terça-feira, 21 de dezembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 17

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1-Mercado de logística segue em expansão
Portos, aeroportos, rodovias e ferrovias tem sido objeto de investimentos para a melhoria do transporte de cargas. A grande alavanca do setor são os crescentes recordes nas produções e exportações do País, que incentivam o trabalho neste segmento.
O ministro da Secretaria de Portos, Pedro Brito, anunciou recentemente que foram investidos R$ 1,6 bilhão em obras nos portos brasileiros em 2010. Ele também adiantou que a previsão é de que sejam investidos R$ 32 bilhões nos próximos cinco anos. Os maiores investimentos, em 2010, foram aplicados em 6.377 quilômetros de rodovias, somando R$ 42,9 bilhões.
Em quatro anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo investiu cerca de R$ 65 bilhões em ações voltadas para a área da logística.

2-Conservação de Energia
O Brasil possui uma experiência considerável na implantação de programas de conservação de energia, mais no que diz respeito à energia elétrica do que energia térmica. As iniciativas referentes ao setor industrial, no entanto, sobretudo as envolvendo os segmentos energo-intensivos, têm apresentado resultados bastante modestos, quando comparados com as experiências internacionais.
Uma política de conservação de energia deve destacar os segmentos industriais com maiores potenciais de conservação.
Alguns conteúdos merecem foco de estudos e pesquisas:
1. Conservação de água e energia em sistemas prediais e públicos de abastecimento de água
2. Potenciais Impactos das Alterações do Código Florestal Brasileiro na Meta Nacional de Redução de Emissões de GEE
3. A Eficiência como recurso de planejamento energético no Brasil
4. Aproveitamento do Biogás proveniente dos resíduos sólidos urbanos para geração de energia elétrica: estudo de caso em São Paulo
5. Propostas empresariais de políticas públicas para uma economia de baixo carbono no Brasil: energia, transporte e agropecuária

3-Brasil produzirá 2,4 bi de litros de biodiesel
O Brasil deverá produzir 2,4 bilhões de litros de biodiesel em 2011. A produção nacional do biocombustível fechou 2010 em 1,6 bilhão de litros. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo(ANP).
"O mercado de biodiesel no Brasil está consolidado. Ele está centrado na sustentabilidade da produção, promoção da inclusão social, garantia de preço, qualidade e suprimento e diversificação de matérias-primas", explica o coordenador de Agro energia do Ministério da Agricultura, Denílson Ferreira.
Importante ação do Ministério da Agricultura é o investimento em pesquisas de desenvolvimento de oleaginosas que permitirão o maior acúmulo de energia, resultando em maior eficiência por área plantada. Nessa linha, já estão em andamento na Embrapa, unidade Agro energia, estudos com pinhão manso e outros tipos de palmáceas.
Em 2008, a mistura de biodiesel puro (B100) ao óleo diesel passou a ser obrigatória, conforme estabelecido pelo Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), lançado em 2004.
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços

4-Brasil quebrou três recordes em energia em 2010
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim avaliou 2010 como um ano histórico para o setor energético brasileiro. Segundo ele, foram quebrados três recordes no período e, em especial, no último leilão de geração, realizado nesta sexta-feira, em São Paulo.
´Este foi o ano em que mais se contratou energia renovável no Brasil, e arrisco dizer no mundo´, comentou em entrevista coletiva após o término do leilão. Pelos seus cálculos, foram 17.050 megawatt de potência instalada, incluindo os projetos das usinas de Belo Monte, Ferreira Gomes, Garibaldi e de fontes alternativas.
Para o presidente da EPE, o leilão de hoje consolida os três pilares de um novo modelo para o setor: segurança, preço e fontes renováveis. ´Conseguimos contratar energia suficiente para atender o mercado e ainda temos energia sobrando´, afirma Tolmasquim. ´Outros países do mundo, para caminhar para uma matriz com baixo carbono, precisam pagar custos enormes. Conseguimos, no Brasil, manter uma matriz de baixo carbono extremamente competitiva, o que é uma vantagem do país´, argumentou.
Francine De Lorenzo
Fonte: Valor Online

