sexta-feira, 11 de abril de 2014

OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 181

I – NOTÍCIAS

1- Petrobras bate recorde mensal de entrega de gás ao mercado  
A Petrobras bateu recorde mensal de entrega de gás natural ao mercado consumidor brasileiro em março, com média de 95,5 milhões de metros cúbicos ( m³) por dia. O recorde anterior é de novembro de 2012, quando essa média chegou a 92,9 milhões de m³/dia.
Em março deste ano, a estatal entregou uma média de 43,1 milhões de m³/dia ao mercado termelétrico, garantindo o suprimento de seu próprio parque gerador e de usinas de terceiros. O volume foi importante em um período de forte despacho termelétrico ordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Ao mercado não termelétrico foi entregue uma média de 38,7 milhões de m³/dia e 13,7 milhões de m³/dia. O volume foi destinados ao consumo interno da Petrobras, incluindo-se aí o fornecimento a suas fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia.
No dia 26 de março, conforme já divulgado, a petrolífera ultrapassou, pela primeira vez, a barreira diária dos 100 milhões de m³ de gás natural entregues, atingindo o recorde diário de 101,1 milhões de m³ de gás disponibilizado ao mercado.
Elisa Soares
Fonte: Valor Online

2- ANP terá nova regulamentação de plano de desenvolvimento  
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apresentará proposta para mudar a regulamentação dos planos de desenvolvimento em aproximadamente um mês, no fim de abril ou início de maio, anunciou  José Gutman, diretor do órgão regulador.
O plano de desenvolvimento é o documento que as empresas operadoras de petróleo e gás apresentam à ANP na fase de exploração, dando detalhes sobre como será a operação, que equipamentos serão usados etc.
Segundo Gutman, uma vez apresentada, a proposta de mudanças na regulamentação vai a consulta do mercado, com audiência pública. O foco, segundo o diretor da ANP, será reduzir a burocracia.
"Hoje, há cerca de 300 campos no Brasil. Os 50 maiores respondem por mais de 90% da produção. A documentação necessária para o plano de desenvolvimento não leva em conta isso. Vamos atuar na desburocratização", disse Gutman, em mesa redonda no IX Fórum Ibef de Óleo e Gás, promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) no Rio.
Outra mudança a ser proposta pela ANP será a possibilidade de troca de informações sobre o plano antes da entrega. Atualmente, as operadoras apresentam à ANP os planos já fechados.
Sabrina Valle e Vinicius Neder
Fonte: Agência Estado

3- Usineiros querem elevar para 27,5% fatia de álcool na gasolina  
O percentual de álcool anidro misturado na gasolina pode subir novamente. A proposta, feita pelos produtores de cana de açúcar, está em estudo no governo.
No ano passado, o porcentual da mistura subiu de 20% para 25%. O pedido do setor agora é para chegar a 27,5%.
O Ministério de Minas e Energia informou que analisa o documento entregue pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) para se manifestar posteriormente.
A Unica confirmou o pedido, mas não quis comentar.
O ministro da Agricultura, Neri Geller, afirmou ontem, em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), que se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar do assunto, mas que não há decisão.
Se adotada, a medida pode contribuir para evitar um aumento maior do combustível neste ano e ajudar no combate à inflação.
O álcool anidro é utilizado na mistura vendida nos postos com o nome de gasolina. O combustível verde é mais barato que o de origem fóssil. Por isso, quanto maior o porcentual, menor o preço final ao consumidor.
A mudança seria positiva para os preços, mesmo em um momento em que o álcool está subindo e o preço da gasolina pura segue estável.
O ministro da Agricultura diz que a mudança pode ajudar o setor a sair da crise. A queda nas vendas de álcool e a quebra nas últimas safras, entre outros fatores, fizeram com que muitas usinas fechassem as portas.
E o motor?
Segundo especialistas, o etanol é um combustível mais corrosivo, por isso carros a gasolina importados para o Brasil recebem mangueiras mais resistentes, por exemplo. Já modelo trazidos de forma independente, que não passaram pela processo chamado "tropicalização", sofreriam mais com a mudança.
Outra consequência é o possível aumento no consumo. "Como o etanol tem menor poder calorífico, elevar em 10% a quantidade do combustível vegetal na gasolina irá refletir em um maior gasto do veículo. Essa variação pode ser maior ou menor dependendo da tecnologia empregada no motor", diz Lothar Werninghaus, consultor técnico da Audi.
Eduardo Cucolo com colaboração de Felipe Nóbrega
Fonte: Folha de S. Paul

