domingo, 14 de novembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 11

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1- Usina Nuclear Angra 1 está gerando energia elétrica
A Eletrobras informou que a usina de Angra 1 foi sincronizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) , após manutenção programada para reparo no circuito de hidrogênio do sistema de resfriamento do gerador elétrico principal - parte convencional da Usina, sem contato com radioatividade.
A unidade, que estava desligada desde o dia 12 deste mês, já funciona normalmente e está em processo de elevação de potência, conforme programação junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS).

2-Lula inaugura produção do pré-sal
Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comemorou a extração do primeiro óleo do sistema definitivo da área do pré-sal de Tupi, na Bacia de Santos, o século 21 será “inexoravelmente o século do Brasil e da América Latina”.
Lula afirmou que a Petrobras será sempre um indutor do crescimento do país. “A Petrobras será sempre uma espécie de guia do crescimento do Brasil. Se a Petrobras não estiver bem, o Brasil não estará tão bem. Mas se a Petrobras estiver bem, eu acho que o Brasil estará sempre muito bem”.

3-Biodiesel utiliza 66% mais óleo de soja no ano
Fonte: Folha de São Paulo
O ritmo da economia nacional e a maior demanda de óleo no setor de biodiesel fizeram a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) refazer as projeções de esmagamento de soja neste ano.
Os novos números da associação indicam que a moagem deverá ser de 33,9 milhões de toneladas, 10% a mais do que em 2009. No final do primeiro semestre, as estimativas eram de moagem de 33,1 milhões de toneladas.
Com o aumento de esmagamento, a Abiove refez a estimativa de produção de óleo de soja para 6,6 milhões de toneladas, contra 6 milhões no ano passado.
Essa quantidade terá evolução de 66% em relação à utilizada pelo setor no ano passado. A mistura de biodiesel ao diesel foi de 3% no primeiro semestre de 2009. Subiu para 4% no segundo e passou para 5% em janeiro deste ano.
Para a safra 2011/12 (de fevereiro de 2011 a janeiro de 2012), a Abiove prevê esmagamento de 34,5 milhões de toneladas, com a produção de óleo de soja subindo para 6,65 milhões de toneladas. As receitas com as exportações do complexo soja, previstas em US$ 17,1 bilhões neste ano, poderão ir a US$ 19,6 bilhões no ano que vem. As vendas externas de soja em grãos lideram, somando US$ 11,3 bilhões neste ano.

4-Fabricante Bentley diz que experiência brasileira do carro flex foi importante
A questão ambiental, e a experiência do Brasil e da Suécia com a tecnologia flex, foram aspectos importantes que pesaram a favor da decisão da montadora britânica de carros de alto desempenho Bentley a lançar o Continental SuperSports, primeiro no mundo na categoria dos superesportivos a utilizar a tecnologia bicombustível. Entusiasmado com o projeto, Christophe Georges, diretor-presidente da Bentley para os Estados Unidos, detalhou a decisão e os planos da empresa em encontro com jornalistas, no Salão do Automóvel.
"O sucesso da tecnologia flex no Brasil e na Suécia foram ingredientes fundamentais para a decisão da Bentley de adotar esse sistema. Até 2012 todos os nossos modelos serão flex," disse o executivo. Falando inicialmente em português, ele ressaltou a preocupação da Bentley com a sustentabilidade: "Precisamos de soluções globais para a questão ambiental. Por isso a companhia estreitou relações com ONGs, entidades e governos para que haja um trabalho mais aprofundado relacionado ao ambiente para diminuir a emissão de gases de efeito estufa." E complementou: "O Brasil é um exemplo, particularmente por causa do sucesso dos carros flex."

5-Repsol e Grupo Kuo criam companhia para produzir biocombustíveis de 2ª geração
A Repsol e Grupo Kuo assinaram em Madri, a criação de uma empresa conjunta, denominada KUOSOL, dedicada ao desenvolvimento de bioenergia a partir do cultivo de pinhão manso, uma oleaginosa de elevado conteúdo em óleo não comestível.
A KUOSOL será constituída por Repsol (50%) e Grupo KUO (50%), sua sede será no México e contará com investimento total estimado em US$ 80 milhões. Suas atividades incluem desde a produção agrícola até a instalação industrial, e seu objetivo é o aproveitamento integral da biomassa de plantações de pinhão manso, a produção de óleo como matéria-prima para biocombustíveis e a geração de bioenergia, com elevados critérios de sustentabilidade.


