sexta-feira, 6 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 77

I - NOTICIAS

1- Fusões e aquisições em TI cresceram 41% em 2011, diz Ernst & Young
Fonte: Valor Online
Mesmo diante de uma ligeira queda no valor movimentado globalmente por fusões e aquisições em 2011, as cifras geradas por esse tipo de acordo no setor de tecnologia cresceram 41% no ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Ernst & Young. As transações desse porte no setor envolveram US$ 167,7 bilhões no período, frente os US$ 119 bilhões registrados em 2010.
O destaque ficou com as negociações realizadas por private equity, que subiram 67%, para 317 acordos. Outro ponto ressaltado foi a participação das Américas, que registraram pouco mais da metade de todo o número global de fusões e aquisições e tecnologia em 2011.
Impulsionado por tendências como mídias sociais, computação em nuvem, mobilidade e explosão de dados, o mercado de tecnologia concentrou 3006 negócios em 2011, número 13% superior aos 2.658 realizados em 2010. Com 676 transações efetivadas, o quarto trimestre, no entanto, apresentou uma queda de 4% na comparação com um ano antes.
Segundo a Ernst & Young, mesmo com índices mais positivos que outros setores, essa desaceleração indica que a área de tecnologia não está imune aos efeitos do cenário de incertezas econômicas.
“As mesmas pressões sugerem que o crescimento poderá ser lento em 2012, mas a perspectiva de longo prazo continua forte devido à inovação tecnológica disruptiva em curso”, observa Ricardo Reis, líder de fusões e aquisições da Ernst & Young.
Em 2011, 34 acordos no mercado de tecnologia superaram a cifra de US$ 1 bilhão, sendo oito deles no quarto trimestre. A indústria de semicondutores, por exemplo, registrou cinco das dez maiores transações do ano, no valor combinado de US$ 21,2 bilhões.
Em outra frente, diversas transações de menor porte reforçaram a importância estratégica de tecnologias como redes sociais e de segurança, jogos on-line e para celular, além de recursos voltados a áreas como saúde e publicidade e marketing, informou a consultoria. Em cada uma dessas áreas, foram realizados entre 100 e 150 negócios, com muitos deles envolvendo mais de uma dessas tecnologias.
A Ernst & Young ressaltou ainda o crescimento dos negócios transnacionais, que movimentaram US$ 69,3 bilhões em 2011, contra os US$ 49,4 bilhões de um ano antes. O número de acordos nessa direção saltou de 907 em 2010 para 1.077 em 2011, alta de 19%.

2- BP Biocombustíveis prevê novo aumento de capital
Fonte: Valor Online
A BP Biocombustíveis, empresa sucroalcooleira da petroleira britânica BP, convocou seus acionistas para votarem no dia 12 de abril um novo aumento de capital no valor de R$ 51,240 milhões mediante subscrição de novas ações. Se confirmado, será o quarto aumento de capital feito pela empresa desde o dia 29 de dezembro de 2011, totalizando R$ 220,509 milhões.
A BP está no Brasil em biocombustíveis desde 2008, mas a maior parte de seus investimentos nessa área foi feito em 2011. Em março, a companhia desembolsou US$ 680 milhões para comprar 83% da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), que conta com duas usinas em operação (em Goiás e Minas Gerais) e um projeto ainda em construção. No mesmo ano, investiu mais R$ 118 milhões (em assunção de dívidas) para assumir o controle total da usina Tropical, de Goiás, da qual detinha apenas 50%.

3- Debate FINEP será sobre meio ambiente carioca
A programação de abril da série Debate FINEP começa no dia 10 com palestra sobre a história da cidade do Rio de Janeiro e da Floresta da Tijuca. O evento abordará a evolução da ocupação humana e seus impactos no meio ambiente, ao longo dos quase cinco séculos de existência da cidade. Os palestrantes convidados são o arquiteto e urbanista Augusto Ivan de Freitas Pinheiro, professor da PUC e ex-coordenador do projeto de revitalização do Centro do Rio, e José Augusto Pádua, doutor em História e professor da UFRJ.
O debate acontece às 10 horas no Espaço Cultural FINEP, no pilotis da Praia do Flamengo, 200 (RJ). A entrada é franca.

