segunda-feira, 18 de julho de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 42

I – NOTÍCIAS

1-País tem de reverter deficit no setor de petróleo até 2020
Apesar da apregoada autossuficiência nacional no abastecimento de petróleo -o superávit comercial em 2010 foi de US$ 6,05 bilhões-, o país continua com deficit na balança comercial do setor.
A despeito de o volume de exportação de petróleo ter superado o de importação desde 2006, rompendo com o padrão observado até então, houve expressiva expansão da importação de derivados.
Com isso, no ano passado, a despeito do desempenho da conta de petróleo, o saldo comercial do setor foi negativo em US$ 7,06 bilhões, devido ao deficit de US$ 13,12 bilhões na conta de derivados.
Vale notar que, nos últimos anos, esse saldo negativo só não foi maior por conta do aumento da produção nacional deetanol, que supriu parte significativa do aumento do consumo de combustíveis no período.
A persistência de deficit no setor pode, em princípio, parecer surpreendente frente à alta de 68% da produção nacional de petróleo nos últimos dez anos. Contudo, deve-se considerar que, a despeito da autossuficiência, cerca de 20% do petróleo utilizado no país é importado, visando a formulação de "blends" que atendam a especificações das refinarias nacionais.
Ocorre que o produto importado é mais valorizado que o exportado pelo país, de forma que, apesar do maior volume de exportações desde 2006, quando se consideram as receitas, o país só veio a ser superavitário em 2009.
Outro fator importante é que o crescimento da economia brasileira vem ampliando a demanda por derivados, que não tem sido acompanhada pela expansão da capacidade de produção. Com isso, os aumentos no consumo passaram a ser atendidos através do maior volume de importações.
Desde 1980, com a inauguração da refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), nenhuma capacidade expressiva de refino foi adicionada, sendo feitos investimentos apenas em pequenas ampliações das refinarias existentes durante a década de 1990.
No entanto, a maturação de uma série de investimentos, que implicarão expansões significativas na produção doméstica de petróleo e derivados, deve alterar esse cenário.
A perspectiva é que, até 2020, a balança comercial do setor deixe de registrar deficit expressivos. No período, a produção nacional de petróleo deverá praticamente dobrar, levando o país a figurar entre os sete maiores produtores mundiais, ao passo que a capacidade de refino deverá aumentar pelo menos 22%, considerando a construção da refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ).
Por fim, e não menos importante, deve-se considerar que a qualidade média do petróleo nacional deverá melhorar, conforme se amplie a produção nas áreas da camada pré-sal.
Fonte: Valor Econômico

2-Petrobras investirá US$ 1,2 bilhões em eficiência energética
A Petrobras investirá US$ 1,2 bilhão em projetos de eficiência energética, incluindo pesquisa e desenvolvimento na área. O número foi apresentado durante workshop internacional promovido no início da semana, no Rio de Janeiro, pela estatal e pelo Comitê Brasileiro do Conselho Mundial de Energia, sobre o papel dos combustíveis fósseis na economia de baixo carbono.
Conforme nota da Petrobras, a gerente geral de Eficiência Energética e Emissões Atmosféricas da companhia, Beatriz Espinosa, falou sobre as iniciativas da estatal para mitigação das mudanças climáticas e apresentou as novas metas da Petrobras para reduzir sua intensidade de emissões.
"A previsão é de que a Petrobras dobre sua produção até 2020. Pensando nisso, a companhia estabeleceu objetivos voluntários para reduzir sua curva de crescimento de emissões e, em 2010, definiu o compromisso de maximizar sua eficiência energética e reduzir a intensidade de emissões de suas operações", disse Beatriz, no comunicado.
Ainda de acordo com a nota, a Petrobras estabeleceu como metas para 2015 reduzir a intensidade energética nas operações de refino e na operação das usinas termelétricas em 10% e 5%, respectivamente; diminuir em 65% a intensidade da queima de gás natural e em tocha nas operações de exploração e produção; e reduzir a intensidade de emissões de gases de efeito estufa nas operações de exploração e produção, de refino e na operação das usinas termelétricas em 15%, 8% e 5%, respectivamente.
Durante o evento, também foram apresentados os projetos da Petrobras na área de captura, transporte e armazenamento de carbono (CCS - Carbon Capture Storage). O executivo da área de Exploração & Produção (Pré-sal), Alberto Sampaio, falou sobre o uso das tecnologias de CCS no desenvolvimento do polo pré-sal na Bacia de Santos, e o coordenador do programa de pesquisa Pro-CO2 da Petrobras, Paulo Rocha, apresentou os desafios tecnológicos da indústria de óleo e gás apropriados à economia de baixo carbono.
Também participaram do workshop o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, e o secretário para combustíveis fósseis do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Charles McConnell.
Fonte:AE - Agencia Estado

