segunda-feira, 16 de julho de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 91

I – NOTÍCIAS

1- Petrobras realiza cerimônia de batismo da P-59
Fonte:Agência Petrobras
A Petrobras realizou a cerimônia de batismo da plataforma P-59, no Canteiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe (BA). A presidente Dilma Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster, estiveram presentes na ocasião.
Os representantes da área de Exploração e Produção da Petrobras, Robson Pacheco de Moraes, gerente de sondas próprias e contratadas, e José Venâncio Lima Cardoso Júnior, gerente geral de construção e manutenção de poços - sondagem auto-elevatória, juntamente com Rômulo de Miranda Coelho da área de engenharia, deram explicações técnicas sobre a construção da plataforma.
A P-59 foi construída no canteiro de São Roque do Paraguaçu, de propriedade da Petrobras, e é uma plataforma do tipo autoelevatória de perfuração (jack up), apta a operar em águas rasas em condições de alta pressão e alta temperatura.
A plataforma jack-up, de perfuração offshore, com casco flutuante, é munida de pernas retráteis, que podem ser abaixadas até o leito do mar para sustentar a estrutura do casco acima do nível da água.

2- Polo Naval de Rio Grande é Tema do SINAVAL
Após quatro anos de sua inauguração o pólo industrial naval de Rio Grande (RS) já é uma realidade e com perspectiva de ser o mais competitivo do país. Atualmente, o empreendimento conta com dois estaleiros (Quip e Ecovix), já em operação, e do Wilson Sons que já recebeu, recentemente, a liberação da licença ambiental. Isso sem mencionar o estaleiro EBR, no município ao lado (São José do Norte), que irá agregar mais valor ao pólo na atração de novos investimentos e empresas, principalmente da cadeia produtiva, conforme disse nesta quinta-feira ao MONITOR MERCANTIL o prefeito peemedebista Fábio de Oliveira Branco, acrescentando que os investimentos iniciais do empreendimento foram cerca de R$ 10 bilhões em contratos com a Petrobras, e algo em torno de R$ 2 bilhões dos estaleiros (Quip R$ 500 milhões; Ecovix R$ 1 bilhões e Wilson Sons R$ 500 milhões).
- O município de Rio Grande está passando por uma grande transformação a partir da implementação do pólo naval. Primeiro, em termos de visibilidade do município, tanto do porto, de seu calado, que está batendo todos os recordes, além de ter uma área retroportuária invejável, que nós estamos sabendo aproveitar as oportunidades que a Petrobras tem nos dado - disse, acrescentando que, a partir dessa conjuntura, está sendo possível gerar emprego e renda de forma perene no município: "o pólo foi um divisor de águas a partir da construção da primeira plataforma P-53, que foi um aprendizado muito importante da atividade metal-mecânica totalmente novo em nossa região".
O prefeito Fábio Branco, que esteve visitando nesta quinta-feira na sede do Sinaval, no Rio, fez questão de ressaltar que o pólo de seu município está construindo as plataformas P-55, P-63, P-58, além do processo de construção inicial de oito cascos em seu dique seco para a Petrobras. Todos esses empreendimentos, segundo ele, estão gerando 7.500 empregos diretos e com perspectiva para os próximos meses de chegar a 10 mil empregos diretos.
- O trabalho que estamos fazendo junto com o governo do Estado do Rio Grande do Sul visa a dar cada vez mais competitividade ao pólo para que tenha uma condição futura de competitividade de longo prazo, dando oportunidade de desenvolvimento dos riograndinos para que sejam inseridos nesse processo.
Branco disse ainda que um fator importante no pólo e a capacitação profissional dos riograndinos. Segundo ele, essa é uma equação que precisa resolvida.