4- ONS divulga relatório sobre reservatórios e deve revelar que cenário piorou em abril  
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve apresentar hoje um cenário crítico para o abastecimento de energia, segundo fontes do setor. A entidade divulga às sextas-feiras um relatório sobre nível dos reservatórios das hidrelétricas, mas, nesta semana em especial, as informações são cruciais, diante da seca severa que atinge a região Sudeste, considerada a pior da história.
O executivo de uma grande empresa afirma estar mais "pessimista" e considera que o país pode ser forçado a racionar o consumo. Segundo ele, a reserva de água nas hidrelétricas no fim deste mês pode não ser suficiente para garantir o abastecimento durante o período seco (outono e inverno), época em que há um esvaziamento usual de 30%. Se nada for feito, os reservatórios podem atingir 10% em novembro, colocando o sistema em perigo. Neste caso, o país terá de reduzir o consumo.
Rumores de que a consultoria PSR teria divulgado um novo relatório, recomendando o racionamento de energia, espalharam-se nesta semana, provocando uma forte queda nas ações das elétricas na quarta-feira. Procurada pelo Valor, a consultoria informou que não comenta rumores.
Segundo a consultoria, qualquer decisão de racionamento só deve ser tomada final do período úmido (período das chuvas), que termina no fim de abril. A PSR negou ainda que participaria ontem de uma reunião com autoridades em Brasília, contrariando especulações que também circularam no mercado.
O ONS já havia revisto para baixo a previsão de armazenamento dos reservatórios no Sudeste no fim de abril, de 40,6% para 36,6%.
Claudia Facchini e Rodrigo Polito
Fonte: Valor Econômic

5- Geokinetics fará aquisição sísmica na Bacia Potiguar
A Geopark Brasil informou durante o Rio Gas Forum que fechou contrato com a Geokinetics para aquisição de sísmica 2D nos blocos da Bacia Potiguar que a empresa arrematou na 11ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada no ano passado.
Serão 342 km de sísmica nas áreas dos blocos POT-T-619, POT-T-620, POT-T-663, POT-T-664 e POT-T-665. A expectativa, segundo o presidente da empresa no Brasil, Dimas Coelho, é que a campanha seja iniciada no próximo semestre e que os dados sejam processados até o final do ano. A sísmica se encontra atualmente em licenciamento no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) do Rio Grande do Norte.
Atualmente, a empresa possui nove blocos exploratórios no Brasil, sendo cinco na Bacia Potiguar, dois no Recôncavo, um na Sergipe-Alagoas e um no Parnaíba, sendo esse último localizado em área de municípios maranhenses.
Recentemente a Geopark Brasil adquiriu a participação de 10% que eram detidos pela empresa Rio das Contas Produtora de Petróleo no bloco de gás seco de Manati, em mar (offshore), a 70 km ao sul da costa de Salvador (BA). O bloco é operado pela Petrobras (35%) em parceria ainda com a Brasoil e Queiroz Galvão.
Fonte: Redação TN