3-Submarinos Nucleares
Com a presença da presidente Dilma Rousseff, se iniciará no porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, a construção dos submarinos convencionais (S-BR) da classe Scorpène, de tecnologia francesa, no Brasil. A iniciativa faz parte do Acordo Estratégico Brasil-França que originou o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) da Marinha do Brasil.
A fabricação dos S-BR, como são chamados os quatro submarinos convencionais incluídos no PROSUB, representa o primeiro passo para a construção do submarino com propulsão nuclear brasileiro (SN-BR) – marco maior do programa, firmado entre o Brasil e a França, no fim de 2008.
O submarino movido a energia nuclear é desenvolvido com tecnologia altamente sensível, dominada por um seleto grupo de países. Atualmente, apenas China, Estados Unidos da América, França, Inglaterra e Rússia detêm esse domínio tecnológico. Com a construção, o Brasil passará a integrar essa lista, já que o SN-BR terá reator nuclear e propulsão desenvolvidos pelo próprio país.
Considerado um dos mais complexos meios navais já idealizados pelo homem, o submarino com propulsão nuclear tem vantagens táticas e estratégicas significativas. Com enorme autonomia, pode desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, aumentando sua mobilidade e permitindo a patrulha de áreas mais amplas no oceano.
O modelo é considerado também extremamente seguro e de difícil detecção. arte dos equipamentos desenvolvidos para os quatro submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica, poderá ser aproveitada no submarino de propulsão nuclear brasileiro, que será fabricado com os mesmos métodos, técnicas e processos de construção desenvolvidos junto aos franceses.
Fonte: Portos & Navios

4-WIRE COMM, Empresa Brasileira, se Internacionaliza
A WIRE COMM efetivou contratos em Angola, que pode servir como ponto de contato para os seus serviços de Gerenciamento de TI. Seu objetivo é proporcionar um fácil acesso aos recursos que sua empresa necessita, para implementar novos modelos de negócios, gerenciar o crescimento e mudanças.
Fundada em 1998 a empresa soma experiência em desenvolvimento de Projetos, Implantação de Sistemas, Redes para Informática, Automação, Data Centers e Telecomunicações;
Acompanhou as transformações do mercado, ganhou abrangência e se tornou Grupo WIRE COMM, atuando na automação de Sondas de Perfuração, Plataformas de Produção e Refinarias, entre outros serviços;
Hoje conta com mais de 50 colaboradores, treinados e certificados prestando serviços em diferentes áreas ligadas à TIC;
Quais são os principais serviços da WIRE COMM:
• Gerenciamento da Infra-estrutura
• Gerenciamento de Service Desk (solução remota e local)
• Gerenciamento de Distribuição de Software
• Suporte a Hardware e Software
• Inventário, Gestão de Ativos e Gestão de Mudanças (IMAC)
• Suporte especializado - 1º, 2º e 3º nível, Core Team, Controle de padrões, Site Administrator, Consultoria.