- Temos que somar esforços, governos federal, estadual e municipal, além do Sinaval, que representa as indústrias, para que possamos aproveitar esse bom momento e transformar esse projeto do pólo para que seja cada vez mais competitivo no futuro - disse, informando que os contratos com a Petrobras somam cerca de R$ 10 bilhões, gerando cerca de 15 mil empregos diretos e algo em torno de 35 mil indiretos. O pólo industrial naval do Rio Grande terá capacidade de processar cerca d 200 mil toneladas de aço/ano.
Fonte: Monitor Mercantil

3- Nova Área para Estaleiro em ALAGOAS
Governo de Alagoas, Ibama, Ministério do Meio Ambiente e bancada federal alagoana devem trabalhar em parceria na busca de uma solução para o impasse criado após o veto do órgão ambiental federal à construção do Estaleiro Eisa, em Coruripe, Litoral Sul de Alagoas.
Foi o que ficou definido em reunião, na noite de ontem, em Brasília, da qual participaram a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Volney Zanardi, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o prefeito de Coruripe, Marx Beltrão (PMDB), além dos três senadores e dos deputados da bancada federal alagoana. O deputado estadual Judson Cabral (PT) também participou do encontro.
A ministra Izabella Teixeira ouviu os argumentos da comitiva alagoana. Ela garantiu apoio, mas disse que não vai aceitar “conotação política” no veto do Ibama ao estaleiro e que tudo será feito dentro do que determina a legislação ambiental.
Fonte: Gazeta de AlagoasGoverno de Alagoas, Ibama, Ministério do Meio Ambiente e bancada federal alagoana devem trabalhar em parceria na busca de uma solução para o impasse criado após o veto do órgão ambiental federal à construção do Estaleiro Eisa, em Coruripe, Litoral Sul de Alagoas.
Foi o que ficou definido em reunião, na noite de ontem, em Brasília, da qual participaram a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Volney Zanardi, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o prefeito de Coruripe, Marx Beltrão (PMDB), além dos três senadores e dos deputados da bancada federal alagoana. O deputado estadual Judson Cabral (PT) também participou do encontro.
A ministra Izabella Teixeira ouviu os argumentos da comitiva alagoana. Ela garantiu apoio, mas disse que não vai aceitar “conotação política” no veto do Ibama ao estaleiro e que tudo será feito dentro do que determina a legislação ambiental.
Fonte: Gazeta de Alagoas

4- Pesquisadores usam óleo de fritura em veículos para viagem ao Peru
Um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia e um professor convidado da Universidade do Minho, em Portugal, iniciam na manhã desta quinta-feira (12) uma viagem até a cidade de Ilo, no Peru, utilizando o biodiesel B100, produzido a partir da reutilização do óleo de fritura e azeite de dendê. A iniciativa integra o "Projeto Travessia Interoceânica B100" e a equipe parte do Porto da Barra, em Salvador, nesta manhã.
De acordo com o professor Edlnildo Torres, coordenador do Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente da Politécnica, o grupo deve percorrer 15 mil quilômetros em via terrestre em um prazo de 20 dias. Para realizar o projeto, os pesquisadores irão utilizar dois veículos doados por uma montadora. Um dos carros terá a maior parte do tanque abastecida por combustível comum e apenas 5% de outro tipo de biodiesel. O segundo carro viaja abastecido com com o biodiesel B100. O professor destaca que os dois veículos estão equipados com analisadores dos gases de exaustão do motor para avaliar o comportamento dos combustíveis.
Segundo Ednildo Torres, o projeto foi testado durante oito meses na Escola Politécnica e a proposta vem sendo trabalhada há dois anos, mas o Laboratório de Energia e Gás da UFBA já trabalha com a utilização de biodiesel há 30 anos. "Essa iniciativa é única e é o primeiro teste que faremos com essa característica. A expectativa é muito boa porque o comportamento em laboratório foi bastante significativo e esperemos ter um combustível renovável e que atenda a questões econômicas e ambientais" afirma Ednildo.
