domingo, 4 de setembro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 49

I – NOTICIAS

1- BNDES EMPRESTA R$ 4 Bilhões para OIL & GAS
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar R$ 4 bilhões até o fim de 2015 para financiar empresas fornecedoras de bens e serviços da cadeia petróleo e gás no país. O objetivo é aumentar a competitividade das companhias brasileiras nos mercados doméstico e internacional.
De acordo com o superintendente da Área de Insumos Básicos do banco, Rodrigo Bacellar, que detalhou hoje (1º) o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores de Bens e Serviços relacionados ao setor de Petróleo e Gás Natural (BNDES P&G), durante seminário na sede da instituição, o plano garante atenção especial às empresas de menor porte que representam aproximadamente 85% da cadeia de fornecedores da área.
“O programa traz diversas vantagens, como aumento do prazo de financiamento, maior flexibilização das garantias e aumento de participação para as micro e pequenas empresas”, disse Bacellar.
As condições financeiras previstas no programa têm taxas de juros que variam de 4,5% ao ano, para inovação, até 11,04%, para o financiamento a capital de giro, nas operações diretas.
Bacellar também enfatizou que outra inovação é a empresa-âncora. Trata-se de uma companhia de maior porte, com receita operacional bruta anual acima de R$ 90 milhões. A partir de um Plano de Desenvolvimento de Fornecedores, ela vai direcionar no mínimo 30% dos recursos do financiamento aos seus fornecedores e subfornecedores.
“As micro, pequenas e médias empresas podem se beneficiar porque terão acesso mais rápido aos recursos. A empresa âncora toma o risco das menores e, ao mesmo tempo, são estimuladas a fazer isso porque poderão pagar menos pelo financiamento que tomarem”.
De acordo com o superintendente do BNDES, essa transação vai permitir um fortalecimento de vínculos entre as empresas-âncora e as menores, que são suas fornecedoras.
O programa também prevê maiores níveis de participação do BNDES nos projetos de financiamento e possibilita o apoio à aquisição de tecnologia, à qualificação e capacitação de mão de obra e à prestação de serviços, em especial os serviços de engenharia e de certificação relacionados ao setor.
“A Petrobras tem o maior plano de investimentos de uma empresa no mundo, com previsão de US$ 224,7 bilhões até 2015. Além disso, a estimativa de demanda doméstica por bens e serviços em exploração e produção offshore é de US$ 400 bilhões até 2020”, justificou Bacellar.
Fonte: Agência Brasil

2- EISA aguarda licença ambiental
Em entrevista coletiva à imprensa, o empresário German Enformovich disse que, até dezembro deste ano, espera que a licença ambiental para instalação do Estaleiro Eisa em Coruripe seja finalmente concedida pelo Ibama. Ele disse que a demora para concessão da licença se deve a ‘burocracia’.
A entrevista aconteceu no Palácio República dos Palmares, na presença do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otávio Gomes.
Enformovich afirmou que, depois que a licença for concedida, o estaleiro levará cerca de três anos para entrar em funcionamento. “Há uma lista de critérios exigidos pelo Ibama, mas eles já estão sendo resolvidos. O estaleiro é uma realidade”, frisou, lembrando que o empreendimento irá gerar mais de 10 mil empregos diretos e 70 mil empregos indiretos quando estiver funcionando.
“Será gerada toda uma cadeia produtiva, pois vamos incentivar os fornecedores locais para consumir o que for necessário para o Estaleiro”, acrescentou.
Em sua fala, o governador destacou que o estaleiro é um reflexo da recuperação da credibilidade e da atração de investimentos do Estado, “após 30 anos de estagnação”. “O estaleiro é uma realidade e vai modificar a realidade econômica do Estado, com a geração de milhares de empregos”, frisou.

3-Seadrill capitaliza Acher
A Seadrill pagou US$ 69,87 milhões por 10,8 milhões de novas ações da Acher em operação de capitalização para a compra do grupo Great White Energy. A Seadrill é a maior acionista da companhia e aumentará a sua participação para 38,3% do capital total após o fechamento da operação, marcado para 31 de agosto.
A Lime Rocks adquiriu os 1,9 milhão de ações restantes, da emissão de 12,7 milhões de novos papéis, por US$ 12,26 milhões, passando a deter 13,4%. A capitalização levantará os US$ 82 milhões necessários para viabilizar o negócio de US$ 630 milhões com a Great White Energy.
Fonte:  energiahoje

