domingo, 1 de maio de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 31

I- NOTICIAS

1-Bacia do Ceará tem 11 blocos na licitação da ANP
Está marcada para o segundo semestre deste ano a nova rodada de licitação de áreas para exploração de Petróleo. São 174 blocos em todo o País, 11 dos quais são na bacia do Ceará, identificada com promissor potencial petrolífero
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu a autorização do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para realizar a 11ª rodada de licitação para blocos exploratórios de petróleo.
A Bacia do Ceará vai participar com a oferta de 11 blocos no mar - em águas profundas -, com o total de 7.388 quilômetros quadrados (km²). O bônus mínimo previsto, no caso da bacia do Ceará, é de R$ 47 milhões.
A licitação está prevista para acontecer em setembro de 2011, conforme o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Tecnicamente, são 11 blocos no setor SCE-AP-3 (projeção da sub-bacia de Mundaú em águas profundas), informou a assessoria de imprensa da ANP. A bacia do Ceará é de nova fronteira, localizada na margem equatorial brasileira. Tem potencial para descoberta de óleo leve.
A área cearense está entre as dez bacias brasileiras responsável pela produção de petróleo e gás do País. Possui quatro campos produtores de petróleo: Xaréu, Curimã, Espada e Atum.
Os volumes originais nestes campos foram estimados em 71,8 milímetro cúbico (mm3) de óleo e 5.808,2 mm3 de gás.
Em fevereiro, a produção na bacia do Ceará foi de 6.226 barris por dia (bbl/dia) de petróleo e 81 (mm³/dia) de gás, totalizando 6.737 barris de óleo equivalente por dia (boe/dia). A bacia do Ceará possui vários indícios de petróleo e gás em dezenas de poços.
No País
A estimativa da ANP é de arrecadar, pelo menos, R$ 200 milhões com os bônus de assinatura pago pelas empresas. A 11ª rodada é a primeira com o novo modelo de contrato de concessão que ainda será divulgado pela ANP.
Serão licitados 174 blocos divididos em 17 setores em nove bacias sedimentares. São cerca de 122 mil km², somados terra e mar. Se todos os blocos forem arrematados, a área exploratória brasileira terá um crescimento de 40%, informou a ANP.
(Fonte: Folhapress)

2-Petrobrás inaugura 2ª plataforma totalmente construída no Brasil
A Petrobrás realiza no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ), a cerimônia de batismo da P-56, semissubmersível que será instalada no módulo 3 do campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos. Esta será a segunda unidade da Petrobrás construída totalmente no Brasil, nos mesmos moldes da P-51, entregue em 2008.
A plataforma tem capacidade para produzir 100 mil barris por dia de óleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás diariamente. A previsão é de que a plataforma siga no início de junho para o local onde será instalada e inicie a operação no final de julho ou início de agosto. Serão conectados à P-56 19 novos poços, (nove produtores e dez injetores), além de dois poços a serem remanejados do FPSO Marlim Sul. O primeiro deverá produzir cerca de 15 mil barris de óleo por dia.
Contratada por US$ 1,2 bilhão junto ao consórcio Keppel Fels Brasil/ Technip em outubro de 2007, a unidade teve a maior parte de sua construção realizada no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ). Ao preço total da plataforma, foram acrescidos outros US$ 300 milhões referentes a dois outros contratos, sendo um relativo ao fornecimento e montagem dos módulos de compressão de gás, com a Nuovo Pignone, e outro para fornecimento, montagem, operação e manutenção dos módulos de geração elétrica, a cargo da Rolls-Royce Energy e UTC.
A P-56 é um clone da P-51, instalada também de Marlim Sul, e por isso foi contratada pelo mesmo estaleiro que fez a obra da primeira, sem licitação. Também a exemplo da P-51, o casco foi construído pela Nuclep.

3-Superpesa inicia construção de três navios do Promef
O primeiro dos três navios do tipo bunker encomendados pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) começou a ser construído pelo estaleiro Superpesa, do Rio de Janeiro. O início das obras, celebrado com o corte da primeira chapa de aço, representa a estreia do Superpesa no Promef, que já mobiliza os estaleiros Ilha S.A (Eisa), Atlântico Sul (EAS) e Mauá, e prevê a encomenda de 49 embarcações.
Os navios encomendados ao Superpesa terão como função abastecer outras embarcações e, por isso, são projetados com dispositivos para aumentar a capacidade de manobra e atracação lateral. Com 91,85 metros de comprimento e calado de 4,5 metros, cada navio bunker terá capacidade para armazenar até 4 mil metros cúbicos de óleo combustível e/ou óleo diesel.
Ao todo, serão utilizadas 3,6 mil toneladas de aço para a construção dos três navios. As duas primeiras embarcações serão lançadas ao mar em 2012 e a última, em 2013. O contrato com o estaleiro é de R$ 110,5 milhões e, ao longo das obras, serão gerados 500 empregos diretos e dois mil indiretos.