Segundo ele, o trajeto deve percorrer uma média de 700 a 800km por dia e a chegada a fronteira do Peru está prevista para o dia 20 de julho e o grupo deve ficar em Ilo durante sete dias. O projeto deve ser divulgado nas cidades de Luis Eduardo Magalhães, Brasília, Porto Velho, Comodoro, Ilo, além de Salvador.
Ainda segundo o professor, o combustível utilizado na viagem é totalmente renovável e a Escola Politécnica tem capacidade de produção de 10 milhões de litros por ano. Para o projeto estão sendo utilizados 1,2 mil litros de B100 distribuídos em recipientes de 50 litros e cada caminhonete irá transportar 600 litros de combustível.
Durante a viagem, os pesquisadores devem coletar dados sobre a performance, rendimento e emissões do motor com o biocombustível. Questões relacionadas à qualidade das estradas também serão avaliadas, através de vídeos, fotografias e mapeamento eletrônico. Quando retornarem da viagem, os veículos serão submetidos a estudos e testes para avaliar o desgaste e desempenho dos carros no percurso. O retorno para Salvador está previsto para o dia 31 de julho.
Fonte: Portal G1

5- Sondas do pré-sal feitas no exterior
12/07/12 - As sondas para exploração de petróleo no pré-sal, cuja condição contratual é a de serem construídas no Brasil, começaram a ser feitas, mas no exterior, para cumprir os prazos de entrega à Petrobras. A primeira de um total de 21 sondas já começou a ser cortada no estaleiro Jurong, em Cingapura. A Petrobras vai alugar os equipamentos junto à empresa Sete Brasil, que, por sua vez, encomendou as sondas ao estaleiro asiático.
A medida foi tomada porque o estaleiro que o grupo asiático está construindo no Espírito Santo - o Jurong Aracruz - começará a operar em junho de 2013 e só estará totalmente concluído em 2014. O problema é que a primeira sonda encomendada pela Sete Brasil terá que ficar pronta em junho de 2015, para atender ao cronograma de afretamento da Petrobras.
A diretora institucional do Jurong Aracruz, Luciana Sandri, destacou que as peças (seções) do casco começaram a ser feitas em Cingapura, para o cumprimento dos prazos. Ela garantiu, porém, que isso não vai desrespeitar a cláusula de conteúdo nacional prevista no contrato, que é de 55%. O custo total dessa sonda é de US$ 800 milhões.
- Assinamos o contrato para a construção da primeira sonda em dezembro do ano passado. E vamos cumprir o prazo - disse Luciana.
A Sete Brasil espera assinar até agosto o contrato de aluguel das 21 sondas com a Petrobras. Para garantir o cumprimento dos prazos, a companhia assinou em dezembro passado contrato de encomenda para construção das duas primeiras peças: uma com o Jurong Aracruz e outra com o Keppel Fels, que, segundo fontes, vai iniciar nos próximos dias a construção da sonda no estaleiro Brasfel, em Angra dos Reis. O mercado aguarda também para breve a assinatura pela Petrobras da encomenda de outras cinco sondas junto à Ocean Rig, cuja construção deverá ser realizada no estaleiro Mauá, em Niterói.
A Jurong está investindo R$ 1 bilhão na construção do estaleiro no Espírito Santo e já realiza cursos de qualificação para 675 pessoas. Das 21 sondas que serão encomendadas pela Sete Brasil, os estaleiros Jurong Aracruz, Keppel Fels e Paraguaçu, na Bahia, construirão seis cada um. As três últimas sondas serão encomendadas ao estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
ANP: licitação de blocos de petróleo só após eleições
O anúncio da tão esperada 11 rodada de licitação de blocos de exploração petróleo e gás deverá ficar para depois das eleições de outubro. Em audiência pública ontem na Câmara dos Deputados, a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que a votação do projeto de lei que altera a alíquota dos royalties do petróleo, que só deve ocorrer após o pleito, ainda é uma barreira para a análise econômica por parte dos concessionários.
