sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 69

I – NOTICIAS

1- Lobão garante que novos diretores da Petrobras serão escolhidos por critérios técnicos
Fonte: Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que os novos diretores da Petrobras serão escolhidos de acordo com critérios técnicos. Mas a definição dos nomes não deverá sair até a próxima reunião do Conselho de Administração da estatal. “Não se fará nenhuma nomeação na reunião do conselho de amanhã. A menos que, até lá, a presidenta [Dilma Rousseff] possa se definir sobre os nomes que estão sendo examinados. Quais são, eu não posso dizer”, disse o ministro ao chegar ao palácio do Itamaraty, para reunião da Comissão Nacional da Conferência Rio+20.
Um tema que deve ser decidido na reunião de hoje é a criação de uma diretoria para cuidar dos interesses corporativos da estatal. Lobão não descartou a indicação do ex-presidente José Eduardo Dutra para ocupar o cargo. “Dutra é uma hipótese e tem toda a qualificação para isso. Foi presidente da Petrobras, da BR Distribuidora, é um executivo muito bom, tem qualificação de sobra para isso. Não é um favor que se vai fazer a ele”.
O ministro confirmou a saída do diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, mas informou que ainda não há substituto definido. Também não há nome escolhido para a diretoria de Gás e Energia, que ficou vaga com a saída de Maria das Graças Foster, que vai assumir a presidência da Petrobras.

2- Produtores de biodiesel defendem expansão da produção e pedem marco regulatório
Fonte: Agência Brasil
Produtores de biodiesel discutiram com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, a expansão da produção do combustível alternativo que é misturado na proporção de 5% ao óleo diesel consumido no país. Eles pediram também a aprovação de marco regulatório para o setor.
De acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Juan Diego Ferres, o Brasil tem condições de duplicar a produção do combustível, podendo estender para o Norte e o Nordeste as culturas utilizadas. No momento, a soja responde por mais de 70% da produção de biodiesel, cujo esmagamento resulta também em óleo comestível, glicerina e farelo.
Ferrés destacou a importância do farelo de soja para a alimentação do gado, argumentando que "é preferível o Brasil conseguir valor agregado com a soja do que exportá-la a preço barato para outros países. Eles só querem comprar matéria-prima do Brasil para gerar emprego e investimentos em seus países”.
De acordo com Diego Ferres, em 2011, foram produzidos no Brasil 2,5 milhões de litros de biodiesel, o que corresponde a 5% do óleo diesel consumido durante o ano. O ideal, segundo ele, é que, até 2015, o Brasil dobre essa produção. No ano passado, a soja manipulada no país rendeu R$ 10 bilhões, sendo que R$ 7,5 bilhões foram gerados só com a produção de biodiesel.
A soja utilizada para produzir biodiesel correspondeu a 10% de toda a safra do ano. Diego Ferres argumenta que é bom para o Brasil manipular a soja internamente, pois, enquanto ela é vendida a preço baixo no exterior, manipulada pode dar mais valor agregado para a carne, com o uso do farelo na ração. Ele também destacou que o aumento da produção da soja e do biodiesel tem impacto social, como, por exemplo, na agricultura familiar, com a melhora das condições de vida desses produtores.
No encontro com o ministro, os produtores receberam como resposta que, na próxima sexta-feira (10), haverá uma reunião multissetorial em Brasília para discutir o assunto, com a participação de parlamentares que defendem o segmento.