5-ANEEL autoriza Petrobras assumir termoelétrica de Cuiabá
Mais uma etapa para o retorno das atividades da Usina Governador Mário Covas (Térmica de Cuiabá) está finalizada, com o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que a Empresa Pantanal Energia (EPE) repasse o comando da unidade à Petrobras. A partir de agora, a reativação da planta depende da homologação da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), ligado ao Ministério de Hidrocarbonetos, para envio de gás natural à térmica.
Com a aprovação da Aneel, a EPE transfere à Petrobras a responsabilidade sobre o fornecimento de gás natural, geração e comercialização da energia produzida pela térmica. No começo de 2010, a estatal brasileira concordou em enviar parte do insumo que compra na Bolívia para Mato Grosso e em seguida também aceitou atuar no lugar da EPE. Com esta possibilidade, a Bolívia passou a sinalizar positivamente para a retomada da térmica.
De acordo com o presidente da EPE, Fábio Garcia, a partir de agora a companhia é a titular da usina por tempo indeterminado. "Cumprimos a mais importante das etapas no Brasil. Agora é só esperar a assinatura da diretoria da YPFB para que recomecem a enviar gás para o funcionamento da térmica de Cuiabá".
Segundo Fábio Garcia, a expectativa é de que antes do fim do ano a usina volte a gerar energia. São 480 megawatts (MW) produzidos em baixa tensão, cuja carga estará interligada ao Sistema Integrado Nacional (SIN).
Fonte:A Gazeta

6-Expansão industrial no RJ gera maior procura por cursos de QSMS
Fonte: Redação TN Petroleo
Com a aprovação de leis ambientais mais rigorosas para as indústrias e a expansão deste setor no Rio de Janeiro, profissionais de diversas áreas procuram cada vez mais especializações no setor de qualidade. "A preocupação em aumentar o nível de qualidade da produção e adequá-la às normas ambientais e trabalhistas vigentes é constante. Para isso foi criado tal sistema de gestão integrada", explica o presidente da Fundação de Apoio ao Cefet, professor Raul Rousso.
No Rio, a Funcefet é uma das duas instituições de ensino que oferecem o curso.
De acordo com dados da Funcefet, profissionais como engenheiros, advogados, médicos, químicos e biólogos têm procurado a especialização em qualidade, segurança, meio ambiente e saúde (QSMS), principalmente por causa da expansão do pólo petrolífero de Macaé, a instalação do Comperj em Itaboraí e do setor siderúrgico em Sepetiba.
De acordo com Rousso, ter o certificado abre muitas portas para quem deseja um emprego nestes setores industriais que têm atividades poluidoras, como o petrolífero, químico e energético. Ainda de acordo com ele, os profissionais também devem se preparar para a realização da Copa e das Olimpíadas no Rio de Janeiro. “Os eventos esportivos vão impulsionar ainda mais a atividade econômica e vão exigir das empresas o cumprimento das leis ambientais e trabalhistas. Ter o certificado só aumenta as chances de ser contratado”.
Funcefet: Rua Professor Gabizo, 367, Maracanã
Telefone: (21) 3872-5502
Site: www.funcefet.com.br


