segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 19

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1- Petrobras antecipará projetos
A Petrobras, na qualidade de operadora dos Blocos BMS-11 e BMS-9, informou que foi aprovado o afretamento de duas novas plataformas do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo e gás) destinadas aos projetos-pilotos da área de Guará-Norte e do campo de Cernambi (antiga área de Iracema), localizadas no pólo pré-sal da Bacia de Santos. Cada um dos FPSOs terá capacidade de produzir, diariamente, até 150.000 barris de óleo e 8 milhões de m3 de gás. A previsão é que entrem em operação em 2014, antecipando a produção das áreas anteriormente prevista para o período pós-2014.
As duas novas plataformas integram a primeira fase do desenvolvimento da produção de Guará-Norte (BMS-9) e Cernambi (BMS-11). Os consórcios tomaram a decisão estratégica de afretar as unidades para viabilizar a antecipação da produção dessas áreas, cujos testes iniciais de vazão apresentaram resultados excelentes.
O consórcio do Bloco BMS-9 é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG Group (30%) e Repsol Brasil S.A. (25%). Já consórcio do Bloco BMS-11 é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a BG Group (25%) e Galp Energia (10%).

2-Brasil precisa dobrar geração de energia em 20 anos, diz Lobão
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o Brasil tem pela frente o desafio de dobrar a capacidade de geração de energia nos próximos 20 anos. Neste período, a capacidade instalada deve saltar de 110 mil megawatts (MWs) para mais de 200 MW.
´Aquilo que se construiu em mais de cem anos, teremos que construir em 20´, afirmou o ministro em encontro com a imprensa. Lobão ressaltou ainda que a conquista deste desafio dependerá da correlação de fatores que vão além do planejamento para o setor estabelecido pelo Ministério de Minas e Energia, mas também do empenho da iniciativa privada e de áreas de licenciamento ambiental. ´Têm que agir em conexão perfeita´, destacou.
Lobão lembrou que a alta do consumo de energia em 2010, divulgada esta semana pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), superou a estimativa de crescimento do PIB no mesmo ano. Enquanto a carga de energia consumida subiu 8,3% no ano passado, a economia brasileira tem a previsão de crescimento em torno de 7% no mesmo período.
'Temos que ter cuidado redobrado. Ou seja, o Brasil está crescendo e vai exigir, por conta disso, cada vez mais energia´, disse Lobão.
Fonte: Valor Online

3-Anfavea: carro flex soma 85% das vendas em dezembro
As vendas de automóveis e veículos comerciais leves modelo bicombustível (flex) somaram 309.183 unidades em dezembro e passaram a representar 85,6% do total comercializado na categoria no País. A fatia ficou praticamente estável em relação a dezembro de 2009, quando os bicombustíveis tinham 85,5% do mercado. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Em relação a novembro, houve queda de 1 ponto porcentual, uma vez que a fatia dos flex era de 86,6%. No acumulado de 2010, as vendas de automóveis e comerciais leves flex representaram 86,4% do mercado, abaixo do observado em 2009, quando a porcentagem atingiu 88,2%.

4-Schahin transfere projeto para o Rio de Janeiro
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
O caso do estaleiro de navios-plataformas de petróleo que o Consórcio Schahin/Tomé iria construir em Pernambuco é o mais emblemático. Em fevereiro do ano passado, o aporte de R$ 300 milhões foi anunciado com pompa no Palácio do Campo das Princesas. A primeira encomenda contratada pela Petrobras era de US$ 1,5 bilhão. Nada menos que a primeira embarcação do pré-sal, produzida em solo pernambucano. O endereço do empreendimento seria o Complexo Industrial Portuário de Suape.
Agora, é dada como certa por diretores de ambos os ancoradouros do Estado a transferência do investimento para o Rio de Janeiro.

5-Petrobras faz proposta compra posição Eni na Galp
A Petrobras deverá apresentar a proposta para a compra da posição da italiana Eni na Galp Energia, de acordo com o jornal italiano MF. A Eni detém 33,34% no capital da Galp.
"A petrolífera brasileira deverá fazer a proposta formal para a compra da participação da Eni na Galp Energia até 09 de Janeiro", anuncia o jornal italiano.
Este cenário implica em um entendimento prévio com outros dos acionistas de referência da Galp, também com 33,34% do capital: a Amorim Energia, controlada pelo empresário Américo Amorim (55%) e os seus sócios angolanos - Sonangol e Isabel dos Santos (45%).