3- Rolls-Royce anuncia resultados globais e aumenta participação no Brasil
Fonte: TN Petróleo
A Rolls-Royce plc anunciou os resultados globais da empresa em 2011. De acordo com a nota divulgada pela companhia, a carteira de pedidos avançou 5%, saltando de £59,2 bilhões em 2010 para £62,2 bilhões em 2011 - grande parte deste volume se deu na divisão de aviação civil.
O faturamento da empresa também cresceu 4%, atingindo a marca de £11,3 bilhões com relação a £10,8 bilhões em 2010. Os números representam o dobro do faturamento em dez anos.
A empresa lucrou 21% a mais do que em 2010, somando £1,16 bilhão.
Dentre os projetos e investimentos que contribuíram os resultados, três foram destacados:
• A aquisição da fornecedora alemã de motores Tognum, em uma oferta em conjunto com a Daimler, o que complementou o portfólio de produtos e tecnologias, ampliando oportunidades nos mercados marítimo e de energia;
• A venda de parte da joint-venture IAE para a Pratt & Whitney, ao mesmo tempo em que se anunciou as intenção de formar uma nova joint-venture para fabricar motores para a nova geração de aviões de médio porte;
• A assinatura de um contrato de exclusividade para produzir um avançado motor Trent XWB para as aeronaves de grande porte Airbus 350-1000.
O Brasil aumentou sua importância no contexto global do grupo. Recentemente, a companhia fechou o maior contrato de sua história na divisão de Energia para fornecimento de turbinas à Petrobras e recebeu outras grandes encomendas, como da Navegação São Miguel - que encomendou quatro embarcações de recuperação de óleo e três navios-tanque do tipo bunker.
Também houve o investimento de U$ 100 milhões para a construção de uma fábrica de turbogeradores em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, aumentando o índice de conteúdo local de produtos. Será instalado, nesse mesmo terreno, um avançado Centro de Treinamento, oferecendo capacitação para cerca de quatro mil pessoas ao ano. Além disso, a Rolls-Royce vai expandir a unidade de São Bernardo do Campo.

4- Opep prevê menor aumento da demanda de petróleo
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou novamente nesta quinta-feira, 9, seus números de previsão de aumento na demanda para 2012. Em seu aguardado relatório mensal, o grupo reduziu em 120 mil barris ao dia sua estimativa de crescimento na demanda para o ano, para cerca de 940 mil barris ao dia.
O anúncio é feito no momento em que o crescimento da Ásia se desacelera e prosseguem os temores em torno do Irã. Até agora, a Opep cortou em quase um terço a quantidade que inicialmente esperava que os consumidores acrescentassem a suas necessidades para este ano.
No relatório, o grupo diz que os problemas nas economias desenvolvidas afetam negativamente o mercado de petróleo e geram uma considerável dose de incerteza no curto prazo. Também cita a preocupação com a capacidade de a Europa sobreviver a sua crise da dívida, e também o apetite menor por gasolina entre motoristas dos EUA.
Em um aspecto mais preocupante, a Opep advertiu que economias como Índia e China - motores da demanda global por combustível fóssil - crescerão agora menos que o esperado. No geral, o grupo cortou sua previsão para o crescimento mundial em 1 ponto porcentual em 2012, para 3,4%.
Enquanto o crescimento na demanda perde força, a Opep, cujos membros produzem mais de um terço do petróleo consumido diariamente no mundo, está produzindo em níveis não vistos desde os cortes decididos durante a recessão de 2008.
O grupo afirmou que sua própria produção de petróleo aumentou em 56.200 barris ao dia, para 30,898 milhões de barris ao dia, em janeiro. O número não está longe da meta fechada em meados de dezembro, e fica 1,3 milhão de barris ao dia acima das necessidades que a Opep estima para o petróleo no primeiro trimestre.
Nações do Golfo Pérsico podem produzir mais barris, no momento em que o Ocidente pressiona o Irã por seu programa nuclear. A União Europeia decidiu embargar o petróleo iraniano a partir de julho, e os EUA pressionam países a reduzir suas compras do país. Potências acusam o Irã de buscar secretamente armas nucleares, o que Teerã nega, garantindo ter apenas fins pacíficos.
Mesmo que os consumidores fiquem aliviados em saber que a Opep está criando um colchão confortável de petróleo, a tendência pode gerar divisões entre os integrantes do grupo. A produção do próprio Irã caiu em cerca de 200 mil barris ao dia em três anos e continuava a recuar em janeiro, segundo os números da Opep, com as sanções que já estavam em vigor afetando os investimentos.
Autoridades iranianas chegaram a advertir as nações do Golfo contra qualquer tentativa de substituir seu petróleo nos mercados globais. Os próprios países do Golfo afirmam que não é esse o caso, mas analistas dizem que essas nações estão tendo uma produção alta como um sinal de sua prontidão para compensar eventuais carências. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