Dessa definição depende também a 12 rodada, que, segundo a diretora-geral, incluirá campos de exploração dos estados de Acre, Maranhão, Piauí e Paraná:
- A tramitação no Congresso é que vai dizer - afirmou a diretora da ANP.
11/07/12
Ramona Ordoñez, Cristiane Bonfanti e Bruno Rosa
Fonte: O Globo


II – COMENTÁRIOS

1- Roberto Viana/PETRA diz que Eike/EBX é vitima de Mercado Imaturo
Roberto Viana, dono da Petra Energia e um dos empresários mais discretos do setor de óleo e gás do Brasil, saiu em defesa de seu sócio Eike Batista. Avesso a entrevistas, ele quebrou o silêncio para falar sobre o sócio, que enfrenta uma crise de credibilidade em função de metas de desempenho não cumpridas pela OGX na Bacia de Campos. E respondeu a perguntas sobre o atual momento das empresas do setor, cujas ações estão perdendo valor, sob críticas de investidores.
Viana tem uma posição singular no mercado brasileiro de óleo e gás. Ainda dono de concessões em Minas onde busca gás, Viana é, de certa forma, responsável pela existência da HRT (vendeu para o empresário Márcio Mello os 55% de 21 blocos na bacia do Amazonas que deram início à empresa) e da OGX, para quem vendeu os blocos no Maranhão onde 1,1 trilhões de pés cúbicos (TCFs) de gás foram declarados como reservas provadas no ano passado.
Esse volume corresponde a 11,1% das reservas provadas de gás da Bolívia. No país vizinho as reservas totais se elevam para 18 TCFs se incluídas as reservas prováveis, segundo cálculos da consultoria Gas Energy. A explicação é importante porque ficaram famosas as declarações de Batista sobre descobertas de "meia Bolívia" de gás na área, quando na realidade o empresário faz referência à possibilidade de produzir ali - ainda não comprovados - 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O volume equivale à metade da capacidade de transporte do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) e não às reservas totais do país vizinho.
O gás encontrado pela OGX no Maranhão vai suprir um projeto termelétrico da MPX que já tem 3,6 gigawatts com licença ambiental, dos quais apenas a metade já tem contratos de venda de energia. Em outubro do ano passado o empresário saiu da HRT ao vender os 45% que ainda detinha para a anglo-russa TNK-BP, por R$ 1,28 bilhão.
Na opinião de Viana, Eike Batista é um pioneiro que teve a tarefa de abrir uma frente na exploração privada de óleo e gás no Brasil e, por isso mesmo, ficou exposto ao que ele chama de processo de amadurecimento do mercado. E é justamente o que ele quer evitar ao manter a Petra longe do mercado, bem diferente da estratégia da OGX e da HRT. Segundo o empresário, " é melhor ter limitação de acesso a capital mas tranquilidade para trabalhar, do que ter mais capital com intranquilidade". Veja aqui os principais trechos da entrevista, feita por telefone e email.
Valor: Na sua avaliação, por que as empresas brasileiras de óleo e gás estão sendo punidas pelo mercado nesse momento?
Roberto Viana: Primeiro porque estamos numa conjuntura internacional de crescentes incertezas e forte retração. Segundo, o Brasil passou a ser duramente questionado pela imprensa, por analistas e investidores internacionais. Terceiro, não houve tempo para amadurecer uma cultura nas empresas de petróleo no mercado brasileiro de ações. A combinação desses fatores gera instabilidades com fortes movimentos negativos para as poucas empresas listadas.
Valor: O caso da OGX e outras empresas do grupo EBX, ao que o senhor atribui esse mau humor dos investidores?
Viana: Existe uma grande incompreensão sobre o papel do Eike. Ele é, sem dúvida alguma, o empreendedor que historicamente marca um novo paradigma empresarial em nosso país, pois não vem a reboque do Estado. Eike tem a coragem visionária de desenvolver grandes projetos puramente privados, estruturadores e transformadores, a exemplo do Complexo de Açu, bem como de criar um grupo empresarial com alta potência de integração. Além da incompreensão para tanta ousadia e ineditismo, o imenso sucesso do Eike provoca ressentimentos de várias formas, inclusive atiça o pecado capital da inveja. Esses e outros fatores se combinam para formar uma multiplicidade de ataques contra ele, sobretudo no atual momento do mercado.
