sábado, 20 de abril de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 127


I – NOTÍCIAS

1- Shell afirma interesse em ativos da Petrobras no Golfo do México
A Shell está interessada em negociar ativos no Golfo do México com a Petrobras ou outros parceiros disse o presidente da Shell Brasil, André Araújo, na quinta-feira (18). Segundo o executivo, o Golfo do México é uma área estratégica para a companhia na exploração em águas profundas.
Já o CEO da Shell global, Peter Voser, diz que a companhia tem interesse em participar dos três leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para exploração de blocos no pré-sal, no offshore e de gás não convencional. Ele, porém, disse ser cedo para anunciar quais os alvos da companhia nos leilões.
"É precoce demais divulgar nossa participação nos leilões. Estamos fazendo avaliações técnicas para decidir de que forma e em que quantia faremos dos leilões. A Shell tem tecnologia e inovação para explorar no pré-sal, no onshore e no offhore. Todos nos interessam", disse Voser.
André Araújo ressaltou que, em encontro com a presidente Dilma Rousseff nesta quinta, ficou clara a continuidade dos leilões. "A perspectiva de continuidade dá grande conforto e reforça o interesse em aumentar participação da Shell no Brasil", disse.
Voser anunciou que, este ano ainda, a Shell irá perfurar seu primeiro poço para exploração de gás de xisto, em Minas Gerais, no Vale do Rio São Francisco.
Fonte: G1

2- Petrobras aprova contratação de 23 novas embarcações de apoio
PSV Petrel. Wilson Sons
A Petrobras aprovou na quinta-feira (18) a contratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam). As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil. Os preços apresentados foram competitivos, atendendo às métricas e orçamentos esperados.
Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcaçõesa serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano do Prorefam.
Desde 2009, foram contratados somente 56 navios, o que até agora provocou despesas internacionais com afretamentos de navios de apoio marítimo à produção de petróleo. Esses afretamentos atingiram, em 2012, o valor de US$ 3 bilhões, um crescimento de 22,8% sobre 2011 (dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq).
A Petrobras aprovou na quinta-feira (18) a contratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam). As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil. Segundo a estatal, "os preços apresentados foram competitivos, atendendo às métricas e orçamentos esperados".
Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcações a serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano do Prorefam.
Desde 2009 foram contratados somente 56 navios, o que até agora provocou despesas internacionais com afretamentos de navios de apoio marítimo à produção de petróleo. Esses afretamentos atingiram, em 2012, o valor de US$ 3 bilhões, um crescimento de 22,8% sobre 2011 (dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq).
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, afirmou que os estaleiros se consideram atendidos na busca de diálogo com a Petrobras. “Na visita à presidente Dilma Rousseff  recebemos a informação sobre a decisão tomada e estamos confiantes que uma nova etapa de conversações sobre as encomendas futuras foi aberta”, disse  o executivo à TN Petróleo.
*O texto foi alterado para acréscimo de informações às 14h49.
Fonte: Revista TN Petróleo