II- COMENTÁRIOS

1-Tragédia anunciada na cana: é preciso plano de investimento
A produção de cana na safra 2011/12 está 30% menor que a da safra passada, que já foi insuficiente para as necessidades do país.
Os anos de crise, que levaram à descapitalização dos produtores, trouxeram envelhecimento e redução nos tratos culturais dos canaviais.
O excesso das "águas de março" causou ataque do fungo curvularia em duas importantes variedades e atrasou o plantio, podendo comprometer o próximo ano. Além disso, o canavial foi atingido por geada em junho.
É provável uma quebra de mais de 10% em relação à safra passada. Paralelamente, as montadoras colocam mais três milhões de carros flex em 2011, e a China suga o açúcar brasileiro.
Está armado um cenário trágico para o fim do ano, com preços elevados (em plena safra, o preço do etanol é o mais alto dos últimos dez anos, e o açúcar também deve subir).
Além disso, haverá a necessidade de importar gasolina e etanol dos EUA e a redução da mistura de anidro na gasolina para 18%, nociva ao meio ambiente e à produção renovável do Brasil.
Apesar da necessidade de pelo menos 60 novas usinas de 3 milhões de toneladas de cana (um investimento de US$ 26 bilhões) até a Copa, apenas para atender o mercado de hidratado (cenário conservador), importantes empresas do setor de bens de capital relataram que investimentos nos ´greenfields´ estão absolutamente parados.
O país necessita de um projeto especial de investimentos baseado nas seguintes ações:
a) definição de locais estratégicos para receber estas novas unidades, promovendo o desenvolvimento, o empreendedorismo e a diversificação regional (em áreas de pastagens degradadas);
b) definir uma arquitetura financeira na qual a Petrobras, invista e possa ter de 20% a 30% do capital de cada unidade, o BNDES faça aportes e grupos privados nacionais e principalmente internacionais (tradings e petroleiras), motivados por essa arquitetura financeira, tragam investimentos e tenham controle acionário dessas unidades novas;
c) encomendar imediatamente esse pacote de usinas ao setor de bens de capital em regime diferenciado de impostos, um real estímulo a um setor que sofre processo de desindustrialização devido à falta de políticas industriais que compensem o câmbio, os elevados juros e o aumento de custos;
d) desenvolver e capacitar redes de fornecedores de cana nessas regiões, integrados a essas usinas. São ao menos dois anos para que entrem em funcionamento, e esse pacote trará retorno garantido.
O BNDES precisa aumentar seus aportes. Apenas como comparação, o contestado recurso oferecido na proposta de fusão de duas grandes redes de supermercados daria para financiar 50% de pelo menos 15 usinas de 3 milhões de toneladas, beneficiando a sociedade brasileira na geração de energia, renda, 6.000 empregos, impostos e interiorização de desenvolvimento.
A falta de cana representa hoje uma perda de renda de mais R$ 20 bilhões se os produtos aí estivessem para abastecer os mercados, colaborando para o controle da inflação e o saldo comercial. Será também um grande problema pela frente, uma tragédia amplamente anunciada.
Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 09/07/2011
Marcos Fava Neves
Professor titular de planejamento na FEA/USP no campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat

2-Siemens entra em nova fase, sem perder a obsessão pela inovação
A Siemens realiza os ajustes finais para colocar em operação, a partir de 1º de outubro, o seu novo setor de negócios, que será chamado "Cidades e Infraestrutura". Anunciado em março, ele é um desdobramento da megarreestruturação global iniciada em 2007 pela multinacional alemã, que voltou o seu foco para negócios capazes de atender as demandas da sociedade nas próximas quatro décadas.
O novo setor dará profundidade à orientação de sustentabilidade que a cúpula da Siemens começou a imprimir ao grupo, e é também uma resposta à rápida expansão da demanda internacional por tecnologias "verdes".
Com a nova estrutura, boa parte desse portfólio hoje espalhado pelos três setores da empresa (Energia, Indústria e Saúde) migrará para o Cidades e Infraestrutura. Para ele irão 81 mil dos 100 mil funcionários envolvidos com a produção de centenas de itens "verdes", abrangendo desde soluções para mobilidade urbana até "smart grid", o sistema inteligente de distribuição de energia que moldará as cidades no futuro. Ficarão de fora somente as tecnologias para energia eólica e solar, que permanecerão sob o setor de Energia da Siemens.
"Nosso portfólio 'verde' é um motor de crescimento significativo, por isso esse novo setor será um forte pilar da organização", afirmou o presidente mundial da Siemens, Peter Löscher, durante entrevista exclusiva concedida ao Valor antes do anúncio do sétimo centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do grupo no Brasil.
Como se sabe, ninguém rasga dinheiro no andar de cima das corporações. O Cidades e Infraestrutura chegará ao mercado em outubro já respondendo a 27,6% do faturamento total do grupo. Foram € 21 bilhões dos € 76 bilhões registrados no ano fiscal de 2010, encerrado em 31 de setembro. Quando incluídas as tecnologias de energia eólica e solar, a soma sobe para € 27,6 bilhões, cifra comemorada internamente por ter batido a meta de € 25 bilhões prevista apenas para 2011.
Com olhos azuis austríacos e sobrancelhas expressivas, Löscher parece sorrir com a metade de cima do rosto. Ele não esconde a satisfação de ver a gigante mundial de engenharia, que assumiu há pouco mais de três anos, mostrar a cara. Com ampla experiência no setor farmacêutico e na arquirrival General Electric (GE), o principal executivo trouxe na bagagem uma agressividade nos negócios e exposição de resultados com as quais muitos na Siemens não estavam acostumados. Löscher desembarcou na sede em Munique pedindo pressa a seus subordinados. No recado transmitido aos 197 países onde a companhia atua isso foi repassado assim: "Speed, speed, speed".
"E continuo falando isso", diz Löscher. "Colocamos € 4 bilhões em pesquisa todo ano. A cada dia temos 42 novas patentes no mundo. Se você me perguntar o que tira o meu sono à noite é a acomodação. Tenho de fazer com que o espírito de inovação continue vivo. Eu nunca estou satisfeito", completa.
No mundo dos negócios, encarar o jogo como ganho pode ser um erro fatal. Concorrência séria, afinal, nunca dorme. O exemplo mais recente foi o anúncio de investimento de US$ 50 milhões no novo centro de P&D da empresa, com foco em petróleo e gás, na Ilha do Fundão, no Rio, mesmo local onde a americana GE investirá US$ 150 milhões em centro similar que deverá estar pronto em 2013. No horizonte de três a cinco anos, as duas múltis pretendem investir individualmente no país de US$ 550 milhões a US$ 600 milhões, seja em pesquisa ou na ampliação de fábricas.
Essas apostas no Brasil se justificam pelo desempenho fora da curva do país nos últimos anos. Enquanto as grandes economias chafurdavam em contas vermelhas, os emergentes - notadamente China, Índia e Brasil - passavam bem, obrigado. Segundo projeções, essas economias deverão crescer a um ritmo três vezes mais rápido que os desenvolvidos ao longo de 20 anos.
"Só no Brasil estamos dobrando os investimentos, e não estamos fazendo isso para todos os países", diz Löscher. Em 2010, um terço do faturamento total da empresa veio desses mercados.
Mais que crescer, o que os emergentes terão num futuro breve serão megacidades, com todos os desafios que as aglomerações pressupõem. Por definição, trata-se de manchas humanas com mais de 10 milhões de habitantes. Hoje, existem 21 delas no mundo. Até 2025 serão 29.
A guinada da Siemens para a sustentabilidade, finalizada com a chegada do executivo à companhia, foi estrategicamente estudada para atender a esse planeta superpovoado e, dessa forma, garantir a sobrevivência da empresa. A criação do quarto setor, de Cidades e Infraestrutura, é o desdobramento natural para dinamizar os negócios nessa área.
Está tudo na ponta do lápis, mercados e necessidades. As cidades cobrem apenas 1% do planeta, mas absorvem 75% da energia consumida. Representam também 80% dos gases-estufa jogados na atmosfera. Em 2015, dois bilhões de pessoas enfrentarão problemas com água. Outros 3 bilhões continuarão sem acesso a facilidades sanitárias. Löscher está atento e tem mostrado isso. Das 58 mil patentes da companhia alemã, 18 mil podem ser encaixadas no conceito "verde".
De 2007 para cá, vendeu tudo o que não estava estritamente ligado a essas tendências mundiais. O serviço de telefonia móvel é um exemplo. O novo foco - o "core business" - são soluções para mobilidade urbana e energia, mas também para a saúde, no contexto de mais gente e longevidade no mundo. Entre vendas e aquisições, a Siemens firmou-se nas primeiras posições em tudo o que faz, diz Löscher.
Segundo o executivo, equipamentos e sistemas Siemens geram 50% da energia atualmente no Brasil, 30% dos diagnósticos por imagem em hospitais e laboratórios são realizados por máquinas Siemens e dois terços das plataformas brasileiras de petróleo offshore têm a chancela alemã. Em 2012, a empresa pretende operar sua primeira fábrica de aerogeradores para turbinas eólicas no Nordeste (investimento e local ainda não revelados) e ainda flerta com energia solar.
Com a meta de atingir o faturamento de € 100 bilhões "nos próximos anos", esses mercados são cruciais. "Estou otimista", diz ele.
Valor Online

