sábado, 16 de março de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 124


I – NOTÍCIAS

1- Subsea 7 fecha contratos de US$ 300 milhões com a Petrobras
A Subsea 7 fechou três contratos com a Petrobras que, juntos, somam US$ 300 milhões. Os acordos preveem a instalação, a partir deste ano, de sistemas submarinos nos campos de Sapinhoá e Lula Nordeste. 
Dois contratos são relativos à instalação de linhas flexíveis para compor o sistema de Lazy Wave Risers de Sapinhoá e Lula NE, em profundidades de aproximadamente 2.100 m. A terceira contratação, remunerada por uma taxa diária não revelada, é relativa aos serviços de EPC para instalação de umbilicais e linhas, a serem fornecidos por terceiros. 
Em Sapinhoá, localizado no bloco BM-S-9, a Petrobras já produz desde janeiro, através do FPSO Cidade de São Paulo - que tem capacidade para produzir 120 mil bpd e comprimir 5 milhões de m³/dia. Já o primeiro óleo de Lula Nordeste está previsto, de acordo com o Plano de Negócios 2012-2016, para maio. O projeto piloto do campo será conduzido pelo FPSO Cidade de Paraty, que possui capacidade para produzir 120 mil bpd.
Fonte: energia hoje

2- Cameron fecha contrato para fornecer 47 ANMs para a Petrobras
A Cameron recebeu um pedido da Petrobras de cerca de US$ 600 milhões para o fornecimento de 47 árvores de natal molhada (ANM) e outros equipamentos subsea. 
O início da entrega dos equipamentos, que serão destinados à produção de petróleo no pré-sal e no pós-sal brasileiro, está previsto para 2014. 
A encomenda será atendida pela fábrica da Cameron no Brasil, cuja expansão deve ser concluída neste semestre, segundo informou o presidente da Cameron, Jack B. Moore.
Fonte: energia hoje

3- Mercado de perfuração offshore aquecido no Oriente Médio e África
As despesas anuais com perfurações offshore no Oriente Médio e na África podem atingir US$ 17 bilhões em 2016. O aumento dos custos, de 25% na comparação com os gastos de 2012, deve-se ao crescimento de descobertas offshore nas regiões, o que deve puxar investimentos em atividades de exploração, segundo o último relatório da GBI. 
De acordo com a consultoria, as despesas com perfurações offshore na região devem saltar de US$ 13,56 bilhões em 2012 para US$ 17,03 bilhões em 2016. Durante esse período, a expectativa é que as despesas atinjam, no acumulado, US$ 77,3 bilhões, um aumento de aproximadamente 22% em relação ao período 2007-2011. 
Os gastos com perfurações devem aumentar em todos os países da região, com destaque para os países da África ocidental. A atividade crescente em países inseridos recentemente na indústria de perfurações offshore, como Serra Leoa e Libéria, contudo, pode gerar uma futura concorrência com os países da África ocidental, que já estão estabelecidos no setor. 
Gana, com 16 descobertas offshore entre 2008 e 2012, é vista como um dos países com maior potencial de exploração de petróleo e gás. Apenas Angola, com 22 descobertas durante o mesmo período, está à frente.
Fonte: energia hoje

4- HRT consegue mais quatro anos para explorar blocos na Bacia de Solimões
A HRT conseguiu uma extensão de quatro anos no prazo de concessão para explorar dez blocos onshore no sul e leste da Bacia do Solimões. A autorização da ANP permite que a campanha continue operando as áreas, em parceria com a TNK-Brasil (45%), até março de 2017. 
A decisão é válida para os blocos: SOL-T-151, SOL-T-174, SOL-T-196, SOL-T-197, SOL-T-192, SOL-T-214, SOL-T-215, SOL-T-216, SOL-T-217 e SOL-T-218. Juntas, as áreas somam mais de 27 mil km² 
Em 2012, a HRT perfurou seis poços na Bacia de Solimões e obteve resultados positivos de gás em cinco deles, incluindo os poços HRT-5, HRT-9 e HRT-10, localizados ao sul da bacia. 
A expectativa é de que o potencial da região aumente nos próximos anos e novas descobertas sejam declaradas.
Fonte: energia hoje

