segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 24

I - NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1- HRT compra grupo canadense por R$ 1,3 bi
A petroleira brasileira HRT Participações em Petróleo anunciou ter fechado um acordo para adquirir até 100% das ações da UNX Energy Corp., uma sociedade canadense com ações listadas na Bolsa de Valores de Toronto. A UNX é uma produtora independente de petróleo e gás natural, com foco na exploração de petróleo cru no mar da Namíbia, África.
Conforme o fato relevante divulgado pela companhia, "a operação representa uma atraente oportunidade para a HRT incrementar a sua já significativa posição de bacias subexploradas de alto potencial, existentes e novas, localizadas no mar da Namíbia, África". O comunicado diz ainda que a aquisição "garante à HRT aproximadamente 75 mil quilômetros quadrados em duas das mais promissoras fronteiras de exploração do hemisfério sul para a descoberta de campos gigantes e supergigantes de petróleo e gás".

2-Sinopec estuda ampliar atuação no país
Fonte: Valor Econômico
Depois de investir US$ 7,1 bilhões para comprar 40% dos ativos da Repsol no Brasil, a chinesa Sinopec quer participar das próximas rodadas de licitação de blocos exploratórios no Brasil, sejam elas no regime de concessão ou no novo regime de partilha de produção nas áreas do pré-sal. O presidente da Sinopec International and Production Brazil, Jingjun Ding, disse ontem que a China enxerga o Brasil como uma área estratégica.
"Entendemos que o Brasil tem um mercado estável", frisou Ding. A companhia chinesa poderá participar sozinha das rodadas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em parceria com outras empresas ou usando como veículo a Repsol Sinopec Brasil - nome da companhia constituída depois da entrada no capital da empresa espanhola no país.
O executivo informou que atualmente a chinesa ainda negocia com a Repsol como será feita a comercialização do petróleo produzido no país na sociedade entre as duas companhias.

3-EUA estão interessados no petróleo brasileiro, diz Patriota
Os Estados Unidos estão interessados em comprar petróleo brasileiro a longo prazo, declarou nesta o chanceler Antônio Patriota em Washington, após uma conversa com o secretário do Tesouro, Tim Geithner, e altos dirigentes americanos.
A questão energética, a cooperação no seio do G20, o setor de obras públicas brasileiro e o intercâmbio educativo estão entre os principais temas que serão abordados na visita do presidente Barack Obama ao Brasil, nos dias 19 e 20 de março, enumerou Patriota à imprensa pouco antes de encerrar sua visita de trabalho.
"Há interesse americano no potencial energético brasileiro. Foi mencionado que o Brasil poderia se converter em um dos importantes exportadores de petróleo no futuro", declarou Patriota.
Isso pode acontecer se o Brasil conseguir explorar suas grandes jazidas em águas profundas, na camada do pré-sal.
"Nós temos, em troca, interesse no intercâmbio de cientistas e em uma discussão avançada sobre biocombustíveis, inclusive na área de aviação", disse o chanceler.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro e o embaixador em Washington mantiveram ao longo de dois dias reuniões com a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, com Geithner e Michael Froman, um dos conselheiros econômicos de Obama.
A presidente Dilma Rousseff, que receberá Obama em Brasília no dia 19 de março, também tem um interesse particular no intercâmbio de cientistas e em promover a cooperação educativa, acrescentou o chanceler.
Patriota e Geithner abordaram também o tema cambial, um dos principais pontos de discussão no seio do Grupo de países ricos e emergentes (G20), e outras questões de cooperação financeira.
Os Estados Unidos seguem interessados em vender caças ao Brasil, uma operação que envolveria um total de 36 aviões no valor de 4 a 7 bilhões de dólares, confirmou Patriota, embora o governo brasileiro tenha adiado indefinidamente a operação.
"Eu abordei o interesse brasileiro em vender aviões Tucano à Força Aérea dos Estados Unidos. É uma manifestação de interesses simétricos", declarou o chanceler brasileiro com um sorriso.