5-EPE: Governo planeja 3 leilões de energia no 1º semestre 2011
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que a expectativa do governo federal é realizar, ainda no primeiro semestre de 2011, três leilões de energia. "É uma ideia preliminar ainda, mas a nossa expectativa é de realizar um leilão A-5 (com cinco anos de antecedência); um A-3 e um leilão de energia de reserva", afirmou o executivo, após o término do último leilão de energia nova deste ano, realizado hoje.
De acordo com Tolmasquim, o governo pode realizar um segundo leilão A-5 no segundo semestre de 2011, caso a demanda das distribuidoras não tenha sido atingida na licitação do primeiro semestre. O presidente da EPE também comentou que o leilão de energia de reserva de 2011 irá contratar a oferta de fontes renováveis de geração.
Assim como este ano, o governo federal irá privilegiar a contratação de energia a partir de hidrelétricas nos leilões. Tolmasquim disse que alguns projetos que não entraram neste ano, como Sinop, Ribeiro Gonçalves e Foz do Apiacá, assim como Estreito Parnaíba e Cachoeira, que não foram concedidas no leilão de hoje, podem entrar nas licitações do próximo ano. O presidente da EPE afirmou, contudo, que o leilão das usinas do Rio Tapajós não acontecerá em 2011. "Não haverá tempo hábil para isso".
Fonte: Agência Estado


II – COMENTARIOS

1- Aproveitamento do Bagaço de Cana de Açucar
Fonte: Agência Minas Online
O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, na semana passada, por meio da Câmara Normativa Recursal (CNR), Deliberação Normativa que facilita o processo de licenciamento para produção de energia por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar.
A DN Copam nº 159/2010 dispõe sobre a regularização ambiental para geração e repotenciação de bioeletricidade sucroenergética em Minas Gerais, ou seja, estimula as usinas mineiras a aproveitarem em maior quantidade o resíduo de usinas de açúcar e álcool por meio da regularização ambiental simplificada. “A grande vantagem é que o empreendedor que usar uma quantidade maior de bagaço terá o processo de regularização mais simples, estimulando o uso do resíduo e proporcionando ganho tanto para o empreendedor, com a geração de energia, quanto para o meio ambiente com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa liberados na atmosfera”, ressaltou o presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José Cláudio Junqueira.
A produção de energia gerada a partir de qualquer matéria orgânica de origem vegetal tem se tornado nos últimos anos uma promessa entre as fontes renováveis no Brasil. De acordo com a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), 4% da energia produzida em Minas Gerais vem do bagaço da cana-de-açúcar.
Um balanço da empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra que os enormes volumes de bagaço e palha correspondentes a dois terços do material extraído da cana-de-açúcar transformam-se em energia limpa e complementar. O balanço energético nacional mostra também que a produção de energia no Brasil por meio do bagaço da cana atingiu cerca de 148 mil toneladas em 2009.
Para o coordenador ambiental da Usina Coruripe, situada em Campo Florido e Iturama, no Triângulo Mineiro, Bertoldino Apolonio Teixeira Junior, a agilidade no processo de licenciamento, por meio da Deliberação Normativa, vai fazer com que a produção de energia limpa seja disponibilizada de forma mais rápida para o sistema de energia. “Além disso, houve um ganho ambiental muito grande, pois as empresas estão sendo estimuladas a usar o resíduo da cana-de-açúcar”, frisou.

