sábado, 21 de dezembro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 165

I – NOTÍCIAS

1- Wilson Sons Estaleiros assina contrato para quatro OSRVs
Fonte: Ascom Wilson Sons
A Wilson Sons Estaleiros fechou um novo contrato. A companhia vai construir quatro Oil Spill Recovery Vessels (OSRVs), embarcações de apoio offshore especializadas no combate ao derramamento de óleo, que serão operadas pela Oceanpact Serviços Marítimos. Cada OSRV tem 67 metros de comprimento, 14 metros de largura e capacidade de armazenagem de 1.050 m³ de óleo derramado.
Pela construção das quatro embarcações, a Oceanpact desembolsará cerca de R$ 333 milhões. Os OSRVs serão construídos no complexo de estaleiros da Wilson Sons, em Guarujá (SP), e têm previsão de entrega à Oceanpact até 2016.
Além desta encomenda, a Wilson Sons Estaleiros possui outras 17 embarcações em carteira, sendo 12 rebocadores para a Wilson Sons Rebocadores, um Platform Supply Vessel (PSV) para a Wilson Sons Ultratug Offshore, um Remotely Operated Vehicle Support Vessel (ROVSV) para a Fugro Brasil e dois OSRVs e um PSV para a Geonavegação.

2- Produção mundial de aço bruto sobe 3,6% em novembro
Fonte: Valor Online - 20/12/2013 
A produção de aço bruto ao redor do mundo totalizou 127 milhões de toneladas em novembro, o que significa alta de 3,6% frente ao mesmo mês do ano passado, informou hoje (20) a Worldsteel Association, entidade que reúne as principais siderúrgicas do mundo. Ante outubro, contudo, houve baixa de 5,4%.
O acompanhamento, que é feito com 65 diferentes países e cerca de 170 fabricantes, mostrou perda de ritmo em volume na comparação com o mês anterior. Em outubro, a alta anual havia sido de 6,6%, enquanto em bases mensais a produção havia crescido 1,3%.
O relatório da associação mostra também que, considerando o acumulado dos 11 meses de 2013 até novembro, foi observado avanço de 3,2% na produção de aço bruto, quando comparada com igual período do ano passado. No total, foram fabricadas 1,45 bilhão de toneladas.
A China, maior fabricante do produto no mundo, apresentou expansão de 4,2% no volume de aço bruto produzido durante novembro, em 12 meses. No total, o gigante asiático fabricou 60,9 milhões de toneladas - também uma desaceleração frente à alta de 9,2% vista em outubro. Em 11 meses, o país teve volume de 712,9 milhões de toneladas, aumento de 7,8%.
A Worldsteel informou ainda que o Brasil produziu 2,7 milhões de toneladas de aço bruto em novembro, queda de 2,8% em bases anuais. No acumulado de 11 meses, as siderúrgicas nacionais produziram 31,5 milhões de toneladas, ou 1,4% a menos. Neste ano, as empresas brasileiras fabricaram cerca de 2,2% do volume mundial total.
Segundo a entidade, a utilização da capacidade instalada das companhias alcançou 75,8% em novembro, o que representou alta de 0,3 ponto percentual ante o mesmo mês de 2012 e recuo de 1,7 ponto percentual no comparativo com  outubro deste ano.