4-Brasil Ecodiesel obtém fatia de 7,1% em leilão da ANP
A Brasil Ecodiesel vendeu 46,6 milhões de litros de biodiesel no leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Segundo nota assinada pelo diretor executivo e de relações com investidores da Brasil Ecodiesel, Eduardo de Come, a empresa obteve uma participação de 7,1% no volume total vendido no leilão. A Brasil Ecodiesel teve um preço médio de R$ 2,064 por litro, deságio de 11,01% sobre o preço de abertura. O resultado oficial do leilão da ANP ainda não foi divulgado. O leilão para compra de 660 milhões de litros de biodiesel foi realizado entre quarta-feira e hoje pela ANP.
Eduardo Magossi
Fonte: Agência Estado

5-OTC 2011
O Consulado Americano já iniciou a formação da delegação brasileira que irá em Maio para a OTC 2011.
A Continental deverá lançar novo tipo de avião durante o evento.

6-Acordo de Cooperação Tecnológica
Chevron fechou um Acordo com a PUC-RIO , envolvendo recursos para 3 Laboratórios.


II – COMENTARIOS

1-Petrobras inicia mais um teste de longa duração no pré-sal
Fonte: Agência Petrobras
A Petrobras iniciou o Teste de Longa Duração (TLD) do reservatório de Tracajá (pré-sal), por meio do poço 6-MLL-70, localizado a 124 km da costa do Rio de Janeiro, no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos. O objetivo do TLD é obter informações sobre as características do reservatório, para a definição do futuro projeto definitivo de desenvolvimento da produção.
O poço 6-MLL-70, que encontrou o reservatório com petróleo na profundidade de 4.442 metros em setembro de 2010, foi interligado ao navio-plataforma P-53, aproveitando capacidade de processamento e escoamento disponível. O teste começou com vazão de 23.300 barris por dia.
O objetivo do TLD é obter informações sobre as características do reservatório, para a definição do futuro projeto definitivo de desenvolvimento da produção. Em dezembro de 2010 a Petrobras iniciou teste semelhante, na acumulação conhecida como Carimbé, também em estrutura de pré-sal, na concessão de Caratinga.
A descoberta de Tracajá é mais um resultado conseguido pela estratégia do Planóleo, programa que busca intensificar os trabalhos de exploração e produção nas áreas próximas a campos que já se encontram em operação, com o objetivo de aproveitar a capacidade das instalações existentes, diminuir custos e agilizar a produção de novos volumes de petróleo.
O Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) de Tracajá, apresentado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2010, prevê ainda a perfuração de um ou dois poços de extensão para delimitação completa da acumulação.
Além de Tracajá e Carimbé, a Petrobras já descobriu petróleo no pré-sal em outras regiões da Bacia de Campos, onde a Companhia iniciará TLD, ainda em 2011, nas acumulações de Brava (concessão de Marlim), Aruanã e Oliva (bloco exploratório BM-C-36).
Na porção norte da Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, a Petrobras vem produzindo petróleo no pré-sal, na região conhecida como Parque das Baleias, desde agosto de 2008.