II – COMENTÁRIO

1-Taxa de inovação nas empresas cresce de 34,4%, em 2005, para 38,6%, em 2008
A inovação é um desafio de alta complexidade que as empresas brasileiras estão sendo forçadas a enfrentar com o objetivo de obterem diferenciais competitivos e atenderem exigências dos consumidores.
O cenário econômico no Brasil a partir de 2006 favoreceu os investimentos das empresas em inovação. As empresas brasileiras inovadoras passaram de 32,8 mil, em 2005, para 41,3 mil, em 2008, o que fez a taxa de inovação aumentar de 34,4% entre 2003 e 2005, para 38,6%, no período de 2006 a 2008.
O que mostra a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec 2008), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é que a nova estratégia da empresa brasileira chama-se inovação. A gerente da pesquisa, Fernanda Vilhena, destacou o crescimento significativo da taxa de inovação na indústria, desde que a Pintec foi iniciada, em 2000. Naquele ano, a indústria apresentou taxa de inovação de 31,5%. Em 2003, o índice subiu para 33,3%, estabilizando-se em 2005 (33,4%), para atingir o pico na Pintec 2008. “A gente acha que esse aumento da taxa de inovação foi um dos principais resultados mostrados nessa pesquisa”, destacou Fernanda.
O porte da empresa e o setor de atividade têm influência sobre a decisão de investimentos em inovação, revela a sondagem. Nesse tópico, as indústrias são o destaque, principalmente aquelas que têm mais empregados e maior conteúdo tecnológico. Segundo o IBGE, 71,9% das empresas industriais com mais de 500 funcionários foram inovadoras em produto ou processo, 26,9% lançaram produto inovador para o mercado interno e 18,1% implementaram algum processo inovador para o seu próprio setor no país.
Fernanda Vilhena disse que as taxas de inovação no setor de serviços selecionados – que engloba telecomunicações, edição e gravação de música e informática – são mais elevadas do que a média da indústria por serem setores em que o grau de conhecimento é alto. Nas empresas de serviços selecionados consideradas de grande porte, 67,2% foram inovadoras, 24,3% inovaram para o mercado doméstico e 22,5%, para o setor no país. As taxas de inovação atingiram 58,2% nas atividades de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador, 46,6% em telecomunicações, 46,1% em outros serviços de tecnologia da informação (TI), 40,3% em edição e gravação de música. Esta última taxa é identificada também em tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas.
A Pintec 2008 revela que houve aumento do dispêndio das empresas nacionais em atividades de inovação, assim como a receita líquida das vendas das empresas também cresceu. “A gente usa o indicador de gasto sobre receita. Neste caso, a gente fala que houve estabilidade”, salientou a pesquisadora. “Somando todos os setores, a gente tinha, em 2005, 3% do faturamento das empresas gastos em atividades inovativas. Em 2008, esse percentual foi para 2,9%. Então, houve estabilidade”. Os gastos internos em pesquisa e desenvolvimento cresceram em relação à receita de 0,77%, em 2005, para 0,80%, em 2008.
A indústria investiu 2,5% do seu faturamento em atividades inovativas em 2008, enquanto as empresas de serviços selecionados gastaram 4,2% e as de pesquisa e desenvolvimento, 71,1%.