4-Petrobras vai iniciar produção de gás do pré-sal na próxima semana
A produção de gás do campo de Lula, na Bacia de Santos, será iniciada na próxima semana, informou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella.
Ele disse que o gasoduto que liga o campo de Lula à plataforma de Mexilhão já está sendo pressurizado. Atualmente o campo está em fase de teste de longa duração, com a produção de 36 mil barris de petróleo.
"Na próxima semana teremos o primeiro gás de Lula produzido. Já estamos colocando em produção", afirmou Estrella durante seminário sobre o Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores de Petróleo e Gás, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na opinião do diretor, mais importante do que a descoberta do pré-sal para a Petrobras foi a região da Bacia de Santos como um todo, que é a "maior bacia sedimentar da costa brasileira", e estava, após ter apresetando resultados negativos nas últimas décadas, adormecida nos investimentos da Petrobras.
Desde 2002, a empresa mudou sua política exploratória, focando fora da Bacia de Campos. Isso fez com que a Bacia de Santos, que produzia apenas gás em 2003, passasse a resultados exploratórios, primeiro no pós-sal e depois no pré-sal.
"Hoje a Bacia de Santos é um foco principal na área exploratória. Pelo seu tamanho, certamente a Bacia de Santos suplantará a Bacia de Campos na produção de petróleo em alguns anos, e isso não se restringe ao pré-sal", disse Estrella.
Agregando a Bacia de Santos ao seu portifólio de produção, a Petrobras, que produz hoje cerca de 2,4 milhões de óleo equivalente por dia pretende chegar a 2015 com 3,7 milhões, e em 2020 com 6 milhões de boe produzidos no Brasil.
Fonte: Valor Online

5-Petrobras deve investir R$ 77,9 bi no País em 2012
Fonte: Agência Brasil
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, informou que o orçamento de investimento da Petrobras no País previsto para 2012 é de R$ 77,9 bilhões. No exterior, os investimentos previstos para a estatal somam R$ 9 bilhões. Para a Eletrobras, o investimento previsto em 2012 é de R$ 10,1 bilhões e, do Banco do Brasil, de R$ 3 bilhões. A previsão de investimento da Caixa Econômica Federal no próximo ano é de R$ 1,3 bilhão.
Meta de superávit
A ministra explicou que o governo vai continuar com o objetivo de cumprir a meta cheia de superávit primário das contas do setor público em 2012. A ministra destacou que, apesar do projeto de lei orçamentária prever a possibilidade de abatimento das despesas do PAC de R$ 25,6 bilhões, a ministra destacou que o governo continua com o "rumo" na direção da meta cheia. Miriam ponderou que a possibilidade de abatimento permite uma margem de manobra para o governo.
"Continuamos com rumo da meta cheia, mas consideramos que é importante a margem de manobra para fazer investimentos. O rumo geral é trabalhar com o cenário de meta cheia", disse ela.
Miriam disse que o Plano Plurianual (PPA) para o período 2012-2015, enviado hoje ao Congresso Nacional, traz uma nova lógica de planejamento governamental. "Ele é o momento de aperfeiçoamento em relação às experiências anteriores. A grande mudança é o foco da gestão pública", afirmou a ministra. "A gente procurou metas que irão mudar a vida do cidadão", explicou.
A ministra disse que o PPA também deixa de ter característica orçamentária. "Era uma característica que estava errada nos momentos anteriores", disse. Miriam disse que o volume de recursos envolvidos no PPA será de R$ 5,4 trilhões nos quatro anos, 38% a mais que no PPA do período anterior (2008-2011).