2-Gargalos da Infraestrutura
O Brasil vive um ritmo acelerado de crescimento, fruto da estabilidade econômica, conquistada nos últimos 16 anos, oportunidades como a exploração do Pré-Sal, a realização da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016. Gigante pela própria natureza, recursos naturais em abundância, mercado interno aquecido, o Brasil tem a oportunidade real de se tornar um grande player no tabuleiro global.
Todavia, alerto que este crescimento pode ter "pés de barro", diante da precariedade da infraestrutura e do crescente processo de estatização na economia, fomentados por uma política econômica monetarista e por um ambiente institucional conturbado e pouco atrativo para alavancar novos investimentos.
Constatações que encontraram eco em recente seminário que realizei sobre os Gargalos da Infraestrutura, que reuniu especialistas do calibre do secretário Estadual de Energia, José Anibal; do secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes; do jornalista e comentarista econômico, Carlos Alberto Sardenberg; de José Roberto Bernasconi, presidente do SINAENCO/SP - Sindicato Nacional Empresas de Arquitetura e Engª Consultiva.
Alguns dados macroeconômicos saltam aos olhos e acendem um sinal de alerta se compararmos com as realidades de outros países emergentes. Temos uma dívida pública que chega a 40% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a media nos países emergentes fica em 30%. Os gastos com a Previdência chegam a 11% do PIB, enquanto nos outros países em desenvolvimento a média é de 6%.
O aumento galopante nos gastos públicos, principalmente para custeio da máquina e contratação de pessoal, praticamente inviabilizam qualquer discussão para conter a "sanha arrecadatória federal" e comprometem sobremaneira a capacidade do setor público para investir em infraestrutura. Investimos cerca de 18% do PIB/ano, enquanto a média dos emergentes chega a 24% e a China, em especial, 30%. Não é a toda que o Brasil apresenta o menor índice de crescimento entre os países que formam os Brics (Rússia, China, Índia e Brasil).
Como se não bastasse, a qualidade da educação pública reflete diretamente na falta de mão de obra qualificada para atender uma demanda crescente no setor de infraestrutura. E ainda temos um ambiente institucional que inibe a participação de novos investidores privados em obras estruturais, diante da excessiva burocracia, da ausência de reformas como a Tributária, Previdenciária e Trabalhista, e de marcos regulatórios instáveis. Uma coisa é certa: é preciso aumentar a participação da iniciatiativa privada no setor de infraestrutura, pois o governo sozinho não tem como arcar com esta conta.
Basta observarmos o exemplo da Infraero que acaba de anunciar que vai investir R$ 6 bilhões na reforma e ampliação de 12 aeroportos para a Copa de 2014. Um investimento pífio diante da magnitude dos problemas enfrentados cotidianamente pelos brasileiros que viajam de avião. Só para se ter uma idéia, um grupo de investidores está disposto a investir o mesmo montante na construção de um terceiro aeroporto em São Paulo. Isso sem falar numa desastrada política cambial que, inclusive, foi objeto de um pedido meu para realização de uma Comissão Geral, no sentido de debater os seus efeitos sobre a competitividade das nossas exportações, que tem afetado o resultado da balança comercial, principalmente, em virtude do incremento das importações, além de estar desencadeando um processo de desindustrialização do setor produtivo nacional. Além do alto custo de mantermos reservas em dólar no exterior para tentar equacionar a desvalorização do dólar frente ao real.
Diante de tudo isso, aumenta a responsabilidade do Congresso Nacional em votar medidas fundamentais para destravar o desenvolvimento, tais como, a Lei 8.666, no sentido de agilizar e aperfeiçoar os processos licitatórios. Também é preciso aprovar a Lei das Agências Reguladoras para dar maior autonomia decisória e técnica para fiscalizar os serviços públicos delegados. E ainda, temos a proposta que estabelece uma redefinição da atuação do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da SDE - Secretaria de Direito Econômico, no sentido de torná-los, efetivamente, pró-ativos, ágeis e preventivos, sob a ótica do interesse nacional e dos consumidores brasileiros.No que tange a crescente dívida pública, retomo a discussão em torno de uma antiga proposta feita pelo próprio Governo Lula, no lançamento do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, mas que não foi levada adiante. A proposta de condicionar o aumento dos gastos públicos, obrigando-o a limitar-se num patamar inferior o aumento do PIB. Desta maneira estaríamos equacionando, no médio e longo prazo, os gastos e inibindo a farra das nomeações, além de criarmos o ambiente propício para uma redução na carga tributária e para avançarmos nas reformas estruturais tão necessárias para readquirirmos a nossa capacidade de investimento.
Enfim, um ambiente institucional capaz de oferecer estabilidade e previsibilidade ao investidor privado para acelerar as obras estruturais que até agora não saíram do papel. Além de equacionarmos o chamado "Custo Brasil", que tanto tem penalizado o setor produtivo. Grandes obras de infraestrutura demandam tempo e não podem estar submetidas ao calendário eleitoral. O Brasil precisa, urgentemente, não de um "PAC", mas de um Plano Nacional de Desenvolvimento para assegurar alicerces sólidos para um crescimento econômico sustentável e duradouro.
Arnaldo Jardim - Deputado federal