3- Wilson Sons inaugura segundo estaleiro no Guarujá
Guarujá II. Grupo Wilson Sons
O Grupo Wilson Sons inaugurou a segunda unidade da Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá (SP). Resultado de um investimento de US$ 60 milhões, o novo estaleiro dobra a capacidade de produção da companhia, que fabrica rebocadores e embarcações de apoio offshore.
O estaleiro, batizado de Guarujá II, possui dique seco com 26 metros de boca e 145 metros de comprimento. Com essas dimensões, será possível construir uma gama de embarcações maiores e mais complexas, entre elas PSVS (suprimento para plataformas de petróleo), AHTS (movimentação e posicionamento de âncoras e rebocagem oceânica), PLSVS (lançamento de tubulação e cabos submarinos), ROVSV (pesquisa e exploração) e ORSV (recolhimento de óleo).
“No Guarujá II, vamos contar com uma capacidade de produção para 5.500 toneladas/ano. Isso significa que o espaço comportará a construção, por ano, de aproximadamente quatro navios de apoio offshore e até seis rebocadores, além de uma embarcação sofisticada para terceiros”, prevê o vice-presidente de Estaleiros, Rebocadores, Offshore e Agenciamento da Wilson Sons, Arnaldo Calbucci.
A primeira embarcação construída no Guarujá II, um Platform Supply Vessels (PSV) série 4.500, deverá ser entregue à Wilson Sons Ultratug Offshore no próximo mês de julho. A companhia também iniciou a construção de um Remotely Operated Vehicle Support Vessel (ROVSV) encomendado pela Fugro Brasil, que será entregue no início de 2014.
“No total, serão construídos quatro PSVs e quatro rebocadores até o fim de 2013. O investimento dos negócios nessas novas embarcações é de mais de US$ 200 milhões”, afirma Calbucci.
Um importante diferecial do empreendimento será o dique seco, que permitirá a realização de reparos nas embarcações. “O Brasil tem mais de 400 embarcações offshore e 200 rebocadores. Os serviços de manutenção e docagem estão em pleno crescimento. Teremos condições de atender a nossa própria frota e ainda de terceiros”, explica Adalberto Souza, diretor executivo da Wilson Sons Estaleiros.
Empregos
As obras do Guarujá II empregaram cerca de 300 pessoas da construção civil de Guarujá e região. Atualmente, o novo estaleiro conta com 180 funcionários, porém esse efetivo chegará a 600 colaboradores quando atingida a sua capacidade máxima. Já o estaleiro Guarujá I, localizado próximo da segunda unidade, emprega hoje 670 pessoas.
Desde 2004, a Wilson Sons Estaleiros já produziu 41 embarcações, sendo 28 rebocadores e 13 PSVs.
Fonte: Revista TN Petróleo

4- Shell reforça planos para o Brasil e pode ir a leilões  
O presidente mundial da petroleira anglo-holandesa Shell, Peter Voser, reafirmou ontem o interesse da companhia em ampliar suas atividades no Brasil. O executivo confirmou que a empresa pode participar dos três leilões de blocos exploratórios que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve realizar em 2013.
"Estamos olhando para o Brasil com bons olhos. O Brasil faz parte do portfólio da Shell e queremos crescer ainda mais nos próximos anos e décadas aqui", afirmou Voser, em coletiva de imprensa sobre a celebração dos 100 anos de atividades da Shell no país. "É um mercado em crescimento e de grande importância para a Shell", completou.
Ontem pela manhã, o executivo se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília. Segundo ele, no encontro, foram discutidas oportunidades de negócios e o cenário futuro para o setor petrolífero do país, com a sinalização de continuidade dos leilões de blocos exploratórios.
A companhia está investindo US$ 2 bilhões na segunda etapa do projeto de Parque das Conchas, no bloco BC-10, na parte capixaba da Bacia de Campos, com expectativa de início de produção no segundo semestre. O executivo não comentou o volume de produção esperado para a região. A empresa também vai avaliar com os sócios a implantação da terceira fase do projeto, possivelmente em 2014. A anglo-holandesa é a operadora no BC-10, com 50%. Os demais sócios são Petrobras (35%) e ONGC (15%).
Segundo o presidente da subsidiária brasileira da Shell, André Araújo, a companhia já investiu US$ 4,4 bilhões desde que retomou as atividades de exploração e produção no país.
Voser também demonstrou otimismo e interesse com o desenvolvimento da produção de gás natural no Brasil. A companhia pretende perfurar no segundo semestre o primeiro poço exploratório na bacia de São Francisco, em Minas Gerais.
Apesar de não fornecerem informações sobre possíveis negociações em curso para compra de ativos da Petrobras, dentro do plano de desinvestimentos da estatal, os executivos reafirmaram o interesse pelo portfólio da brasileira no Golfo do México.
"A Shell está interessada em negociar no Golfo do México, que é uma das áreas mais estratégicas para a companhia em águas profundas. A gente vai continuar negociando com parceiros na região, inclusive com a Petrobras, sempre que houver oportunidade", afirmou Araújo.
Perguntado se as negociações com a Petrobras podem se estender para outras regiões, Voser respondeu que a empresa analisa constantemente oportunidades. "Compreendo que a Petrobras está remanejando sua carteira. E a Shell vai estudar quais são os itens de seu interesse. Isso é natural, é normal", afirmou.
Com relação às recentes mudanças políticas na Venezuela, onde Nicolás Maduro foi eleito presidente em um conturbado processo, Voser disse que a companhia vai "estudar a situação política" para definir a estratégia de investimentos naquele país.
Cláudia Schüffner e Rodrigo Polito
Fonte: Valor Econômico


