terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 22

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1-Consumo de energia aumenta 4,8% em janeiro
A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) em janeiro cresceu 4,8% em relação a janeiro de 2010 e atingiu 58.376 megawatts médios. O volume ficou 0,9% acima de dezembro e aponta para variação positiva de 7,8% no acumulado em 12 meses, na comparação com os 12 meses anteriores. Os dados são da versão preliminar do Boletim de Carga Mensal, divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
"A taxa de crescimento da carga de energia verificada em janeiro, em relação à igual período do ano anterior é explicada, principalmente, pela continuidade do bom desempenho da classe industrial, mesmo considerando que no início do mês tenham ocorrido férias coletivas em alguns setores, o que normalmente ocorre na segunda quinzena do mês de dezembro", diz nota divulgada pelo ONS.
O maior crescimento da carga em relação a janeiro do ano passado ficou com o subsistema Sul, onde os 10.357 MW médios registrados ficaram 9,7% acima de janeiro do ano passado e foi 6,7% superior à carga de dezembro. No acumulado em 12 meses o subsistema teve carga 6,6% maior que nos 12 meses imediatamente anteriores.
A maior carga ficou com o Sudeste/Centro-Oeste, com 35.965 MW médios, 4,8% acima de janeiro do ano passado e 0,1% maior que em dezembro. No acumulado em 12 meses, a carga teve alta de 8,1%.
No Nordeste, a carga de 8.205 MW médios foi 0,5% superior a janeiro de 2010 e 1,8% menor que em dezembro. Em 12 meses, a carga acumula alta de 7,8%. Segundo o ONS, o baixo crescimento em relação a janeiro de 2010 e a queda na comparação com dezembro são explicadas, em parte, pelo desligamento da empresa Novelis da rede básica. Com 88 MW médios, a empresa representa cerca de 1% da carga do subsistema Nordeste.
No Norte, a carga de 3.849 MW médios foi 2,2% maior que em janeiro do ano passado e 1,2% menor que em janeiro. Em 12 meses, a alta chega a 7%. Segundo o ONS, no Norte o desempenho da carga está ligado à produção de grandes consumidores eletrointensivos conectados à rede básica.
Rafael Rosas
Fonte: Valor Econômico

2-Oportunidades com o Pré-Sal
O crescimento do setor de petróleo no País, especialmente com o início efetivo da exploração do pré-sal, abre uma nova fronteira de oportunidades de emprego: a atividade off shore, exercida em alto mar. Além dos profissionais diretamente ligados ao setor petrolífero, as plataformas de produção demandam também pessoal de apoio, como especialistas em segurança, cozinheiros e pilotos de helicóptero.
Somente para a função de sondador - técnico responsável por operar da sonda que retira petróleo do mar -, há 5 mil vagas em aberto, afirma José Renato de Almeida, coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Ele explica que a demanda por trabalhadores off shore está inserida nas necessidades de mão de obra para todo o segmento de óleo e gás, calculada pelo Prominp em 212 mil profissionais até 2014.
Quem se interessa pelo setor, terá de se adaptar a uma realidade diferente de trabalho: a escala nas plataformas de petróleo é de 14 dias de trabalho para 14 dias de folga. Entretanto, o "prêmio" pelo isolamento em alto mar costuma ser de 30% em relação aos salários pagos em terra, segundo dados de mercado. Além disso, os adicionais de embarque e de periculosidade podem garantir um "extra" de até 67% sobre os vencimentos originais.
Expansão. Segundo o diretor da área off shore da empresa de refeições coletivas GRSA, Antonio Carlos Barbosa dos Reis, a empresa prevê dobrar o tamanho de sua operação em alto mar até o fim deste ano: a companhia tem atualmente 350 funcionários envolvidos em seis operações e prevê fechar 2011 com 700 profissionais na área, entre cozinheiros, confeiteiros, padeiros e garçons. Além do conhecimento técnico, Reis diz que os profissionais passam também por cursos de segurança necessários à atuação no setor de petróleo.