5- Noble Grupo nomeia José Luiz Glaser como CEO de unidade agrícola
O Noble Group informou que escolheu o brasileiro José Luiz Glaser para exercer o cargo de executivo-chefe da unidade agrícola, como parte de uma série de novas nomeações administrativas. O anúncio surge num momento em que a trading de commodities se prepara para desmembrar a Noble Agri por meio de uma listagem de ações em Cingapura.
Glaser, que antes atuava como gerente-geral da cadeia de abastecimento de grãos e oleaginosas da Cargill, será responsável por todos os negócios agrícolas da Noble, à qual se juntou em agosto do ano passado. Ele gerenciou as operações para Cargill na Suíça, nos Estados Unidos e no Brasil. O grupo também atribuiu a Ernesto Leon-Gambetta e a Jacques Gillaux os cargos de vice-executivo-chefe da Noble Agri. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

6- Porto de Niterói em expansão para atender pré-sal e Comperj
Ao completar 100 anos de sua idealização, o Porto de Niterói prepara-se para a mais importante etapa de sua expansão, consolidando-se como uma das bases logísticas mais modernas da América Latina, principalmente porque destina-se a atender demandas do pré-sal e, em futuro próximo, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O processo, que inclui a própria revitalização de toda a área, desdobra-se agora para um desenvolvimento ainda maior e representa um passo a mais na direção tomada por Niterói de se converter em referência nacional mais destacada da indústria naval e offshore.
Situado na Baía de Guanabara, o Porto é fundamental para o escoamento de toda a produção do Rio. Em menos de sete anos, desde o seu arrendamento, ele ostenta uma estrutura moderna de excelência, de comprovada dinâmica e com profissionais reconhecidamente qualificados. Soma-se a tudo isso, sua localização estratégica para atender demandas nas Bacias de Campos (RJ), Santos (SP) e Vitória (ES). Pesquisa do Instituto IPEA de mostra que o Porto de Niterói ocupa a nona posição em todo o Brasil, com elevado valor agregado na média dos produtos movimentados, na base de 670 US$/t.
É uma expansão que caminha lado a lado com obras de infraestrutura e mais instalações. Os prédios já existentes, antes deteriorados, foram recuperados e equipados com alta tecnologia. O projeto do antigo prédio industrial do Moinho transformou-se em um prédio comercial para até 440 conjuntos de sala. No local, um grande condomínio está sendo instalado com empresas offshore e toda a cadeia de suplementos e serviços correlatos.
Para atender, em especial, a demanda do pré-sal, as obras de ampliação também chegaram ao terreno ocupado pela Escola Superior de Polícia Militar (ESPM) e Grupamento Aéreo Marítimo (GAM). Em fevereiro do ano passado, a Companhia Docas, que é responsável pela área, formalizou o pedido de devolução do terreno de cerca de 25 mil metros quadrados em poder da Polícia Militar, para realizar obras do projeto de ampliação da Nitshore, uma das empresas arrendatárias do Porto de Niterói.
Construção do Porto: estímulo ao desenvolvimento da cidade
Além da importância econômica, historicamente o Porto se fez essencial para o desenvolvimento da cidade. A ideia de construir um porto em Niterói começa a se concretizar em 1911, no governo de Feliciano Sodré. Mas somente em 1913 começam as obras, quando a sua construção foi oficializada por decreto. Junto com a edificação do Porto se deu todo o surgimento de infraestrutura na região, como a implantação de uma rede de saneamento e aterramentos.
Quando Niterói é instituída capital do estado, foi arquitetado o grande programa que visava, entre outras concepções, o planejamento de ruas e loteamentos. Na primeira década do século XX, é levantado o conjunto arquitetônico da Praça da República, que incluiu desmonte de morros para possibilitar o início do aterro do Mangue de São Lourenço. A finalização destas obras ocorreu então na década de 1920, com uma ampla esplanada urbanizada, em uma área de 357 mil metros quadrados, entre a Ponta D’Areia e a Enseada de São Lourenço (ou Mangue de São Lourenço). Em 1924, o Poder Executivo concedeu ao Estado a concessão para a exploração do Porto de Niterói por 75 anos.
Com a conclusão da Ponte Rio-Niterói, novamente a cidade se converteu em foco de investimentos públicos. Ao mesmo tempo, ocorreu uma expansão urbana regional e local ainda maior de Niterói, ampliando a estrutura básica já existente e aquecendo o mercado imobiliário.
Nesta mesma década, com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 1974, a Companhia Docas passou a assumir a gestão do Porto. Em agosto de 2005, as empresas Nitshore e Nitport arrendaram o Porto através de contrato com a Companhia Docas do Rio de Janeiro. E agora Niterói volta a atrair interesses ainda maiores, com o Porto desempenhando papel de primeiro plano neste crescimento.
Fonte: Revista Intermarket