2- Competitividade na Industria do Açúcar e do Etanol
Fonte: Thales Viegas, UDOP
A competitividade é um dos principais fatores que garantem o crescimento e o sucesso de um produtor ou de um país. Competitividade é uma questão de grau. Existe um espectro de possibilidades (níveis) de modo que não se trata apenas de ter ou não ter, mas em se possuindo alguma competitividade, importa saber em que patamar ela se encontra. O conceito de competitividade é relativo e se define pela comparação entre produtores ou países. Ela pode ser mensurada, basicamente, por meio do ritmo de crescimento das vendas, da rentabilidade e, principalmente, da participação de mercado (market-share) do agente ou do conjunto de agentes em análise.
Deste modo, é possível que os elementos que compõem a competitividade de uma indústria sofram uma piora em certo momento, mas a indústria pode permanecer competitiva em alguma medida. Em mercados de produto homogêneo, ou com poucas diferenças qualitativas (como é o caso do etanol), o preço é um elemento decisivo na determinação da competitividade. Quando um produtor é capaz de praticar preços abaixo de seus concorrentes, suas vendas podem crescer e ele pode conquistar e manter uma maior participação de mercado. O preço também pode oferecer sinais de mercado a respeito da estrutura de custos e da eficiência de um produtor. É basicamente a relação entre os custos e os preços que determina a rentabilidade do negócio. Assim, os produtores eficientes em custos têm condições para serem mais competitivos no mercado global, mantendo o crescimento das vendas e um maior market-share, ao sustentar preços abaixo daqueles praticados por seus concorrentes.
A produção brasileira de cana-de-açúcar, de etanol e de açúcar tem um nível elevado de competitividade internacional. Os baixos custos de produção e o maior market-share das exportações mundiais de etanol e açúcar manifestariam tal condição. A indústria sucroenergética nacional se beneficia do uso da cana-de-açúcar como matéria-prima, pois geralmente seus custos são inferiores aos do milho americano. A produtividade agroindustrial do etanol de cana era quase duas vezes superior ao do etanol de milho no passado recente.
Adicionalmente, o consumo de etanol no Brasil e nos Estados Unidos cresceu muito na segunda metade da década de 2000. O aumento da produção gerou um ambiente mais competitivo e permitiu a apropriação de economias de escala por parte dos produtores desses dois países. Além disso, as oportunidades oferecidas pelos subprodutos da fabricação do etanol vêm sendo aproveitadas de forma mais apropriada. Tudo isso contribuiu para a redução dos custos do etanol feito de cana-de-açúcar e do etanol produzido com o milho.
No que se refere à análise de competitividade, a maioria dos estudos não contempla adequadamente os custos de transporte do etanol de cana para os EUA e foram realizados quando o câmbio estava desvalorizado para os níveis atuais. Na prática as vantagens do etanol de cana dependem do câmbio, do preço da matéria-prima, do transporte e da influência dos subprodutos de cada processo produtivo, os quais reduzem os custos operacionais. Isso sem considerar as barreiras tarifárias ao comércio internacional. Em verdade, os custos operacionais na produção dos dois tipos de etanol são parecidos, enquanto o custo da matéria-prima no Brasil é inferior ao do milho americano. Entretanto, dois aspectos compensariam essa desvantagem. Por um lado, os custos de transporte encarecem o etanol brasileiro e, por outro, os produtos obtidos com o milho desoneram o etanol dos EUA, tornando-o mais competitivo naquele país.
Essas condições de custos permitiram que o etanol americano importado chegasse ao Brasil com o preço de R$ 1,05 mil/metro cúbico em certas ocasiões de 2010, por exemplo. Embora a média de preço do etanol brasileiro tenha figura próxima dos R$ 1,02 mil/metro cúbico neste ano, em muitos momentos os preços estiveram acima desse patamar. Já a máxima do ano foi de cerca de R$ 1,32 mil/metro cúbico. Em 2010 o etanol brasileiro – livre de impostos e frete – esteve mais caro do que o americano. Isso ocorreu até mesmo no mês de junho em que o preço doméstico atingiu a menor média de preço do ano: R$ 783/metro cúbico. O preço médio FOB (free on bord) de setembro esteve em R$ 823/metro cúbico – mês em que o preço médio das exportações brasileiras de etanol esteve no patamar mais baixo do ano.