II – COMENTARIOS

1-Ligas nobres nacionais
A Petrobras considera fundamental que materiais de ligas nobres, que oferecem maior resistência a efeitos degradantes originados em ambientes de pré-sal, como a corrosão, comecem a ser fabricados o quanto antes no Brasil, em função de sua restrita oferta mundial e forte demanda sinalizada pelas atividades na nova fronteira.
“Temos interesse de que todos esses materiais que estamos usando no pré-sal, como o cromo 13 e cromo super 13, duplex e super-duplex, sejam fabricados no país”, afirma o engenheiro da Gerência de Concepção e Alinhamento de Projetos do E&P-Pré-sal da Petrobras, Antônio C. Capeleiro.
Para ele, um dos principais desafios é desenvolver ligas que utilizem elementos entre o super-cromo 13 e o super-duplex, o que já vem mobilizando empresas nacionais. “Temos conhecimento de empresas da área de metalurgia que estão se movimentando em face a essa demanda”, conta o engenheiro, que acredita que o objetivo pode ser alcançado pela associação com empresas estrangeiras ou por meio de empresas brasileiras que já detenham tecnologia de fabricação de ligas.
Pós-2017
De acordo com Capeleiro, o ano de 2017 marcará o início de uma fase para aplicação de novas tecnologias nas atividades de E&P no pré-sal, como sistemas submarinos, com ênfase na marinização de plantas de processo, além de diferentes conceitos de plataformas, como TLPs e Spar Buoys. Em apresentação no seminário Solda Brasil 2011, nesta terça-feira (30/08), o engenheiro mostrou uma lista de desafios tecnológicos que irão compor o portfólio de P&D da empresa nos próximos anos.
Poço: redução da duração e custo da construção de poços; melhoria do desempenho de sondas; qualidade de cimentação; integridade de poços; desempenho da completação inteligente/ facilidade para desequipar poços; redução de custos de materiais por meio do emprego de novas ligas; estratégias de recompletação de baixo custo.
Reservatórios: previsibilidade da qualidade do reservatório e fluidos; caracterização interna do reservatório; recuperação secundária; gerenciamento do reservatório carbonático; viabilidade de sísmica 4D.
Engenharia submarina: qualificação de risers flexíveis para lâminas d'água superiores a 2.200 m; qualificação de risers e linhas flexíveis para injeção de gás em ambiente de alta pressão; instalação, monitoramento e operação de risers desacoplados e acoplados; gerenciamento de temperatura nas linhas flexíveis.
UEPs (Unidades Estacionárias de Produção): interação com risers; modularização das plantas para otimizar espaço e a carga; operação da planta de separação de CO2 e reinjeção; padronização dos sistemas do FPSO; projetos de plataformas com ligação direta aos poços.
Fonte: energiahoje

2-Lupatech reforma diretoria-executiva
A Lupatech, fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de óleo e gás, reformulou sua diretoria-executiva e anunciou ontem um novo presidente, que assume com a tarefa de recuperar as vendas e a saúde financeira da empresa em um dos momentos mais delicados da companhia na bolsa desde que abriu o capital, em 2006.
Alexandre Monteiro, que desde abril ocupa a vice-presidência de finanças e a diretoria de relações com investidores e antes trabalhava no grupo de infraestrutura Libra, será o novo presidente da empresa, no lugar de Nestor Perini, que ficará apenas no comando do conselho de administração.
O posto de diretor financeiro ficará com Thiago Piovesan, atual diretor de controladoria. E a empresa ainda contará com um novo nome, César Paolini, que veio da Schlumberger, do mesmo setor da Lupatech, e comandará a diretoria de serviços. A vice-presidência comercial deixará de existir e José Abu-Jamra, que ocupava o posto, se dedicará apenas ao conselho.
A mudança na gestão visa adequar a Lupatech à nova regra de governança para as companhias listadas no Novo Mercado, que prevê que os cargos de diretor-presidente e presidente do conselho sejam ocupados por pessoas diferentes. Dessa forma, a empresa se antecipa em três anos à entrada em vigência da nova regra.
"O novo modelo de governança também é vital para que a empresa enfrente os desafios que tem pela frente", resume o novo presidente, Alexandre Monteiro.
E os desafios são muitos. Com a crise financeira global de 2008 e o adiamento na ocasião de pedidos da principal cliente, a Petrobras, a Lupatech perdeu receita e geração de caixa, que até hoje não se recuperaram plenamente. Para se ter uma ideia, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e a amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu de cerca de R$ 210 milhões em 2008 para R$ 68 milhões no ano passado. Nos seis primeiros meses deste ano, somou R$ 45 milhões.
Com a menor capacidade de gerar caixa, o endividamento da Lupatech atingiu patamares altos, o que causou o rebaixamento dos ratings pelas agências de classificação de risco. Tudo isso frustrou os investidores e se refletiu na bolsa.
As ações da companhia estão hoje perto do piso histórico, cotadas a R$ 9,80. Na abertura de capital, os papéis valiam quase R$ 22 e no melhor momento, em maio de 2008, chegaram a R$ 63,65. Do pico das cotações, quando o valor de mercado alcançou R$ 3 bilhões, até hoje, a Lupatech perdeu mais de 80% da capitalização, que está em R$ 468 milhões.
O novo presidente diz que a recuperação da empresa passa por três frentes no curto prazo: aumento da receita, redução de custos, principalmente com enxugamento de pessoal, e venda de ativos.
Para incrementar e dar mais previsibilidade à receita, a companhia pretende continuar elevando a atuação nos negócios de prestação de serviços. "São contratos de longo prazo e, portanto, menos sujeitos a oscilações bruscas como as de 2008", afirma Nestor Perini.
Na crise, os serviços respondiam por fatia entre 5% e 10% da receita da companhia. No fim deste ano o percentual deve chegar a 35% e em 2013 a algo próximo a 50%.
Na parte estratégica, a Lupatech também avalia a expansão do portfólio de produtos. "Estudamos, por exemplo, como entrar no mercado de equipamentos para operações de petróleo em águas profundas", disse Perini. Outra intenção é entrar em outros países da América Latina, como México e Peru, em dois ou três anos.
"A expectativa é que neste ano já possamos repetir a receita de 2008, um ano muito bom para as atividades", disse Monteiro. A receita líquida foi de R$ 704 milhões naquele ano e caiu para R$ 555 milhões em 2009 e R$ 581 milhões no ano passado. Nos seis primeiros meses de 2011, a receita atingiu R$ 309 milhões.
A racionalização das estruturas deve gerar um ganho de cerca de R$ 20 milhões ao ano a partir de 2012. E a venda de ativos, que deve se concretizar no segundo semestre deste ano, deve gerar um caixa de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões para a empresa.
Outra aposta da Lupatech é a redução da dívida líquida, de R$ 1,1 bilhão. Embora seja de longo prazo, é alta para o tamanho da geração de caixa da companhia, de R$ 68 milhões no ano passado. "Além da busca por eficiência e mais receita, estamos conversando com os acionistas sobre uma forma de diminuir a dívida", disse Monteiro, sem detalhar os planos.
A relação entre a dívida líquida da companhia, desconsiderados os R$ 400 milhões em bônus perpétuos, e o Ebitda é de 10 vezes. "O ideal é que fique abaixo de 3,5 vezes." Esse indicador foi previsto na renegociação das condições de uma emissão de debêntures conversíveis, em junho, com o BNDES. No acordo, a companhia se comprometeu a atingir esse patamar de endividamento até o fim de 2012.