6-Transpetro convida 16 empresas para nova licitação do Promef
A Transpetro convidou 16 empresas – cinco nacionais e 11 internacionais – para participar da nova licitação destinada à contratação de oito navios de transporte de produtos derivados de petróleo.
Os convites foram enviados na segunda quinzena de dezembro e as propostas deverão ser entregues até 23 de fevereiro.
Os navios já contratados pelo Promef estão sendo construídos nos Estaleiros Atlântico Sul e Promar em Pernambuco e nos estaleiros fluminenses, Mauá, Eisa e Superpesa. Em 2010, foram lançados ao mar três navios do programa, o Suezmax João Cândido, pelo Estaleiro Atlântico Sul (PE) e outros dois navios de produtos, o Celso Furtado e o Sérgio Buarque de Holanda, pelo Estaleiro Mauá (RJ).


II – COMENTARIOS

1-Perspectivas para os combustíveis
A produção do etanol poderá ser ampliada, além da expansão dos canaviais, com a ampla utilização da biomassa vegetal.
O ano de 2010 se encerrou com o PIB evoluindo em torno de 7,5%, o que poderá constituir uma expressiva taxa de crescimento mundial. Foi ano recordista em vagas no mercado de trabalho, com 240 mil oportunidades geradas, mensalmente.
Os investimentos estrangeiros na nossa economia no mencionado período estão estimados em US$ 31 bilhões.
Em face do crescimento exponencial da economia, o uso dos combustíveis fósseis ou renováveis da cana-de-açúcar também disparou, alcançando a evolução de perto de 10% ao final de 2010.
Cerca de 50% do consumo geral dos combustíveis correspondeu ao emprego do diesel, apesar da sua má qualidade e da poluição que o seu uso redunda. O Brasil optou, nos últimos quarenta anos, pelo transporte rodoviário com caminhões e ônibus movidos a diesel, preterindo as ferrovias, notadamente as locomotivas elétricas.
Hoje, em cada barril de petróleo (160 litros), a Petrobras refina perto da metade em diesel.
Para analistas, os preços atuais menos competitivos do etanol, em relação à gasolina, impeliram o brasileiro a usar mais o derivado do petróleo nos carros de dupla combustão (flex). Os preços do etanol, no período da entressafra, tendem a ser maiores que os da gasolina, cuja oscilação não é observada no mercado brasileiro, embora o petróleo já esteja perto de US$ 90 por barril. Contudo, houve nítida preferência do usuário por veículos híbridos, confirmada pela evolução das vendas.
A indústria automobilística deve, ainda, o desenvolvimento de um motor especial para o etanol, que, até agora, aproveita a carona da evolução tecnológica do motor a gasolina. Desta forma, o etanol deixará de gastar mais, volumetricamente, que a gasolina, embora com potência maior.
Em 2011, as importações dos principais derivados do petróleo continuarão ascendentes, pois a capacidade de refino da nossa principal estatal está exaurida.
No tocante ao etanol, não haverá falta em 2011, eis que a previsão de safra de 2011/12 é a oferta de mais de 30 bilhões de litros dos dois tipos: anidro (misturado à gasolina em 25%) e hidratado (destinado aos veículos flex).
Nos próximos anos, a produção do etanol poderá ser ampliada, além da expansão dos canaviais, com ampla utilização da biomassa vegetal (bagaço e enzimas especiais). No ano, o etanol será testado em ônibus, em São Paulo, cuja viabilidade será testada no transporte público.
Tais veículos poderão reduzir a poluição local do ar em 90% de material particulado e 60% de NOx.
A presidente Dilma inicia seu governo com o uso dos combustíveis no País aquecido, além de juros altos, dólar baixo, pouca liquidez, altos gastos públicos e sem implementação das obras de infraestrutura alardeadas pelo presidente Lula.
Contudo, na Câmara dos Deputados, o governo estará mais fortalecido e o mesmo sucederá no Senado. Um comentarista político ironiza que o novo governo, se quiser, poderá até mudar a Constituição Federal.
Ao que tudo indica, o PIB brasileiro alcançará crescimento de 8%, acima, desta forma, da média universal, e a inflação manter-se-á estável.
Todos os indicadores serão bons, conforme os presságios. Economistas consagrados, porém, preconizam a imprescindibilidade e urgente mudança da política monetária.
A nova mandatária da Nação irá conviver com uma dezena de partidos políticos, que a elegeram e que irão cobrar os seus préstimos da campanha eleitoral.
Foi anunciada pela presidente a ampliação dos programas sociais, responsáveis diretos da sua vitória, como a bolsa-família. Contudo, pergunta-se de onde virão todos os recursos para o aumento do gasto público.
Além disso, teremos os dispêndios com a infraestrutura e a Copa do Mundo de 2014.
A esperança é que o necessário para saúde, educação e segurança, setores críticos do Brasil, possam receber as contribuições do petróleo do pré-sal, se confirmadas as enormes e decantadas reservas em águas profundas.
Indústria automobilística deve ainda o desenvolvimento de um motor especial para o etanol.
Luiz Gonzaga Bertelli
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços
Presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da Fiesp