3-Sistema dessaliniza água do mar usando energia renovável
Um sistema mecânico capaz de transformar a água do mar em água potável utilizando energia renovável acaba de ser desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP. O equipamento poderá atender a necessidade de países como Cabo Verde, na África, onde a água potável não é um recurso tão abundante.
O projeto é de autoria do engenheiro Juvenal Rocha Dias, cidadão caboverdiano, que efetuou os cálculos e medições para o trabalho durante suas pesquisas de mestrado e doutorado na Poli. A ideia surgiu justamente pela observação das necessidades de seu país de origem.
Segundo Dias, já é possível que os governos de países menos desenvolvidos pensem numa alternativa menos custosa que a técnica mais comum de dessalinização, que funciona com energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil, como o Diesel. A nova alternativa propõe ser menos nociva ao meio ambiente e pode custar menos ao poder público, no que diz respeito aos gastos com a compra de combustíveis derivados do petróleo.
O sistema denominado "coluna de dessalinização" funciona basicamente como um filtro, utilizando Energia Eólica %4 fornecida pelos ventos %4 provinda de cataventos ou turbinas eólicas, e Energia Potencial Gravitacional, que existe por conta da força da gravidade, relacionada à massa dos corpos e à altura da qual se encontram. Dias explica que o processo de dessalinização se inicia com o bombeamento de água salgada para a parte superior de uma coluna, em formato cilíndrico, onde há um reservatório.
O peso dessa água impulsiona um êmbolo que pressiona o ar contido em uma câmara inferior do sistema. Esse ar exerce uma força sobre outro reservatório.
A água contida nele é pressionada e passa por uma espécie de membrana. A membrana é o "filtro" do sistema, que compõe o método conhecido como "osmose reversa". Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável.
Para pensar nas soluções do projeto, Dias utilizou principalmente as leis da Física e da Termodinâmica. Segundo o pesquisador, a dimensão da coluna a ser construída depende do consumo de água potável desejado. Por exemplo, para a produção de 5 mil metros cúbicos (m3) de água, o que equivale, em média, à água utilizada por 10 pessoas ao longo de um dia, o sistema deve possuir cerca de 25 metros (m) de altura.
De acordo com os cálculos realizados , o consumo específico de energia no processo equivale a 2,8 kWh/m3 de água potável produzida, bem abaixo do consumo especifico de energia de sistemas convencionais, que apresentam valores em torno 10 kWh/m3 de água potável produzida a partir da dessalinização da água do mar.
A professora Eliane Fadigas, orientadora do estudo, diz que os possíveis gastos com a construção e instalação do sistema podem ser caros. Porém, a longo prazo, o investimento pode valer a pena, principalmente para países na situação econômica como a de Cabo Verde.
- O governo vai poder redirecionar o dinheiro que era utilizado com a compra de Diesel para outras necessidades, ligadas também à população. É evidente que tudo isso depende da vontade política -, explica Eliane.
- Além de servir para transformar a água do mar em água potável, a coluna também pode ser adaptada e reprojetada para outros fins. Por exemplo, a partir do uso de filtros apropriados, o sistema pode ser utilizado para a despoluição de riachos e lagos, ou mesmo como fonte de água para uso na agricultura ou produção de energia elétrica -, acrescenta a professora Eliane.
- Ao idealizar o sistema, pensamos não só na questão dos gases poluentes, mas também onde poderíamos depositar o sal retirado da água. Esse `resto´ pode ser, por exemplo, devolvido para o mar de uma forma controlada -, completa o engenheiro.
Durante o estudo na Poli, o pesquisador construiu um protótipo da coluna, utilizando materiais diversos para teste, como baldes, papelão e concreto, e obteve sucesso nos testes. Segundo a pesquisa, os modelos reais terão como principal material o aço. Ainda será testado um protótipo da coluna mais próximo do real, por meio do qual será possível medir, por exemplo, as perdas por atrito, o que pretende aprimorar o modelo.
Segundo o engenheiro, há sim algumas limitações no funcionamento do sistema.
- Uma vez que é movido à energia eólica, depende das condições dos ventos, e até mesmo dos requisitos dos catavendos, que, por sua vez, devem ser instalados próximos ao mar ou a fontes de água. Isso não acontece caso a fonte de energia seja a turbina eólica, de mecanismo diferente do catavento. Há portanto a limitação de espaço, já que quanto mais catavento, mais potência -, aponta Dias.
Mas já imaginando possibilidades de compensar essas limitações, a pesquisa também sugere utilização da chamada "bomba clark", que serve como reaproveitadora das energias `perdidas´ durante os processos do sistema.
Fonte:Correio do Brasil