5- Finep tem novo diretor
A presidente Dilma Rousseff nomeou Cláudio Guimarães Júnior diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O novo diretor já ocupou diversos cargos executivos no Banco do Brasil, de 2002 a 2012. Entre eles, o de diretor de Finanças e o de gerente executivo de Operações Financeiras.
Após a compra da Nossa Caixa pelo Banco Brasil, o executivo ocupou o cargo de diretor Financeiro e de Relações com Investidores do Nossa Caixa. Entre janeiro e março de 2013, esteve no Banco Fator, onde foi superintendente executivo.
A Finep é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tem como missão promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas.
Fonte: Agência Brasil

6- Terminais de contêineres prometem investir R$ 11 bilhões
São Paulo - As empresas de terminais de contêineres prometem investir, em cinco anos, R$ 10,8 bilhões na expansão e modernização das instalações, se o governo federal antecipar a renovação dos contratos de arrendamento. A proposta foi apresentada à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e à comissão mista do Congresso, que analisa a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. A ideia é aproveitar as discussões e garantir a prorrogação por mais 25 anos.
Os contratos têm datas de vencimento variadas, nos próximos cinco, dez ou 20 anos, mas empresas querem evitar problemas no futuro, como houve em outras áreas. A prorrogação dos arrendamentos, em alguns contratos, fica a critério dos administradores portuários, que podem ou não aceitar a renovação, informa o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli.
"Fizemos um documento com apoio de várias associações e entregamos ao governo federal. A proposta permitirá a antecipação de investimentos", afirma. Para as empresas, que têm terminais nos portos organizados, essa é uma contrapartida à liberação dos terminais privados, fora dos portos públicos.
Desde antes das discussões, os empresários reclamam da falta de isonomia entre os terminais arrendados e os terminais privados. Além da questão da mão de obra e dos custos administrativos, eles destacam a questão do tempo que os novos terminais terão para explorar a atividade portuária.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)


II – COMENTÁRIOS

1- Governo lança Plano Inova Empresa com investimentos de R$ 32,9 bilhões
Lançamento do Programa Inova Empresa
O governo federal lançou o Plano Inova Empresa, para tornar as empresas brasileiras mais competitivas no mercado global por meio da inovação tecnológica e aumento da produtividade. Os recursos, da ordem de R$ 32,9 bilhões, serão aplicados em 2013 e 2014 e beneficiarão empresas de todos os portes dos setores industrial, agrícola e de serviços.
Do total, R$ 20,9 bilhões serão ofertados por meio de crédito para empresas, com taxas de juros subsidiadas de 2,5% a 5% ao ano, quatro anos de carência e 12 anos para pagamento. As subvenções econômicas às empresas representarão R$ 1,2 bilhão, enquanto o fomento para projetos em parceria entre instituições de pesquisa e empresas, R$ 4,2 bilhões. O governo também vai aplicar R$ 2,2 bilhões em participação acionária em empresas de base tecnológica.
As linhas de financiamento serão executadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, apresentou o plano durante a reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, o Plano Inova Empresa é um passo para a consolidação da ciência, tecnologia e inovação como eixo estruturante e sustentado da economia brasileira.
O governo informou que o plano também deve receber mais R$ 3,5 bilhões por meio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para atividades de pesquisa e inovação no setor de telecomunicações. Esses recursos ainda dependem do término do processo de regulação do setor, que está sob consulta pública.
O comitê gestor do plano será formado pela Casa Civil da Presidência e pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior e da Fazenda, além da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.
Fonte: Agência Brasil