4-Infraestrutura limita petróleo do Iraque
Com o barril de petróleo cotado a mais de US$ 100, um gargalo nas exportações no Iraque vem impedindo que parte da produção do país, ampliada recentemente, chegue ao mercado.
Devastada por anos de guerra e sanções internacionais, a infraestrutura no sul do Iraque não consegue dar conta da crescente produção em campos da região, onde BP PLC, Exxon Mobil Corp, Eni SpA e Royal Dutch Shell PLC conseguiram aumentar a produção entre 10% e 20% com a modernização de poços existentes e a perfuração de novos poços.
A US$ 112 o barril, a cotação do petróleo está pouco abaixo do recorde recente - graças à instabilidade política no Oriente Médio e ao cessar das exportações da Líbia. O petróleo adicional do Iraque poderia atenuar um pouco a pressão sobre os preços.
Hoje, o Iraque exporta 2,1 milhões de barris de petróleo por dia. Só que portos no sul do país podem processar apenas 1,8 milhão de barris por dia para exportação. O restante da produção de petróleo é exportado por oleodutos que atravessam a Turquia e vão dar no Mar Mediterrâneo.
Até o fim do ano que vem, o Iraque quer aumentar esse volume para 4,5 milhões de barris. A menos que dê para aumentar a capacidade nos portos do sul, devastadados 30 anos atrás durante a guerra Irã-Iraque e nunca reconstruídos, muito desse petróleo não terá como sair dali. Se pudesse escoar tudo o que produz, o Iraque seria o terceiro maior exportador de petróleo bruto do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita, que exporta mais de 6 milhões de barris por dia, e da Rússia, que exporta 4,8 milhões de barris por dia.
O Iraque está correndo para construir novos oleodutos e instalações de armazenagem de petróleo para que a capacidade de exportação siga o ritmo do aumento da produção.
Fonte: Hassan Hafidh, The Wall Street Journal


II- COMENTARIOS

1-Produção pode ser reforçada em águas profundas
O gerente geral da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará, Joelson Falcão Mendes, informou que a empresa deverá iniciar a exploração em águas profundas no Rio Grande do Norte no segundo semestre de 2011. O projeto foi antecipado por ele à TRIBUNA DO NORTE, em janeiro deste ano, ocasião em que não havia, porém, especificado quando começaria a concretizar a “campanha exploratória”. A investida se soma a outras da companhia para recuperar a produção de petróleo e gás na bacia potiguar, que, principalmente para o gás, vem declinando nos últimos anos.
O valor do investimento e estimativas sobre o potencial dos blocos de exploração ainda não foram revelados pelo executivo. No Ceará, entretanto, onde também são previstas incursões em águas profundas, com a perfuração de dois poços em 2011, o desembolso é estimado em pelo menos R$ 100 milhões, segundo informações do jornal O Povo. No Rio Grande do Norte, a previsão é perfurar um poço. E para discutir o impacto ambiental do projeto, a estatal deverá realizar audiência pública no próximo sábado, no município de Areia Branca.
“Nosso trabalho em terra é extremamente importante. Mas nós temos muita esperança de conseguir mudar de patamar no mar. Tanto em águas rasas, quanto em águas profundas, quanto em águas ultraprofundas”, disse Mendes, em entrevista anterior, ao comentar investimentos na exploração marítima nas regiões Norte e Nordeste.
Exploração que promete e é também cara. O custo médio de um poço de petróleo gira em torno de R$ 10 milhões em águas rasas e em terra fica na casa do R$ 1 milhão. Em águas profundas, o custo médio gira em torno de R$ 50 milhões. O custo dos equipamentos é um peso a mais. O aluguel de uma plataforma para perfurar em águas rasas sai por US$ 75 mil por dia.

