segunda-feira, 3 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 98

I – NOTÍCIAS

1- Lucro da petrolífera russa Lukoil cai 69% no segundo trimestre
A Lukoil, maior petrolífera privada da Rússia, reportou queda de 69% no lucro líquido do segundo trimestre, devido ao efeito negativo de impostos de exportação e à queda dos preços de petróleo.
O montante, calculado sob os princípios de contabilidade GAAP, totalizou US$ 1,02 bilhão, comparado com os US$ 3,25 bilhões no mesmo período de 2011. O resultado ficou abaixo da projeção média de US$ 2,51 bilhões estimada por seis analistas consultados pela "Dow Jones".
A receita líquida da companhia caiu 7,2% no trimestre, para US$ 32,4 bilhões, também abaixo das estimativas dos analistas, de US$ 33,2 bilhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 35,2%, para US$ 3,46 bilhões, inferior ao consenso de US$ 3,97 bilhões.
No segundo trimestre, a produção diária de hidrocarbonetos da Lukoil foi 0,8% menor do que a de igual período anterior, atingindo 2,14 milhões de barris de óleo equivalente (BOE).
Fonte: Valor Online

2- Petrobras busca sócio estrangeiro para refinarias
A Petrobras deve acelerar negociações com grupos estrangeiros para construir suas novas refinarias, deixando claro que vai manter para si o controle acionário dos futuros empreendimentos. "Há muitas empresas internacionais interessadas. A Petrobras está conversando e poderá chegar a um entendimento com elas. Japão, China, Estados Unidos e outros países já manifestaram seus interesses de se associar", afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O ministro citou a refinaria Premium I, que está sendo construída no Maranhão, como forte candidata a receber investimentos da China. "Os chineses me procuraram durante a Rio+20, em junho, e desejam uma parceria com a Premium I", disse Lobão. "Estou marcando um encontro deles com a presidente da Petrobras, [Graça Foster], para que desenvolvam entendimentos e cheguem a uma conclusão."
Com capacidade para produzir 600 mil barris por dia de derivados de petróleo, a refinaria maranhense é orçada em até R$ 40 bilhões, segundo o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sua entrada em operação está prevista para outubro de 2017, mas pouco foi feito até agora. No fim de abril, apenas 1,2% das obras haviam sido executadas. O projeto terá como foco produtos de nível "premium", ou seja, elevada qualidade e baixíssimo teor de enxofre.
Lobão descartou a possibilidade de que aporte de capital por sócios estrangeiros seja compensado, no futuro, com o envio de petróleo ou de derivados pela Petrobras. "O estrangeiro vai investir, se tornar sócio e participar dos resultados da companhia", afirmou o ministro. "O fato é que há interessados e a Petrobras não se furta a isso, não pretende ser dona sozinha. Ela vai conservar a maioria das ações em qualquer circunstância, mas sócios minoritários ela admite perfeitamente."
No segundo trimestre de 2012, pela primeira vez em 13 anos, a Petrobras apresentou prejuízo líquido - que chegou a R$ 1,3 bilhão no período. Em junho, ao divulgar o plano de negócios quinquenal da estatal, Graça Foster traçou metas "realistas" e levantou dúvidas no mercado sobre o ritmo dos investimentos nas refinarias. Além da Premium I, no Maranhão, a Petrobras tem outros três projetos em curso: a Premium II (Ceará), a Abreu e Lima (Pernambuco) e o Comperj (Rio).
Evitando jogar mais especulações sobre um novo aumento dos combustíveis, o que daria fôlego financeiro à Petrobras, Lobão afirmou que o governo "não cogita reajuste neste instante".
Ele deixou claro que, na próxima vez, um aumento de preço na refinaria chegará às bombas e será sentido pelos consumidores finais. Nos dois últimos reajustes, no ano passado e neste ano, o governo conseguiu neutralizar o reflexo do aumento por meio de reduções nas alíquotas da Cide para o diesel e para a gasolina.
Como as alíquotas foram zeradas, a única forma de evitar um repasse para o preço final é desonerando os combustíveis de tributos federais, como o PIS/Cofins. O ministro não leva em conta essa possibilidade. "Não há mais espaço para redução de tributos, evitando o repasse para a bomba. Agora, seria repasse mesmo", afirmou. Ele ressaltou, porém, que não existem discussões sobre um novo reajuste. "O governo não cogitou isso ainda. No instante em que cogitar, certamente avaliará todas as alternativas e variantes, levando-se em conta a necessidade de manter a inflação baixa", acrescentou.
Senador licenciado e hábil negociador político, Lobão disse acreditar na aprovação da nova lei de distribuição dos royalties, pela Câmara dos Deputados, até o fim deste ano, após as eleições municipais. Se isso realmente ocorrer, ele promete que o primeiro leilão de petróleo na área do pré-sal, seguindo o novo modelo de partilha da produção, sai em 2013. "Tão logo ela [a lei dos royalties] seja votada e sancionada, o CNPE se reunirá para examinar o assunto e pedir autorização da presidente para uma nova rodada, que já incluirá o pré-sal."
"Essa lei é de fundamental importância e dependemos dela, pelos riscos de termos decisões do governo sendo questionadas no poder judiciário", continuou Lobão, lembrando que o Senado já aprovou a nova distribuição dos royalties e que os dois outros projetos formulados pelo governo - um trata do modelo de partilha da produção e outro cria uma estatal responsável pelos contratos do pré-sal - já tiveram sanção da presidente Dilma Rousseff. O ministro destacou ainda que ela só autorizará a realização da 11ª de exploração de novas áreas de petróleo e gás, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), após a aprovação do último projeto, "exatamente pelo receio de que essa decisão possa parar na Justiça". O CNPE aprovou a 11ª rodada em abril do ano passado.
Fonte: Valor Econômico