4- ANP e Petrobras na Justiça sobre Royalties
Ambas ligadas à União, Petrobras e ANP (Agência Nacional do Petróleo) divergem na Justiça sobre o pagamento de royalties e participações especiais (cobradas de campos de alta produtividade).
De um lado, a agência cobra na Justiça R$ 125 milhões que teriam sido recolhidos a menos pela empresa, mas o pleito foi suspenso por liminar obtida pela estatal.
De outro, a petrolífera exige a devolução de R$ 140 milhões, pagos supostamente a mais sobre a produção dos campos Albacora e Albacora Leste, na bacia de Campos.
A disputa se refere à extração de óleo no período entre janeiro de 2007 e fevereiro de 2009. A estatal moveu ação na Justiça Federal do Rio contra a ANP para obter os recursos que teriam sido repassados em excesso ao órgão regulador. Por seu turno, a ANP contesta e quer receber mais.
O motivo da discórdia é a metodologia empregada na medição do volume de petróleo produzido pelos dois campos. A Petrobras sustenta, na ação judicial, que pagou mais royalties porque superestimou a extração de óleo.
Sócia da Petrobras em Albacora Leste, a Repsol-Sinopec (sino-espanhola) também quer de volta seu quinhão: R$ 12 milhões, pela participação de 10% no campo.
A estatal alega que um sistema de medição usado até 2007 "superestimava" a produção dos campos -realizada por meio da plataforma de produção de óleo e gás P-50.
A estatal diz, na ação, que a partir de 2008 mudou o método de aferição do óleo extraído, mas manteve o pagamento a maior -o que gerou o eventual crédito cobrado agora na Justiça.
O novo método de cálculo do fluxo de óleo extraído não foi aceito pela ANP. Assim, a agência não apenas rejeita devolver os recursos -administrados pelo Tesouro Nacional- como quer receber o que teria sido recolhido a menor.
A ANP diz que vai contestar a ação da estatal. De acordo com a agência, o prazo para recorrer à Justiça termina em meados deste mês.
Segundo a Petrobras, a ação foi impetrada há três meses e está "em fase inicial, ainda sem qualquer julgamento de mérito".
Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/EM SÃO PAULO/LUCAS VETTORAZZO DO RIO

5- EBX vendeu 20% da SIX AUTOMAÇÃO
O grupo EBX confirmou por meio de um comunicado, a venda de 20% do capital da SIX Automação para a IBM. A empresa é subsidiária da SIX Soluções Inteligentes, empresa de tecnologia do conglomerado de Eike Batista. O acordo prevê ainda a terceirização de atividades operacionais de tecnologia da informação (TI) do grupo EBX para a IBM na ordem de US$ 1 bilhão por um período de dez anos.
Pela parceria, deve ser implantado, na SIX Automação, um centro para criação conjunta de soluções tecnológicas e investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento), voltado principalmente para os setores de recursos naturais e infraestrutura. O contrato de "outsourcing" relativo à parte operacional de tecnologia da informação da EBX estabelece que a IBM atenderá todas as empresas do conglomerado, inclusive as operações no exterior, como Chile e Colômbia.
Em comunicado, a EBX afirma que a parceria com a IBM vai potencializar a entrada da SIX Automação no mercado de soluções tecnológicas industriais, além de viabilizar o uso de recursos de pesquisa e desenvolvimento para as empresas do grupo. Segundo a empresa, a IBM contribuirá com soluções inteligentes de indústria, provendo novos produtos, softwares e serviços que complementam a expertise da SIX Automação para os setores de Petróleo e Gás, Mineração, Construção Naval, Portos e outros a serem definidos.
A sociedade prevê a realização conjunta de programas de pesquisa e propriedade intelectual com foco nos segmentos de recursos naturais e sustentabilidade e nas necessidades de negócios do grupo EBX e do mercado, informou a empresa. Será criado também um centro de soluções industriais conjuntas para que clientes dos quatro países da América Latina (Brasil, Chile, Colômbia e Peru) realizem testes, provas de conceito e customizem a tecnologia de acordo com suas necessidades.
A SIX Automação foi criada em outubro de 2011, após a compra da AC Engenharia, companhia com 18 anos de experiência no mercado.
Fonte: Agência Estado


