sábado, 22 de setembro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 101


I– NOTÍCIAS

1- Escassez de talentos no setor de óleo e gás deve se agravar 
A grande maioria das empresas do setor de óleo e gás (77,8%) ouvidas em uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half ,segue otimista em relação às perspectivas de negócios no Brasil. O que preocupa boa parte dessas companhias (44,4%) para que consigam concretizar seus planos, no entanto, é principalmente a falta de mão de obra qualificada no mercado. Em seguida, os entrevistados citaram a carga tributária elevada e as incertezas em relação à economia global (ambos com 14,8%).
A escassez de talentos faz parte da rotina das empresas de óleo e gás não é de hoje, mas a situação deve se agravar em 2013 para quase metade dos pesquisados.
A saída para o problema tem sido buscar profissionais na concorrência - resposta de 37,5% -, investir na formação interna de talentos - 20,8% -, contratar estrangeiros e recrutar em outros setores - 12,5% para as duas últimas opções.
Segundo os entrevistados, a maior dificuldade é encontrar talentos com experiência na área, inglês fluente e capacidade de trabalhar em equipe. 
Adriana Fonseca
Fonte: Valor Online

2- Fortune´: Graça Foster é a executiva mais poderosa fora dos EUA 
A presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, foi apontada pela revista americana Fortune como executiva mais poderosa fora dos Estados Unidos.
Ela foi considerada mais influente do que executivas como Barbara Kux, da Siemens (Alemanha), e Cynthia Carroll, da Anglo American (Reino Unido).
A revista publica dois rankings separadamente, o das mulheres de negócios que trabalham nos EUA e o das que atuam em outros países, cada um com 50 pessoas. Na lista global, aparece mais uma executiva que atua no Brasil, a americana Grace Lieblein, presidente da subsidiária da General Motors no País.
No ranking dos EUA, a primeira é Ginni Rometty, da IBM, seguida pela indiana Indra Nooyi, da Pepsico, e Meg Whitman, da Hewlett-Packard. A apresentadora de televisão Oprah Winfrey aparece na 50ª posição.
A revista destacou Graça Foster na lista das 13 mulheres em ascensão. A publicação lembrou que "Graças lidera a maior produtora de petróleo em águas profundas do mundo, com receitas de US$ 146 bilhões, 84 mil empregados e uma produção de 2,6 milhões de barris de petróleo por dia". E acrescentou que a empresa tem um plano de investir US$ 236,5 bilhões em cinco anos e um projeto para mais do que dobrar a produção de petróleo, para 5,7 milhões de barris diários, até 2020. 
Fonte: Estadão Online

3- Bahia ganha complexo eólico de R$ 425 mi 
A geração de energia limpa segue em expansão na Bahia. No município de Brotas de Macaúbas, na região da Chapada Diamantina, foi inaugurado um parque eólico com 95 MW de capacidade instalada - energia suficiente para abastecer uma cidade com até 350 mil habitantes. O empreendimento, que pertence a Desenvix Energias Renováveis S.A, exigiu um investimento da ordem de R$ 425 milhões.
O Parque Eólico de Brotas de Macaúbas é formado por três usinas eólicas EOL Macaúbas, EOL Seabra e EOL Novo Horizonte. Juntas, elas possuem 57 turbinas em operação.
"A geografia privilegiada da Bahia, a presença de indústrias construtoras de aerogeradores no Estado e os estímulos ao investimento privado oferecidos pelo governo foram determinantes para o sucesso do empreendimento", comentou o sócio-diretor presidente da Desenvix, José Antunes Sobrinho, durante a solenidade de inauguração ocorrida na quinta e que contou com a presença do governador Jaques Wagner.
Além de ampliar a capacidade energética do Brasil e proporcionar uma energia limpa, o empreendimento beneficiou os moradores da região, com geração de emprego e renda. Durante a construção do complexo foram empregadas 600 pessoas, sendo 450 de mão de obra local.
O Parque Eólico de Brotas de Macaúbas é o segundo empreendimento deste tipo inaugurado este ano na Bahia. O primeiro foi o complexo eólico Alto Sertão I, em julho deste ano, e abrange os municípios de Caetité, Igaporã e Guanambi, na região sudoeste, considerado o maior da América Latina, com capacidade para fornecer energia a uma cidade com aproximadamente dois milhões de habitantes. 
Fonte: A Tarde 