3-Falta de energia no Nordeste pode ter sido causada por falha em sistema deproteção
Fonte: Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (4) que ainda não há informações sobre a verdadeira causa do apagão que atingiu sete estados do Nordeste na madrugada de hoje (4). Segundo ele, entretanto, o problema provavelmente foi gerado por uma falha no sistema de proteção da subestação São Luiz Gonzaga, que fica na fronteira entre Pernambuco e Bahia.
De acordo com o ministro, houve inicialmente o desligamento de um circuito da subestação. Quando foi acionado o religamento, o sistema pode ter entendido que houve uma sobrecarga de energia e se autoprotegeu, desligando automaticamente várias linhas de transmissão do Nordeste.
Lobão anunciou que, na próxima segunda-feira (7), haverá uma reunião com representantes do ministério, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (Chesf) para examinar, em conjunto, as causas e as providências que deverão ser tomadas.
“Todo o sistema elétrico do país está trabalhando intensamente não só para que isso não se repita como para que se determine com precisão as causas de tudo.”
Ele informou a situação à presidenta Dilma Rousseff, que pediu que todas as providências sejam tomadas para que o blecaute não volte a ocorrer.
Lobão disse que o episódio desta madrugada ocorre em todos os países do mundo e lembrou que uma comissão já foi criada com o intuito de encontrar soluções para que não haja problemas de interrupção de energia durante eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “Estamos tomando todas as providências, não queremos ser surpreendidos.”

4-Energia Eólica se firma como alternativa no Nordeste do País
Hoje sabe-se que a força do vento - e a quantidade de energia nele contida - depende da época do ano, da hora do dia e da vegetação e topografia local. Neste aspecto, o litoral brasileiro, por suas características, é considerado um local "abençoado" por ventos que podem gerar milhões de quilowatts de energia elétrica.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) listou a energia eólica como alternativa às hidrelétricas, em épocas de seca, mas favoreceu a construção de termelétricas movidas a óleo combustível ou a gás natural.
A explicação era o alto custo de instalação das usinas eólicas, que encarecia o preço do megawatt. Com a retração das economias européias, no entanto, os investidores e fabricantes de equipamentos voltaram suas atenções para o Brasil, e o preço baixou em poucos meses.
No primeiro leilão de fontes renováveis alternativas, realizado em dezembro de 2009, o preço da eólica havia ficado em R$ 148 o megawatt. No segundo, ocorrido em agosto passado, esse valor baixou para R$ 130,60, menor até do que o da energia gerada por bagaço de cana.
O resultado surpreendeu até mesmo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e firmou a energia eólica como alternativa viável à obtida por meio de combustíveis fósseis no Brasil.
Como a estimativa é de que os preços baixem ainda mais nos próximos leilões, as usinas eólicas poderão quintuplicar sua capacidade instalada até 2013, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEOLICA).
O Nordeste tem sido a região preferida para a construção das novas fábricas, justamente porque o maior potencial eólico encontra-se nessa área do País. Por isso, a maior parte dos investimentos está sendo dirigida para lá. Assim, em pouco tempo, o Nordeste poderá ter não apenas muitas usinas eólicas, mas um parque industrial avançado para a fabricação de componentes, prevê os especialistas do setor.
Fonte: Terra da Gente

5-OGX recebe árvore de natal molhada para fase da produção
A OGX recebeu a primeira árvore de natal molhada de produção. O equipamento foi fabricado pela GE Oil & Gas e é o primeiro encomendado por uma empresa privada nacional. A árvore de natal já se encontra na base portuária da OGX, localizada no Caju, no Rio de Janeiro.
A árvore de natal molhada é instalada para permitir a produção de poços submarinos e é composta de um conjunto de válvulas e sensores de temperatura e pressão. Esse equipamento será instalado no poço OGX-26HP, no prospecto de Waimea, na Bacia de Campos, como parte da primeira fase de produção da OGX.
Essa primeira fase se dará através de um Teste de Longa Duração (TLD), a ser iniciado em meados deste ano com o FPSO OSX-1. Atualmente o FPSO OSX-1 se encontra em Cingapura em fase final de adaptação para as características do óleo de Waimea.
A árvore foi fabricada em Cingapura e faz parte de um contrato que prevê a entrega de outros 4 equipamentos. O próximo também será fabricado em Cingapura e os três últimos, no Brasil.