2- No horizonte, apagões 
Nos dez anos de governo do PT a política energética pode ser dividida em dois períodos.O primeiro vigorou até a crise econômica mundial de 2008 e foi caracterizado pelo incentivo a novos investimentos e pela preocupação com a garantia de suprimento. No setor de petróleo o governo manteve o marco regulatório, dando continuidade aos leilões de petróleo, e a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, como era pequena, penalizava pouco o caixa da Petrobras. Os biocombustíveis viveram seu melhor momento nesse período.
Todos lembram que o presidente Lula anunciava aos quatro cantos do mundo que o Brasil seria a Arábia Saudita verde. É nesse período que o governo lança o Programa do Biodiesel e os investimentos, a produção e o consumo de etanol batem recordes. No biodiesel o governo estabelece a meta da mistura como diesel em 5% e assim dá previsibilidade, o que levará à construção de várias unidades de produção. No etanol a política de preços da gasolina permite competitividade ao etanol, fazendo com que autoridades do governo afirmassem que a gasolina no Brasil passaria a ser o combustível alternativo.
No setor elétrico, o governo, preocupado em enviar novo racionamento, de uma forma inteligente removeu leilões de oferta de energia para omerado cativo e manteve o mercado livre. As regras dos leilões beneficiavam a vitoria das térmicas,dentro da ideia de garantir o abastecimento. Nesse período, o governo acreditava que a melhor maneira de aumentar a oferta de energia elétrica seria através da concorrência.
Com a chegada da crise econômica e com o anúncio da descoberta do pré-sal, a política energética brasileira muda de rota. A nova rota será caracterizada pelo maior intervencionismo do Estado, pelo populismo dos preços. O primeiro setor vítima da nova política energética foi o do petróleo. A descoberta do pré-sal foi o álibi que os nacionalistas xiitas do PT precisavam para fechar o mercado do petróleo no país. Desde 2008 não foram realizados mais leilões e foi aprovado um novo marco regulatório, que dá um tratamento diferencial para a Petrobras. Ao mesmo tempo, o governo, tentando evitar que a crise econômica causasse maiores impactos no país, incentivou a venda de automóvei.
Uma das políticas adotadas para aumentar a venda de automóveis foi congelar o preço da gasolina. A política de congelamento incentivou o crescimento do consumo e das importações de gasolina, ferindo demorte o caixa da Petrobras. Ou seja,o governo deumais deveres e retirou os direitos da empresa de ter liberdade de fixar os preços dos seus produtos. Nesse período os biocombustíveis viveram e vivem seu inferno astral. O projeto Arábia Saudita verde morreu. Não existe mais marco regulatório, com o congelamento do preço da gasolina o etanol perdeu inteiramente sua competitividade, levando a uma quebradeira de inúmeras usinas, e o biodiesel está comuma enorme capacidade ociosa e sem nenhuma previsibilidade do que vai ocorrer com o percentual de mistura.
No setor de energia elétrica o governo abandonou a preocupação com a garantia de abastecimento e passou a ter uma política dedicada, exclusivamente, àmodicidade, oumelhor , ao populismo tarifário.Oclímax dessa política foi a publicação no ano passado daMP 579, que ignorou a necessidade de novos investimentos e promoveu um subsídio nas tarifas nummomento de escassez de energia.
A escassez de energia, causada pela falta de chuvas, tem obrigado o governo a ligar as térmicas a gás, a carvão e a óleo, todas mais caras que as hidrelétricas. Isso deverá anular amaior parte da redução de energia, principalmente, no setor industrial. E o que é pior: deverá obrigar o governo a dar soluçõesmais atrapalhadas e completamente fora da lógica de mercado para preservar a artificialidade da redução dos preços vindos por Lei.
A atual política energética confunde energia barata comenergia competitiva e isso no curto prazo destruiu a Petrobras e a Eletrobras e, no longo prazo, promoverá apagões.
*Texto originalmente publicado no O Globo. 
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE)