2-Sem pré-sal, leilão de exploração de petróleo será em setembro
O governo finalmente aprovou a realização da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás natural proposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A decisão foi divulgada pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, depois de reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Falta agora apenas a assinatura da presidente Dilma Rousseff para oficializar a decisão.
O leilão vai oferecer 174 blocos para exploração (87 em terra e 87 em mar) distribuídos por nove Estados. A apresentação das propostas pelas empresas interessadas deve ocorrer dia 12 de setembro. Até dezembro, o governo quer ter os contratos assinados.
A área total dos blocos licitados atinge 122 mil quilômetros quadrados em terra e mar. Segundo a ANP, se todos os blocos forem arrematados, a área exploratória brasileira, hoje de 314 mil quilômetros quadrados, terá um crescimento de 40%. No total, incluindo os campos em produção e desenvolvimento, a área sob concessão soma 338 mil quilômetros quadrados.
O novo leilão será dividido em nove bacias sedimentares: Barreirinhas, Ceará, Paranaíba, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Potiguar, Recôncavo e Sergipe-Alagoas. O leilão não tem relação com as grandes reservas da região do pré-sal, uma vez que a exploração delas ainda depende da publicação do novo marco regulatório do setor e da definição dos royalties de exploração.
Segundo Lobão, a publicação do pré-edital e da minuta dos contratos de concessão está prevista para o dia 3 de junho. No dia 9 de junho, sai o edital definitivo.
A reunião do CNPE também incluiu discussões sobre estímulos para que pequenos e médios produtores de petróleo e gás natural do país possam entrar no mercado, que hoje é praticamente uma exclusividade da Petrobras. Segundo Lobão, o objetivo é criar oportunidades de negócios para que as empresas de menor porte aumentem a participação na produção, o que poderia ocorrer, por exemplo, com incentivos para acordos de cooperação entre essas empresas.
O ministro disse que o Brasil deverá tomar a produção de petróleo nos Estados Unidos como referência. Lá existem 23 mil petrolíferas de pequeno e médio porte que respondem por 40% de toda a produção do país, o que corresponde a 7,5 milhões de barris por dia. "No Brasil, são 25 pequenas empresas."
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, acredita que a nova rodada de licitações deve arrecadar, no mínimo, com bônus de assinatura, R$ 200 milhões. O bônus mínimo mais caro foi fixado para os 11 blocos marítimos na Foz do Amazonas, no valor de R$ 55 milhões cada bloco, e o mais barato, de R$ 4 milhões, para os blocos em terra na bacia do Espírito Santo.
A 11ª rodada será a primeira a ser feita com o novo modelo de contrato de concessão, a ser divulgado pela ANP depois da compilação das sugestões colhidas durante a audiência pública realizada no dia 20 de abril. A agência já antecipou alguns passos necessários para a realização de uma licitação, entre eles a colocação de uma minuta do contrato de concessão em consulta pública. Haroldo Lima estima que em mais uma semana a diretoria da ANP vai apresentar o pré-edital do leilão. "Já adiantamos bastante o processo."
Lima disse que a área destinada à exploração de petróleo e gás no Brasil está caindo "preocupantemente" e a decisão do CNPE de autorizar a nova rodada vai minorar o problema. Segundo ele, as áreas a serem licitadas "estão despertando interesse de grandes empresas, já que existem indícios de se repetirem em águas profundas no Ceará e Pará-Maranhão descobertas feitas no offshore de Gana e Costa do Marfim." Sobre a decisão de a ANP oferecer de forma permanente, de seis em seis meses, áreas em bacias maduras que não estejam sob concessão, sem a necessidade de aprovação prévia do CNPE, Lima afirmou que "nesse caso poderemos identificar interessados e fazer o leilão, é um horizonte absolutamente novo".
Entre as medidas mais importantes da reunião do CNPE, pelo menos no que diz respeito às empresas menores, está a decisão de permitir o acesso a uma linha de financiamento, a adequação do regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados a essa indústria (Repetro) às necessidades das empresas menores, e a simplificação do contrato de concessão.
Ao comentar os estímulos propostas para que pequenos e médios produtores de petróleo e gás natural do país possam entrar no mercado, o secretário de Petróleo e Gás Natural do ministério, Marco Antonio Martins de Almeida, disse que o primeiro passo foi dado ontem, com a criação do critério de classificação. Ficou decido que uma pequena empresa é aquela que produz até 500 barris de petróleo por dia. As de médio porte são aquelas com volume entre 500 e 2 mil barris diários. Acima disso, estão as companhias de grande porte.
Fonte: Valor Econômico

3-EPE: potencial eólico no País equivale a 30 ´Itaipus´
O Brasil tem potencial para gerar até 300 mil megawatts (MW) de energia elétrica a partir de parques eólicos, estima o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. O potencial mapeado no País seria equivalente a 143 mil MW, segundo ele. "Para efeito de comparação, a usina hidrelétrica de Itaipu tem capacidade de 14 mil MW. Ou seja, o potencial eólico seria equivalente a 10 Itaipus. Mas com os geradores mais modernos que temos hoje, estimamos que a capacidade poderia chegar a 300 mil MW, ou 30 usinas de Itaipu", disse Tolmasquim.
Ele defendeu a construção de usinas hidrelétricas, mesmo em regiões com ecossistema sensível, como a Amazônia. Segundo Tolmasquim, é possível criar contrapartidas ambientais, que permitiriam recuperar áreas degradadas e ainda obter a geração elétrica para o desenvolvimento do País. Tolmasquim lembrou que 60% do potencial hidrelétrico brasileiro estão na região amazônica. "Há um preconceito contra as hidrelétricas. É possível conciliar a construção de usinas com a preservação do meio ambiente. Algumas vezes, há como exigir na construção a recuperação de áreas degradadas", disse.
O presidente da EPE contou ainda que o Brasil tem o terceiro maior potencial mundial para construção de hidrelétricas, ficando atrás só da China e da Rússia. Mas o País utilizaria atualmente apenas um terço desse potencial. "A energiahidrelétrica é uma energia limpa e altamente competitiva", defendeu.
Fonte: Agência Estado

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