sábado, 11 de dezembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 16

I-NOTICIAS DO MERCADO

1- Biogás na Espanha
Cada ano se produz na Espanha cerca de 500.000 toneladas de resíduos orgânicos. A esta soma-se os 14 milhões de toneladas de materiais sobrantes que gera a industria agroalimentar. Neste sentido, a “Directiva Marco de Resíduos” da Espanha estabeleceu que será obrigatório recolher de forma separada os resíduos orgânicos para sua reutilização.
Acaba de se por em marcha um sistema que permite produzir biogás das plantas de biodiésel aproveitando os resíduos da produção de óleos vegetais e restos de comida. Em concreto, a instalação piloto do projeto foi construído na planta de biodiésel da empresa Bionorte, en San Martín del Rey Aurelio (Asturias).

2-GE projeta crescimento de 25% no país em 2011
Fonte: Valor Econômico
A General Electric (GE) aposta na firmeza da economia brasileira e na maturação de projetos da GE em implantação. "Nosso portfólio está em linha com as necessidades de investimentos do país em diversos setores", disse João Geraldo Ferreira, presidente da operação brasileira.
"O Brasil agora está preparado para ser a direção de altos investimentos. A estratégia (da matriz da GE) desloca o foco de decisões e de crescimento dos EUA para outros países, principalmente nos emergentes", afirmou Ferreira , em entrevista ao Valor. "Grandes anos de crescimento vão começar em 2011", informou ele. A previsão de expansão do faturamento no próximo ano é de 25% sobre 2010, que está encerrando com cerca de US$ 2,6 bilhões.
A subsidiária brasileira vinha num ritmo firme até 2008, quando registrou um recorde de crescimento, de 45%, alcançando faturamento de US$ 3,3 bilhões. Com a retração do consumo em 2009, devido à crise econômica mundial, o resultado no país teve expressivo recuo, ficando em US$ 2,5 bilhões.
Com a economia do país crescendo em patamares de 7,5%, o avanço nos negócios da GE serão da ordem de 5% sobre 2009, lembra o executivo, nascido em Niterói (RJ) e na companhia desde 2007. Com investimentos encaminhados pela empresa em vários setores, ele vê um cenário bem promissor nos próximos três anos.
As projeções de Ferreira se baseiam na carteira de encomendas. A subsidiária vira o ano com aumento de quase 30% de pedidos fechados, em US$ 4,6 bilhões, sobre dezembro de 2009. "Toda a expansão virá de crescimento orgânico, ou seja das atividades existentes [possui 15 instalações industriais no país, com 6 mil empregados]. Isso não considera potenciais novos investimentos".
O otimismo com as operações no Brasil foi evidenciado em novembro, quando a GE anunciou o pacote de investimentos de US$ 550 milhões, para a expansão de fábricas, construção de novas e desenvolvimento de produtos, tudo acompanhado de parcerias tecnológicas com grandes empresas nacionais, caso de Petrobras.

3-AIE eleva previsão de demanda mundial de petróleo
A Agência Internacional de Energia (AIE) elevou novamente a previsão da demanda mundial de petróleo em 2010, para 87,4 milhões de barris diários (mbd) e para 2011, de 88,8 milhões. O aumento é em função do maior consumo na América do Norte e Ásia.
A AIE destacou ainda que o início de um duro inverno no hemisfério norte e uma demanda de petróleo particularmente forte para o terceiro trimestre provocaram a alta dos preços a quase 90 dólares o barril.

4-Airbus apóia Biodiesel Renovável
A Airbus está apoiando a Tam Airlines, Curcas e Brasil Ecodiesel a estabelecer uma unidade de processamento de combustível renovável para jatos e uma cadeia de produção de biocombustíveis no Brasil.
O grupo de empresas é liderado pela Curcas, especializada no desenvolvimento de projetos brasileiros de energia renovável, e a Ecodiesel, produtora do biocombustível no País.
Paralelamente, a Airbus e a AirBP - a unidade distribuidora de combustível para jatos da BP - estão fornecendo o seu apoio ao projeto.
"Estamos trabalhando em uma abordagem integrada de colaboração unindo parceiros fortes da aviação e os segmentos de biocombustíveis com o objetivo de desenvolver uma integração plena de uma cadeia de produção no Brasil, do estudo e desenvolvimento da planta como matéria-prima até a distribuição do combustível nos aeroportos", disse o presidente da Curcas, Rafael Abud.
Para o presidente da brasileira Ecodiesel, José Carlos Aguileira, "o mercado do bioquerosene é uma realidade e promete um significativo potencial de crescimento, especialmente desde que a União Europeia incluiu a aviação como um importante elemento para as reduções globais das emissões de carbono."
Vale lembrar que a Tam realizou seu primeiro vôo experimental da América Latina utilizando biocombustível de aviação produzido a partir do óleo de pinhão manso, uma biomassa vegetal brasileira, em novembro deste ano.