II – COMENTÁRIOS

1-Pesquisadores mexicanos visitam projetos com pinhão-manso da Embrapa
Quatro pesquisadores do Instituto Nacional de Investigaciones Forestales, Agricolas y Pecuarias (INIFAP) do México estiveram no Brasil para conhecer o estágio das pesquisas com pinhão-manso (Jatropha curcas L.)e estabelecer projeto de cooperação com a Embrapa. Além das visitas, foi discutido o contrato de colaboração técnico-científica específica de pinhão-manso entre a Embrapa e o INIFAP, do qual ficou definido a parte técnica.
A visita é uma retribuição de outra realizada por pesquisadores da Embrapa ao México em setembro de 2010, quando foi iniciada a discussão de realizar, em conjunto, o desenvolvimento de cultivares de pinhão-manso com elevada produtividade em grãos e cuja torta seja não-tóxica.
A missão mexicana foi composta pelos pesquisadores Felipe Legorreta Padilla, Alfredo Zamarripa, Alfredo Gonzales Avila, Víctor Pecina Quintero, que trabalham em diferentes Centros de Pesquisa do INIFAP, que conheceram os trabalhos em execução em quatro unidades da Embrapa: Agroenergia, Cerrados, Recursos Genéticos e Biotecnologia em Brasília (DF) e Agropecuária Oeste, em Dourados (MS).
Programação
A comitiva conheceu o Laboratório de Genética Vegetal, onde foram discutidos aspectos da caracterização molecular dos materiais de pinhão-manso que será realizada no projeto, e o de Cultura de Tecidos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Neste Laboratório, o pesquisador João Batista Teixeira demonstrou interesse em desenvolver métodos de multiplicação rápida para a oleaginosa, usando biorreatores.
Na Embrapa Cerrados, os visitantes conheceram o Banco de Germoplasma de pinhão-manso, que tem 220 acessos coletados em diferentes regiões brasileiras. Implantado em 2008, esse Banco tem servido para diversos estudos, além da caracterização da variabilidade genética e a seleção de genótipos mais produtivos, que serão usados no projeto de cooperação com o México. Também foram apresentados, pelos pesquisadores Nilton Junqueira, Leo Carson e Julio Albrecht, os trabalhos desenvolvidos pela Unidade em agroenergia.
Para completar a visita ao Brasil os mexicanos visitaram a Embrapa Agropecuária Oeste. Neste Centro de Pesquisa estão instalados cerca de 30 experimentos distintos com pinhão-manso.
A comitiva esteve interessada em conhecer e discutir as metodologias que serão utilizadas no projeto conjunto. Além disso, terão oportunidade de conhecer um plantio comercial de pinhão-manso, que já está em implantação na Fazenda Paraíso, também situada em Dourados (MS).
Fonte: Embrapa