4- Petrobras contratará 15 plataformas até 2017
A Petrobras irá contratar 15 plataformas de novembro deste ano até 2017, informou a presidente da Petrobras  Maria das Graças Foster. Para avançar nas contratações, a empresa avalia a capacidade de atendimento dos Estaleiros, disse, após participar da cerimônia de encerramento da Rio Oil & Gas, no Riocentro.
A executiva afirmou ainda que não investirá em negócios que não sejam a produção de petróleo e gás natural, respondendo a pergunta sobre o interesse da companhia em investir em aviação. "Definitivamente, não temos o interesse. Não é o nosso negócio", destacou.
Ela também disse que a estatal não vai permitir atrasos dos seus fornecedores. "A Petrobras não quer pagar multa. A Petrobras quer cumprir o seu papel", afirmou em referência à capacidade dos seus fornecedores de atender aos prazos acertados em contrato. "Não podemos permitir atraso", reforçou Graça, que demonstrou preocupação com a disponibilidade de sondas e plataformas para que a empresa alcance as metas de produção na década.
Para garantir que os cronogramas de construções de embarcações sejam cumpridos, a Petrobras verifica as condições de funcionamento dos estaleiros, disse a executiva. Fazem parte dos critérios de avaliação as condições financeiras, os parceiros e sócios e a cadeia fornecedora de bens e serviços dos estaleiro. "Antes de fechar um contrato, o estaleiro deve demonstrar que pode atender às exigências de conteúdo local", argumentou a presidente da Petrobras.
Fonte: AE / Fernanda Nunes, Sabrina Valle, Sérgio Torres

5- Petrobras contratará mais sondas nos próximos meses
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou em palestra na Rio Oil & Gas, que cinco das 33 sondas de perfuração para o pré-sal que serão fabricadas no Brasil serão contratadas "nos próximos meses". 
As outras 28, nas mãos da Sete Brasil, já estão contratadas. A gestora Ocean Rig, que venceu disputa no início do ano para gerir as cinco sondas, tem até a meia noite desta quinta-feira para apresentar propostas para aprovação pela Petrobras.
Ela também enviou recado ao setor de construção naval sobre atrasos na construção de plataformas. "Só é possível atingir a curva de produção de petróleo se os Estaleiros cumprirem com precisão o que foi assinado. Não pode atrasar", afirmou.
Maria das Graças apresentou os projetos de contratação de plataformas e sondas da estatal de 2012 a 2020, enfatizando que o seu trabalho é de continuidade dos projetos iniciados na gestão anterior, de José Sérgio Gabrielli. 
A presidente da Petrobras ressaltou que para alcançar a meta de produção de 4,2 milhões por dia de barris de petróleo e de líquido de gás natural em 2020 será necessário contar com 38 unidades de produção. Estão previstas 50 novas sondas de perfuração. "Temos um desafio com as sondas de perfuração que serão construídas no Brasil, de conteúdo local", destacou.
A executiva lembrou que "a prioridade A, B, C D da Petrobras é a curva de produção". Projetos de refinarias, plantas de fertilizantes, termelétricas etc vêm para complementar a produção, disse. Graça também lembrou que a companhia tem reservas provadas de 15,7 bilhões de barris e 15,8 de crescimento potencial, elevando o volume potencialmente recuperável para 31,5 bilhões de barris. "A curva de produção não sai de nossas mentes", disse. "Estamos apenas começando a nossa caminhada".
Fonte: AE / Sabrina Valle e Sérgio Torres