3- Petrobras declara comercialidade de Franco e Sul Tupi
Fonte: Agência Petrobras
A Petrobras comunicou que apresentou à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a declaração de comercialidade das acumulações de petróleo e gás de Franco e Sul de Tupi, áreas previstas no contrato de Cessão Onerosa, localizadas no pré-sal da Bacia de Santos.
Na proposta encaminhada à ANP, os nomes sugeridos para os novos campos foram Búzios e Sul de Lula para Franco e Sul de Tupi, respectivamente.
     Franco – Campo de Búzios
O volume contratado por meio da Cessão Onerosa para a área de Franco, de 3,058 bilhões de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória. Os reservatórios do pré-sal, nesse campo, são portadores de óleo de boa qualidade (entre 26º e 28 º API). 
Durante a execução do Plano Exploratório Obrigatório de Franco, a Petrobras adquiriu dados sísmicos 3D em toda a área, perfurou dois poços obrigatórios e seis adicionais, com o objetivo de delimitar e caracterizar os reservatórios da jazida. Além disso, foi realizado um teste de formação estendido.
O campo de Búzios está localizado a aproximadamente 200 km da costa do Estado do Rio de Janeiro em profundidade d’água entre 1.600 e 2.100 metros. 
O Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Companhia planeja a entrada em operação de cinco sistemas de produção para o campo de Búzios até 2020, conforme abaixo:
     Búzios 1 - 3º trimestre de 2016
     Búzios 2 - 4º trimestre de 2016
     Búzios 3 - 3º trimestre de 2017
     Búzios 4 - 4º trimestre de 2017
     Búzios 5 - 4º trimestre de 2019
     Sul de Tupi – Campo de Sul de Lula
O volume contratado por meio da Cessão Onerosa para a área de Sul de Tupi, de 128 milhões de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória. Os reservatórios do pré-sal, nesse campo, são portadores de óleo de boa qualidade (27º API).
A Petrobras adquiriu dados sísmicos 3D em toda a área e perfurou um poço, conforme previsto no Plano Exploratório Obrigatório.
O campo de Sul de Lula está localizado a aproximadamente 300 km da costa do Estado do Rio de Janeiro, em profundidade d’agua em torno de 2.200 metros. 
A produção do campo de Sul de Lula será feita por meio do mesmo sistema de produção previsto para o módulo Extremo Sul do campo de Lula. O Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Companhia planeja o primeiro óleo desse sistema para o 1º trimestre de 2017.
Com as declarações de comercialidade das áreas de Franco e Sul de Tupi, inicia-se o processo formal de revisão do contrato de Cessão Onerosa, que será realizada bloco a bloco, levando-se em consideração as premissas técnicas e econômicas de cada área. 

4- Justiça barra exploração de gás no Piauí  
Em decisão inédita, a Justiça Federal no Piauí suspendeu os efeitos da venda, em leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo), de um bloco na bacia do Parnaíba para a exploração de gás não convencional.
Na prática, isso significa que a exploração de gás não convencional está suspensa no Piauí. A sentença, de primeira instância, estabelece ainda multa de R$ 500 mil diários caso a determinação não seja cumprida e suspende novos leilões do gênero no Estado. Cabe recurso.
O bloco foi comprado na 12ª rodada de licitações da ANP, em 28 de novembro, pela Geopark, empresa com sede em Bermudas. Custou R$ 920 mil.
A ANP informou que já foi notificada da decisão e que avalia as medidas cabíveis. A Folha não localizou representantes da Geopark.
A 12ª foi a primeira licitação da ANP dedicada apenas a blocos de gás natural em terra. Pela primeira vez também foram indicadas áreas com potencial para gás não convencional.
Responsável pela redução para menos da metade do preço do gás nos EUA, o gás não convencional enfrenta a resistência de ambientalistas no mundo todo, inclusive do Ministério do Meio Ambiente brasileiro, por causa do método usado para sua extração.
Por estar contido em rochas (no Brasil, folhelho; nos EUA, xisto), a produção precisa ser feita por fraturamento hidráulico, técnica que explode as rochas para liberar o gás e que ainda não está regulamentada no país.
A ANP está elaborando uma instrução para regulamentar a técnica, que deverá ser publicada em janeiro.
Segundo o juiz federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, autor da sentença, a ANP ignorou o parecer técnico do grupo de trabalho do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, que aponta riscos de contaminação de recursos hídricos, colocando em perigo inclusive a sobrevivência da população do Piauí e do Maranhão.
Segundo o juiz, a partir do parecer técnico, "chega-se à conclusão de que a técnica exploratória do gás de xisto (não convencional), no nível tecnológico em que se encontra, causa impactos ambientais irreversíveis sobre os lençóis freáticos e corpos aquíferos subterrâneos e superficiais, sendo ainda desconhecidas as suas dimensões".
Denise Luna
Fonte: Folha de S. Paulo