3- Importação de derivados de petróleo custará US$ 146 bi ao Brasil até 2017
Mesmo com a recuperação da produção de cana prevista para a próxima safra e o aumento na produção de álcool, o Brasil precisará continuar importando combustíveis para atender a demanda.
O país gastará US$ 146 bilhões até 2017 com importações de derivados de petróleo, segundo projeção da LCA Consultores. Neste ano, a gasolina e o diesel respondem por metade das compras externas de derivados.
O auge das importações ocorrerá em 2014, quando o país será obrigado a buscar, no exterior, US$ 26,3 bilhões em derivados de petróleo -aumento de 23% em relação ao estimado para este ano.
A partir de 2015, quando a Petrobras começa a operar novas refinarias, as importações cederão, diz o economista Rodrigo Nishida, da LCA.
Mas, já em 2017, devido ao crescente consumo, a necessidade de compras no exterior voltará a subir.
O comportamento das importações de derivados de petróleo é uma das razões para o aumento do deficit da balança comercial.
No entanto, a herança do setor para a conta de comércio será positiva no longo prazo, devido ao petróleo bruto.
Caso as previsões de produção da Petrobras e de outras petrolíferas se confirmem, o país exportará US$ 65,2 bilhões em óleo em 2017, ante US$ 23,5 bilhões estimados para este ano.
Com o aumento, de 177%, a balança comercial de petróleo e derivados passaria do deficit de US$ 2,9 bilhões em 2012 para superavit de US$ 35,2 bilhões em seis anos.
Tudo dependerá do sucesso na exploração do pré-sal, que ainda é uma incógnita.
01/09/12Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo

4- Entenda as diferenças entre combustível comum e aditivado
Você para seu carro na frente de uma bomba de combustível em um posto, e o frentista pergunta se o abastecimento será com gasolina comum, aditivada ou premium. Pelo menos uma vez na vida todo motorista já se perguntou com qual combustível encher o tanque.
Quais são as principais diferenças entre o combustível comum, aditivado e premium?
De acordo com Remo Lucioli, diretor da Inforlub Brasil, empresa especializada em lubrificação automotiva, a gasolina comum não contém aditivos de limpeza e dispersantes. Isso significa que, ao longo do tempo, há o acúmulo de detritos no motor e no sistema de combustão. A gasolina aditivada traz uma série de detergentes especiais misturados ao combustível, que trabalham para "limpar" todo o sistema do veículo. Por último, a gasolina premium, assim como o combustível aditivado, traz componentes de limpeza especiais, porém tem mais octanas, e emite menos enxofre durante a queima, causando menos impacto ambiental, já que polui menos.
O motor fica mais econômico quando se usa combustível aditivado?
Segundo, Francisco Satkunas, engenheiro e conselheiro da SAE Brasil, a função do combustível "especial" e dos aditivos está apenas relacionada com a limpeza dos componentes internos e não no aumento de rendimento ou na performance do motor.
Usar gasolina aditivada tem o mesmo efeito que usar gasolina comum e de tempos em tempos usar um aditivo?
Satkunas e o consultor técnico da Fiat, Ricardo Dilser, defendem que os aditivos não são certificados, e não é possível saber as reais substâncias presentes. Logo, não é recomendado usar aditivo, apenas o combustível aditivado. Para Lucioli, o efeito da combustível aditivado é o mesmo que a combinação gasolina e aditivos, mas sua proporção deve seguir as indicações do fabricante do aditivo. Segundo ele, a vantagem é um controle efetivo da aditivação, sem o risco de fraude existente nos postos.
O que são os chamados "detergentes" presentes no combustível aditivado?
Satkunas explica que os detergentes da gasolina são hidrocarbonetos específicos para a limpeza e nada têm a ver com o detergente de cozinha. É um detergente na acepção do termo, o que significa que tem ação detergente.
Por que alguns modelos sugerem o uso de gasolina aditivada?
Segundo Lucioli, isso acontece com base no fato de a gasolina aditivada ser um produto um pouco mais elaborado, como opção para uso em alguns veículos com tecnologia avançada com o intuito de manter o sistema de alimentação mais protegido garantindo assim um boa performance do motor. Dilser, da Fiat, no entanto, diz que a maioria das montadoras habilita os veículos para receber etanol, gasolina ou gasolina aditivada, no caso de modelos flex, e que a rodagem é a mesma com os três combustíveis.
Os motores atuais são modernos e não precisam de combustível aditivado?
Segundo Dilser, sim. Atualmente, existem sistemas de prevenção, que funcionam justamente para limpar as impurezas dos combustíveis, como injetores com sistema auto-limpante, e a gasolina aditivada é indispensável. Para Lucioli, a proposta da gasolina aditivada é manter um sistema de alimentação de combustível mais limpo e isso produz melhores resultados, mesmo em motores modernos.
Veja a diferença entre os tipos de combustíveis:Gasolina comum: A brasileira possui cerca de 25% de etanol em sua composição. Não possui corantes ou aditivos.Gasolina aditivada: possui detergentes que evitam a formação das chamadas gomas e protege o filtro e as tubulações do veículo. Também mantém os bicos injetores limpos.Gasolina premium: tem a maior octanagem entre as gasolinas vendidas, fator que permite melhor aproveitamento do potencial do motor.
Fonte: Portal Terra