6- Brasil tem grande potencial para gás não convencional
Os reservatórios não convencionais foi outro tema abordado nos debates na Rio Oil & Gas 2012. Durante o painel, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) informou que calcula um potencial da ordem de 208 TCF recuperáveis de gás natural não convencional nas bacias do Parnaíba, Parecis e Recôncavo. 
Segundo Olavo Colela Junior, conselheiro da ANP, até agora há pouco investimento nesta técnica de exploração no Brasil, mas as empresas já se debruçam sobre o tema e a agência estuda uma regulação para o setor.
Bob Fryklund, vice presidente de pesquisa de energia da IHS Cera, informou ainda que falta regras de investimento que englobem mais os reservatórios não convencionais no Brasil. A falta de uma infra-estrutura eficaz no país também foi levantada pelo executivo como uma entrave.
De acordo com Fryklund as lições aprendidas na América do Norte, como o uso de fraturamento hidráulico nesses reservatórios deve ser aplicado no Brasil. Dentre outras vantagens, ele enfatizou a rápida taxa de retorno que esta tecnologia proporciona. 
O executivo comentou ainda sobre o potencial do petróleo "tight" (extraído de formações rochosas densas), que deve aumentar dramaticamente ao longo da década. Segundo ele, até o fim desta década, o hemisfério ocidental pode estar importando muito pouco petróleo do hemisfério oriental.
Além disso, um levantamento recente da KPMG indica que o Brasil pode se tornar o segundo maior produtor desse tipo de energia, considerada estratégica para a matriz mundial no futuro. De acordo com o estudo, o país é hoje o décimo entre os detentores de reservas de shale gas no mundo, com reservas estimadas de 226 bilhões de m³.
A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, já se reuniu com autoridades regulatórias nos Estados Unidos para detalhar as leis locais. “Queremos ver como funciona a regulação deles”, disse a executiva. A Petrobras criou uma equipe liderada pelo geólogo Mário Carminatti, da Diretoria de Exploração e Produção, para estudar o assunto, discretamente, como forma de evitar uma elevação de preços. 
Fonte: Redação TN
Autor: Maria Fernanda Romero

7- GE Oil & Gas fecha contrato de R$2,28 bilhões com a Petrobras
A GE Oil & Gas anunciou  a assinatura do maior contrato do mundo para produção de cabeças de poço, no valor de R$2,28 bilhões. O projeto prevê a entrega a partir de 2013 de 380 cabeças de poço e ferramentas de instalação para a exploração de poços. Os equipamentos terão 75% de peças fabricadas no Brasil, na unidade de Jandira (SP).
A Petrobras pretende instalar os sistemas de cabeça de poço em vários campos de petróleo e gás no Brasil, incluindo o pré-sal. João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina ressaltou os investimentos em novas tecnologias, principalmente para ampliar o desempenho nos campos maduros.
“Nossos investimentos nos últimos anos reforçam os nossos esforços para prepararmos a empresa para apoiar o crescimento do mercado, e estar pronta para contratos dessa importância”, frisou.
A companhia já está finalizando a entrega de uma outra encomenda feita pela Petrobras de cabeças de poços em 2009, no valor de US$250 milhões. Segundo Ferreira, quando todos os equipamentos forem entregues a empresa irá começar a fabricação desse último contrato. 
Fonte: Redação
Autor: Rodrigo Miguez


