sexta-feira, 18 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 83

I – NOTÍCIAS

1- PLATAFORMA P-55 DEVERÁ ADIAR POR 12 MESES A ENTRADA EM OPERAÇÃO
A entrada em operação da plataforma P-55, da Petrobras, será adiada em um ano por causa do atraso na entrega pelo EAS (Estaleiro Atlântico Sul), de Pernambuco.
A plataforma terá capacidade para produzir 180 mil barris diários de petróleo.
De acordo com o Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, a produção da plataforma, que seria iniciada no final deste ano, foi transferida para o final de 2013.
A plataforma P-55, que será instalada no campo de Roncador, na bacia de Campos, teve o casco construído no EAS. Está sendo finalizada no estaleiro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
NAVIO
O EAS também atrasou em dois anos a finalização do navio João Cândido, com entrega prevista para a Petrobras para o próximo dia 25.
Fonte: Folha de São Paulo

2- LUPATECH SINALIZA SUA RECUPERAÇÃO
Em meio a uma crise que já dura mais de três anos, a Lupatech sinaliza para o mercado com metas de recuperação. A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de gás e petróleo aposta suas fichas na operação de aumento de capital em andamento, que pode chegar a R$ 700 milhões, e na incorporação da San Antonio Brasil.
Em teleconferência realizada ontem com analistas, o presidente da empresa, Alexandre Monteiro, disse que a meta é fechar 2013 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 170 milhões e receita líquida de R$ 1,2 bilhão. Em 2011, a Lupatech teve R$ 62,22 milhões de Ebitda e receita de R$ 574 milhões.
No primeiro trimestre, a companhia registrou avanço de 11% da receita líquida na comparação com os três primeiros meses de 2011, para R$ 134 milhões, mas foi praticamente o único número que evoluiu. O Ebitda caiu 41% na mesma base de comparação, para R$ 9,5 milhões, e o prejuízo líquido no período foi de R$ 69 milhões ante prejuízo de R$ 8,9 milhões no primeiro trimestre de 2011. Na avaliação do presidente, foi um começo de ano "bastante duro" e as dificuldades ainda se arrastam. Em abril, foram cancelados dois contratos de prestação de serviços para a Petrobras, que somavam US$ 779 milhões até 2015.
Neste mês, a empresa elegeu um novo conselho de administração, com maioria dos membros independentes. A Lupatech pretende ganhar eficiência também a partir de sinergias com a San Antonio. Segundo Monteiro, em 2013 os ganhos com a junção das operações serão de R$ 4 milhões e, em 2014, saltarão para R$ 19 milhões.
A racionalização da estrutura de gestão, aliada ao aumento de capital e à expansão em portfólio na área de petróleo e gás sustentam o otimismo em relação ao futuro. Na semana passada, o presidente havia dito que a San Antonio tem potencial para gerar incremento de Ebitda de cerca de R$ 30 milhões nos 12 meses seguintes à conclusão da incorporação, prevista para ocorrer até junho.
O endividamento total ficou contido, mas ainda cresceu 3% nos primeiros três meses do ano, em relação ao patamar observado em dezembro. Ao fim de 2011, estava R$ 1,284 bilhão e alcançou R$ 1,324 bilhão em março. A direção justificou o aumento para atender à necessidade de capital de giro.
Fonte: Valor Econômico/ Ana Fernandes | De São Paulo

3- PETROBRAS TERÁ 20 SONDAS ATÉ FIM DESTE ANO
Até o final do ano a Petrobras (PETR3, PETR4) deverá ter 20 sondas em funcionamento no polo pré-sal da Bacia de Santos, divulgou a empresa em teleconferência com analistas ontem. Atualmente, são 13 sondas no local.
Dessa forma, segundo Almir Barbassa, diretor de relações com investidores da petrolífera, a empresa terá 40 sondas apenas para as águas ultraprofundas até o fim deste ano.
"Todas elas trabalharão no nosso processo de exploração e produção e já dará um grande suporte para o crescimento da produção futura do pré-sal", frisou o diretor, o qual também ressaltou que esses projetos serão atualizados no plano de negócios para os próximos anos, a ser divulgado até agosto deste ano.
Fonte: Info Money/Fernando Ladeira de Azevedo

4- Marcos Assayag assume a Gerência Executiva do Cenpes
Fonte: Agência Petrobras
O engenheiro de equipamentos Marcos Assayag foi nomeado gerente executivo do Centro de Pesquisas & Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) na quarta-feira (16), durante evento que contou com a presença da presidente da Petrobras, Graça Foster. Assayag substitui o engenheiro de petróleo Carlos Tadeu da Costa Fraga, que assumiu o cargo de gerente executivo do pré-sal na área de Exploração e Produção.
Em seu discurso, Assayag disse estar muito honrado pela confiança depositada em sua indicação para o cargo e demonstrou ter a consciência da responsabilidade que tem pela frente. “Assumo essa gerência executiva com humildade e simplicidade diante da grandeza do Cenpes e da companhia, consciente dos desafios que nos aguardam e da responsabilidade de prover tecnologia e serviços que atendam a necessidade da Petrobras”, afirmou.
A presidente Maria das Graças Silva Foster destacou a importância do Cenpes para a estatal e o privilégio de ter iniciado sua carreira no centro de pesquisa. “Eu tenho certeza de que Assayag dará prosseguimento ao que o Tadeu fez tão bem. Muito obrigado por ter vindo ficar mais perto da diretoria da Petrobras”, afirmou.
Ao final do evento, a executiva entregou uma placa de agradecimento ao gerente executivo Carlos Tadeu Fraga. Também compareceram à cerimônia os presidentes da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, e da Transpetro, Sergio Machado.
Carreira
Marcos Assayag formou-se em engenharia mecânica em 1974, pela Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem MBA em gestão empresarial pela UFRJ. Ingressou na Petrobras em 1975 e trabalhou, até 1981, com projetos de facilidades de produção em órgãos operacionais na Bahia e Sergipe. Nesse ano, foi designado chefe do Setor de Instalações de Produção no Serviço de Engenharia. Foi transferido para o Cenpes em 1982 e, em 1989, foi designado coordenador do Programa de Capacitação em Águas Profundas (PROCAP), que coordenou nas versões para 1.000, 2.000 e 3.000 metros de profundidade de água.
Em setembro de 2002 passou a ocupar a função de gerente geral de Engenharia Básica do Cenpes, responsável pelos projetos das unidades de produção marítima e por projetos na área de abastecimento e refino.
Em 2007, recebeu o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award for Individuals”, o maior reconhecimento da indústria de petróleo no mundo, por sua contínua contribuição para o desenvolvimento tecnológico da indústria de petróleo.
Em agosto de 2008, foi admitido na Ordem do Mérito Científico, na classe de Comendador e na categoria Ciências Tecnológicas, que premia personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguem por relevantes contribuições à ciência e à tecnologia do país.
Em 2010, foi designado para atuar na gerência de Equipamentos, Engenharia e Logística do escritório de E&P da Petrobras em Londres.

5- Queiroz Galvão tem maior lucro entre as petroleiras privadas
Entre as principais empresas brasileiras privadas do setor de petróleo com ações negociadas em Bolsa -QGEP, da Queiroz Galvão; OGX, do empresário Eike Batista; e HRT, do empresário Márcio Mello-, o melhor resultado ficou com a QGEP, mais antiga e única que já produz.
A QGEP, que é a sétima maior operadora do país e tem participação de 45% no campo de Manati, no qual é sócia da Petrobras, teve lucro de R$ 69,2 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa está também em blocos na bacia de Santos (BM-S-8 e BM-S-12) em parceria com a estatal e é operadora dos blocos BM-J-2 (bacia do Jequitinhonha) e BS-4 (bacia de Santos).
A QGEP produziu em março 2,3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, ou 15 mil boe (barris de óleo equivalente), ficando atrás só da Petrobras na produção de gás natural no país.
PRÉ-OPERACIONAL
Já a OGX, que iniciou este ano produção no campo de Waimea, agora denominado Tubarão Azul, registrou prejuízo de R$ 144,8 milhões.
A perda foi quase três vezes maior que há um ano, de R$ 33,8 milhões, refletindo a condição pré-operacional da companhia, parte do grupo de Eike Batista.
No primeiro trimestre de 2012, a OGX produziu em média 11 mil barris diários de petróleo, ficando em sexto lugar no ranking da produção de petróleo no Brasil divulgado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural).
A HRT, apesar de também pré-operacional, obteve no primeiro trimestre do ano lucro de R$ 53,3 milhões, depois de ter registrado prejuízo de R$ 13,8 milhões no mesmo trimestre de 2011.
O resultado é explicado por uma operação financeira de compra e venda de ativos na qual obteve lucro de R$ 186 milhões.
Apesar da melhor performance financeira, as ações da QGEP acumulavam queda de 19,7% no ano até março.
Já os papéis da OGX acumulavam alta de 10,9% e os da HRT, de 11,3%.
As ações da Petrobras acumulavam altas de 10,2% (PN) e 7,1% (ON) neste ano até o mês de março.
Fonte: Folha de São Paulo


II – COMENTÁRIOS

1- Por que a energia é cara no Brasil
O País vive hoje um grande debate sobre o preço da energia. Todos reclamam, com razão, de que o Brasil tem uma das energias mais caras do mundo. As associações e federações industriais têm elaborado uma série de estudos mostrando como o produto brasileiro vem perdendo competitividade, como as indústrias já procuram outros países para se instalar, e tudo isso está inteiramente ligado aos altos preços da energia no Brasil. Recentemente, o governo lançou um plano com medidas destinadas a aumentar a competitividade da indústria brasileira, e a frustração é que não continha nenhuma política para reduzir os preços da energia. Agora começamos a ver o governo anunciar que estuda fórmulas como a desindexação para baixar a energia no Brasil.
É curioso que um país como o nosso, rico em fontes de energia primária, tenha uma das energias mais caras do mundo. A razão principal para a energia ser cara no País é que o governo não acredita na famosa lei da oferta e da demanda e na concorrência. As políticas públicas no Brasil para o setor de energia têm se caracterizado por não incentivar o aumento da oferta, incentivar práticas monopolistas e encarar o setor como um grande coletor de impostos.
Na energia elétrica, resolvemos atender às pressões ambientalistas, em particular de ONGs estrangeiras, e abrir mão do nosso potencial hídrico, construindo somente usinas a fio d´água. Com certeza seremos cobrados pelas futuras gerações. Além disso, criamos uma metodologia de leilões de energia elétrica que não leva em conta as características de cada fonte nem a sua localização.
No setor de petróleo e gás natural, depois do anúncio das descobertas do pré-sal, a ANP parou de realizar leilões. O último ocorreu em 2008. Em paralelo, com o fim dos leilões, o governo criou políticas que reforçaram o monopólio da Petrobrás. Sem leilões e com uma política de cunho nacionalista, o crescimento da oferta de petróleo e gás natural ficou bem abaixo do seu potencial.
Na biomassa, a inexistência de uma política de longo prazo, tanto para derivados da cana-de-açúcar (etanol e bagaço) como para biodiesel, principalmente após o anúncio do pré-sal, criou uma instabilidade regulatória e uma insegurança jurídica que tiveram como consequência a redução na oferta de etanol, a pouca presença do bagaço nos leilões de energia e uma grande redução nas margens do biodiesel. Aliado à política pública de restringir a oferta, o modelo fiscal para o setor de energia ajuda a encarecer ainda mais o insumo, tanto pelo lado do governo federal quanto pelo dos estaduais, que usam o setor como uma das suas maiores fontes de arrecadação, seja o PIS/Confins ou o ICMS.
Pelo lado da demanda, as políticas do governo só fazem incentivar o consumo por meio da liberação de crédito para comprar automóveis e toda a chamada linha branca e, agora, exigindo dos bancos a queda dos juros.
Enquanto isso, nos EUA o governo promove uma política de incentivo ao aumento da oferta de energia e uma política tributária reversa à utilizada no Brasil. As consequências são a descoberta do chamado shale gas e o aumento da produção interna de petróleo. O preço do gás nos EUA é hoje de US$ 2/milhão de BTU, o que tem provocado uma conversão de térmicas a carvão para gás e começa a viabilizar o chamado gás líquido, que pode substituir o diesel em motores. O continente norte-americano passa por uma enorme revolução na oferta de energia. O Canadá, parceiro preferencial dos EUA, já é a 2.ª reserva de petróleo do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita. O aumento da oferta está provocando uma queda exponencial do preço da energia nos EUA, o que, num segundo momento, vai levar à volta de uma série de indústrias ao país e ao retorno do crescimento econômico.
No Brasil, em vez de pôr em prática políticas públicas que incentivem o aumento da oferta de energia, a concorrência e o abandono da visão do setor como arrecadador de impostos, o governo parece optar pelo populismo tarifário e por uma maior intervenção do Estado no setor. É uma pena que não sigamos o exemplo americano.
**Texto originalmente publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 17/05/12.
Adriano Pires
Fonte: O Estado de S. Paulo
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura - CBIE

2- Propostas mais ousadas para a Rio+20
As diversas áreas do governo brasileiro envolvidas com a preparação da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro em junho, precisam levar para a reunião um tema que seja de interesse global e que conte com o apoio de todos os países que participarão dos debates. Não é tarefa fácil, uma vez que as discussões que acontecerão na conferência envolvem interesses conflitantes, com os países desenvolvidos querendo priorizar somente os temas ambientais e o Brasil, ao lado dos países em desenvolvimento, firmando pé no tripé ambiental, social e econômico.
Apesar da delicada tarefa, nós, do agronegócio, entendemos que os negociadores brasileiros deveriam ousar propondo como tema central algo do tipo "Segurança Alimentar e Energética com Sustentabilidade". Ele tem um forte apelo humanitário, atacaria a questão da fome no mundo, que segundo dados da FAO, a organização da ONU para Agricultura e Alimentação, afeta atualmente 800 milhões de pessoas. Essa seria uma proposta concreta, factível, sem opositores e sobre a qual todos os países poderiam desenvolver ações graduais, como ocorre com a redução das emissões dos gases prejudiciais à camada de ozônio.
E, ninguém melhor que o Brasil para apresentar tal proposta, pois além de ser o anfitrião do encontro é, reconhecidamente, quem mais tem contribuições a dar em termos de produção de alimentos e energia a partir da biomassa de forma ambientalmente sustentável. Afinal de contas, nenhum outro país do mundo consegue mostrar o espetacular ganho de produtividade agrícola registrado pelo agronegócio brasileiro nos últimos 20 anos - aumento de 30% na área plantada contra crescimento de 180% na produção de grãos. Foi esse expressivo ganho de produtividade que impediu, por exemplo, que 57 milhões de hectares tivessem de ser desmatados para a produção.
Se isso não bastasse, vale recordar que o Brasil é o único país do mundo que instalou, desenvolveu e vem aprimorando a cadeia produtiva do etanol a base de cana, um combustível limpo. Nesse sentido, temos de fazer valer o peso de uma das nações que mais próximas está da matriz ideal de economia sustentável e sermos mais ousados. Além de recordar tudo o que o agronegócio já fez em favor da área ambiental, é importante também avançar no campo das propostas de medidas concretas e que não sejam meras promessas ou intenções. Aqui podemos relacionar, por exemplo: medidas tributárias na área de agroenergia, como imposto zero para a cadeia do etanol; desburocratização efetiva do Programa ABC - Agricultura de Baixo Carbono; mostrar que o código florestal é uma conquista do País e não um drama.
Outro fator de estimulo ao protagonismo brasileiro nessa questão da sustentabilidade vinculada a segurança alimentar é o fato de que, a partir deste ano, o diretor da FAO é o brasileiro José Graziano da Silva. O Brasil tem, portanto , a oportunidade de oferecer à ONU essa medida e até contribuir para reforçar a credibilidade da entidade no mundo. Por fim, além de mostrar os avanços em termos de agricultura sustentável, levar para a Rio+20 a proposta de segurança alimentar e energética com sustentabilidade reforçaria a posição de liderança brasileira num mundo atualmente carente de líderes.
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Presidente da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio

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