5-Grupo Maeda adquire 33% da Brasil Ecodiesel
Fonte: Valor Econômico
A Brasil Eco diesel, uma das maiores produtoras de biodiésel do país, e o grupo Maeda, um dos principais produtores brasileiro de grãos e algodão, anunciaram as condições da associação que deverá ser concluída por ambos em 23 de dezembro, após assembléia de acionistas da Brasil Eco diesel.
Pelo acordo, o Maeda passará a deter 33% da companhia de biodiésel com a subscrição de 358,9 milhões de ações ordinárias, que resultarão em aumento de capital na Brasil Eco diesel de R$ 320,13 milhões.
Com isso, após a operação o capital da Brasil Eco diesel passará a ser de R$ 1,128 bilhão. A relação de troca proposta pelas empresas foi de uma ação ordinária da Brasil Eco diesel para cada 3,6395 ações ordinárias do Maeda, com base em perspectiva de rentabilidade futura das empresas e preço médio ponderado das ações da Brasil Eco diesel nos últimos 60 pregões anteriores a 30 de setembro deste ano - início das tratativas entre as duas empresas.
A associação deverá resultar na criação de uma nova comercializadora de commodities agrícolas, além de fortalecer as atividades já tradicionais de cada uma das companhias.
O grupo Maeda saiu neste ano das mãos da tradicional família de japoneses para o controle do Arion Capital, fundo controlado pelo bilionário espanhol Enrique Bañuelos. Já a Brasil Eco diesel, que foi criada para ser a maior empresa de biodiésel do país, entrou em dificuldades financeiras e hoje é controlada por bancos credores, que converteram dívidas em ações.

II – COMENTARIOS

1-Emissões de CO2 –Questão Chave para o Clima
Como verificar os cortes de emissões de CO2 de outros países, especialmente os rivais econômicos e comprovar que cumprem seus compromissos de luta contra as mudanças climáticas, é uma das questões mais conflituosas negociadas na Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU, a COP-16.
Este tema é objeto de atrito entre as duas principais economias do planeta, que são também os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo: China e Estados Unidos.
A idéia de um mecanismo que permita garantir uma transparência por parte dos grandes países emergentes foi inscrita – em termos imprecisos – no acordo de Copenhague, redigido no último momento ao fim da conferência de 2009, que se aproximou do fracasso.
Um dos objetivos centrais da cúpula internacional de Cancun sobre o clima é definir como este procedimento transcorrerá.
Quanto ao Brasil, deverá chegar a 2020 emitindo no máximo 2,1 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Mais que isso: fica obrigado a publicar anualmente estimativas do total de emissões do país, que facilitarão a verificação do compromisso assumido.
O decreto de regulamentação da Política Nacional de Mudanças Climáticas foi assinado pelo presidente Lula e anunciado pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na conferência do clima em Cancún.
Com a lei regulamentada, o Brasil se torna o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer um limite absoluto para o quanto vai poluir. O teto imposto pelo Brasil representa ainda uma redução absoluta de 6% em relação a 2,2 bilhões de toneladas que o país emitia em 2005, ano do último inventário de gases-
estufa.

2-Andrade Gutierrez e Eisa apresentam recursos
Fonte: Valor Econômico
O Estaleiro Eisa Alagoas e a Andrade Gutierrez entraram com recursos administrativos na Petrobras contra a decisão da estatal de desclassificar as duas empresas do processo licitatório para construir até quatro lotes com sete navios-sonda cada um.
A comissão de licitação da PNBV, subsidiária da Petrobras responsável pela contratação das sondas, desclassificou o Eisa Alagoas e a Andrade Gutierrez por considerar que apresentaram preços excessivos, o que é contestado pelas empresas. Ambas pedem que a Petrobras reveja a decisão.
Entre os sete grupos que disputam os pacotes com sete sondas, o Eisa Alagoas ficou em sexto lugar e a Andrade Gutierrez, em sétimo.
A Petrobras disse em nota: "É considerado preço excessivo aquele cujo valor ultrapassa o limite máximo de acordo com estimativa previamente feita pela Petrobras."