2-Petrobras deverá levantar R$ 67 bilhões
A Petrobras planeja levantar até R$ 67 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida, até 2014, como preparação para o desenvolvimento de seus reservatórios de petróleo na camada pré-sal, disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli.
A meta, que se segue a uma emissão de US$ 6 bilhões em títulos duas semanas atrás -a maior na história empresarial brasileira-, elevaria consideravelmente o nível de endividamento da Petrobras, mas não a ponto de ameaçar a classificação de seus papéis no grau de investimento.
"Vamos precisar de entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões, entre agora e 2014, para financiar nossas necessidades de capital de investimento, caso o preço do barril do petróleo seja de US$ 80", disse Gabrielli, ontem, a jornalistas estrangeiros.
A emissão de títulos de dívida planejada significa que a Petrobras dominará o mercado brasileiro de dívida empresarial pelos próximos três ou quatro anos e se soma aos US$ 70 bilhões em ações emitidos no ano passado.
Os campos ajudarão a elevar a produção de petróleo do Brasil de cerca de 2 milhões de barris ao dia no momento a 4 milhões de barris diários em 2020, de acordo com Gabrielli.
Isso requereria uma ampliação da capacidade de refino de cerca de 2 milhões de barris diários para 3,1 milhões de barris diários em 2020, supondo um crescimento econômico anual da ordem de 4% a 5%.
Para ajudar a atingir essa meta, a Petrobras planeja investimentos de capital de US$ 224 bilhões até 2014, com a maior parte das verbas destinada à prospecção adicional e ao desenvolvimento dos campos no pré-sal.
Se o preço do petróleo for da ordem de US$ 80 por barril, a empresa poderia levantar US$ 155 bilhões do montante necessário com suas operações, disse Gabrielli.
A reserva de caixa da Petrobras é de US$ 25 bilhões a US$ 28 bilhões e deriva em larga medida da emissão de ações do ano passado e da emissão de títulos duas semanas atrás.
Os US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões adicionais necessários para cobrir a diferença serão levantados no mercado de títulos de dívida. Gabrielli afirmou que a Petrobras não planeja emitir novas ações.
Surgiu certa preocupação entre os investidores quanto à possibilidade de que essa imensa captação elevasse a relação entre dívida líquida e capital da Petrobras de forma a superar o limite interno de 35% estipulado pela companhia, o que poderia colocar em risco a classificação positiva de seus títulos.
Nos dois anos anteriores à oferta de ações, a relação entre dívida líquida e capital da empresa chegou aos 32%, mas recuou aos 18% assim que as novas ações foram colocadas. Gabrielli afirmou, no entanto, que o número ficará abaixo do limite de 35%.

3-Investimentos Petrobras em 2010
A necessidade de tornar os campos do pré-sal produtivos nos próximos anos e de ampliar a produção e refino de petróleo impulsionou as 32 empresas do grupo Petrobras a acelerar a execução dos projetos de investimento e a movimentar a cifra recorde de R$ 74,79 bilhões em 2010. Esse montante ficou 18% maior que o registrado em 2009 e representou 86% do investimento previsto pela companhia no ano passado. Para este ano, a Petrobras possui uma carteira de R$ 90,32 bilhões.
A maior parte dos recursos foi destinada à contratação e construção de plataformas, perfuração e interligação de poços para o sistema piloto de produção de Tupi, à refinaria Abreu Lima (porto de Suape, em Pernambuco), ao complexo do Comperj, à ampliação da frota de navios petroleiros, à revitalização de estaleiros e à aquisição de sondas. Também foram feitos investimentos na perfuração de poços de exploração de gás natural e na ampliação de gasodutos.
Do total dos recursos utilizados, os projetos para a ampliação e oferta de petróleo e gás concentraram R$ 35,87 bilhões. As ações para ampliação de refino ficaram com R$ 18,58 bilhões e os programas de ampliação da oferta de gás, com R$ 4 bilhões. No exterior, a Petrobras investiu R$ 4,70 bilhões.
Os dados são do Ministério do Planejamento e mostram que o salto da Petrobras na capacidade de execução de investimento ocorreu entre 2008 e 2009, quando a companhia começou a gerenciar valores mais elevados que os orçamentos anteriores.
Enquanto a estatal do petróleo avança na movimentação de cifras cada vez mais altas, a Eletrobras exibe certa dificuldade. O orçamento de investimento das 15 empresas federais do setor elétrico aumentou, mas não nos níveis da Petrobras. No ano passado, o grupo Eletrobras investiu R$ 5,22 bilhões, praticamente o mesmo montante de 2009. Em termos de execução, houve recuo. Enquanto em 2009 os investimentos da Eletrobras atingiram 75,3% do total, no ano passado esse percentual baixou para 65%.
O melhor desempenho de 2010 ficou com Furnas, que planejou movimentar R$ 1,6 bilhão e realizou R$ 1,24 bilhão. A Eletronuclear, que detinha R$ 1 bilhão, não utilizou nem a metade, encerrando o ano com R$ 498 milhões. A Chesf, também com R$ 1 bilhão, usou R$ 789 milhões.

