quarta-feira, 15 de agosto de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 95

I – NOTÍCIAS

1- INOVA PETRO
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciam no próximo dia 13/08 (segunda-feira), a partir das 10 horas, no auditório da Petrobras, um programa de R$ 3 bilhões (metade proveniente de cada instituição): o INOVA PETRO, voltado ao desenvolvimento de fornecedores brasileiros para a cadeia produtiva da indústria de petróleo e gás natural. A iniciativa tem apoio técnico da Petrobras. O objetivo é fomentar projetos que contemplem pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção tecnológica, produção e comercialização de produtos, processos e/ou serviços inovadores ligados ao tema.
O programa tem duração prevista até o ano de 2016, oferecendo recursos para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas às seguintes linhas temáticas: processamento de superfície – tecnologias aplicáveis no processamento que acontece em plataformas e embarcações; instalações submarinas – tecnologias aplicáveis aos diversos equipamentos e dutos que ficam abaixo da lâmina d’água; instalações de poços – tecnologias aplicáveis ao poço no fundo do mar.
A ideia é que o INOVA PETRO contribua para a política de aumento de conteúdo em âmbito local e para a competitividade e sustentabilidade da cadeia de fornecedores nacional. A Petrobras contribuiu com a seleção dos temas e participará da avaliação técnica e do acompanhamento dos projetos aprovados. O programa é o resultado do esforço de trabalho da FINEP, em parceria com a Petrobras e o BNDES, no intuito de oferecer à indústria nacional, por meio da integração de instrumentos financeiros e expertise técnica, uma oportunidade para desenvolver seus projetos de inovação em um setor estratégico, com grande demanda de mercado nas próximas décadas e hoje dominado por multinacionais estrangeiras.
O montante da Financiadora poderá ser oferecido nas modalidades de crédito, Subvenção Econômica e cooperativo entre Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs) e empresas. Já o BNDES vai aplicar seus recursos na forma de crédito, participação acionária e FUNTEC.
Poderão participar do processo de seleção empresas brasileiras ou grupos econômicos brasileiros com Receita Operacional Bruta (ROB) superior a R$ 16 milhões, individualmente ou em associação. Projetos de empresas com ROB inferior a esse limite são elegíveis somente se desenvolvidos em conjunto com outra empresa ou grupo econômico com ROB superior a este valor.
No caso de associação entre empresa proponente de capital de controle nacional com outra empresa estrangeira e/ou controlada por matriz no exterior, poderá ser concedido o apoio a projetos que impliquem em efetiva transferência e absorção de competências e tecnologias pela primeira.
Os projetos devem ser desenvolvidos integralmente no território nacional. Não são passíveis de apoio projetos de tropicalização e/ou internalização de tecnologias já desenvolvidas no exterior pelas matrizes e/ou controladoras de empresas proponentes instaladas no Brasil.

2- Soja vai aumentar preço do biodiesel no leilão da ANP
O próximo leilão de biodiesel da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), cujo edital será publicado amanhã, terá um preço de referência maior do que o último leilão, devido ao aumento do preço da soja no mercado internacional.
De acordo com o diretor da ANP Allan Kardec, o preço da soja tem subido em Chicago, mercado usado como referência para o preço do leilão da autarquia.
O aumento do preço do biodiesel ocorre em um momento em que os produtores pedem maior mistura do combustível ao diesel, hoje limitado a 5% do litro vendido, e também quando o governo luta para conter a inflação.
O diesel teve também dois aumentos recentes de preço, elevando os fretes como consequência. No final de junho houve ajuste de 3,94% nas refinarias e, no dia 16 de julho, de 6%.
Kardec informou que a ANP vai recomendar ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que não aumente o percentual da mistura no diesel até, pelo menos, 2014.
Denise Luna e Lucas Vettorazzo
Fonte: Folha Online

3- Opep alerta para riscos na demanda por petróleo; produção cai em julho
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alertou que o "horizonte repleto de turbulências" pode implicar em um aumento menor que o esperado pela demanda da commodity em 2013, com o relatório mensal do grupo mostrando uma queda na produção em julho, para o menor nível desde fevereiro.
As incertezas com a economia global seguem representando riscos para a demanda por petróleo de membros da Opep em 2013, diz o documento. Uma piora do cenário pode reduzir a atual projeção de aumento em 800 mil barris por dia em 2013 em até 20%, afirma o grupo.
A produção da Opep caiu para 31,2 milhões de barris por dia no mês passado, segundo fontes secundárias compiladas por analistas do grupo. A baixa é principalmente reflexo da menor produção no Irã, Arábia Saudita, Líbia e Angola.
Os dados mostram que a produção do Irá caiu em 173 mil barris por dia em junho, o primeiro mês após o embargo da União Europeia.
Fonte: Valor Online

4- Petróleo fecha quase estável em Nova York, a US$ 93,36 o barril
Os preços dos contratos futuros de petróleo terminaram quase estáveis nesta quinta-feira em Nova York, sustentados por dados econômicos vindos dos Estados Unidos, que deram segurança aos investidores sobre um possível aumento da demanda de petróleo nesse país, o maior consumidor mundial da commodity.
O barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em setembro subiu US$ 0,01 e fechou a US$ 93,36.
Fonte: AFP