II– COMENTÁRIOS

1- É preciso avançar no biodiesel 
O desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil teve origem na necessidade de suprir a crescente demanda brasileira por combustíveis, especialmente a partir dos aumentos nos preços do petróleo da década de 70 e, posteriormente, das crescentes exigências ambientais.
As soluções encontradas foram o desenvolvimento do etanol e do biodiesel. Em 2004, o governo brasileiro criou o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, para aproveitar as vantagens ambientais, macroeconômicas e sociais do biocombustível.
O objetivo do programa era incentivar a produção de biodiesel a partir do cultivo de pequenos produtores, especialmente nas regiões Nordeste e Norte, utilizando principalmente os óleos de mamona e dendê.
Em 2011, segundo o Mistério de Minas e Energia (MME), foram produzidos 2,7 bilhões litros de biodiesel, 12% a mais do que em 2010, levando o Brasil a ocupar a segunda colocação no ranking dos produtores de biodiesel.
O setor conta com 65 unidades produtoras de biodiesel, com capacidade para produzir 6 bilhões de litros anuais. O faturamento do setor, em 2011, foi de R$ 6 bilhões (US$ 3,1 bilhões) e a produção do biocombustível gera 1,3 milhão de empregos, envolvendo mais de 100 mil famílias de pequenos agricultores no fornecimento de matéria-prima.
Das cinco matérias-primas de origem vegetal, utilizadas como base para a produção do biodiesel (mamona, algodão, girassol, dendê e soja), apenas a soja tem sustentado, na prática, o projeto, sendo a origem de 80% da produção do biocombustível.
Na verdade, a produção de biodiesel contribuiu para o aumento do valor adicionado da cadeia da soja, uma vez que cria demanda para o óleo de soja, incentivando o plantio.
Diante deste cenário, seria interessante que o setor busque uma maior diversificação de matérias-primas.
Neste sentido, é interessante chamar à atenção para a iniciativa da Vale, que desenvolve o projeto Biopalma, no Pará, cuja expectativa é alcançar uma produção de 500 mil toneladas por ano até 2019, quando a lavoura de 35 mil hectares atingir maturidade. Outra matéria-prima que merece atenção é o sebo, que atualmente corresponde a 15% da produção nacional de biodiesel.
A soja é hoje o esteio do programa de incentivo ao biodiesel e será a principal matéria-prima ainda por muito tempo. No entanto, a diversificação de matérias-primas deve ser uma meta a ser alcançada.
De fato, o Brasil possui um território vasto e uma diversidade de climas e culturas, que possibilitam o desenvolvimento eficiente de várias matérias-primas para a produção do bidiesel.
Portanto, é preciso o desenvolvimento de um conjunto de políticas, como uma agenda de aumento da participação do biodiesel na mistura, de forma a dar previsibilidade e incentivos que estimulem a diversificação de matérias-primas.
Como qualquer biocombustível, o biodiesel precisa de políticas públicas de longo prazo, capaz de ajudar o país a atender as questões ambientais, a gerar empregos e colocar o país na vanguarda de produtor de biocombustíveis.
Adriano Pires
Fonte: Brasil Econômico
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