II -COMENTÁRIOS

1- Os grandes desafios do etanol brasileiro
O mundo vem buscando alternativas aos combustíveis fósseis há muitos anos. Diversas são as iniciativas, contudo, a maioria delas inviável financeiramente. O etanol brasileiro tem sido apontado como o único biocombustível com condições financeiras de substituir a gasolina. Porém, meus estudos indicam que, no médio prazo e nas condições atuais de mercado, a rentabilidade das destilarias brasileiras tende a ser fortemente afetada, o que pode colocar em risco o seu desenvolvimento sustentável.
Apesar da alta volatilidade dos preços do petróleo nos últimos anos, o preço da gasolina teve aumentos comportados, o que de certa forma tem contribuído para a contenção da inflação, o que beneficia consumidores, mas produz efeito inverso sobre a rentabilidade do etanol brasileiro. Grande parte dos consumidores optou por comprar carros flex nos últimos anos, tendo assim a possibilidade de uso tanto da gasolina como do etanol. A conta é simples: se o preço do etanol estiver abaixo de 70% do preço da gasolina, é vantajoso utilizar o etanol. Para o consumidor é ótimo ter essa opção. Entretanto, como o preço da gasolina teve reajustes moderados nos últimos anos, o preço do etanol tem superado o teto de 70% do preço da gasolina. O problema é que nos últimos 5 anos o preço da cana-de-açúcar subiu 50%, aumentando muito os custos dos produtores de etanol e diminuindo drasticamente sua rentabilidade.
Durante o ano de 2011, vimos o preço do etanol subir de forma acelerada, atingindo patamares superiores a R$ 2,50 por litro, o que trouxe enormes preocupações para o governo. Mas por que, apesar do alto preço do etanol e da enorme demanda pelo produto, poucos investimentos no setor foram anunciados? Não há resposta simples para essa pergunta, porém, a origem da controvérsia está na produção de cana, no preço do açúcar, no custo logístico brasileiro e no preço das terras.
O setor sucro-alcooleiro brasileiro tem por volta de 400 unidades produtivas, usinas e destilarias, sendo que 60% delas podem produzir açúcar e álcool. Como a rentabilidade do açúcar nos últimos anos tem sido muito mais alta do que a do etanol, os produtores têm destinado a maior parte do caldo de cana extraído para a produção de açúcar, em vez de utilizá-lo para fazer etanol. Em consequência, grande parte dos investimentos do setor tem sido destinada para aumento de capacidade de produção de açúcar e co-geração de energia. A margem operacional das usinas de açúcar tem se mantido alta, em torno de 30%, porém o mesmo não ocorre com as destilarias de etanol, com margens em torno de 15%.
Destilarias de pequena escala tendem a ter margens operacionais ainda menores, atingindo, em média, menos de 10%. Com esse nível de rentabilidade, diversas destilarias tiveram problemas para o pagamento de suas dívidas e foram obrigadas a refinanciá-las, ou mesmo, a parar suas atividades.
Grandes players nacionais e internacionais compraram nos últimos cinco anos por volta de 100 empresas em dificuldades, principalmente em função de sua alta alavancagem financeira. Neste momento são poucas as oportunidades de boas compras, porém o processo de consolidação ainda está em andamento. A maioria desses players continua cogitando aquisições, mas estão focados na integração dos negócios adquiridos e na expansão de suas capacidades de produção. O grande problema tem sido o acesso à matéria prima, a cana-de-açúcar. A competição por cana tem sido acirrada, uma vez que uma boa parte da cana utilizada pelas usinas é comprada de terceiros. O seu preço subiu quase 50% em 5 anos, de R$ 51,00 a tonelada, em 2006, para mais de R$ 70,00, em 2011. Isso se deu pelo aumento do custo de plantio e pela quebra de safra deste ano.
Outro fator que tem pressionado os custos e a rentabilidade dos produtores de etanol é o preço das terras e, por consequência, o preço do seu arrendamento. O Estado de São Paulo produz aproximadamente 60% da cana do Brasil, principalmente no nordeste do Estado, o que valorizou demais as terras na região. Esse fato dificultou ainda mais a expansão de novas capacidades produtivas de etanol e diminuiu a margem do produto.
Algumas companhias tentam deslocar sua produção e novas unidades para outros estados em busca de terras mais baratas e de menor concorrência na compra de cana de terceiros, contudo, o custo logístico aumenta consideravelmente. Diversos investimentos têm sido desenvolvidos para diminuir custos logísticos, inclusive a construção de dutos para transporte de etanol, porém sua evolução é gradativa e lenta.
Neste momento, o governo está concentrado em garantir a oferta de etanol para os consumidores a preços competitivos, o que é justo, uma vez que a população aderiu em massa à compra dos carros flex. A Petrobras tem papel fundamental para garantir esta oferta de etanol, porém o país não pode depender somente dela para isso. O BNDES, recentemente, lançou novas linhas interessantes de financiamento para renovação de canaviais e para etanol celulósico. Contudo, não resolvem o problema de rentabilidade das destilarias.
Existe um consenso de que não faltará demanda para o etanol brasileiro. O grande problema é como tornar sua produção rentável atraindo novos investimentos. É evidente que, para que haja uma resposta imediata dos empresários do setor em relação às novas expansões, é necessário um esforço do governo para que se aumente a rentabilidade dos investimentos, pois dadas as condições atuais, provavelmente no médio prazo teremos menos destilarias rentáveis, o que é insustentável. A solução para esta equação deve-se basear em três fatores: a desoneração tributária do etanol, a aceleração dos investimentos em logística para o deslocamento de produção para outros Estados e, principalmente, o incentivo para o aumento de plantio de cana-de-açúcar.
* Artigo publicado originalmente no Jornal Valor Econômico
Ricardo Mollo professor de Finanças do Insper, PhD candidate na University of London, ex diretor do Unibanco