3-Petrobras Biocombustível completa três anos com capacidade de produção dez vezes maior
Fonte: Agência Petrobras
Em três anos de atividades, completados nesta sexta-feira (15), a Petrobras Biocombustível aumentou em dez vezes sua capacidade de produção. Passou de 170 milhões litros/ano de biodiesel, em 2008, para 1,7 bilhão de litros/ano em biodiesel e etanol.
No biodiesel, a empresa atingiu a capacidade de 720 milhões de litros/ano a partir da recente aquisição de 50% de usina em Passo Fundo (RS). Com esse movimento, mais a usina de Marialva (PR), constituiu uma única empresa para atuação no Sul do Brasil. No último ano, concluiu ainda as obras de duplicação da Usina de Candeias (BA), que passou a 217,2 milhões de litros/ano.
No segmento de etanol, a Petrobras Biocombustível continuará ampliando sua produção para atender o mercado nacional. "Fechamos 2010 com capacidade de produzir quase 1 bilhão de litros/ano. Vamos inaugurar, em breve, com a Guarani, nova destilaria na unidade São José, em Colina (SP). Iniciamos a duplicação da usina da Total, em Bambuí (MG), e já está em expansão a usina Boa Vista (GO), da Nova Fronteira", informa Miguel Rossetto, presidente da subsidiária.
No Pará, a empresa iniciou o desenvolvimento da parte agrícola do projeto Belém, voltado à produção de green diesel em Portugal, a partir de óleo de palma. "Já temos quatro mil hectares plantados". Está em implantação também o projeto Pará, para construção de usina biodiesel para atender a região Norte, atualmente, em fase de cultivo de mudas. Os dois projetos já geram 861 postos de trabalho.
No Nordeste e em Minas Gerais, a empresa iniciou o Programa de Estruturação Produtiva Agrícola para aumento da produtividade e produção junto aos agricultores familiares. E deu o primeiro passo para a verticalização da cadeia produtiva do biodiesel por meio da aquisição de 50% da Bioóleo, empresa de extração de óleos vegetais, em Feira de Santana (BA).
E, na área de pesquisa e desenvolvimento, um dos destaques foi o início de parcerias com empresas internacionais para acelerar o processo tecnológico do etanol de segunda geração.
Rossetto destaca que, frente aos desafios, a empresa adaptou a estrutura organizacional e aprimorou processos internos. Também confirmou, no último ano, os compromissos socioambientais com a aprovação da Política e Princípios de Sustentabilidade de Biocombustíveis, que orientará as ações da empresa em todo o ciclo de produção, traduzindo o rigor de uma operação sob a ótica da responsabilidade social, trabalhista e ambiental.
Ainda de acordo com o presidente da Petrobras Biocombustível, a subsidiária vem se consolidando como uma das maiores empresas de bioenergia do País. "Temos participação relevante nesse período de transição para uma matriz energética mais limpa e uma economia de baixo carbono. Fortalecemos, com esse esforço conjunto, a estratégia da Petrobras de se consolidar como uma das maiores empresas de energia do mundo", ressalta.

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