4-Uma nova cadeia de petróleo e gás
Existe hoje uma conjuntura muito favorável para o desenvolvimento da indústria de bens e serviços ligada à atividade petrolífera no Brasil. As razões são muitas. Vivemos em uma democracia com estabilidade política, instituições sólidas e onde contratos são respeitados. A economia do país está saudável e tem atraído investidores de todo o mundo devido, entre outros motivos, às elevadas taxas de crescimento projetadas para o futuro. Temos também as descobertas do pré-sal e as perspectivas a ela associadas de que o Brasil estará em bem pouco tempo entre os países detentores de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Mas talvez o maior motivo para o otimismo seja a existência de uma política de Estado plenamente voltada ao aumento da participação de empresas nacionais nas compras de bens e serviços realizadas no mercado doméstico pelas empresas de petróleo.
Ela começa por estabelecer a obrigação de atendimento a um percentual mínimo de conteúdo nacional. São ainda oferecidos incentivos traduzidos em uma maior pontuação e, consequentemente, maior chance de vencer os processos nos leilões de blocos para exploração organizados pela Agência Nacional do Petróleo para aqueles que se comprometam a adotar percentuais superiores.
Na área de financiamento, por ser considerado um segmento estratégico para o país, o BNDES se estruturou de forma a dar financiamentos adequados às necessidades de investimento. Os incentivos às debêntures privadas, anunciados no final de 2010, também contribuem como fonte adicional de recursos.
Em 2003, o governo criou o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo (Prominp), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e com a participação do Ministério do Desenvolvimento, do BNDES, da Petrobras e inúmeras associações de classe.
O Prominp vem prestando desde então relevantes serviços, seja na discussão dos fatores necessários para aumentar a competitividade da indústria nacional, seja na identificação dos recursos críticos para a implantação dos projetos de óleo e gás no país.
Nesse sentido, uma das principais contribuições do Prominp é o Plano Nacional de Qualificação Profissional, que vem capacitando pessoas de 175 categorias profissionais ligadas às atividades do setor e cerca de 80 instituições de ensino no Brasil.
Não resta dúvida de que todas as ações acima têm sido importantes e vêm contribuindo para atingir os objetivos da política estabelecida.
Um passo adicional, a partir do patamar já alcançado, poderia ser a introdução de algum mecanismo de gestão do fomento às oportunidades identificadas. Algo que contribuísse para coordenar os vários responsáveis pela implantação das ações, aumentar a cobrança sobre os resultados e acelerar a implantação das diversas ações identificadas como necessárias.
Outro ponto que talvez possa ser ainda melhor explorado é o tratamento do poder de compra. Um mercado do tamanho daquele que está sendo projetado para o setor permite ao seu detentor um enorme poder de barganha. Um planejamento que permita a realização das compras de bens e serviços através de compromissos firmes e de longo prazo poderá viabilizar pela sua escala a vinda de fornecedores de alguns tipos de equipamentos que hoje ainda não são fabricados no Brasil.
No entanto, isso não implica necessariamente a perda de espaço para indústrias nacionais. Poderíamos buscar a adoção da experiência bem-sucedida do modelo de desenvolvimento industrial de alguns países asiáticos. Nesses países, empresas nacionalmente constituídas buscaram parcerias com empresas estrangeiras oferecendo a estas participação minoritária em troca de transferência de tecnologia e acesso às oportunidades de seu mercado interno.
O modelo permitiu que em pouco tempo as indústrias locais estivessem produzindo bens com alta qualidade e competitividade, sem perder a gestão e o controle e com marca própria. A história mostrou que algumas companhias que começaram dessa forma acabaram tornando-se líderes mundiais na sua área de atuação.
Rodolfo Landim, engenheiro civil e de petróleo, conselheiro da Wellstream
Fonte: Folha de S. Paulo
Ronald Carreteiro

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