II – COMENTÁRIOS

1- Cetrel e Grupo JB começam a produzir bioenergia a partir da vinhaça da cana
Fonte: Redação TN Petróleo
A Cetrel, em parceria com o Grupo JB, iniciou sua primeira unidade de produção de bionergia a partir da vinhaça, subproduto da produção do álcool. As instalações estão localizadas na unidade industrial da Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do Grupo JB, em Vitória de Santo Antão (PE) e têm como finalidade a geração de energia elétrica limpa através de processo específico de biodigestão.
De acordo com a empresa, a eficiência e qualidade do biogás gerado por meio da tecnologia desenvolvida pela Cetrel é o grande diferencial do projeto. O gás produzido é composto em média por 80% de metano, o que lhe confere maior potencial de queima quando comparado ao biogás obtido a partir de outras fontes de resíduos tradicionais, que contêm de 50% a 70% de metano.
“Utilizamos o conhecimento adquirido em 33 anos de tratamento de efluentes e aplicamos os conceitos de biodigestão para desenvolver tecnologia específica e, deste modo, apresentar a vinhaça como uma excelente alternativa para produção de energia limpa no país”, afirma a gerente da área de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues. “Para termos a dimensão desse potencial, na safra 2010/2011 foram produzidos 25 bilhões de litros de álcool, o que corresponde à geração de cerca de 300 bilhões de litros de vinhaça ou 300 milhões m³. Este volume seria suficiente para gerar cerca de 1.600 MW, aproximadamente 45% da capacidade instalada de uma hidrelétrica como a de Jirau, com vantagem de produzir energia de forma descentralizada e sem impacto para o meio ambiente”, complementa.
Localizada em uma área de 7 mil m², o projeto ocupa, hoje, cerca de 6000 m², com oportunidade de ampliação após entrar em fase comercial. Nesta fase inicial, a unidade utiliza cerca de 20% da capacidade de geração de energia a partir da vinhaça, aproximadamente mil metros cúbicos de vinhaça/dia com capacidade de geração de até 0,85 MW de biogás em seus motogeradores. O resultado, nessa fase, são 612 MWh de energia comercializados no mercado livre por mês. Em escala industrial, a operação de Vitória de Santo Antão terá sua capacidade ampliada em até cinco vezes (cerca de 4,5 MW).
Também se destacam as diferentes aplicações do biogás como combustível: em caldeiras na própria usina, ou indústrias próximas; como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação; ou para produção de energia elétrica através de motogerador ou turbina, como é o caso do produto na usina do Grupo JB.
É por conta dessas possibilidades que o projeto da unidade deve ser feito de forma customizada, considerando o interesse do empresário parceiro para o uso do biogás a ser gerado. “Primeiro entendemos as necessidades do empresário e estudamos as condições da vinhaça produzida na usina, depois definimos qual o projeto mais adequado em termos de escala e aplicação para obter uma estimativa do investimento”, explica Suzana.
A gerente adianta, porém, que para ser economicamente viável, o volume de vinhaça disponível deve ser de, no mínimo, cinco a seis mil metros cúbicos/dia (5 a 6 mil m³/dia), a depender da aplicação e da qualidade do insumo.
Apresentada ainda em modo de demonstração, a tecnologia pode ser aplicada em grande parte das 440 usinas sucroalcooleiras do Brasil como fonte extra de geração de energia alternativa, proporcionando uma receita adicional ao setor.
O processo
Para cada litro de álcool produzido, em média doze litros de vinhaça são deixados como subproduto. Através do processo de biodigestão do conteúdo orgânico presente neste subproduto é obtido o biogás, que pode ser utilizado para produção de bioenergia em motogerador e entregue na rede de distribuição para ser comercializada, ou como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação exigida. A vinhaça tratada a partir deste processo retorna ao canavial para fertirrigação, mantendo os nutrientes importantes para o solo.
A fase de pesquisa teve início em 2009, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a partir da realização dos testes em laboratório e estudo de caracterização da vinhaça para a biodigestão. Um ano depois, foi desenvolvido o projeto para uma planta piloto na Destilaria Japungu (PB) para operação contínua e testes em diferentes configurações de reatores. Esta unidade, em operação desde 2011, processou vinhaça com diferentes características e superou os resultados esperados de eficiência de digestão e qualidade do gás gerado.
Mais informações: www.cetrel.com.br/bioenergia.aspx.