5- Refino de petróleo na China cresce 1,1% em julho
As refinarias chinesas processaram em julho 37,6 milhões de toneladas de petróleo, ou 8,85 milhões de barris por dia (bdp), alta de 1,1 por cento ante um ano antes, divulgou nesta quinta-feira o Escritório Nacional de Estatíticas da China.
Em uma base diária, houve crescimento de quase 1 por cento no refino, para 90 mil bdp, acima dos 8,67 milhões de bdp em junho.
Judy Hua e Chen Aizhu
Fonte: Reuters

6- Controladora da Eletropaulo tem prejuízo de R$ 4 milhões no 2º trimestre
A AES Elpa apresentou um prejuízo líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 4 milhões para o segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, houve lucro líquido de R$ 62,6 milhões.
A holding controladora da Eletropaulo, com 78% do capital social da elétrica, teve alta de 2,5% na receita líquida, que chegou a R$ 2,45 bilhões. O custo de bens e serviços também subiu, avanço de 16,8%, até R$ 2,33 bilhões.
O resultado financeiro do grupo também pressionou a linha final do balanço. A soma entre despesas e receitas do segmento ficou negativa em R$ 40,1 milhões, contra R$ 25,4 milhões, também negativo, um ano antes.
Renato Rostás
Fonte: Valor Online

7- Cosan registra perdas de R$ 17 milhões no 1º trimestre
O grupo Cosan encerrou o primeiro trimestre do ano fiscal 2012/13 (de abril a junho), com prejuízo líquido de R$ 17 milhões. No mesmo período de 2011/12, foi reportado lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, influenciado pela criação da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell). Já o lucro líquido ajustado no primeiro trimestre de 2011/12 foi de R$ 167,5 milhões.
Uma média de projeções compilada pelo Valor apontava para um resultado negativo de R$ 16,5 milhões. Os dados foram fornecidos pelo Bradesco e pelo Deutsche Bank. O HSBC, por sua vez, estimava lucro de R$ 144 milhões.
No primeiro trimestre de 2012/13, a receita líquida do grupo foi 18,1% maior, de R$ 6,12 bilhões. No entanto, os custos também subiram em ritmo semelhante, avançando 22,8%, até R$ 5,65 bilhões. As despesas operacionais, por sua vez, ficaram relativamente estáveis. A estimativa dos relatórios prévios apontava receita líquida média de R$ 6,24 bilhões.
No entanto, uma base de comparação maior no primeiro trimestre do ano fiscal anterior por causa da associação com a Shell, trouxe maior discrepância entre as linhas finais dos balanços deste exercício e do anterior. Entre abril e junho do ano-safra 2011/12, a Cosan capturou ganhos de R$ 3,31 bilhões com a joint venture. Além disso, operações financeiras contribuíram para mitigar o resultado da companhia. A variação cambial trouxe gastos de R$ 198,5 milhões, contra receita de R$ 58,8 milhões doze meses antes. O resultado de derivativos também foi negativo, em R$ 314,1 milhões.
Mônica Scaramuzzo e Renato Rostás
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Gasolina x álcool: números preocupantes
A Petrobras informa que o consumo de gasolina no país acaba de superar meio milhão de barris por dia, com expansão de 7% desde janeiro, em função de dois fatores: o primeiro é o aumento da frota de carros e veículos comerciais leves, com o emplacamento de 351 mil unidades só no mês de julho; o segundo, o fato de que, nos veículos "flex", a gasolina está sendo preferida pelo consumidor à razão de oito litros para um.
A importação da gasolina bate recordes, e as usinas adiam projetos de expansão. O quadro nos mostra uma realidade preocupante: o Brasil, maior produtor de etanol do mundo, não sabe valorizar um produto ecologicamente correto, renovável e 100% nacional, a atola-se na importações de um produto poluente e não renovável. É inegável a situação de insensatez por parte do governo diante da realidade energética do mundo: enquanto os Estados Unidos e os países europeus buscam alternativas à substituição da gasolina, o Brasil abandona o etanol à sua própria sorte, levando a falta de estímulo a um setor que deveria, por sua importância estratégica, não apenas ser valorizado como, sobretudo, estimulado.
Participei, em Sertãozinho, de uma reunião entre os prefeitos dos municípios canavieiros, na qual as preocupações da indústria e da agricultura ligadas à cana foram expostas com a necessária clareza. Faltam, lamentavelmente, ações concretas no sentido de estimular-se a produção da cana-de-açucar, considerando seu papel fundamental na geração de emprego e renda, não apenas na a região de Ribeirão Preto, mas em todo o Brasil. Se temos, no pais, um substituto natural para a gasolina, produzida por petróleo importado " com ônus significativos à nossa balança de pagamentos " por que fechar os olhos a uma realidade tão próxima e incômoda?
O governo federal acerta ao adotar medidas de estímulo à Economia, como no caso da redução do IPI para veículos automotores - e bens semi e não duráveis. Ainda assim, houve recuo de 12,5% na produção de bens de capital; de 9,4% na de bens de consumo duráveis, e de 2,5% na de bens intermediários. A balança comercial brasileira abriu o segundo semestre com superávit de US$ 2,879 bilhões, segundo maior saldo deste ano (em maio, US$ 2,950 bilhões), mas não muda a situação precária do comércio externo brasileiro, que registrou, ao final de junho, o pior resultado semestral dos últimos dez anos.
Essas bondades sazonais, no entanto, como o tipo da redução de custos com folhas de pagamentos em 15 setores da economia, minimizam mas não resolvem os problemas gerados por uma legislação trabalhista anacrônica e pelo paternalismo estatal interferindo em uma falsa economia de mercado, em que quem produz é sacrificado em beneficio de quem especula.
*Artigo originalmente publicado no Portal da Alesp, em 03/08/12.