5- HRT fecha venda de 6% do Solimões em janeiro
A HRT deve assinar contrato de venda de 6% dos blocos na Bacia do Solimões, no Amazonas, para a russa Rosneft ainda em janeiro. Depois que for aprovado pelos órgãos competentes, a operação dos ativos também será passada para a russa, que terá ao todo 51% de participação. O negócio inclui a venda de quatro sondas chinesas da HRT para a Rosneft, por um valor entre US$ 35 milhões e US$ 40 milhões.
Milton Franke, presidente da empresa, disse ainda que deve apresentar para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até janeiro, uma proposta de como avaliar as sete descobertas feitas na Bacia de Solimões. Segundo ele, a empresa tem uma reunião hoje para tratar sobre esse assunto. Até agora a petroleira ainda não encontrou uma solução para escoar o gás encontrado no Solimões. Uma das possibilidades, dentre muitas, é a atração de um investidor para tornar possível o escoamento.
A atração de novos sócios tem sido a batalha diária da HRT para viabilizar as suas operações. Nos 60% do Campo de Polvo, comprados por US$ 135 milhões da BP, a empresa negocia a venda de uma parcela para a norueguesa BW Offshore. Ricardo Botas, diretor financeiro da HRT, explicou que a negociação é uma oportunidade e que o objetivo da empresa é permanecer como operadora. "Nós não perdemos o nosso direito de decidir com eles onde e quando investir", frisou Botas ontem, em reunião pública anual com investidores. "A BW é um parceiro estratégico para o campo [de Polvo]", declarou o executivo. A norueguesa é dona da plataforma do Campo de Polvo, que também é capaz de perfurar. Ele também reiterou acreditar que o ativo tem reservas não exploradas a serem desenvolvidas, e que ainda prevê redução de custos do ativo.
Botas destacou que os resultados de Polvo para BP, a partir de 1º de janeiro de 2013, reverterão para HRT como redução no preço de aquisição. Já estão previstos a perfuração de mais dois poços em Polvo, o primeiro deles no segundo semestre de 2014.
Além da venda de participação em Polvo, que começou a ser discutida antes da compra ser aprovada pela ANP, a empresa também procura investidores para Solimões, Namíbia e até mesmo para ser um grande acionista da empresa. Um banco de dados sobre a empresa foi criado para a consulta de investidores.
Segundo Franke, novos investidores poderão vir por meio de participação acionária na empresa ou com a injeção de capital. O executivo informou que cerca de meia dúzia de empresas já consultaram esse banco de dados, mas não deu detalhes.
Sobre o plano de venda de ativos não estratégicos em curso, de R$ 100 milhões, Franke afirmou que a empresa vai concluir cerca de 60% assim que as quatro sondas forem vendidas para a Rosneft. Franke reiterou que a companhia está se reestruturando para criar uma empresa mais sustentável para o futuro. Segundo o presidente, a petroleira chegou a ter 600 empregados e hoje esse número está por volta de 250. De acordo com o presidente, quando a Rosneft assumir a operação no Solimões muitos empregados passarão a ser da empresa russa e não da HRT.
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- DIESEL MENOS POLUENTE A PARTIR DE JANEIRO
A diretoria da ANP aprovou resolução que estabelece as especificações dos óleos diesel de uso rodoviário e prevê a comercialização obrigatória em todo o território nacional, a partir de 1º de janeiro de 2014,  apenas do diesel S-10 (10 partículas por milhão - ppm) e do S-500 (500 ppm), com baixo teor de enxofre, para a frota de caminhões, ônibus e outros veículos do ciclo diesel de uso em estrada. A medida da ANP fecha o ciclo de mudanças previstas desde 2009 para o óleo diesel e contribui para a redução das emissões de poluentes, beneficiando o meio ambiente e a saúde humana. O novo regulamento substitui a Resolução ANP nº 65/2011.
O texto aprovado suprime as referências ao diesel S-50 (fora do mercado desde o final de 2013) e ao diesel S-1800, que deixarão de ser comercializados no mercado brasileiro em 1º de janeiro de 2014.  A lista dos municípios onde deve ser comercializado o diesel S-10 será divulgada na página da Agência na internet. A nova Resolução também estabelece prazos e regras para a transição entre a comercialização do S-1800 e a do S-500. Distribuidores e revendedores varejistas de municípios em que ocorrerá essa migração terão prazo de 60 e 90 dias, respectivamente, para escoar seus estoques de diesel S1800 adquiridos até 31 de dezembro deste ano.
A introdução do diesel com menor teor de enxofre no mercado brasileiro está sendo feita pela ANP gradualmente. Em 2006, o S-500 passou a ser comercializado em 237 municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Campinas, Belém, Aracaju, Vitória, Baixada Santista (SP), São José dos Campos (SP) e Vale do Aço (MG) e em 2009, iniciou-se a migração do óleo diesel S-1800 para o S-500 e a entrada do diesel de baixo teor de enxofre, à época o diesel S-50.
A partir de 1º de janeiro de 2014, o óleo diesel S-500 será comercializado em todo território nacional, com exceção das cidades de Recife, Fortaleza e Belém e suas regiões metropolitanas nas quais a obrigatoriedade de comercialização é exclusiva do óleo diesel de baixo teor de enxofre, S-10. Diferente do óleo diesel S-500, o S-10 está disponível apenas nos postos de revenda listados na página da ANP na internet. Atualmente, são 4173 obrigatórios e 8244 voluntários, totalizando cerca de 12.400 postos de revenda em todo o país. Os veículos movidos a diesel fabricados a partir de 1º de janeiro de 2012 que possuam a tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction) devem utilizar somente o óleo diesel S10.