3- Cresce o Numero de Incidentes com petróleo no mar
Nos meses que antecederam e se seguiram ao acidente no Golfo do México, que matou 11 pessoas e lançou milhões de barris de petróleo nas águas do golfo, o setor de petróleo foi palco de vários derramamentos e alarmantes quase-acidentes, alguns deles muitíssimo parecidos com o ocorrido na Deepwater Horizon.
Um acidente na costa australiana deixou petróleo vazando por semanas no Mar do Timor. Um poço fora de controle no Golfo do México deslocou um equipamento de duas toneladas no convés da plataforma Lorris Bouzigard, para grande susto dos operários. No Mar do Norte, no litoral da Noruega, o vazamento de gás a bordo de uma plataforma de produção por pouco não causou uma tragédia das proporções da Deepwater Horizon.
O Wall Street Journal analisou estatísticas de quatro países com grandes indústrias de perfuração em alto-mar e sistemas modernos de regulamentação: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Noruega e Austrália . Embora cada país use um método distinto para medir a perda do controle de poços ou derramamentos, a tendência que revelam é semelhante.
Em atividades de perfuração no trecho americano do Golfo do México houve, em 2009, 28 registros de derramamento de petróleo, vazamento de gás ou incidentes em que trabalhadores perderam o controle de um poço. É 4% a mais do que em 2008, 56% a mais do que em 2007 e cerca de 65% a mais do que em 2006. Se computado o número de horas trabalhadas em plataformas em alto-mar, o ritmo dos incidentes subiu todos os anos de 2006 a 2009.
A agência de saúde e segurança no trabalho do Reino Unido registrou 85 vazamentos de petróleo e gás no ano encerrado em 31 de março, 39% a mais do que no anterior.
Na Noruega, houve 37 vazamentos de petróleo e gás e "incidentes em poços" em 2009, segundo o órgão regulador da atividade no país. É 48% a mais do que em 2008 - e o maior nível desde 2003.
No primeiro semestre do ano na Austrália, houve 23 derramamentos de petróleo, vazamentos de gás e incidentes que ameaçaram a ruptura de um poço, segundo a Autoridade Nacional de Segurança do Petróleo Offshore. É quase o total de incidentes do gênero em 2009 (24).
"Por que a segurança na indústria offshore parece estar se deteriorando?", pergunta Jane Cutler, ex-executiva do setor e, hoje, diretora da autoridade reguladora da Austrália. Sua resposta: "As pessoas esquecem de ter medo."
O Instituto Americano do Petróleo (API), que representa a indústria petrolífera dos EUA, pede cautela na leitura das estatísticas. "Tirar conclusões generalizadas a partir de uma análise limitada dos dados não serve de nada", declarou o instituto num comunicado. No passado, especialistas do API chamaram atenção para dados que indicariam que a ficha do setor está melhorando - como um declínio constante no volume de petróleo derramado a cada ano.
"Não acredito que haja um surto de acidentes", diz Lee Hunt, presidente da Associação Internacional de Empresas de Perfuração. "E quando algo ocorre, é comum vermos um alto nível de competência na resolução do problema."
Não obstante, o investimento na exploração em águas profundas está acelerando. Perfurar nelas é crucial para saciar a crescente necessidade de energia do mundo.
O setor aponta para o longo histórico de 50.000 poços perfurados no Golfo do México sem uma catástrofe similar à registrada no início deste ano.
O engenheiro David M. Pritchard, consultor na área de petróleo, estudou um banco de dados de 5.000 poços no Golfo do México de 1993 para cá - classificados pela dificuldade de perfuração. Pritchard buscou estruturas no mínimo tão complexas quanto a que a Deepwater Horizon tentava perfurar. Achou 43.
"Qual o verdadeiro risco de que ocorra um erro catastrófico? É de 1 em 50.000 ou agora é de 1 em 43?", pergunta Pritchard. O API diz estar analisando o estudo de Pritchard como parte de um exame de questões ligadas a poços em águas profundas e deve soltar recomendações no próximo ano.
Certos especialistas dizem que a onda de acidentes mostra que o da Deepwater Horizon não foi um evento isolado e que, ao descrever o desastre como um "evento de baixa probabilidade e alta consequência", o setor fecha os olhos para a probabilidade de que esse tipo de acidente se repita.
Fonte: Valor Econômico/Russell Gold e Ben Casselman | The Wall Street Journal

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