2- Assimetrias no mercado brasileiro trazem efeitos indesejáveis
O mercado de combustíveis no Brasil vem apresentando uma série de assimetrias que trazem consequências importantes tanto para os consumidores quanto para as empresas.
Enquanto os consumidores têm a sua decisão atrapalhada por incentivos equivocados, as empresas não conseguem ocupar sua capacidade produtiva e rentabilizar seus investimentos.
A primeira das assimetrias é a forma como o mercado é visto pelo governo, pelas empresas e pelos consumidores.
Enquanto o governo insiste em formular políticas independentes para cada combustível, as empresas do setor aceleram seus processos de verticalização e diversificação, mostrando que o mercado deve ser visto de maneira global.
Até mesmo a Petrobras, que já é responsável pela quase totalidade da produção de gasolina no Brasil, entrou no mercado de combustíveis renováveis através de aquisições de usinas de etanol e biodiesel ou associações como a firmada em 2010 com a Guarani, pertencente ao grupo francês Tereos.
Do ponto de vista do consumidor, o mercado também é visto como um só, na medida em que o aumento da frota de veículos flex permite escolher livremente entre gasolina e etanol, gerando uma concorrência entre os dois.
Essa visão equivocada do governo leva a outras assimetrias. Um bom exemplo é a política de preços subsidiados da gasolina, que levou ao aumento da demanda pelo combustível fóssil em detrimento do etanol, que é limpo e renovável.
Essa assimetria é ainda reforçada pelo tratamento tributário desigual. Enquanto a tributação da gasolina vem caindo em termos proporcionais, a do etanol, que já era superior à da gasolina, pode ainda ser aumentada, uma vez que no final de 2011 foi editada uma medida provisória que elevou o teto da Cide incidente sobre o produto.
O resultado é a sobreutilização do combustível fóssil e a subutilização dos combustíveis renováveis.
Enquanto a capacidade de refino no Brasil se encontra esgotada, o que levou a aumento de importação de gasolina da ordem de 300% em 2011, existe capacidade ociosa nas usinas de etanol e de biodiesel. No caso do biodiesel, surge ainda a questão da redução da emissão de poluentes através da substituição do diesel S500 pelo S50. Essa medida deveria ser acompanhada de um cronograma de elevação do percentual de biodiesel, o que nos garantiria o uso de um combustível ainda mais limpo.
A elevação de cerca de 20% no consumo da gasolina em 2011 já mostra seus efeitos. Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostram que, no ano passado, os índices de poluição do ar foram os piores dos últimos oito anos, fortemente influenciados pelas emissões de gases poluentes dos escapamentos dos carros.
* Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 03/02/2012
Adriano Pires Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