5- Transpetro confirma mais prazo para EAS
31/08/12 - A Transpetro confirmou a prorrogação por 30 dias do prazo para que o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) cumpra uma série de exigências envolvendo contratos para a construção de 16 navios, em um total de R$ 5,3 bilhões. Inicialmente a empresa havia concedido três meses de prazo, que terminava hoje, para que o estaleiro se adequasse a três exigências: fechar acordo com parceiro internacional, apresentar um plano de ação e um cronograma confiável de construção, e entregar um projeto de engenharia que atendesse às especificações técnicas dos contratos.
A Transpetro justificou a decisão, antecipada pelo Valor na semana passada, em razão do acordo de assistência técnica fechado em junho com a japonesa IHI Marine United, das negociações para que os japoneses assumam participação acionário no EAS, e pelo fato de o estaleiro ter sinalizado solução de projeto de engenharia para a construção até o décimo navio.
O total da encomenda da Transpetro é de 22 petroleiros em contratos que somam R$ 7 bilhões. Do primeiro ao sexto navio, o projeto continua a cargo da Samsung, que deixou a sociedade em março. Mas o EAS tem a opção de contratar mais quatro embarcações (até o décimo navio) utilizando projeto da Samsung. A partir da 11ª embarcação, a ideia do EAS é cotar projetos no mercado, sendo que a IHI poderá participar da concorrência.
Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Região Centro-Sul recupera atraso na moagem de cana
Decorrida metade da safra de cana na região Centro-Sul, a produção de açúcares totais, matéria-prima para fabricar açúcar e etanol, dá sinais de que deve repetir a performance do ano passado.
Não é pouca coisa, e representa uma reversão da tendência anterior de queda de produção.
Quando não ocorre a renovação dos canaviais, o rendimento agrícola médio cai entre 8% e 10% a cada ano.
A produção deste ano indica o contrário, mas deve ainda ficar longe dos recordes atingidos em 2010, tanto em açúcar quanto em etanol.
As chuvas fora de época em maio e junho ajudaram a melhorar a condição geral dos canaviais, e o tempo seco em julho e neste mês têm permitido às usinas operar com aproveitamento de tempo bastante elevado, recuperando o atraso na moagem.
Na região Norte-Nordeste, a seca comprometeu parte da safra que começa a ser colhida a partir de setembro, e é provável que o início da moagem atrase um pouco.
O clima também tem afetado a produção da Índia, visto que até este mês as chuvas ficaram, no acumulado da safra, 28% abaixo da média, afetando principalmente os Estados de Maharashtra, Karnataka e Tamilnadu.
Os preços internos subiram 20% em julho, reduzindo a atratividade da exportação, e a safra indiana que começa em outubro deve ser menor do que os 26,15 milhões de toneladas registrados no ano passado (deve ficar entre 24 milhões e 24,5 milhões).
Na direção inversa, impulsionada por chuvas acima da média, a Tailândia deve continuar expandindo sua produção, sendo esperados 10,6 milhões de toneladas na próxima safra, com exportações de 8 milhões de toneladas. Também a China deve recuperar a produção em cerca de 2 milhões de toneladas, reduzindo suas importações.
Num cenário para o açúcar que indica mercados mais abastecidos, a vantagem do Brasil continua sendo a diversificação de sua indústria e sua flexibilidade industrial para produzir açúcar e etanol. Mas é inexorável o crescimento das demandas de açúcar e de etanol. Segundo a Organização Internacional do Açúcar, a demanda mundial deve crescer 28 milhões de toneladas até 2020.
O mercado interno de etanol hidratado continua com demanda potencial em crescimento, pela expansão forte e contínua da frota flex. E a demanda por etanol anidro está em crescimento no Brasil e no exterior.
O Brasil e os EUA, maiores produtores e consumidores mundiais de etanol, têm hoje mercados absolutamente livres para o etanol. Uma conquista que deve ser comemorada, valorizada e preservada a todo custo, e, se possível, expandida para outros mercados.
*Texto originalmente publicado na Folha de São Paulo, em 25/08/12
Plínio Nastari



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