II – COMENTÁRIOS

1- OGX levou dez meses para divulgar inviabilidade de campos, diz CVM  
Investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que Eike Batista e os administradores da OGX sabiam da inviabilidade comercial de campos da empresa pelo menos 10 meses antes de a petroleira declarar essa condição, em 1 de julho de 2013. Em processo ao qual o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, teve acesso, a CVM aponta que os administradores falharam ao não divulgar ao mercado informações relevantes e que Eike negociou ações de OGX e OSX com informações não públicas e potencialmente negativas para ambas. Ao mesmo tempo, deu declarações otimistas via Twitter.
O ponto central da investigação foi a declaração de inviabilidade econômica dos campos de Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, em 1º de julho de 2013 e que marcou a derrocada da petroleira OGX, culminando com a recuperação judicial.
A CVM diz que, entre 2009 e 2011, a OGX fez uma série de divulgações a respeito do potencial desses campos, sempre com perspectivas positivas. Depois de um comunicado de julho de 2011, a próxima divulgação só ocorreu em março de 2013, quando a petroleira declarou a comercialidade das acumulações Pipeline, Fuji e Illimani, que receberam conjuntamente o nome de Tubarão Areia. Quase três meses depois, fez a já citada declaração de inviabilidade comercial dos quatro campos.
O termo de acusação, elaborado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM, destaca que essas foram as informações divulgadas pela OGX ao mercado. No entanto ao solicitar esclarecimentos adicionais da petroleira, a autarquia reuniu informações internas da companhia, que não chegaram ao público.
Conforme relatório da área de reservatórios da OGX, de junho de 2013, desde 2011 a empresa já havia analisado as áreas desses campos e concluído preliminarmente que os volumes e a compartimentação eram muito diferentes da interpretação inicial, indicando que a exploração das áreas seria mais complicada que o imaginado inicialmente. Em meados de 2012, a OGX criou um grupo de trabalho, que atuou de 24 de julho até 24 de setembro daquele ano.
A tarefa do grupo era buscar soluções mais baratas para os campos de Tubarão Tigre, Azul, Gato e Areia "em vista da aparente inviabilidade econômica dos campos". Uma segunda missão era investigar a viabilidade do "projeto de desenvolvimento de uma unidade", chamado de WCPP, relacionado à redução de custos e exposição de trabalhadores a riscos operacionais. Em face dessa questão envolvendo a unidade WCPP, a OGX desenvolveu projeto interno e contratou a empresa de engenharia Rameshni & Associates Tecnology Engineering (Rate) para validação e detalhamento do projeto. A Rate concluiu que o projeto resultou em "equipamentos de grandes dimensões e consequentemente elevados custos" e sugeriu que fossem avaliadas outras tecnologias para viabilizá-lo.
O grupo de trabalho fez uma apresentação para a diretoria da OGX em 24 de setembro de 2012. Sobre a apresentação, a autarquia destaca que o grupo apresentou estudo da Schlumberger Serviços de Petróleo. Pelos dados que foram destacados da reunião, a CVM observa que novas estimativas foram mostradas para as a acumulações Pipeline, Fuji e Illimani, referentes ao volume total de óleo na área e o que seria recuperável. Em todos os cenários traçados, o valor presente líquido (VPL) para o projeto era negativo.
Seis meses depois dessa apresentação, em março de 2013, a OGX comunicou que recebeu o reprocessamento da sísmica dos reservatórios localizados nos quatro campos, feito pela empresa CGG Brasil, com dados mais precisos sobre as características da área, "para permitir à OGX uma melhor avaliação do modelo geológico dos campos, tendo em vista comportamentos distintos dos poços perfurados e concluídos para produção". Logo, a CVM avalia que de posse dos estudos de reprocessamento sísmico; do grupo de trabalho; da Schlumberger e da Rate, a gerência executiva de reservatórios da OGX realizou um estudo final que, aparentemente, compilou todos os citados estudos, e apresentou à diretoria da OGX em junho de 2013. A diretoria levou o assunto ao conselho de administração em 28 de junho de 2013 e em 1º de julho foi declarada a inviabilidade econômica.
A área técnica da CVM destaca que, em março de 2013, a OGX divulgou apenas informações sobre o volume total dos campos, sem mencionar o volume recuperável, presente em outros comunicados: "Frise-se, era informação disponível para a companhia, com a consultoria da Schlumberger" no ano anterior. A empresa omitiu a estimativa de volume de óleo recuperável, utilizada para estimar as receitas do projeto, bem como as informações sobre valor presente líquido negativo do projeto - o que já mostrava a inviabilidade econômica dos campos. Ainda que a OGX alegue que as informações seguiam com estudos sobre as áreas "é fato que os resultados trazidos pela Schlumberger e apresentados pelo grupo de trabalho mudavam radicalmente a situação até então divulgada ao mercado e se tratavam de fato relevante".
Ana Paula Ragazzi
Fonte: Valor Econômico