3- Especialistas debatem a infraestrutura do País
É urgente a necessidade de ampliação dos investimentos na infraestrutura de transportes, melhoria na qualificação da mão de obra e de intensificação da intermodalidade se o objetivo do País é de aumentar a competitividade logística. Essas foram algumas das constatações dos palestrantes do InfraBrasil Expo&Summit 2012, realizado entre os dias 30 de janeiro e 1 de fevereiro.
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, em sua apresentação, destacou que o Estado adotou um novo padrão de indutor do desenvolvimento e, em função disso, recuperou a prática de planejamento de longo prazo. Segundo a ministra, para o Brasil continuar uma nação mundialmente atrativa, com economia equilibrada, o governo pretende apostar em cinco pilares: na solidez fiscal; no fortalecimento do mercado interno; na ampliação da liberação de crédito; no aumento a competitividade através da melhoria da qualidade da mão de obra e no incentivo à inovação com ênfase em ciência e tecnologia; e em mais investimentos.
“Neste aspecto, a continuidade do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2012, será muito importante para a manutenção do dinamismo da economia, não só para dar conta do crescimento da demanda, mas também para atender às necessidades de infraestrutura voltadas para os eventos esportivos que serão realizados no Brasil em 2014 e 2016”, afirmou Miriam.
O secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato, afirmou que, através do PAC, o Ministério dos Transportes prevê a aplicação de um montante de R$ 300 bilhões até 2025 na melhoria dos portos brasileiros, na ampliação da malha ferroviária e das rodovias, bem como na reabilitação da navegação interior e da cabotagem brasileira.
De acordo com o presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, para o Brasil crescer e atingir o status de quinta potência econômica mundial, primeiramente precisa aprimorar a capacitação técnica dos profissionais, reduzir a burocracia pública, diminuir a tributação, melhorar o ambiente regulatório, injetar mais recursos em tecnologias e em obras de ampliação e retificação de gargalos operacionais. Vilaça destacou ainda que os modais precisam ser vistos de forma integrada.
O valor investido em infraestrutura, segundo o secretário-executivo e gerente de infraestrutura do Conselho Temático Permanente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria, Wagner Cardoso, é de 2% do PIB, muito inferior ao que é praticado na Ásia, cuja média é de 7%. O mínimo a ser aplicado no Brasil, conforme Cardoso, deveria ser de 5%. “O PAC é um avanço, mas ainda é insuficiente, pois não executa todos os projetos autorizados”, afirma Cardoso.
Para solucionar os problemas de infraestrutura, Cardoso, diz que é preciso que a iniciativa privada invista mais e participe mais da gestão. Mas, para que as empresas se sintam atraídas para aplicar em novos negócios, o governo deve garantir a segurança jurídica dos contratos e aperfeiçoar os marcos regulatórios. “Hoje há muita politização nas agências reguladoras e isso está afetando o papel de regulador”.
Fonte: Jornal do Comércio, RS
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Sofitel Rio de Janeiro 