2- Bagaço Amarelando
Estivemos recentemente na Feicana FeiBio, em Araçatuba, até porque sentíamos algum saudosismo, das lembranças que a cidade, os amigos nos proporcionam e pensamos que podíamos resolver com a participação no evento da feira e dos CanaSauros.
Mas, efetivamente, o que sentimos foi uma grande mudança, em relação as nossas lembranças de anos anteriores, e ficou a dúvida se são meramente conjunturais ou estruturais, ou seja, consequência das dificuldades provocadas pela última safra ou então as transformações societárias ocorridas nas empresas do setor. Sobrou a garra e a vontade de lutar pelo setor, dos organizadores do evento.
Saímos com a esperança que elas sejam meramente conjunturais e que prevaleça a grande novidade anunciada pelos organizadores do evento, a constatação que a crise está chegando ao fim e que pela primeira vez na história o setor tem pela frente o desafio de abastecer um enorme mercado com seus produtos.
Mas, se a crise está terminando e temos um grande desafio de abastecimento , fica a indagação, quais as lições que a mesma está deixando para o setor poder atender o mercado?
Senti no ar junto aos empresários uma preocupação com a próxima safra, quando muitos afirmaram que o bagaço está amarelando, ou seja, está virando ouro.
Ora, se bagaço está se valorizando, é sinal que provavelmente a cana será pouca, e isso significa que a produção de etanol e açúcar também ficarão em níveis baixos, o que realmente é preocupante. Fica um consenso, se não chover...
Esse cenário, prioriza quais as lições aprendidas e como encontrar o caminho para superar a situação existente, pois o fato do bagaço estar amarelando significa registrar uma mudança ocorrida no setor, pois bagaço já não é tão bagaço assim.
Há unanimidade de que a cana é pouca, tornando o bagaço importante para atender a necessidade dos geradores de bioeletricidade, detentores de contratos de geração a cumprir, ou nos fabricantes de suco de laranja e se o motivo da baixa produção é consequência da falta de chuva, isto significa que os reservatórios também estarão com pouca água.
Mas, se isso está ocorrendo, também significa que já existem várias unidades que já inseriram esse novo produto no seu portifólio, portanto estão sofrendo, mas poderão no futuro se beneficiar do fato para uma recuperação mais rápida, pois poderão adquirir energia de outras fontes e atender suas necessidades.
A realidade predominante, é que a crise já aconteceu. O primeiro objetivo claro para os empresários do setor, é a necessidade de ter a cana, independente se resolve ou não a questão da remuneração da produção, principalmente do etanol hidratado.
Se a solução dessa remuneração do etanol hidratado, via preços ou via taxas e impostos, é uma questão política, estamos sentindo que alguns estão aprendendo na crise a buscar outras soluções, como produtos com maior valor agregado, redução dos custos fixos com produção por maior período, tanto de etanol como de bioeletricidade, ou seja priorizando o resultado.
Para se alcançar esses objetivo as dificuldades são imensas, mas primeiramente, é preciso ter a produção de cana e o governo está anunciando uma linha de crédito para essa finalidade, porém, é preciso que realmente os recursos existam e sejam acessíveis a todos.
Por outro lado, os investimentos para apontamento e melhoria do processo industrial ficarão postergados por algum tempo, pois nessa recuperação da produção, o nível de endividamento é importante.
Esse cenário mostra a necessidade de romper paradigmas, buscar soluções criativas e usar dos potenciais existentes no empreendimento, para equacionar esses desafios que se encontram a frente.
Percebemos alguma mudança nessa questão da busca do objetivo, pois infelizmente, aquilo que era uma expectativa de inverter a situação no curto prazo, hoje já parece mais distante, portanto a necessidade de aumentar a cana se transformou na grande meta, pois daí também será possível garantir o abastecimento do mercado, mercado esse que em muitos anos se apresenta tão grande.
Portanto, uma forma de resolver a segunda etapa das necessidades de manter o parque industrial atualizado e funcionando com eficiência seria buscar parcerias usando o potencial existente na área do bagaço da usina.
Se hoje o bagaço está pouco, a recuperação da produção de cana, terá como consequência o imediato aumento da oferta dessa matéria prima, o que torna importante a parceria com investidores específicos, com recursos que somente podem ser aplicados em energia e que paralelamente, poderão solucionar o problema de melhoria do processo industrial.
Hoje, já há uma certeza, com raras exceções, durante os próximos três anos é quase impossível se pensar em auto investimento por parte da usina em geração de bioeletricidade e há no mercado, propostas de parcerias com visam de análise de perfomance e não de crédito, por um período de 4 anos até 20 anos, que se devidamente analisados e negociados, podem representar oportunidades de sinergias altamente interessantes como estratégia para enfrentar a situação atual.
Onório Kitayama
Diretor da Nascon Agroenergia

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