2-Gás natural e as energias renováveis
Um exemplo interessante do uso do gás natural como combustível em paralelo às energias renováveis é a tecnologia do Ciclo Combinado com Energia Solar Integrada (Integrated Solar Combined Cycle - ISCC).
O ISCC tem por meta aproveitar os benefícios ambientais da energia solar junto com as vantagens operacionais da turbina a gás natural "convencional" combinada com as turbinas a vapor numa usina de ciclo combinado. O recurso solar substitui parcialmente o com- bustível fóssil.
Em uma usina de ciclo combinado, os gases expelidos das turbinas, em altas temperaturas, são direcionados para um recuperador de calor para geração de vapor, onde o vapor em alta pressão movimenta uma turbina.
Nas instalações ISCC, a energia térmica adicional proveniente dos coletores solares é injetada no Recuperador de Calor para Geração de Vapor (Heat Recovery Steam Generator - HRSG) de uma central de ciclo combinado convencional.
Isso aumenta a produção de vapor e, consequentemente, a produção de energia elétrica. Potencialmente, permite ainda que a Energia Solar Concentrada (Concentrated Solar Power - CSP) seja integrada às usinas termelétricas a combustíveis fósseis convencionais por um custo relativamente baixo.

REQUISITOS
Enquanto a tecnologia é relativamente simples, a instalação de usinas solares de ciclo combinado exige determinados requisitos, como a necessidade de uma grande área e topografia adequada.
Como em qualquer instalação solar, a incidência de raios solares deve ser máxima, e há também a exigência de água para o resfriamento.
Entretanto, a exigência fundamental é que haja disponibilidade de infraestrutura adequada para o transporte da eletricidade até os centros consumidores.
O ISCC oferece algumas vantagens exclusivas para serviços de utilidade pública e para outros interesses no fornecimento de energia.
A eletricidade obtida a partir da tecnologia CSP é gerada exatamente como a eletricidade convencional. Mas a energia solar é usada para fornecer calor para as caldeiras, em vez da queima de combustíveis fósseis.
Devido ao crescente uso de ar-condicionado, em algumas regiões do hemisfério norte o pico da demanda por energia elétrica tem sido muito maior durante os verões do que no inverno.
Então, as unidades CSP são capazes de entregar sua potência máxima durante esses horários de pico.
Além disso, embora a atual geração de instalações ISCC não tenha incluído a capacidade de armazenamento térmico, essa tecnologia permite às CSP estender seu intervalo de funcionamento.
A primeira usina ISCC está sendo construída no Marrocos. Com capacidade instalada de 470 MW, a usina está em desenvolvimento pela estatal marroquina Office National de l´Electricité (ONE).
O componente solar fornecerá 20 MW, deixando cerca de 450 MW provenientes da usina térmica convencional, ou uma produção anual líquida esperada de 3,538 GWh por ano.
A atividade solar é estimada em 1,13% da produção anual, ou cerca de 40 GWh. A instalação possui um campo de 180 mil m2, com 224 conjuntos de coletores solares.
Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

3-Após crise econômica, consumo de energia elétrica cresce 8,3% em 2010
Após um ano fraco devido à crise financeira internacional, o consumo de energia elétrica no Brasil -que ficara praticamente estagnado em 2009- cresceu 8,3% no ano passado.
Os dados foram divulgados pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). A carga do sistema atingiu recorde de 56.577 MW (megawatts) médios.
Além do fato de a base de comparação (2009) ter sido fraca, a retomada do crescimento econômico em 2010 -a estimativa é de o PIB crescer 7,6%- explica a forte alta.
O aumento de consumo ocorreu em todas as regiões, mas os subsistemas Sudeste/ Centro-Oeste e Nordeste ficaram acima da média.
No Sudeste/Centro-Oeste, o incremento foi de 8,9%. No Nordeste, de 8,5%. Sudeste e Centro-Oeste respondem por 60% do consumo.
Nivalde de Castro, coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ, diz que o aumento não surpreende e não gera expectativa negativa porque o planejamento do setor tem sido feito para períodos de cinco anos.
Segundo ele, a única crítica é que, para garantir o suprimento nesse cenário de demanda alta, as termelétricas têm sido acionadas em meses muito próximos ao chamado período úmido -entre novembro e abril-, o que resulta em ônus principalmente para a indústria eletrointensiva.
Jorge Trinkenreich, diretor da PSR Consultoria, também diz que não há risco de desabastecimento. Segundo ele, os leilões de novas usinas são suficientes para assegurar o abastecimento, desde que não haja atrasos no cronograma.
Fonte: Folha de S. Paulo

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