Steering Comittee
Ole Okland (Statoil),David Brokes (BP ), Michael Cunningham (Oceaneering), Antonio Critsinellis (Chevron), Luiz Olijnick (Shell ), Luc Riviere (Total), Paulo Couto (FMC), Murilo Vaz (COPPE – UFRJ) Carlos Moreira ( Genesis ) , David Morgan ( Cameron ) , Cezar Paulo, Guilherme Castro, Carlos Cunha, Marcos Guedes, Orlando Ribeiro, Maurício Diniz ( Petrobras)






Proposed Agenda
May/22/2012
18:30 – cocktail reception and registration
May/23/2012– Day 1
8:30 – Opening by keynote speaker – Solange Guedes, Production Engineering General Manger (Petrobras)


Subsea Processing and Boosting - Cezar Paulo, Orlando e Ole Okland
9:15 – Pazflor Subsea System Development and start-up (Total – Gilles LEMAITRE)
9:45 – coffee break
10:15 – Marlim SSAO - Subsea Oil-Water Separation System (Petrobras – Mauro Euphemio )
10:45 – Subsea Compression Systems (Statoil – Torstein Vinterstø, Aker Solution – Knut Nyborg)
11:15 – Caisson Subsea Boosting System (TBC)
11:45 – Discussion:
What is still to be qualified and how to save money and time through joint efforts for subsea technology qualification?
12:45 – lunch
Subsea Processing and Boosting – Part 2
14:30 –Subsea controls –Trying to communicate and Control (Paul Johnson , OTM)
15:00 – Subsea Power Distribution – Present and Future – (Chevron , Mike Alford)
15:30 – Subsea System Surveillance and Condition Monitoring (FMC , )
16:00 – Subsea Boosting (Total , Pierre-Jean BIBET) :
16:30 – Discussion: How to accelerate the technology application in the field?
17:30 – end of Day 1


May/24/2012– Day 2
Subsea Pipelines, Risers and Umbilicals
8:30 – Electrically heated subsea steel pipelines – the experience so far (Atle Børnes , Statoil)
9:00 – Electrically heated flexible pipes with temperature monitoring (Didier Hanonge , Technip )
9:30 – The Heat trace Pipe in Pipe flowline - Evaluation qualification and first application in Total UK (Total , Hervé DE NAUROIS )
10:00 – coffee break
10:45 – Ultradeepwater riser installation ( TBC )
11:15 – Deepwater Riser Solutions (TBC ) or Water Heated PiP – (TBC )
11:45 – Discussion: what are the main constraints for deepwater pipeline installations and what can be done aiming cost reduction?


12:45 – lunch


Subsea Pipelines, Risers and Umbilicals
14:30 – Deepwater umbilical with carbon fiber rods – the Chinook & Cascade case (Petrobras )
15:00 – Installation Experience of Clad and CRA Flowlines and Risers (INTETECH)
15:30 – The limits of fatigue life for field girth weld joints ( , TBC)
16:00 – Composite production risers – achievements and the way ahead (Airborne) –

16:30 – Discussion: is composite material technology a realistic alternative for future production risers?


May/25/2012– Day 3


Subsea Completion and Intervention
8:30 – Subsea tree installation by cable – the experience with a specifically designed vessel (Petrobras Rafael Nicácio)
9:00 – Innovative Subsea Intervention System Ax-S , ( Expro )
9:30 – Light Well Intervention (TBC )
10:00 – coffee break
10:45 – Subsea trees with electric actuators versus hydraulic actuators – K5F field experience ( Cameron)
11:15 – Completion and Workover Riser Alternatives (FMC )
11:45 – Discussion:
Subsea equipment standardization - should we move a little further?
How to reduce costs for subsea wells intervention?
How to use subsea intervention to achieve a better recovery from subsea wells?


12:45 – lunch


Field Operations and Integrity Management
14:30 – Forward Thinking in Subsea Technologies - (Schilling Robotics)
15:00 – Subsea pipeline inspection by AUV (Kongsberg)
15:30 – Subsea Integrity Management and Intervention (BP )
16:00 – ROV Operations: the Good, the Bad and the Ugly (Oceaneering)
16:30 – Conference wrap up:
So what is next for subsea ?
Are we in the dawn of a New Subsea era ?
Summary of key points & strong messages from all sessions
17:30 – end of Day 3 and conference.



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