2- Preço do minério cai e afeta Vale e siderúrgicas
O preço do minério de ferro já caiu 12% neste ano e deverá pesar negativamente nos balanços do primeiro trimestre das mineradoras brasileiras, como a Vale, e das siderúrgicas que exportam a matéria-prima, como a CSN. Em média, o minério de ferro foi negociado a US$ 120,7 a tonelada de janeiro a março deste ano, 18,4% abaixo dos US$ 148 um ano antes. Embora esses não sejam exatamente os preços praticados pelas empresas, já que é referente ao minério com concentração de 62% de ferro, e as produtoras têm qualidades de minério diferentes, o comportamento das cotações é semelhante.
Nos três primeiros meses deste ano, o preço da matéria-prima do aço caiu por uma combinação de dois fatores: a expectativa de uma forte elevação da oferta global, com o aumento da produção na Austrália; e a redução das compras de siderúrgicas chinesas, que estavam com estoques altos e enfrentaram um mercado um pouco mais difícil com algumas restrições para a obtenção de crédito no país.
Por outro lado, o dólar subiu na mesma intensidade no período, o que eleva as receitas em reais com o minério exportado, ajudando a compensar a queda do preço. O dólar ptax médio do primeiro trimestre ficou em R$ 2,36, 17,9% acima do valor do mesmo período de 2013. Com o empate das duas variáveis, exercendo pressões em sentidos opostos, os volumes vendidos de minério de ferro no início ganham ainda mais importância nas comparações entre trimestres.
No caso da Vale, analistas do Deutsche Bank estimam um preço médio realizado 8% inferior ao do mesmo período do ano passado, mas um aumento de 15% nos volumes. Com isso, eles calculam uma melhora de 2% na receita e também no Ebitda da empresa no primeiro trimestre.
Para a balança comercial brasileira, o efeito negativo da queda do preço do minério de ferro foi compensando pelo aumento do volume total exportado pelo país. Assim, a commodity praticamente manteve sua representatividade no total das exportações do país, com 14,2% do total, ante 13,5% no primeiro trimestre de 2013. O país exportou 71,8 milhões de toneladas de janeiro a março, 6% acima do peso vendido um ano antes, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O minério de ferro até contribuiu para impedir um déficit maior da balança brasileira, que acumulou um saldo negativo de US$ 6,7 bilhões de janeiro a março deste ano.
Nos próximos trimestres, o impacto da queda do preço para as companhias do setor deverá se repetir. As expectativas de analistas que acompanham o setor são de continuidade da queda da cotação da matéria-prima do aço, com uma acomodação em um nível inferior ao do ano passado.
A projeção média de onze bancos consultados pelo Valor é de um preço médio para o minério de US$ 113,90 por tonelada no ano, 5% abaixo da média do ano até ontem, de US$ 120,3 por tonelada. Esse mesmo valor é 16% inferior à média de 2013.
O aumento da oferta global é a principal razão da tendência de baixa. O Deutsche Bank estima um volume adicional de 160 milhões de toneladas no mercado proveniente somente dos três produtores de Pilbara, na Austrália, a BHP Billiton, a Rio Tinto e a Fortescue Metals. Já o Barclays prevê a entrada de 187 milhões de toneladas no mercado neste ano, considerando também outras regiões, e de 127 milhões de toneladas em 2015. A previsão dos analistas do banco alemão é de uma produção global de cerca de 2,15 bilhões de toneladas de minério de ferro neste ano, para um consumo de aproximadamente 2,08 bilhões de toneladas de minério.
Fonte: Valor Econômico

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