Valor: Que medidas, decisões, declarações do controlador do grupo EBX, a seu ver, podem ter dado razão para uma compreensão equivocada por parte do mercado?
Viana: Lembro o exemplo do Parnaíba, que conheço muito de perto. Num certo momento o Eike falou sobre esses ativos e foi duramente questionado. A tal ponto que, pelo que tenho sido informado, a imensa maioria dos investidores não precifica adequadamente e no geral não atribui valor algum a este ativo de altíssima importância. Trata-se de uma patente irracionalidade do mercado pois, na verdade, o consórcio liderado pela OGX-MPX vai produzir volumes acima do que importamos dos bolivianos. Só para suprir os 3,6 gigawatts já licenciados pela MPX teremos capacidade instalada para produzir mais da metade do gás que importamos da Bolívia. E ao se introduzir o segundo complexo térmico de tamanho similar, ultrapassaremos o total que importamos da Bolívia.
A diferença extraordinária, que só aumenta o valor do projeto liderado pelo grupo EBX, é que não necessita ter a construção de gasoduto de transporte. O da Bolívia hoje custaria entre US$ 8 bilhões e US$ 12 bilhões, segundo a [consultoria] Wood MacKenzie. No Parnaíba foi criado um modelo em que o gás é utilizado no próprio local, assim gerando ainda mais valor. Ou seja, é aberração lógica os investidores desprezarem um ativo extraordinário como o Parnaíba. A Petra, por exemplo, não vende sua participação de 30% no Parnaíba por US$ 3 bilhões pois consideramos o potencial "upside" do ativo muito maior.
Valor: Onde acha que Eike Batista acertou ou falhou?
Viana: Mesmo antes da crise, o mercado reagiu de maneira muito negativa quanto ao Parnaíba e o Eike então se retraiu. Considero que o erro do Eike foi não divulgar mais o que está sendo construído no Parnaíba, pois em tempo recorde a OGX assegurou o volume capaz de gerar uma produção de mais de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o que significa aumento de 40% de todo o gás produzido no "onshore" brasileiro.
Outra contribuição histórica foi a MPX ter colocado o preço da energia térmica abaixo da hídrica de PCHs e isso demonstrou a importância que o gás natural irá assumir na matriz elétrica brasileira. Existem muitas outras contribuições marcantes com elevada geração de valor do grupo EBX no Parnaíba, mas o mercado não precifica adequadamente ou simplesmente despreza algo de altíssimo valor. Em resumo, não me parece haver racionalidade nesse comportamento dos investidores que agora vêm dizer que o Eike promete e não entrega. Sou testemunha direta no Parnaíba, o grupo EBX está entregando sim, muito acima do inicialmente esperado e antes do tempo, inclusive batendo recordes mundiais de performance.
Valor: Algum alívio por ter saído da HRT?
Viana: Na verdade houve o exercício de um direito de compra por parte da HRT em articulação com a TNK-BP. Tudo foi concluído de maneira adequada para todos.
Valor: Que perguntas recebe de investidores estrangeiros?
Viana: Há hoje, equivocadamente, uma grande perplexidade no exterior sobre o que está ocorrendo no Brasil. Tranquilizo os que me procuram mostrando que não houve nenhuma mudança dos fundamentos. Talvez antes o mercado tivesse romantizado demais nossas condições objetivas. Ocorre que o mercado é ciclotímico, subitamente tomado por irracionalidades perceptivas, geralmente seguidas de comportamentos coletivos erráticos. Quando a situação é boa então só vê maravilhas e quando está ruim só vislumbra desgraças. Isso é claramente insano, pois a realidade é muito mais contraditória e complexa, sempre plena de nuances.