3-País aposta em fontes alternativas de energia
A busca por energias renováveis, que respeitem o meio ambiente e promovam crescimento econômico e social, é um passo estratégico para o desenvolvimento de qualquer país. Essa é a avaliação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. "O Brasil tem um papel fundamental na consolidação da agroenergia, já que é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, principal matéria-prima para a geração de bioenergia", afirma.
Hoje, cerca de 47% da energia produzida no Brasil é renovável. A maior parte desse potencial é proveniente da cana-de-açúcar, que responde por 18%. "Trata-se de um mercado que o país domina, já que temos as condições climáticas ideais para o cultivo da cana, o que nos proporciona a matriz energética mais limpa do mundo", ressalta Wagner Rossi.
A segurança energética é um dos principais desafios do século e foi colocada como prioridadade pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O aumento da população e do consumo mundial per capita, associado à mudança climática, requerem ações mais coordenadas e sustentáveis, em seus aspectos ambientais, sociais e econômicos", ressalta o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone.
De acordo com o secretário, o Plano Nacional de Agroenergia, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, a criação da Embrapa Agroenergia e o fomento às políticas públicas de incentivo ao setor agroenergético foram fundamentais para o Brasil se destacar no cenário internacional nos últimos oito anos.
Por meio do Plano Nacional de Agroenergia, criado em 2002, o Ministério da Agricultura coordena estudos sobre as potencialidades agrícolas regionais e estimula a pesquisa para aumentar a utilização de plantas consideradas estratégicas, como inajá, macaúba, tucumã, além do pinhão manso e da palma, para a produção de biodiesel, combustível renovável.
Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores de biodiesel, juntamente com Estados Unidos, Alemanha, França e Argentina. Em 2009, o país produziu 1,13 bilhão de litros e a previsão para este ano é chegar a 1,6 bilhão de litros do combustível.
Uma série de vantagens qualifica o Brasil a liderar a agricultura de energia e o mercado da biocombustíveis em escala mundial, com a possibilidade de dedicar novas terras a essa atividade, sem ampliar a área desmatada e sem reduzir a área utilizada na produção de alimentos, mantendo os impactos ambientais circunscritos aos socialmente aceitos.
Segundo secretário Manoel Bertone, o investimento em pesquisa é a base para o desenvolvimento de tecnologias de produção agrícola, permitindo a identificação de plantas mais aptas, de regiões com elevado potencial de produção e de sistemas de produção mais eficientes. Novas tecnologias industriais representam a essência da transformação de produtos agrícolas em biocombustíveis.
"O nosso Plano Nacional de Agroenergia estabelece, ao mesmo tempo, um marco e um rumo para as ações públicas e privadas de geração de conhecimento e tecnologias que contribuam para a produção sustentável da agricultura de energia e para o uso racional dessa energia renovável", explica o secretário. O plano tem como meta prioritária tornar competitiva a produção brasileira e dar suporte às políticas públicas voltadas à inclusão social, à regionalização do desenvolvimento e à sustentabilidade ambiental.
Para o secretário de Produção e Agroenergia, a participação de todos os segmentos vinculados à cadeia é condição para enfrentar esse desafio. "Contamos com o trabalho dos servidores do Ministério da Agricultura, dos produtores rurais e suas lideranças, além de professores, pesquisadores e da sociedade em geral, num esforço conjunto, cujo maior propósito é a autonomia e o desenvolvimento do país", ressalta.
Sophia Gebrim
Fonte: Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento


4-Reservas de petróleo constituem a grande herança
A presidente Dilma Rousseff herda uma Petrobras com o controle de grandes reservas de petróleo, ajudada, em parte, pela decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de mudar o regime exploratório brasileiro, retomando para a estatal o monopólio da execução de projetos de partilha de produção no pré-sal.
No período Lula, a margem líquida foi de 18,6% em 2003, sua melhor marca, e estava em 15,8% no fim de setembro deste ano.
Até outubro, a companhia produziu uma média 1,98 milhão de barris por dia e deve fechar 2010 com 2 milhões de barris/dia.
Com um portfólio de reservas de petróleo e projetos - como todo o pré-sal da bacia de Santos próximo a Tupi - que causa inveja a qualquer petroleira no mundo, tanto multinacional ou estatal, a Petrobras tem pela frente desafios colossais, inclusive de gestão, até atingir a meta de chegar a 2020 produzindo 5 milhões de barris.
Novidade a partir de agora, o regime de partilha prevê a oferta de reservas potenciais em áreas do pré-sal que serão oferecidas para produção de petróleo e gás ao consórcio que oferecer maior parte do óleo produzido para a União. A primeira área deve ser Libra, um reservatório já identificado pela Petrobras - como prestadora de serviços para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) - onde se estimam reservas de 8 bilhões de barris equivalentes.
O desafio da companhia, segundo avaliação unânime de vários analistas ouvidos pelo Valor , será lidar com a nova regulamentação mesmo sem precisar adquirir novas áreas, o que traria o perigo de começar, de novo, a alavancar o seu balanço.
A presidente eleita presidiu durante sete anos o Conselho de Administração da Petrobras, conhece bem a empresa e saberá direcioná-la de forma sustentável e lucrativa.
A Petrobras tem um plano de investimentos que prevê dispêndios de US$ 224 bilhões até 2014. A companhia vai anunciar até abril o plano de negócios 2010-2015, que deve aumentar investimentos.
Fonte: Valor Econômico

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