2- Longa vida aos combustíveis fósseis 
Há exatos três meses, representantes dos governos de mais de 170 países se encontraram nos pavilhões do Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, para debater soluções conjuntas para os desafios da sustentabilidade. A dificuldade de alimentar uma população que vai chegar a 9 bilhões em duas décadas, a saúde dos oceanos, a preservação das florestas e o uso de energia renovável figuravam entre os problemas mais discutidos nos corredores da diplomacia, que negociava uma guinada nos padrões da economia mundial. Exatamente no mesmo local onde a Rio+20 propôs, entre diversas outras medidas, a diminuição do uso de combustíveis fósseis para controlar a emissão de gás carbônico na atmosfera, empresas, agentes e pesquisadores ligados ao setor de petróleo e do gás debateram, por quatro dias, uma perspectiva bem diferente para o mesmo tema. Ao contrário de limitar a indústria, a comunidade reunida para a Rio Oil & Gas, que recebeu mais 55 mil visitantes, faz planos para fomentá-la. As projeções mostram que, pelo menos em um futuro de médio prazo, eles estão certos. De forma geral, demanda e oferta pelas commodities que movem carros, navios, aviões e usinas vai aumentar nos próximos anos, apesar de ser consenso que é preciso substituir as fontes de energia. 
Um dos grandes propulsores tanto do consumo quanto da oferta é exatamente o Brasil, país que desembolsou mais de 400 milhões de reais para sediar a Rio+20. As reservas do pré-sal representam um dos grandes indicativos de que as previsões de escassez estavam não se confirmam. Resultados mais consolidados de exploração dessas reservas devem começar a aparecer assim que as rodadas de distribuição de novos blocos exploratórios tiverem início - 4 na terça-feira, o ministro das minas e energia, Edison Lobão, afirmou que o governo iniciou estudos para realizar a primeira rodada de leilões para a área do pré-sal em novembro de 2013. Assim como as descobertas do pré-sal no Brasil, as perspectivas de exploração do petróleo de areia betuminosa no Canadá e o avanço tecnológico para a exploração de hidrocarbonetos fractíveis nos Estados Unidos adiam novamente, para um futuro bem distante, os temores de que o mundo estaria diante de uma crise energética assim que os poços do conturbado Oriente Médio começarem a mostrar sinais de enfraquecimento. Ao contrário de secarem, as reservas conhecidas de petróleo e gás aumentaram. 
Ainda há grande preocupação ambiental em relação às novas técnicas de exploração, como a extração de gás de xisto, nos Estados Unidos. Como tornar o processo seguro para os mananciais de água próximos às minas de exploração pode ser um empecilho para a indústria, assim como o uso de água em grande quantidade para a fracção das rochas. No entanto, a partir do momento em que a tecnologia passa a evoluir para superar os desafios ambientais e econômicos, o mercado oferece boas alternativas. O fenômeno já ocorre nos Estados Unidos. As projeções da agência americana de informação energética (Energy Information Administration, EIA) indicam que a produção de gás de xisto vai saltar de 0,59 trilhões de metros cúbicos ao ano em 2010 para 0,76 trilhões de metros cúbicos em 2035 - 4 um aumento de 29% que, segundo a agência, vai ajudar os Estados Unidos a se aproximarem da autossuficiência energética. Quando - e se - os mesmos desafios tecnológicos para a exploração de fontes não convencionais também serão aproveitados em países como China, Rússia e Brasil, que também dispõem de grandes reservas de xisto, é uma questão ainda está para ser resolvida. Enquanto isso, os países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como México, Brasil e Canadá estão apresentando resultados consideráveis na exploração das fontes convencionais, mostrando perspectivas diferentes para um cenário que desde as crises do petróleo nos anos 70 se mostrou demasiadamente dependente do pequeno grupo de produtores.
Assim como faz projeções para dobrar a produção - a Petrobras estima passar dos atuais 2 bilhões de barris de petróleo por ano para 4,2 bilhões de barris ao ano em 2020, o Brasil não tem planos para diminuir o consumo. A frota de veículos, por exemplo, mais do que dobrou na última década e continua a aumentar favorecida por planos de incentivo econômico e pelo acesso das novas classes consumidoras ao automóvel. A tendência é seguida pelos países em desenvolvimento, enquanto a Europa, os Estados Unidos e o Japão devem estabilizar esse volume. As projeções da EIA indicam que os países da OCDE (desenvolvidos) vão consumir 48 milhões de barris por dia em 2035, com consumo relativamente estável, já que em 2010 o consumo destes países foi de 46 milhões de barris por dia. Já os países em desenvolvimento consumirão 62 milhões de barris por dia em 2035, contra os apenas 41 bilhões de barris ao dia consumidos em 2010.
Uma das causas da estabilização no consumo em países desenvolvidos é justamente o ponto que pode mais aproximar os ideais da Rio+20 das intenções da Rio Oil&Gas. Hoje, nos Estados Unidos, os carros gastam menos gasolina do que costumavam consumir e emitem menos gases nocivos. O avanço tecnológico permite ao país maior eficiência energética. Este é um dos fatores que faz reduzir o consumo nestes países. Quanto mais isso se tornar uma realidade no resto do mundo, menos energia será necessária e mais abundante será a oferta. 
Ao encerrar os trabalhos na tarde da última quinta-feira, a Rio Oil&Gas mostrou que o setor está ativo para receber os 20 trilhões de dólares que a indústria mundial estima arrecadar em investimentos nas próximas duas décadas, segundo estimativas da World Petroleum Council. Questões como eficiência energética e tolerância zero para acidentes e vazamentos, metas apresentadas em muitos dos 27 painéis que compuseram o evento, não chegam a ser suficientes para um memorando de boas intenções para o futuro, como o proposto pela Rio+20. No entanto, perspectivas aparentemente opostas - o investimento em exploração e os esforços para economizar combustível - podem caminhar tanto no sentido de agredir menos o meio ambiente como o de criar condições para o desenvolvimento econômico a um custo aceitável. 
Luís Bulcão
Fonte: Revista Veja

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