3- Oportunidade histórica para o biodiesel 
O Brasil tem uma chance histórica de mudar para melhor a sua matriz de combustíveis. Todas as condições estão dadas para o governo ampliar, imediatamente, de 5% para 7% a mistura de biodiesel ao diesel mineral e estabelecer um porcentual bem mais elevado para 2020. Desde 2010, o índice de 5% de mistura obrigatória de biodiesel ao diesel consumido no mercado doméstico não evolui, apesar de a oferta de matérias-primas ser muito superior à demanda.
Em 2013, pela primeira vez, o Brasil será o maior produtor mundial de soja em grão, deslocando os EUA dessa posição. O País deverá produzir mais de 82 milhões de toneladas de soja, dos quais 38 milhões serão processados em fábricas esmagadoras. Com isso, haverá disponibilidade recorde de 7,4 milhões de toneladas de óleo de soja, suficiente para garantir o aumento da participação de biodiesel na matriz de transportes brasileira, sem prejuízo do consumo alimentar, industrial ou das exportações.
Atualmente, cerca de 76% do biodiesel produzido no Brasil tem a soja como matéria-prima, seguida de 17% de sebo bovino e 4% de óleo de algodão. Há, ainda, melhor aproveitamento de resíduos, como nos casos do óleo de fritura usado e do sebo bovino. Como se sabe, o biodiesel polui substantivamente menos do que o diesel mineral, e o impacto inflacionário de um aumento do porcentual na mistura seria mínimo. Quando consumido no Brasil, o biodiesel de soja é responsável por reduções superiores a 70%, em comparação com o diesel mineral europeu, segundo estudo da Delta CO2, empresa ligada à Esalq-USP.
Do ponto de vista da inflação, estudos mostram que o aumento do uso de biodiesel geraria alterações imperceptíveis nos índices de preços IPCA, IGP-M e IPA. A adoção imediata do B7 (7% de biodiesel misturado ao diesel mineral) provocaria um aumento próximo a R$ 0,01 nos preços das passagens de ônibus urbanos. A mesma evolução no porcentual de mistura (B7) elevaria o custo da cesta básica nacional em algo como R$ 0,20/unidade.
Em termos de dependência energética, constata-se que, ao menos no curto e no médio prazos, a maior inserção do biodiesel reduziria a necessidade de importação de diesel mineral. Hoje essas importações representam cerca de 20% do consumo interno de diesel. Outra vantagem é a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar, que forneceu para a produção de biodiesel quase 2 milhões de toneladas em matérias-primas em 2011.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mais de 100 mil famílias brasileiras que produzem biodiesel estão vinculadas à agricultura familiar. Em 2011, cada família recebeu, em média, R$ 14.500 no âmbito do PNPB, além de assistência técnica especializada. O setor gerou cerca de 86 mil empregos naquele ano.
Grandes instalações, com capacidade de produção de mais de 700 mil m³, devem iniciar operações de produção de biodiesel nos Estados de MT, PR, SC e RS ainda em 2013. A capacidade industrial nacional de produção gira em torno de 7,40 milhões de m³/ ano. Em 2012 o País produziu 2,71 milhões de m³ e, em 2011, 2,67 milhões de m³. Temos, pois, condições de assegurar o abastecimento, se a mistura passar a ser o B7, apenas utilizando a capacidade não utilizada.
O setor de biodiesel reúne 61 empresas autorizadas a comercializar biodiesel, das quais 70% operam ativamente nos leilões bimestrais promovidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em termos agregados, o setor movimentou, só nas vendas dos leilões ANP, cerca de R$ 6 bilhões, em 2011 e em 2012. Esse é o mercado predominante no País. Mas há ainda vendas a frotas cativas, por exemplo, em projetos de ônibus urbanos movidos a B20, em São Paulo e Curitiba.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial do biocombustível, atrás de EUA, Argentina e Alemanha, e tem plenas condições de assumir a liderança mundial nesse mercado, seguindo sua tradição de incentivo às energias renováveis. A sociedade brasileira ganha com o incentivo ao uso de mais biodiesel na mistura com o diesel mineral. 
Carlo Lovatelli - Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.
Fonte: O Estado de S. Paulo

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