5- Governo do RJ discute polo de subsea
Fonte: Revista TN Petróleo
Sob a coordenação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, a indústria conheceu pela primeira vez nesta quarta-feira (17) detalhes da estruturação do polo fluminense de subsea, que visa aumentar a atratividade do estado neste segmento, trazendo investimentos de fornecedores e subfornecedores de olho na demanda crescente do pré-sal. A expectativa é de que as encomendas, apenas da Petrobras, atinjam R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos.
Nessa primeira reunião, convocada pela Secretaria para articular os fabricantes de equipamentos submarinos de grande porte, e discutir a modelagem institucional do polo subsea, participaram cerca de 50 representantes das principais empresas fabricantes de equipamentos e fornecedoras diretas às operadoras. Na próxima sexta-feira (19), acontece a segunda reunião na Firjan, com os subfornecedores do setor de equipamentos submarinos da indústria de petróleo e gás.
“Esse foi um primeiro passo para começar a concretizar o polo de subsea”, avaliou o subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis.
Hoje, existem na cidade do Rio 35 empresas de subsea (27 de serviços e oito de produtos) instaladas, que empregam quase 1,2 mil funcionários. A ideia do novo polo é atrair fornecedores do segundo e terceiro elo dessa cadeia, contribuindo para a consolidação da diversificação da economia fluminense. Entre os equipamentos de subsea estão árvores de natal molhadas, cabeças de poço e conexões.
A modelagem do polo fluminense do setor começou a ser discutida há seis meses em parceria que envolve, além da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Petrobras, Firjan, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Sebrae-RJ e Rio Negócios. Na semana passada, o cônsul de negócios da Noruega no Rio, Rune Andersen, havia apresentado ao grupo que coordena a implantação do polo de subsea o modelo norueguês para este segmento.
O diretor de Política Industrial e Novos Negócios da Codin, Alexandre Gurgel, e o presidente da AgeRio, José Domingos Vargas, também apresentaram durante a reunião no Cenpes os mecanismos de atração de investimentos do governo do estado. Entre eles estão a concessão de incentivos fiscais e tributários, a disponibilização de um banco de áreas para novos empreendimentos, a busca de infraestrutura - como, por exemplo, água e gás - e a oferta de financiamentos.
Alexandre Gurgel também reafirmou a disponibilização de uma área especial, em Duque de Caxias, para novos fornecedores de subsea. O espaço, que já dispõe de licença prévia de instalação, tem 2 milhões de metros quadrados - tamanho máximo das áreas industriais da Codin. Outro espaço cogitado para nova oferta de indústria e serviços do setor foi apontado na reunião pelo diretor-executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad. A área tem cerca de 20 mil metros quadrados e tem como limites Benfica e Manguinhos, mais voltada para empresas tecnológicas, que demandam áreas menores.
Já o presidente da AgeRio ressaltou que a Agência Estadual de Fomento está prestes a aumentar de R$ 30 milhões para R$ 80 milhões sua linha de Credenciamento de Agente Financeiro da Finep, por meio do programa Inovacred. Os financiamentos do Inovacred serão destinados a projetos de inovação em produtos, processos, modelos de negócio e marketing.


II – COMENTÁRIOS

1- País voltará a ser autossuficiente em petróleo a partir de 2014
A Petrobras informou que, a partir do ano que vem, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da estatal, de seus parceiros e de outras empresas produtoras.
Segundo a empresa, a autossuficiência em petróleo tinha sido atingida em 2006, mas, entre 2007 e 2012, a demanda por derivados cresceu 4,9%, enquanto a produção aumentou 3,4%.
A curva de produção da Petrobras no Brasil apresentará crescimento contínuo até atingir a meta estabelecida pelo Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, que é 2,5 milhões de barris por dia em 2016, 2,75 milhões em 2017 e 4,2 milhões em 2020.
Em 2020, a Petrobras estima que terá capacidade de refinar 3,6 milhões de barris por dia, enquanto o consumo deverá ficar em torno de 3,4 milhões de barris diários. “A produção brasileira de petróleo passará, então, a superar a produção de derivados, o que também dará ao país a autossuficiência em derivados”, afirma a empresa, em nota.
Fonte: Agência Brasil