2- Mercado de carbono exige sistema de informações  
Se o governo brasileiro optar no futuro pela criação de um mercado de carbono para reduzir emissões de gases-estufa terá que antes criar um sistema detalhado de informações sobre as fontes emissoras, decidir sobre a governança, escolher quem entra na dança e debater critérios de confidencialidade.
Essas são algumas das recomendações de três estudos sobre o tema, que serão lançados hoje pelo GVCes, o centro de estudos de sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV), a que o Valor teve acesso com exclusividade. O trabalho foi feito com apoio do Ministério da Fazenda. Foi um ano de pesquisa e análise de quatro experiências internacionais já consolidadas: União Europeia, Califórnia, Nova Zelândia e Austrália.
"A ideia era ver quais são os elementos necessários para se construir um mercado de emissões, se um dia o Brasil quiser ter um", explica Guarany Osorio, coordenador dos estudos e do programa de política e economia ambiental do GVCes. O primeiro passo foi analisar como os outros países desenvolveram seus sistemas de monitoramento, relato e verificação de emissões - um diagnóstico que ficou conhecido pela sigla MRV nas negociações internacionais.
"Para dar preço e montar um instrumento econômico, é preciso montar um sistema que seja o mais acurado possível", diz Osorio. O MRV é uma espécie de radiografia de quem está emitindo, onde, quanto e que tipo de gás. "Cada tonelada de carbono será uma moeda com valor, por isso a informação tem que ser precisa", diz o pesquisador.
A experiência europeia, que tomou corpo em 2003 em função do Protocolo de Kyoto, pagou o preço de ser pioneira. A Europa iniciou seu mercado sem saber ao certo as emissões setoriais. "Subvalorizou alguns setores e supervalorizou outros, porque só havia estimativas agregadas. Por isso é preciso ter o histórico das emissões", diz Osorio. "Não dá para fazer um mercado de emissões do dia para a noite. É preciso ter uma linha de base."
A pequena Nova Zelândia inovou ao colocar todos os setores da economia dentro do processo, até os pescadores. Já a Califórnia mirou os produtores de energia elétrica, cimento, vidro, hidrogênio, ferro, aço, cal, ácido nítrico, petróleo e gás, papel e celulose.
Definidos os setores que devem começar a elencar as emissões, o passo seguinte é a forma de fazer o relato - base do segundo estudo do GVCes - e dizer quem é o órgão que executa a política. "O pilar para o relato das emissões costuma ser criar uma plataforma virtual robusta", diz Alexandre Gross, coordenador de projeto do GVCes.Nas experiências estudadas pelo grupo, o órgão executor costuma ser o mais capacitado a lidar com emissões de gases-estufa. No caso brasileiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação coordenou os inventários nacionais de emissões.
O outro ponto é montar a estrutura de governança que irá receber as informações e verificá-las - a terceira ponta do tripé. Nos Estados Unidos, por exemplo, a agência ambiental EPA faz a verificação dos relatos de emissões dos estabelecimentos. Em outro caso, o poder público certifica empresas e terceiriza o processo.
A criação de mercados de carbono é uma iniciativa que vem sendo testada em sete províncias chinesas. A Coreia do Sul, México e Chile também vêm fazendo estudos. A Índia montou um instrumento econômico baseado em MRV e focado em eficiência energética.
O estudo da FGV reforça que é preciso respeitar as particularidades do país. "O foco nas emissões de gases-estufa é apenas um retrato da economia", diz Inaiê Takaes, pesquisadora do GVCes. "Mas os países em desenvolvimento são economias em crescimento e é preciso ver como aplicar este instrumento", diz ela. Há sistemas mais complexos que contemplam o cruzamento das emissões com as unidades de PIB, por exemplo.
Na construção do mercado de emissões, há algumas abordagens mais comuns, segundo o estudo. Em alguns casos ocorre a distribuição gratuita de permissões de emissão, em outras, ela é leiloada. Também são criados mecanismos de compensação e flexibilidade. A Europa estuda a criação de uma espécie de "banco central" para regulamentar o mercado.
Daniela Chiaretti
Fonte: Valor Econômico

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