos preços de gasolina e diesel, que pode ser este ano, em dois, três, ou seis meses, devido à trajetória ascendente no preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Fonte: Valor Econômico 

5- Lucro da Halliburton excede US$ 600 milhões no 1º trimestre
Fonte: Valor Online 
O lucro líquido da Halliburton subiu 23,3% no primeiro trimestre de 2011, para US$ 630 milhões, ante os US$ 511 milhões reportados em igual período do ano passado. O lucro atribuível à companhia americna de serviços petrolíferos chegou a US$ 627 milhões, com avanço de 22,7%.
A receita total alcançou US$ 6,868 bilhões, o que implica uma alta de de 30% na comparação com o resultado dos três primeiros meses do ano passado, de US$ 5,282 bilhões.
Sobre as operações na América do Norte, a empresa destacou o crescimento da ordem de 40% na receita e no lucro operacional no trimestre em comparação ao mesmo período de 2011, reflexo de investimentos estratégicos realizados nos últimos anos combinados com a organização da cadeia de suprimentos.
Na América Latina, a Halliburton registrou um aumento de 27% na receita do primeiro trimestre, perante um ano antes, e de 61% no lucro operacional. "O Brasil foi o principal contribuinte para essa elevação, uma clara prova de nosso sucesso em executar nossa estratégia de águas profundas", destacou a empresa em nota


II – COMENTÁRIOS

1- Índia eleva produção de açúcar, e Brasil está perdendo mercado 
A Índia produziu 23,2 milhões de toneladas de açúcar entre outubro do ano passado e março deste ano, aumento de 13,4% ante o mesmo período da safra anterior, quando foram produzidos 20,45 milhões de toneladas.
Até o fim de março, 385 usinas de um total de 476 ainda operavam, ante 329 unidades de um ano atrás, o que sugere que a produção pode superar os 26 milhões de toneladas nesta safra.
No Estado indiano de Maharashtra, a produção de açúcar alcançou 8,01 milhões de toneladas, com crescimento de 11,1%, enquanto no Estado de Uttar Pradesh foram produzidos 6,63 milhões de toneladas de açúcar, ante 5,88 milhões em igual período da safra anterior. As usinas de outro Estado, Karnataka, também produziram mais: foram 3,5 milhões de toneladas, aumento de 16,7%.
Considerando que a demanda interna atinja 22,8 milhões de toneladas nesta temporada, a indústria local se diz apta a receber cotas adicionais de exportação, acima dos 3 milhões de toneladas já autorizadas até agora.
Há grande pressão para que o governo indiano libere a quarta cota de exportação, antes que o mundo volte a ser abastecido com mais intensidade pelo açúcar produzido no Brasil, a partir de maio.
Devido à maior abertura do mercado indiano para exportação, há sinais de que o plantio de cana continuará firme no país, dando a entender que a Índia poderá ser capaz de exportar açúcar pelo terceiro ano consecutivo, a partir de outubro próximo.
Enquanto isso, o Brasil exportou 994 mil toneladas de açúcar em março, 25,8% menos que em fevereiro e uma queda de 29,5% ante o mesmo mês do ano passado. Essa é a primeira vez que o Brasil exporta menos de 1 milhão de toneladas em um mês, desde abril de 2008.
Do volume exportado em março no Brasil, 625,3 mil toneladas foram de açúcar a granel e 369,9 mil toneladas de açúcar em sacos. Assim, em relação a fevereiro, houve redução de 39% nos embarques de açúcar bruto e aumento de 0,8% no ensacado.
Na soma de janeiro a março, as exportações de açúcar totalizaram 3,57 milhões de toneladas -ou 10,3% menos do volume exportado no primeiro trimestre de 2011.
Com essa performance, o Brasil, responsável por 51% das exportações mundiais de açúcar na safra 2010/11, deve encerrar a atual temporada 2011/12 com uma participação de mercado de 44,7%.
Diante desses números, não há como negar que o açúcar brasileiro perde participação no mercado internacional para outros países.
*Texto originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, em 13/04/12 
Plinio Nastari
Fonte: Folha de S. Paulo
Mestre e Doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria.