Valor: Porque a decisão de manter a Petra uma empresa de capital fechado?
Viana: Não temos perspectiva de ir para mercado público exatamente porque entendemos que o mercado brasileiro ainda é muito imaturo e em formação, diria até mesmo em gestação. E considero que é melhor ter limitação de acesso a capital mas tranquilidade para trabalhar, do que ter mais capital com intranquilidade. Porque isso aí afeta demais a vida da empresa.
Valor: Diante da queda das ações da OGX, HRT, QGEP e a própria Petrobras, o que aconselha aos acionistas delas?
Viana: Recomendo cautela, sem precipitações e observando atentamente ativos, management e grupo empreendedor de cada empresa, sempre pensando no longo prazo. O setor de petróleo e gás natural, em particular, tem prazos de maturação muito longos e exige uma expectativa de retorno também de longo prazo por parte dos investidores.
Fonte: Valor

2- ANP diz que 12ª rodada incluirá AC, PI, MT, MA e PR
Fonte: Redação TN Petróleo/ Agência Petrobras
Durante participação em audiência pública da Comissão de Minas e Energia, realizada na quarta-feira (11) em Brasília, a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, apresentou as regiões brasileiras com potencial de exploração de óleo e gás onshore. Segundo ela, a 12ª rodada de licitações de blocos de petróleo e gás poderá incluir os estados do Acre, Piauí, Mato Grosso, Maranhão e norte do Paraná.
A executiva aproveitou para reclamar do adiamento da votação da redistribuição dos royalties do petróleo (PL 2565/11), e disse que a indefinição sobre o valor a ser cobrado das empresas exploradoras impede a realização da 11ª rodada de licitação de áreas exploratórias, aguardada pelo setor e ainda sem data prevista.
“Sem a definição em lei dos royalties, não é possível esperar que um concessionário faça uma oferta se não souber quanto o projeto irá render”, justificou.
O relator do projeto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), havia afirmado no último dia 3 que a proposta deverá ser votada somente depois das eleições de outubro. Já o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que, para a inclusão do projeto em pauta, será preciso definir um acordo entre os parlamentares, já que a proposta envolve interesses regionais, não somente partidários.
A postergação da retomada das rodadas, disse Chambriard, está prejudicando particularmente os pequenos produtores de campos terrestres, que aguardam a realização da 11ª rodada.
Multas maiores
No encontro, Magda Maria Chambriard também anunciou que o governo deve enviar ao Congresso um projeto de lei que eleva para até R$ 150 milhões a multa para petrolíferas que causarem acidentes com mortes ou derramamento de óleo. Hoje a penalidade máxima é de R$ 2 milhões.
A ideia que, segundo ela, está em fase de negociação final no governo, é fixar a multa máxima em R$ 30 milhões, que poderá ser multiplicada por cinco nos casos mais graves - chegando assim aos R$ 150 milhões. “Essa sim é uma multa compatível com o porte de uma grande petroleira”, disse a diretora-geral.
Mesmo com a aprovação dessa proposta, no entanto, os valores não serão aplicados no caso do vazamento causado pela Chevron no ano passado. O relatório da ANP sobre esse acidente, segundo Magda Maria, ficará pronto na próxima semana.
Gás
A diretora-geral da ANP disse também que não há poço sem indício de hidrocarbonetos na bacia do São Francisco, e que todos os poços perfurados até agora mostraram indícios de gás, mas não se sabe ainda se todos são comercialmente produtivos.
"Não há poços secos" na bacia do São Francisco, afirmou ela.

3- Lance de Mestre
O mercado de açúcar em NY fechou a semana com alta de 124 pontos, ou 27 dólares por tonelada. O vencimento outubro encerrou a sexta-feira cotado a 22,25 centavos de dólar por libra-peso. Os demais meses de vencimento fecharam com variações positivas na semana entre 11 e 25 dólares por tonelada.