2- PRÉ-SAL ATRAI FABRICANTE DE DIRIGÍVEIS DA RÚSSIA
Fonte: Paulo Hora/Petronoticias
De olho no setor de exploração das bacias do pré-sal, a Ros Aero Systems, empresa russa que fabrica dirigíveis, pretende aumentar seus negócios no Brasil. Segundo o representante da empresa no país, Alexey Lazarev, os dirigíveis podem ser úteis para o transporte de equipamentos e de pessoal para as plataformas. Lazarev afirma que a empresa, ainda com poucos negócios no Brasil, tem planos para a produção de dirigíveis no país em larga escala, tanto para uso doméstico quanto para exportação, aproveitando um acordo russo-brasileiro de cooperação científica e de transferência de tecnologias.
Que tipos de equipamentos da Ros Aero Systems são utilizados nas atividades do setor de óleo & gás?
Nossos aparelhos são eficazes para exploração, transporte e pesquisa no setor de óleo & gás. Dirigíveis nossos, de vários tipos, movem pesos de 70 toneladas e já temos projetos para aumentar essa capacidade para 170 toneladas. Esses dirigíveis são muito eficazes para substituir equipamentos, já que não há como fazer isso utilizando helicópteros, por exemplo, que transportam, no máximo, 20 toneladas.
Quanto custam o aluguel e a venda de um dirigível que transporta 70 toneladas?
O preço de cada dirigível é calculado conforme a configuração feita na base do pedido do cliente, mas de toda forma é de duas a três vezes mais baixo que o preço de aviões e helicópteros análogos, caso haja. É importante levar em conta a correlação tonelada/km que, no caso de aplicação de dirigíveis, fica na mesma faixa, ou até maior, que a do uso correspondente de caminhões de grande porte (40 t).
Além de mover cargas, quais são os outros usos para os dirigíveis da Ros Aero Systems nesse setor?
Devido a seu raio de ação muito grande, eles servem, também, para o transporte de pessoal para os campos do pré-sal, que estão muito longe da costa.
Que tipos de empresas já demonstraram interesse nos dirigíveis da Ros Aero Systems?
A EBX, a Petrobrás e algumas elétricas já demonstraram interesse. Eu tenho a informação de que a Petrobrás já afirma, internamente, que não se pode descartar o uso de dirigíveis nas atividades offshore.
Para que tipos de serviços a Ros Aero Systems já forneceu dirigíveis no Brasil?
São negócios ainda muito casuais, estamos em uma fase de preparação. O Brasil ainda utiliza os dirigíveis de aluguel dos EUA. Acreditamos que a demanda brasileira chegará a 500 dirigíveis nos próximos anos e que nós teremos condições de fornecê-los.
A empresa fabrica dirigíveis no Brasil?
Devido a um acordo Brasil-Rússia, também podemos fabricar dirigíveis aqui para exportar. A Ros Aero Systems está se preparando para criar uma joint-venture no Brasil, que fabricará dirigíveis na base de transferência de tecnologias.
Existe algum projeto para o país no curto prazo?
Prefiro não anunciar detalhes da parte brasileira agora, visto que é um assunto delicado. Temos três projetos de dirigíveis de 15, 55 e 170 toneladas. A engenharia deve ser desenvolvida passo a passo, do mais simples para o mais complexo, mas não há limites para o aumento da capacidade.
Em que áreas relacionadas à energia os dirigíveis podem ser aplicados?
Os dirigíveis são usados no controle de linhas de transmissão, na construção de linhas elétricas e no transporte de equipamentos para as centrais elétricas, como uma torre de apoio, por exemplo. 
E os outros usos, em geral, para os dirigíveis?
Podem ser usados para segurança e turismo. Temos dirigíveis que funcionam como hotéis voadores, com capacidade de percorrer 5.000 km ininterruptos, distância maior que a extensão do território brasileiro, tanto de norte a sul quanto de leste a oeste, a uma velocidade de 200 km/h.
Em quais países a Ros Aero Systems tem mais mercado atualmente?
Muito em devido ao lobby da aviação, nós, infelizmente, ainda não atingimos uma produção significativa de dirigíveis. Temos cerca de 100 pelo mundo. A maior parte está na Rússia, na França e no Canadá, mas outros países, como China, Índia e Indonésia, também têm manifestado interesse. Precisamos elevar nosso patamar para uma produção em cadeia.
Qual a dimensão dos impactos ambientais causados pelo funcionamento dos dirigíveis?
Enquanto os helicópteros podem voar por três horas, consumindo 2.100 litros de combustível, os dirigíveis podem voar por 24 horas, gastando cerca de 1.150 litros, e quase não poluem o ambiente. Os dirigíveis não precisam da mesma estrutura que os aviões, que necessitam de pistas, e também não causam a mesma poluição sonora.