2- Divisão dos royalties será ´moeda´ de pressão
Preocupada com a falta de investimentos da Petrobras na Região Nordeste, a bancada nordestina no Congresso cobrou da Petrobras um quadro comparativo entre os investimentos feitos pela estatal no Nordeste e o Centro Sul do país. Com base nestes dados, os deputados querem que seja apresentado um novo modelo para a região, que já foi responsável pela produção de 30% do petróleo brasileiro e hoje, sua produção não chega a 10%, no Brasil.
A forma de cobrar o aumento de investimentos já foi definida. Os 150 integrantes da Bancada do Nordeste vão barganhar com o governo, em cima da votação do projeto da divisão dos royalties do pré-sal.
Questão polêmica e de difícil condução no Congresso, a divisão dos royalties do petróleo saiu de foco neste período eleitoral, mas o projeto que trata da questão deve voltar à pauta, já na segunda quinzena de outubro.
"Outra medida que a bancada vai adotar é ir diretamente na presidente Dilma Rousseff pedir a liberação imediata dos editais de exploração de petróleo no Nordeste. Este é um investimento que já poderia estar sendo feito na região", avaliou o coordenador da Bancada, deputado José Guimarães (PT-CE).
Petrobras responde
Já o gerente de exploração Norte Nordeste da Petrobras, Cristovão Sanches, afirmou que os investimentos feitos na Região são proporcionais à sua produção.
"Realmente já houve um momento em que o Nordeste respondia por 30% da produção de óleo do país, isto hoje não chega a 10%, os investimentos na Região são na ordem de 16%, proporcionais à sua produção", afirmou. Segundo Sanches, a Petrobras ampliou o volume de recursos para o Nordeste em 245% de 2001 para 2012. Já os dados referentes ao Ceará foram mostrados juntos com os do Rio Grande do Norte porque os dois estados fazem parte da mesma unidade de exploração e produção com crescimento de 666% no volume de recursos destinados pela Petrobras. Para 2012, a projeção é de R$ 4 bilhões de reais para os dois estados.
Sanches afirmou que a exploração na região do Pecém foi a "grande descoberta" para a região Nordeste nos últimos anos, mas não adiantou quando terá início o processo de exploração para licitação.
Os nordestinos querem a imediata liberação da exploração em terra de petróleo, e citaram como exemplo os 28 blocos de exploração que chegaram a ser leiloados na Bahia, mas tiveram o processo interrompido por questões legais e ainda não foram retomados.
"Com certeza teremos no mínimo uns 25 blocos para serem explorados no Pecém, que é a maior descoberta setentrional, indo do Ceará até o Norte do país", afirmou Sanches. A ocorrência de petróleo a que ele se refere em águas profundas está localizada na chamada Bacia do Ceará. O poço 1-BRSA-1080-CES (1-CES-158), conhecido como Pecém, está a cerca de 76 quilômetros do município de Paracuru, em lâmina d´água de 2.129 metros. A profundidade atual do poço é de 4.410 metros e a perfuração prosseguirá até 5.500 metros.
Ausência de Foster
Irritada com a ausência da presidente da Petrobras, Graça Foster, a deputada Gorete Pereira (CE) foi uma das parlamentares mais pró-ativas quanto a usar o pré sal como moeda de cobrança do governo. "É preciso que a bancada faça votar logo os royalties e garanta uma distribuição equânime que beneficie a todos os estados, principalmente o Nordeste. A ausência da presidente da Petrobras foi uma falta de consideração, na minha opinião," criticou.
Refinarias
Os investimentos nas refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará) também foram pano de fundo na reunião de ontem da bancada. Os parlamentares voltaram a exigir agilidade da Petrobras para que os empreendimentos se tornem lucrativos para a Região.
Na avaliação do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) o encontro de ontem não deixou de ter suas virtudes, mas em termos práticos não passou de uma exposição da Petrobras como empresa. "De concreto para a refinaria no Ceará temos o Termo de Compromisso que deve sair depois da última reunião com o Ministério Público,, aqui em Brasília.
Fonte: Diário do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário