sábado, 12 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 82

I – NOTÍCIAS

1- APROFUNDAMENTO DAS RELAÇÕES BRASIL - CINGAPURA
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, propôs ao ministro do Comércio e Indústria de Cingapura, Lim Hng Kiang, um aprofundamento das relações entre os dois países.
“Temos necessidade de uma maior aproximação, em função da capacidade tecnológica de Cingapura - especialmente na indústria naval e no setor de petróleo e gás - e da necessidade de modernização da infraestrutura de portos e aeroportos do Brasil”, disse Pimentel. Os dois ministros reuniram-se no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Para Kiang, os interesses de Brasil e Cingapura são coincidentes. O ministro asiático citou como exemplo dessa convergência o fato de mais de 50 companhias cingapurianas manterem escritórios no Brasil e reafirmou o interesse da empresa que administra o aeroporto de Cingapura de participar da próxima rodada de concessão dos aeroportos brasileiros.
Fonte: Portal Brasil

2- CONTER DERRAME DE PETROLEO VIRA NEGÓCIO
Várias empresas que desenvolveram novas maneiras de conter derramamentos de petróleo em alto-mar após o desastre da plataforma Deepwater Horizon estão levando essas tecnologias para o mundo todo, esperando lapidar sua reputação e reduzir os riscos de uma atividade arriscada, mas lucrativa.
A principal delas é a BP PLC, gigante petrolífera do Reino Unido que esteve no centro do acidente com a Deepwater Horizon, há dois anos, que matou 11 pessoas, lançou uma enorme mancha negra no litoral dos Estados Unidos no Golfo do México e quase levou a empresa à falência.
A BP lançou um dispositivo de 500 toneladas para contenção de derramamentos de óleo, projetado para ser enviado de avião de imediato para qualquer parte do mundo onde a empresa perfura o leito oceânico buscando petróleo. O sistema pode ser baixado ao fundo do mar, em águas profundas, por uma sonda, e então montado em cima da boca do poço, no leito marinho, para estancar o jorro. Ele fica armazenado em uma antiga siderúrgica perto do Canal de Navegação de Houston, no litoral do Estado do Texas.
O sistema da BP,, que custou US$ 50 milhões para desenvolver, é um conjunto de caixas e cilindros mais ou menos do tamanho de uma casa, e parece um gigantesco Lego feito de peças metálicas amarelas. Esse grande peso é necessário para operar em profundidades de até 3.000 metros e suportar vazamentos de alta pressão. O kit pode ser colocado em cima de um preventor de explosão quebrado - aparelho que já é uma espécie de tampão - para cobrir um vazamento, ou colocar em cima da boca de um poço aberto que está vazando.
São necessários cinco enormes aviões de carga da Antonov Co. e ainda dois aviões B747-400 da Boeing Corp. para transportar o kit inteiro até seu destino.
Fonte: Valor Econômico/Por Ángel González | The Wall Street Journal

3- Transpetro promete fim da inércia com estaleiros
Os estaleiros com encomendas de navios e sondas para a indústria do petróleo serão cobrados com rigor a partir de agora para evitar que os atrasos nas entregas continuem, avisa o presidente da Transpetro, Sérgio Machado "Acabou a fase da inércia. Estamos entrando na fase do choque de produtividade", afirmou a jornalistas, após dar palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio de Janeiro.
Para o presidente da subsidiária de logística da Petrobras, os atrasos ocorridos até o momento decorreram do que chamou de "curva de aprendizagem". Esse período, segundo ele, será superado com o aperfeiçoamento da mão-de-obra e o desenvolvimento tecnológico dos estaleiros.
Machado citou o caso do petroleiro João Cândido, lançado ao mar há dois anos e que ainda não foi entregue à Transpetro pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS). "Está atrasada (a entrega) dois anos. Qualquer coisa pioneira é sempre difícil. Você nunca acerta de primeira. O navio foi acusado de estar furado, torto. (...) O navio está aí, bonito, na prova de mar", declarou.
A data de entrega do João Cândido, primeiro petroleiro construído pelo EAS no complexo portuário e industrial de Suape, na região Metropolitana do Recife, ficou acertada para o próximo dia 25, depois de Machado se reunir na última quarta-feira com o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB).
A embarcação tem capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo e começou a ser construída em setembro de 2008. Em maio de 2010, foi batizado e lançado ao mar - embora não concluído. No evento, o então presidente Lula comemorou a retomada da indústria naval brasileira. O petroleiro é o primeiro de 22 navios encomendados pela Transpetro ao EAS.
AE - Agência Estado

4- Petrobras licita módulos da cessão onerosa
A Petrobras abriu a licitação para a construção e integração dos módulos das plataformas P-74 e P-76, destinadas à operação nas áreas da cessão onerosa. O prazo para a entrega das propostas vai até o dia 31 de julho.
A concorrência compreende 19 módulos de processo em cada plataforma. Não há especificação de estaleiro para a execução da obra.
A construção e integração dos módulos das outras duas plataformas previstas para a cessão onerosa, P-75 e P-77, serão licitadas posteriormente em data a ser definida.
Já os módulos de geração e compressão das quatro embarcações estão sendo contratados pela Petrobras diretamente dos fabricantes dos equipamentos. O processo, que envolve um total de 56 turbomáquinas, está em fase de licitação. A GE lidera a disputa para o contrato de geração, enquanto a compressão ainda está na fase de qualificação técnica.
Conversão
Ontem (7/5), a Petrobras promoveu em sua sede a assinatura do contrato para a conversão dos cascos dos quatro FPSOs da cessão onerosa com o consórcio Enseada do Paraguaçu, formado por Odebrecht, UTC e OAS. As obras serão executadas no estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro (RJ).
Agência Petrobras de Notícias

5- Opep diz que oferta global de petróleo está acima da demanda
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está bombeando petróleo suficiente para manter os mercados mundiais mais do que abastecidos, e a elevação dos preços internacionais tem ocorrido principalmente devido ao risco geopolítico, disse o grupo nesta quinta-feira.
A Opep disse que sua própria produção aumentou em abril para 31,62 milhões de barris por dia (bpd), com um maior fornecimento do Iraque e também por conta da recuperação da indústria do petróleo na Líbia.
O aumento do fluxo ajudou a baixar o preço do Brent em 15 dólares desde o pico de 128 dólares por barril em março.
"O aumento da produção de petróleo da Opep destaca a tendência atual de uma abundante oferta acima das necessidades do mercado", disse a Opep em seu relatório mensal.
Fontes secundárias dizem que em abril a organização bombeou 1,62 milhão de bpd acima de sua meta de oferta e da demanda do seu próprio petróleo.
O óleo extra da Opep está preenchendo as lacunas causadas por uma série de interrupções inesperadas da oferta mundial de petróleo. A queda significou 1,3 milhão de bpd a menos no início de abril.
O grupo também tem compensado um declínio nas exportações do Irã, que enfrenta um agravamento das sanções ocidentais sobre seu polêmico programa nuclear.
Os números de produção relatados pelos membros da Opep à sede, em Viena, mostram uma taxa de bombeamento ainda maior.
Segundo dados de "comunicação direta" em março a produção da Opep foi estimada em 32,4 milhões de barris, contra os 31,3 milhões de bpd relatados pelas fontes secundárias.
Os níveis de produção informados diretamente pelos membros da Opep subiram mais em abril. O maior produtor, a Arábia Saudita, disse ter bombeado 10,1 milhões bpd em abril, cerca de 179 mil bpd acima dos volumes de março.
O Irã disse à Opep que sua produção em abril foi de 3,76 milhões de bpd, estável desde fevereiro, negando na prática, que o seu bombeamento foi afetado pelas sanções contra Teerã.

6- Otoniel Silva Reis assume o comando do Estaleiro Atlântico Sul
O executivo Otoniel Silva Reis assume a presidência do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), com sede em Ipojuca, Pernambuco. Reis é oriundo da holding Queiroz Galvão, na qual ocupava o cargo de diretor-executivo de mercado privado e óleo e gás. A Queiroz Galvão é acionista do EAS em parceria com a Camargo Corrêa. Reis vai substituir Agostinho Serafim Júnior, que retorna à holding, segundo comunicado divulgado agora há pouco pela assessoria do EAS.
Segundo o comunicado, Reis vai comandar um estaleiro que tem hoje em carteira encomendas de cerca de R$ 8 bilhões. É o terceiro presidente do EAS nos últimos anos, quando estaleiro foi construído e, ao mesmo tempo, começou a montar os primeiros navios petroleiros para a Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras.
Reis terá o desafio de fazer o estaleiro ser rentável depois de prejuízos que chegaram a R$ 1,47 bilhão no ano passado, perda que foi dividida entre os sócios. O EAS vem enfrentando problemas com atraso de encomendas, incluindo os 22 navios da Transpetro e sete sondas de perfuração encomendadas pela empresa Sete Brasil. O EAS também enfrentou problemas de gestão que levaram à saída dos sul-coreanos da Samsung da sociedade. A partir desse movimento, Camargo Correa e Queiroz Galvão passaram a buscar um novo sócio estratégico, processo que abriu negociação com estaleiros japoneses. No mercado, a aposta é que a favorita para a nova parceria seria a Mitsui.
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- ANALISTAS ESTÃO PESSIMISTAS COM PETROBRAS
As expectativas para aos resultados da Petrobras no primeiro trimestre de 2012 não são as melhores. A média das projeções dos analistas indica queda de 27% no lucro líquido, para R$ 7,98 bilhões, e de 10,8% no Ebitda, para R$ 14,36 bilhões. O balanço, foi adiado para a próxima terça-feira.
Esse desempenho deve aparecer apesar de aumento de 20,2% previsto para a receita líquida, que deve ficar em torno de R$ 65,26 bilhões, segundo estimativa de cinco corretoras que acompanham a companhia: Credit Suisse, J.P. Morgan, Itaú BBA, Ágora e Deutsche Bank
Entre as projeções usadas como base pelo Valor, a do J.P. Morgan é a mais pessimista. O banco espera uma receita de R$ 65,88 bilhões, Ebitda de R$ 13,3 bilhões e lucro de R$ 6,8 bilhões, que os analistas da instituição admitem estar abaixo do consenso do mercado.
Os analistas Emerson Leite e Andre Sobreira, do Credit Suisse, ressaltaram que o resultado do primeiro trimestre será importante principalmente porque "vai proporcionar um melhor quadro de referência" para o mercado avaliar a capacidade de a Petrobras gerar valor.
"O quarto trimestre [de 2011] foi muito fraco, mas uma série de efeitos não recorrentes (impairment, depreciação de ativos, mudanças na forma de contabilizar os resultados das joint ventures, estoques formados no exterior e, ainda, o efeito cambial sobre os custos) tornou difícil conciliar os números com a performance verdadeira do negócio", diz o Credit Suisse em relatório.
O banco suíço espera receita de R$ 67 bilhões para a estatal, Ebitda de R$ 14,4 bilhões e lucro líquido de R$ 8,7 bilhões. Os números têm como base a produção estável no primeiro trimestre, apesar de o banco considerar preocupante a queda de 5% na produção de março em relação a fevereiro, e preços internos de derivados ligeiramente maiores no trimestre, refletindo aumentos de 10% e 2% na gasolina e diesel, respectivamente, que só tiveram impacto nos últimos dois meses do ano passado.
O Itaú BBA prevê que a companhia vai registrar um lucro líquido de R$ 7,78 bilhões no primeiro trimestre, 29% abaixo dos R$ 10,98 bilhões registrados no mesmo período de 2011. Como ressaltam os analistas do Itaú BBA, a receita líquida deverá ficar em R$ 65,38 bilhões, 19% acima da registrada no primeiro trimestre de 2011, mas, apesar do aumento do preço do petróleo, igual à do quarto trimestre.
No relatório, os analistas do Itaú BBA destacam que, como consequência dos preços elevados do petróleo, os mesmos fatores que afetaram o resultado do quarto trimestre estão mantidos no primeiros três meses de 2012. Entre os pontos destacados estão pagamentos mais elevados de participações governamentais (royalties e participação especial) e as despesas com importação de petróleo bruto e gasolina. Menores importações de diesel no período, por outro lado, vão compensar em parte os aumentos das despesas.
A projeção do Itaú BBA é que o Ebitda da companhia seja de R$ 14,5 bilhões, 10% abaixo do apurado no mesmo trimestre de 2011 e 6% acima dos R$ 13,66 bilhões do quarto trimestre. O aumento em relação ao último trimestre de 2011 se deve à ausência de itens não recorrentes. "Esperamos este resultado para confirmar a recorrência dos itens que afetaram os resultados no quarto trimestre", afirmam os analistas do Itaú.
O Credit Suisse ressalta ainda que vão contribuir para o melhor resultado o consumo estável de combustíveis, que permitiu uma queda de 27% nas importações de diesel, e também o aumento de 8,5% no preço do petróleo em relação ao quarto trimestre, que melhora o preço de venda da estatal.
Fonte:Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner | Do Rio

2- Lupatech planeja ampliar presença em óleo e gás
Fonte: Valor Econômico
Mesmo passando por um momento de restruturação, por causa das dificuldades financeiras enfrentadas desde 2008, a direção da Lupatech está otimista quanto ao futuro dos negócios. A principal aposta da empresa é a ampliação do portfólio na área de serviços para petróleo e gás com a incorporação da San Antonio Brasil (SABR). Até aqui, o foco era em produção de equipamentos para o setor.
Em reunião com investidores e analistas realizada na terça-feira (8), o presidente da Lupatech, Alexandre Monteiro, disse estimar que a SABR gere um aumento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da ordem de R$ 30 milhões nos 12 meses seguintes à conclusão da incorporação. O valor é quase metade do Ebitda da Lupatech em 2011, que foi de R$ 62,2 milhões.
A empresa avalia que o mercado de serviços para petróleo e gás no Brasil chegue a R$ 9 bilhões até 2017, dos quais projeta responder por 12% a 14% com a anexação. Atualmente, a SABR tem de 4% a 5% desse mercado, no qual a participação da Lupatech é mínima.
Com a expansão do mercado de petróleo e gás no país, o entendimento é que o nicho de serviços vai crescer rapidamente. "A gente acredita com muita ênfase que esse movimento [de incorporação da SABR] tem capacidade de fato de colocar a Lupatech em um novo patamar, com um 'offering' mais amplo e com mais capacidade de competir com as grandes empresas do setor", disse o presidente da companhia.
A incorporação da SABR foi anunciada junto com o projeto de recapitalização da empresa, no fim de 2011. Aprovado no último dia 4, o aumento de capital está em andamento e terá valor de até R$ 700 milhões (R$ 350 milhões garantidos por Petros, BNDESPar e GP Investimentos). A absorção da SABR ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas.
O prazo máximo para a operação é outubro. A direção da Lupatech, no entanto, avalia que o processo será adiantado. Segundo o presidente, a SABR será integrada em dois meses e, em julho, as operações estarão unidas formalmente.
A SABR tem R$ 1,1 bilhão de pedidos em carteira. A subsidiária da San Antonio Internacional, que é controlada pela GP Investimentos, foi avaliada em R$ 150 milhões, sendo R$ 100 milhões em dívidas. O saldo de R$ 50 milhões será pago à GP em forma de ações da Lupatech, ao preço de R$ 4 (o mesmo preço fixado para o processo de recapitalização).
Apesar do otimismo, a direção da Lupatech ressaltou que irá seguir o caminho de disciplina para se recuperar. Na semana passada, foi eleito novo conselho de administração, agora com nove integrantes, dos quais cinco são independentes. Ronaldo Iabrudi Pereira, apontado como membro independente, assumiu a presidência. "Vamos continuar reforçando a estrutura de gestão, com investimento absolutamente disciplinado e seremos obstinados com a questão de performance das nossas operações", afirmou Monteiro.
A Lupatech fechou 2011 com patrimônio líquido negativo de R$ 43 milhões. No fim do ano, a empresa tinha R$ 24 milhões em caixa, frente a passivos de curto prazo que somavam R$ 380 milhões. Em abril, a empresa sofreu outro revés, o cancelamento de dois contratos de prestação de serviços para a Petrobras, que somavam US$ 779 milhões até 2015.

3- A Embrapa em 2030
Há uma discussão salutar na mídia sobre a pesquisa agropecuária pública. A importância da agricultura brasileira é a razão. A agricultura também é foco da reunião do G8 e da Rio+20.
A importância da Embrapa para o Brasil, criando conhecimento e inovações, é indiscutível. A transformação dos cerrados em um celeiro de grãos talvez seja, ao menos em área, a sua maior contribuição nas quase 40 anos desde a sua criação.
Um apoio tecnológico aos empreendedores da agricultura brasileira que continua forte e diversificado, trazendo opções de produção e processamento que fizeram de nossos agricultores, pequenos e grandes, exemplo de pujança mundial.
Nesse período, o mundo, o Brasil, a sua agricultura e a Embrapa sofreram enormes mudanças.
A globalização, a preocupação com o social e com o ambiente, a expansão da fronteira agrícola nacional, o domínio de novas biotecnologias que permitiram a criação de organismos geneticamente modificados, a revolução das tecnologias da informação e comunicação e as leis de proteção de cultivares causaram revoluções no setor.
O governo respondeu criando mais centros de pesquisa da Embrapa -eram 15 em 1973, são 47 hoje.
Seu quadro pessoal foi fortalecido e renovado. São mais de 2.000 doutores. As parcerias aumentaram e são hoje 5.529 contratos de parceria público-privada. E o principal: o orçamento passou de R$ 607 milhões, em 2000, para R$ 955 milhões, em 2005, e chegou a R$ 2 bilhões em 2011.
Cabe ressaltar que o investimento em pesquisa pública pelos países industrializados é similar ao que investem todos os países em desenvolvimento no mesmo setor, estimado em US$ 12 bilhões. Países industrializados como Austrália e Japão investem parcela maior do seu PIB agrícola em pesquisa agropecuária pública do que o Brasil.
E a arquitetura do financiamento público, inicialmente com uma correspondência quase biunívoca entre o público e o nacional, hoje tem o nacional com o internacional e o público com o privado em uma arquitetura porosa e criativa.
Uma demonstração disso é o recente acordo que firmei com o Reino Unido, onde a Embrapa apoiará o desenvolvimento agrícola de pequenos produtores de países africanos, através de projetos de pesquisa e desenvolvimento com instituições irmãs na África, América Latina e Caribe, algo previsto como resultado da Rio+20 e que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já está praticando.
A Embrapa de 2030 terá esforço maior na geração de conhecimento. A pesquisa será mais básica e feita em parcerias, em ousados arranjos institucionais. As tecnologias caracterizadas em insumos continuarão relevantes, inclusive como elemento estratégico do Estado, que deve evitar "caixas-pretas". A empresa continuará a apoiar as atividades de pequenos produtores não amparados pelo setor privado.
O crescimento nacional e internacional da Embrapa exigirá nova governança. Ajustes, necessários e difíceis, iniciados na atual administração, permitirão que, em 2030, nossos filhos possam continuar a se orgulhar desta grande empresa pública que é patrimônio nacional, a Embrapa.
*Texto originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, em 07/05/2012.
Mendes Ribeiro Filho
Fonte: Folha de S. Paulo
Advogado e ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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