3- Os milagres do pré-sal  
O ex-presidente da Petrobras, dr. Sérgio Gabrielli, em veemente defesa da opção pelo pré-sal, anunciou na Folha, em 3 de abril último, que a produção do pré-sal havia atingido 300 mil barris por dia em apenas sete anos. Uau! Por que será que este anúncio não foi feito pela atual presidente da empresa?
Acontece que, em sintonia com essa declaração, vasta propaganda da Petrobras anunciou, inicialmente, 200 mil barris/dia, para ser imediatamente corrigida para os 300 mil barris/dia do dr. Gabrielli.
Tudo bem: que sejam 300 mil. Então, se a tecnologia já permite esse nível de produção, por que essa suposta imensa atividade em pesquisa que envolveria 120 universidades e institutos de Pesquisas, como diz o ex-presidente? Uau! Eu não sabia que o Brasil já possui 120 Institutos e Universidades de Pesquisas.
Essa iniciativa parece, pois, mais um programa de cooptação de apoio político. Há, contudo, males que vêm para o bem. Palmas para a Petrobras.
Outra dúvida: se a produção total nacional não aumentou, será que aquelas contribuições devidas a águas profundas e continente decaíram em tão pouco tempo esses 300 mil barris/dia?
Todavia o que não se explica é como pode a OGX, empresa criada para explorar o pré-sal e que teve o privilégio da escolha das melhores áreas, pois contratou da própria Petrobras equipe especializada, estar hoje em situação tão difícil, tendo seu valor de mercado decaído a 13% de seu valor inicial, ou seja, uma queda de 87%.
Como é possível que áreas adjacentes sejam uma o sucesso triunfante que o dr. Gabrielli alardeia e outra, o retumbante fracasso representado pelo reconhecidamente experto empresário Eike Batista?
Mas tudo bem, pois concomitantemente anuncia a Petrobras que dinheiro não falta e que pretende investir cerca de US$ 237 bilhões para viabilizar os 30 bilhões de barris que seu ex-presidente e agora porta-voz anuncia.
Aliás, a última declaração da presidente Dilma Rousseff, de cuja credibilidade ninguém duvida, sobre o assunto foi que a reserva do pré-sal seria a metade daquela revelada hoje pelo ex-presidente da Petrobras.
Mas teria a opção pré-sal sido inteligente? Esse valor de US$ 237 bilhões é muito superior àquele calculado para os investimentos necessários para uma produção deetanol suficiente para substituir 10% da gasolina do mundo. ("Can Brazil Replace 10% of the 2025 Gasoline World Demand with Ethanol?" Energy, V.34, p. 655-661, 2009, Rogério Cezar de Cerqueira leite et. al.).
A produção de combustíveis líquidos seria, nesse caso, entre duas e três vezes maior que a esperada do pré-sal, de 1,5 a 2 milhões de barris/dia --com a diferença de que o petróleo do pré-sal duraria 50 anos, enquanto o etanol é renovável, ou seja, eterno. E isso se de fato as reservas do pré-sal forem de 30 bilhões de barris, como diz o "insuspeito" porta-voz.
Além do mais, os cálculos realizados para o etanol incluem a logística (inclusive alcooldutos) e se restringem à primeira geração, excluindo ainda cogeração, tecnologias, que hoje já estão desenvolvidas e que, se incluídas, aumentariam expressivamente a produtividade do etanol.
Para tal produção bastariam 10 a 15% da área hoje utilizada para pastagem, ou outra equivalente. Se, entretanto, acreditarmos na presidente Dilma, a produção média em 50 anos de petróleo do pré-sal seria apenas a metade da mencionada acima, ou seja, entre 750 milhões e 1 bilhão de barris.
Talvez seja por essas e outras que a presidente da Petrobras, quebrando uma longa tradição, deixou de se comprometer, delegando a um porta-voz a notícia espalhafatosa.
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Fonte: Folha de S. Paulo
Físico, professor emérito da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

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