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 23

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1- Petrobras terá de captar pelo menos US$ 17 bi para investimento
Fonte: Agência Brasil
O diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, informou que a empresa precisará captar pelo menos US$ 17 bilhões de dinheiro novo para investimento.
De acordo com Barbassa, a estatal precisará de US$ 262 bilhões até 2014. A Petrobras ja tem parte do dinheiro, que será retirada do próprio caixa ou de captações já realizadas no mercado financeiro.
Nas contas do diretor faltarão, entretanto, US$ 46 bilhões, dos quais US$ 29 bilhões seriam para amortização."Precisaremos de pelo menos US$ 17 milhões de dinheiro novo", declarou durante evento com uma delegação de empresários noruegueses no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

2-Companhias de petróleo e gás incentivam a adoção de ferramentas de mídias sociais
Uma pesquisa realizada pela Accenture e a Microsoft junto a 205 profissionais dos segmentos de óleo e gás revelou que o setor tem utilizado mais ferramentas on-line para conduzir suas atividades do que em relação ao ano passado.
Além disso, os colaboradores dessas áreas também usam mais as mídias sociais para aprimorar suas práticas de trabalho. O estudo demonstrou que aproximadamente três quartos dos consultados (74%) utilizam ferramentas de mídia social em Cloud Computing para colaboração nos negócios - um incremento em relação aos 62% do ano anterior (62%). Já 38% das pessoas afirmaram utilizar ferramentas públicas de mensagens instantâneas para colaboração nos negócios, o que significa um aumento de 11%. As redes sociais internas das empresas vêm logo em seguida entre as mais utilizadas (33%, um crescimento de 17% sobre o ano anterior).

3-Campo de Frade: Chevron reinjeta nos poços 100% da água utilizada na produção
Pioneira no Brasil na adoção da reinjeção, nos próprios poços, a Chevron Brasil tem um aproveitamento de 100% da água produzida e 100% da água utilizada no processamento de petróleo em seu campo Frade, na bacia de Campos. Esse procedimento elimina o descarte, diretamente no mar, da água utilizada no tratamento do óleo.
Em 2010, cerca de 4,5 milhões de barris de água foram reinjetados nos poços dedicados à reinjeção de água. Deste volume, 1,6 milhão de barris são provenientes do processo de tratamento do óleo e o restante é a própria água do mar utilizada para manter a pressão nos reservatórios. O sistema do FPSO Frade utiliza equipamentos básicos como hidrociclones e células flotadoras de óleo, formando uma planta que tem capacidade para tratar 130 mil barris de água produzida por dia e de injetar até 150 mil barris de água diariamente.

4-Tensão no Irã e na Líbia já afeta preço de petróleo
Fonte: Valor Econômico
A tensão crescente na Líbia e no Irã está preocupando o mercado de petróleo. O barril chegou a US$ 104 em Londres, na semana passada. Especialistas dizem que o movimento de alta tem relação com a situação no Oriente Médio, região que produz mais de 30% do petróleo mundial. Na Líbia, manifestantes convocaram para hoje um "dia de fúria".
O Irã é o quarto maior produtor de petróleo do mundo, com uma produção de 4,17 milhões de barris por dia. A Líbia, é o 18º, com 1,79 milhão de barris, segundo o governo americano.
Na semana passada, manifestantes nos dois países entraram em choque com forças de segurança e grupos pró-governo. Na Líbia, governada por Muamar Gadafi há quatro décadas, o clima de temor se ampliou quando Israel disse que navios de guerra iranianos teriam cruzado o Canal de Suez e entrado no Mediterrâneo. A agência que administra o Canal disse que não havia recebido nenhuma notificação da passagem dos navios iranianos.