2- Estatização da YPF
A grande surpresa internacional verificou-se na Argentina e no anúncio de estatização da YPF pela Presidenta Cristina Kirchner. Bom, ainda é projeto em andamento no Congresso argentino, porém, visto pela acolhida junto à população, pode-se afirmar que a nacionalização é quase fato consumado. Os impactos dessa decisão ainda são incertos, mas já merecem algumas especulações.
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que o momento não poderia ser mais favorável para a Presidenta Cristina exercer sua política nacionalista. Internamente, recebe apoio da população e ganha tempo junto a eleitores que referendaram a presidenta com grande apoio político e esperavam algum movimento de impacto. A YPF é a única empresa petroleira argentina com posições de mercado relevantes e simbolismo político. Lembrar que foi a primeira empresa de petróleo estatal com dimensões importantes na história da humanidade, símbolo de uma Argentina rica, forte e líder regional (a qual, porém, ficou no passado). 
O alvo também não poderia ser mais certeiro. A YPF estava sob o controle da espanhola Repsol desde a onda de privatizações dos anos 1990. Essa aquisição também foi cheia de simbolismo político, representando o avanço internacional de uma Espanha que saiu do casulo e expandiu-se globalmente (e principalmente na América Latina). Nossos nacionalistas locais jamais se conformaram com o crescimento, "dito de nova colonização", de capitalistas espanhóis (e também portugueses) comprando nossas empresas e conquistando nossos mercados (em SP também houve desconforto com a venda do Banespa para o Santander e da Telesp para a Telefônica). Nada, porém, compara-se à aquisição da YPF pela Repsol, pois uma empresa com "referências na história do petróleo e gás mundial" foi engolida por outra sem nenhuma relevância histórica. Porém, a onda mudou e a Espanha está literalmente de joelhos frente a crise econômica global. Quanto daquela expansão foi especulativa? O importante é que as empresas e spanholas parecem estar financiando suas atividades domésticas na Europa com suas posições na América Latina e isso contribui para legitimar processos nacionalistas com esse que ora vemos. E a Argentina não precisa temer nada, pois o poder de retaliação espanhol é reduzido. Depois do calote da dívida externa do início do milênio, trata-se apenas de mais uma decisão unilateral argentina que será digerida pelo capitalismo global. Não é possível impor sanções às exportações de petróleo da Argentina, pois o mercado global está demandante e pouco coeso. Os discursos de apoio que a Espanha receberá de seus aliados serão meramente bravatas e falsas palavras de intimidação (em verdade, creio que muitos desses mesmos aliados também se regozijam do desmonte espanhol e portugues na América Latina). A Argentina beneficia-se das mesmas vantagens do Irã (hoje) ou do México (nos anos 1930). Sempre haverá um comprador alternativo para seu óleo. A nova estatal YPF não morrerá na praia por fa lta de capital, pois os preços do petróleo em crescimento manterão sua capacidade de financiamento. Então, no curto prazo, tudo parecerá como um bom negócio.
A verificar, entretanto, as perspectivas de longo prazo. A estatal YPF ficará vulnerável a sua maior ameaça, isto é, o "populismo do governo argentino". Pode tornar-se incompatível a necessidade de se regatar grandes investimentos e exploração e produção com as ambições do governo de manter preços baixos da energia para a população, especialmente para mascarar ainda mais a inflação em aceleração. Vejam que isso já acontece moderadamente no Brasil e se dificulta ainda mais a capitalização do pré-sal pela Petrobras. Na Argentina, esse tipo de política pode ser catastrófica. Por outro lado, o governo Argentino necessita de recursos substanciais para financiar o Estado e suas políticas de cunho nacionalista. Não é muito viável aumentar carga tributária em um sistema econômico já titubeante e com problemas de competitividade. Levantar recursos com inflação também já está no limite da perda do controle. Nessa situação, poderá parecer "estratégia simples" (porém, simplista) descapit alizar a YPF para financiar o Estado (como ocorre com a Pemex no México) ou de utilizar a Estatal como braço do governo para todas as demais políticas (como ocorre com a PDVSA na Venezuela). O resultado final será mais do que previsível e conhecido. O aparente bom negócio tornar-se-á insustentável.
Por fim, a despeito das incertezas acima apontadas, acreditamos que a estratégia de nacionalização argentina conduz inevitavelmente a algumas consequências pouco positivas. Primeiro, YPF terá dificuldades para expandir suas reservas na mesma velocidade que poderá expandir sua produção. Ou seja, a empresa estatal deverá perder valor no longo prazo (e essa sempre foi uma crítica à Repsol-YPF). Segundo, é pouco provável que YPF possa sozinha alavancar a abertura e desenvolvimento de novas fronteiras petroleiras e gasíferas na Argentina. Creio que os sonhos argentinos de desenvolvimento da exploração offshore e de gás de xisto (shale gas) serão postergados por algumas décadas. Como a Argentina poderá ainda ser atrativa para investidores externos que poderiam materializar esses sonhos? Por fim, a Argentina cria um quadro no mínimo paradoxal em suas relações estratégicas petroleiras e gasíferas. Evidentemente espanta a Repsol, mas igualmente outro aliado estratégico fundamental, a Petrobras. Ambos estarão ainda mais dispostos a focar suas energias e recursos financeiros no desenvolvimento do pré-sal no Brasil. Assustam-se igualmente os chilenos e uruguaios. Já estavam começando a esquecer (parcialmente) das crises gasíferas que viveram no início do milênio por conta do mesmo nacionalismo argentino. Para eles, realmente, restabelecer confiança na Argentina será um projeto de muito longo prazo. Com isso, a Argentina, assim como tantos países latinos e africanos, dependerá crescentemente do único parceiro ainda viável em seu novo modelo, isto é, a China. Parece-me contraditório que o nacionalismo argentino torna-se igualmente dependente do capitalismo "quase colonial" chines. 
Os únicos que devem aplaudir o nacionalismo argentino (pelo menos no médio e longo prazo) são nossos colegas bolivianos. A Argentina candidata-se definitivamente a se tornar crescentemente dependente das importações de gás da Bolívia. Com isso, nossos colegas bolivianos terão menos a se preocupar com a quase inevitável perda de seus mercados no Estado de São Paulo. Isso nos leva, então, de novo ao Conselho de Petróleo e Gás Natural do Estado de SP e a seus esforços de construção de uma nova relação gasífera com a Petrobras.
Autor: Edmilson M. dos Santos

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