2- Uma nova Revolução Tecnológica
A recente evolução do setor sucroenergético, com a chegada ao Brasil de grandes empresas de fora investindo pesado na produção da agroenergia, vem mudando significativamente o cenário futuro de médio e longo prazo. A atividade sucroalcooleira foi, por séculos, de capital eminentemente nacional. De repente, em pouco mais de 3 anos, já temos 22% de capital estrangeiro nela investidos, podendo chegar a 37% até 2015. Gigantes como Dreyfus, Bunge, Cargill, ADM, Tereos, Abengoa, Amyris e Renuka, entre outras, se juntaram a esta nova onda em que entraram também fundos de investimento de diversas nacionalidades e empresas brasileiras, como a Odebrecht (através da ETH) alem de importantes petrolíferas, como a Shell (associada à Cosan), a BP, a Total e a própria Petrobrás (também associada à Mitsui).
Tamanha internacionalização é acompanhada por forte consolidação interna, com grupos nacionais crescentemente poderosos comprando outros e diminuindo o número de atores neste palco importantíssimo do nosso agronegócio.
Pelo menos 2 aspectos podem ser ressaltados neste ambiente.
O primeiro é a impressão de que estes grandes investidores devem estar olhando mercados que não apenas o nosso, interno. Em outras palavras, devem acreditar que a agroenergia ganhará dimensão global, com mais países produzindo e consumido biocombustíveis e bioeletricidade com algum tipo de certificação internacional (a ÚNICA está empenhada neste processo). Há poucos dias, os americanos aumentaram para 15% a mistura do etanol na gasolina (a passagem do E10 para E15 nos Estados Unidos representa mais 24 bilhões de litros lá consumidos por ano) e cada vez mais Nações são atraídas por esta alternativa energética renovável e mitigadora do aquecimento global, que se caracteriza como uma importante via de desenvolvimento dos países tropicais, gerando aí - onde a demanda por alimentos e energia mais cresce pelo aumento de suas populações e renda per capita - uma oportunidade formidável, especialmente quando a cana é a matéria prima.
O segundo aspecto, e muito instigante, é o da tecnologia.
Junto com as empresas que investiram na produção do etanol ou do diesel a partir da garapa, ou mesmo da novel alcoolquímica como sucedâneo da petroquímica, chegam também as grandes instituições privadas de desenvolvimento tecnológico. Já vieram a Monsanto (que comprou a Canavialis, do Grupo Votorantim) a Basf (aliada ao CTC - Centro de Tecnologia de Cana-de-açúcar, em Piracicaba), a Syngenta, a Amyris e outras mais.
As novas perspectivas da sucroenergia indicarão as futuras rotas tecnológicas, entre as quais estão o desenvolvimento de variedades de cana mais ricas em açucares não cristalizáveis que também se transformem em etanol; a necessidade de mais fibras no colmo para a cogeração de eletricidade; o uso das folhas para o mesmo fim; variedades mais eretas para otimizar a mecanização do corte; variedades resistentes à seca, a pragas e a doenças; que sejam capazes de fixar Nitrogênio ao solo como a soja já faz através de inoculação de bactérias específicas; que melhor absorvam os nutrientes (unindo transgenia e nanotecnologia); e os avanços espetaculares da alcoolquímica.
Também há muita pesquisa na área da mecanização do corte, da estocagem e transporte de etanol, temas em que as margens podem crescer muito para os atores econômicos.
Em suma, uma verdadeira revolução tecnológica está em andamento no setor, e isto é bom, especialmente para que o Brasil continue liderando o modelo mundial da agroenergia e possa levá-lo a outros países tropicais da América Latina, da África e da Ásia.
Como ficam nossas empresas nacionais de desenvolvimento tecnológico, confrontadas com estes monumentais investimentos de suas concorrentes de fora?
Os resultados por elas já alcançados aqui são formidáveis.
Nos últimos anos, o IAC lançou 3 novas variedades que podem aumentar em 30% a produtividade da cana.
A Ridesa, rede de universidades lideradas pela UFSCAR, que substituiu o Planalsucar extinto no Plano Collor, anunciou em outubro passado novas variedades com igual potencial de crescimento. Aliás, 58% de toda a cana plantada no Brasil vem desta organização primorosa.
O CTC lançou, de 2005 até hoje, cerca de 20 variedades promissoras, misturando e combinando variedade/solo/clima.
A Embrapa, com seu novo Centro de Agroenergia, está focada na sustentabilidade da produção da gramínea.
A Petrobrás está também se lançando na pesquisa de cana, e tem recursos e competência para avançar bastante, e rapidamente.
Portanto, há um certo congestionamento positivo no setor. Talvez fosse muito interessante uma grande coordenação entre estas instituições brasileiras todas, para evitar duplicidade de recursos e dispersão de esforços, e para que elas tenham capacidade de sustentar-se frente à avassaladora concorrência que virá, sem dúvida, com os novos agentes internacionais em desenvolvimento de tecnologia.
Roberto Rodrigues
Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal

3-ANP confirma descoberta de nova reserva de petróleo no pré-sal
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, confirmou que divulgará o tamanho da reserva de óleo no campo de Libra, na área da camada do pré-sal da bacia de Santos que ainda não está sob concessão.
A estimativa feita por um consultoria internacional, feita para a ANP, indicou potencial entre 7,9 bilhões de barris a 16 bilhões de barris de petróleo na reserva de Libra, volume superior ao campo de Tupi, cuja reservas estimadas são de 5 bilhões a 8 bilhões de barris.
Se for confirmado esse potencial de Libra, o poço pode ser o maior já perfurado no pré-sal.
Leilão - Em setembro, o governo já havia informado que pretendia licitar as primeiras áreas do pré-sal sob o novo marco regulatório, que prevê regime de partilha, já na primeira metade do ano que vem.
Na ocasião o poço de Libra já estava sendo perfurado pela Petrobras, a pedido da ANP. Inicialmente, a intenção era que a área entrasse no processo de capitalização da Petrobras, mas outras áreas foram utilizadas.
Pré-sal - A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo.
Estimativas apontam que a camada, no total, pode abrigar algo próximo de 100 bilhões de boe (barris de óleo equivalente) em reservas, o que colocaria o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo. (Fonte: Folha.com)

4-Setor Industrial registra queda de 0,5% no faturamento
O setor de máquinas e equipamentos registrou em setembro queda de 0,5% na comparação com o mês de agosto de 2010, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).
De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da entidade, mesmo alcançando os R$53 bilhões (faturamento bruto real) com uma variação de 11,6% maior no acumulado de janeiro a setembro deste ano, numa análise com o mesmo período de 2009, a baixa no incremento do faturamento do setor capital mecânico tende a continuar.
De acordo com os dados divulgados pela ABIMAQ, o consumo aparente, soma da produção e das importações menos as exportações, chegou ao total de R$73,5 bilhões durante os nove meses de 2010, elevação de 15,9% em relação com os mesmos nove meses de um ano atrás, que era de R$63,5 bilhões. Porém, Aubert Neto demonstra cautela. “Se equipararmos o mês de setembro com o mês de agosto deste ano, observamos um déficit de 0,2% no consumo aparente, revelando certa sensibilidade do setor”, aponta o executivo.

5- Premio Petrobras Tecnologia
Até o dia 26 de novembro estão abertas as inscrições para a 5ª edição do Prêmio Petrobras de Tecnologia Engenheiro Antônio Seabra Moggi, que visa reconhecer a contribuição da comunidade acadêmica brasileira para o desenvolvimento tecnológico da Petrobras e da indústria nacional de energia, além de incentivar a revelação de talentos e de trabalhos inovadores no segmento de petróleo, gás e energia.
Lançado em 2004, o prêmio já contou com 1600 trabalhos inscritos. Destes, mais de 100 foram premiados.
O prêmio é voltado para estudantes de graduação, mestrado ou doutorado de qualquer instituição de ensino superior brasileira, que podem inscrever seus trabalhos em um dos nove temas tecnológicos: Tecnologia de Energia; Tecnologia de Exploração; Tecnologia de Gás; Tecnologia de Logística e de Transporte de Petróleo, gás e derivados; Tecnologia de Perfuração e de Produção; Tecnologia de Preservação Ambiental; Tecnologia de Produtos; Tecnologia de Refino e Petroquímica; e Tecnologia de Segurança e Desempenho Operacional.
Os autores dos trabalhos vencedores recebem R$ 20 mil na categoria doutorado, R$ 15 mil na categoria mestrado e R$ 10 mil na categoria graduação, além de uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) para elaboração de tese de mestrado, doutorado ou pós-doutorado em instituições de ensino superior nacionais, de acordo com sua formação acadêmica. Os professores orientadores dos trabalhos premiados de todos os temas e categorias recebem a mesma quantia bruta que o prêmio recebido pelo aluno, como taxa de bancada.
As inscrições podem ser realizadas no site do Prêmio (www.petrobras.com.br/premiotecnologia), onde também é possível conhecer os principais desafios tecnológicos da Petrobras, ler o regulamento, acessar trabalhos vencedores de cada categoria e conferir entrevistas com vencedores de edições anteriores do prêmio.
Quem foi o saudoso companheiro Antônio Seabra Moggi
Antônio Seabra Moggi foi o primeiro superintendente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes). Químico Industrial pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) e Engenheiro Químico pela Valderbilt University, no Tennesse, EUA, trabalhou no Conselho Nacional de Petróleo (CNP) e na Petrobras, onde participou da fundação do Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Petróleo (Cenap), ponto de partida das atividades de Pesquisa & Desenvolvimento na Companhia. Também participou da criação do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).

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