Teve enorme repercussão no mercado internacional o fato de um dos maiores produtores de açúcar do Brasil receber 112,578 toneladas de açúcar no vencimento do contrato de julho de NY ocorrido na semana retrasada. Ora, se um produtor vai para o recebimento no momento em que a safra no Centro Sul está iniciando isso impacta o mercado internacional que passa a acreditar que não há produção suficiente no curto prazo para atender à demanda.
Em algumas situações o fato em si é menos relevante do que a versão que se dá para ele. O volume que a empresa vai receber representa pouco menos do que ao equivalente a duas semanas de sua exportação, mas o impacto é o que vale. Mesmo atuando como trading, o que o mercado enxergou foi positivo. Foi um lance de mestre que ajudou ao mercado mudar de patamar. O spread outubro/março que todos imaginavam iria alargar em função da pressão de produção que se deslocou do vencimento julho para o vencimento outubro, devido às chuvas, em verdade estreitou até 30 pontos. O atraso de 70.000.000 de toneladas de cana, segundo um executivo do setor, contribui para essa menor pressão e também torna irrecuperável, segundo a mesma fonte, a ATR da safra, que deve ficar em 136-137.
O mercado parece ter mudado ligeiramente de patamar. Se antes estávamos entre 19 e 22 centavos, agora parece que subimos um degrau entre 21 e 24 centavos de dólar por libra-peso. Muitas usinas aproveitaram a subida repentina de preços e hedgearam parte do açúcar que destinarão à exportação para a próxima safra 2013/2014 concentrando nos meses de maio e julho e travando o dólar. Os valores líquidos apurados com essas operações, dependendo da estrutura de custos da usina, podem chegar a mais de 40% do custo de produção posto usina. Por outro lado, o etanol...
A queda na produção de açúcar no estado indiano de Maharashtra pode ultrapassar a estimativa anterior de 10%. Segundo o secretário de agricultura daquele estado, "os produtores estão vendendo cana para alimentação animal e o fornecimento para as usinas pode cair em até 20%". O atraso nas monções deve colocar a produção indiana (outubro 2012-setembro 2013) em 25 milhões de toneladas (abaixo da previsão inicial de 26 milhões de toneladas).
Com a safra atrasada qual é a única maneira de a usina fazer caixa imediatamente para atender aos compromissos de inicio de safra? Vendendo etanol. E assim, continua o mercado de hidratado bem pressionado com valores negociados ao redor de R$ 1,28 por litro que equivalem ao açúcar vendido no mercado internacional a 425 pontos de desconto!! Socorro!
O consumo de combustível no Brasil, nos doze meses acumulados encerrados em abril/2012, aponta 10,263 bilhões de litros de etanol e 36,676 bilhões de litros de gasolina. Comparando os números ao período de doze meses anterior obtemos 14,454 bilhões de litros de etanol e 31,216 bilhões de litros de gasolina. O consumo Ciclo Otto cresceu 5,5% nesses doze meses. 5,450 bilhões de litros de gasolina foram consumidas a mais. Se tivéssemos mantido o mesmo consumo de gasolina de um ano atrás e completado a demanda com etanol, esse ano teríamos um potencial de consumo de 17,5 bilhões de litros. Entre o que foi efetivamente consumido e o potencial de consumo via demanda de combustíveis, pode-se dizer que o setor deixou de fornecer 7,250 bilhões de litros de etanol, uma perda de receita equivalente a 4,5 bilhões de dólares aproximadamente. Socorro de novo!!
A política esdrúxula do governo - pauta dos principais comentaristas econômicos nesta última semana - fez com que o Brasil tivesse que importar gasolina mais cara do que vende no posto, com enorme prejuízo para a estatal do petróleo, e "joga no lixo todo o investimento no etanol", segundo a comentarista Miriam Leitão. Não é possível que o Brasil aguente gente tão incompetente por tanto tempo.
Arnaldo Luiz Corrêa
Diretor da Archer Consulting

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