3-Pietro Erber: Uma Política Energética para o Desenvolvimento Sustentável
Uma política econômica voltada para o desenvolvimento sustentável priorizará o uso eficiente dos fatores de produção e o meio ambiente.
Apresentação
Uma política econômica voltada para a sustentabilidade do desenvolvimento tanto priorizará o uso eficiente dos fatores de produção quanto o meio ambiente. Este, por constituir fonte de alguns desses fatores e, eventualmente, limitador de seu emprego, assume caráter semelhante. Portanto, propõe-se que a política energética seja orientada para dois objetivos fundamentais e prioritários: a eficiência energética e a redução dos impactos ambientais, ambos relevantes para a sustentabilidade e a competitividade das soluções adotadas para atender aos requisitos de energia do país.
Desses objetivos prioritários decorre a preferência pelo emprego de energias de fontes renováveis e de origem local. A essencialidade do suprimento de energia para a atividade e mesmo para a subsistência da sociedade justifica, por sua vez, a importância da segurança da disponibilidade energética. E por fim, a formulação de uma política energética não prescinde da consideração do status quo do setor energético nacional e mundial, dos investimentos já realizados e das limitações impostas pela disponibilidade de recursos financeiros, humanos e tecnológicos. Com relação a este fator, cabe distinguir processos já comprovados e aqueles que ainda carecem de viabilidade para sua utilização.
Essas considerações devem embasar e balizar as políticas das diversas modalidades de energia, de modo a propiciar sua compatibilidade e orientar seus fornecedores e usuários quanto ao papel mais apropriado para cada uma.
A redução da utilização de recursos energéticos primários e de seu impacto ambiental, sem prejuízo do atendimento da demanda da sociedade, requer aumento de eficiência na obtenção e no uso da energia. Para tanto, é necessário que os usuários recebam a correta sinalização dos custos reais de seu atendimento. Para tanto, as principais externalidades do uso da energia devem ser computadas e cobradas dos usuários, para estimular o uso eficiente dos recursos cuja obtenção e utilização venha a causar tais custos. Mediante tal sinalização, a comparação de diferentes opções de atendimento dos requisitos energéticos ficará mais transparente e conseqüente e a importância de se evitar impactos ambientais sobre a saúde e o clima global deixará de constituir um discurso meramente retórico. Afinal, o que importa para a sustentabilidade é reduzir os custos globais da utilização da energia e não apenas seus custos diretos e respectivos preços.
O efeito da transferência de custos ora arcados pela sociedade para os preços da energia sobre a despesa dos usuários poderá ser minorado pelo aumento da eficiência energética. O emprego eficiente dos recursos naturais e de outros fatores de produção reduzirá o custo da energia para a sociedade e aumentará a competitividade e a sustentabilidade do desenvolvimento do país.
Autor: Pietro Erber é Diretor do INEE e Diretor Presidente da ABVE
INEE

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