5-Bagaço de cana pode ser usado para fazer asfalto
O bagaço da cana-de-açúcar pode substituir a fibra de celulose e ser usado na composição do asfalto. A descoberta é do engenheiro civil Cláudio Leal, professor do Instituto Federal Fluminense, de Campos. O método já tinha sido testado com sucesso em laboratório e, nessa quinta-feira, foi para as ruas. Leal pavimentou um trecho de 50 metros na BR-356, na entrada de São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro. A experiência vai ser monitorada por seis meses.
Tese de Doutorado do professor, ele explica que o projeto transforma a fabricação do asfalto em um método mais simples e barato. O bagaço é usado como aditivo estabilizador para o asfalto, evitando que o cimento escorra durante as etapas de mistura ou aplicação do pavimento. Por conta de sua resistência, a aplicação do componente é muito eficaz no asfalto usado em rodovias com tráfego intenso.
Segundo Leal, esse sistema é mais simples, econômico e ecologicamente correto. "Utilizando o bagaço da cana evitamos a poluição do ambiente, reaproveitando um resíduo como recurso renovável. Embora as usinas utilizem boa parte do bagaço para produção de energia, cerca de 20% é lançado no meio ambiente", diz o pesquisador.
A vantagem econômica é que o bagaço da cana irá substituir a fibra de celulose feita na Alemanha - importada pelo Brasil - além de ser um produto em abundância na região.
O engenheiro ainda acrescenta que o processo usando o bagaço é bem simples. "Basta secar e peneirar, ao contrário do processo químico complexo que envolve a fibra", argumenta.
Fonte: eBand

6-Brasil vai financiar estudos de bioenergia em países do Oeste da África
O Ministério das Relações Exteriores e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram acordo de cooperação para financiar estudos na área de bioenergia em países da África. Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Máli, Níger, Senegal e Togo, todos integrantes da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (Uemoa) serão beneficiados.
O acordo vai ajudar a diversificar a matriz energética desses países e para reduzir a dependência de petróleo. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que a instituição vai dar apoio aos projetos da área de biocombustíveis. "O Brasil é um dos líderes mundiais em biocombustíveis e bioenergia e esse processo requer que outros países se engajem nessas atividades e, do ponto de vista comercial, pode gerar oportunidades para o Brasil".
O Brasil celebrou com a Uemoa, em 2007, o Memorando de Entendimento na Área de Biocombustíveis, que prevê a elaboração de estudo de viabilidade para a produção e uso de biocombustíveis nos países que integram o bloco econômico do Oeste africano. O estudo determinará os locais para a implantação de projetos de bioenergia.
Fonte: Agência Brasil - ABr


II – COMENTARIOS

1-Petrobras revê plano de negócios e mercado projeta valor recorde
Fonte: Valor Econômico
Enquanto a Petrobras revisa seu novo plano de investimentos para o período 2011-2015, o mercado tenta antecipar qual será o aumento em relação ao atual plano estratégico, que prevê desembolsos de US$ 224 bilhões até 2014.
O novo plano ainda está sendo desenhado pelas diversas áreas e as previsões variam. Alguns analistas estimam que poderá aumentar para US$ 240 bilhões (média de US$ 48 bilhões/ano) a US$ 250 bilhões.
Também vai influenciar numa alta dos custos a oferta do campo Libra, gigante no pré-sal da bacia de Santos descoberto em área da União pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e que será oferecido para a primeira partilha de produção no Brasil. Até o momento o governo não deu indicações de quando a área será oferecida, o que deve ser decidido diretamente pela presidente Dilma Rousseff.
No plano atual, que está sendo revisto, a média de investimentos é de US$ 44,8 bilhões ao ano. Até setembro somavam US$ 33,4 bilhões. Se repetir o comportamento de 2009, quando o investimento do último trimestre subiu 40% em relação aos meses anteriores, deve fechar 2010 tendo aplicado de US$ 45 bilhões a US$ 46 bilhões. Se valores dessa grandeza se concretizarem, ela fechará 2010 com investimentos bem superiores aos US$ 35,6 bilhões de 2009. O resultado será conhecido na próxima sexta-feira, quando será divulgado o último de 2010.
A questão que se coloca é se a Petrobras - mesmo recentemente capitalizada, e ao fim de setembro com US$ 28 bilhões em caixa - conseguirá arcar com tamanho desembolso, em projetos que só darão retorno no longo prazo. Em relatório, o Credit Suisse ressalta que, embora o preço do petróleo tenha tendência de alta - a estimativa é de US$ 85 por barril em 2011 e 2012 e de US$ 80 a partir de 2013 em termos reais -, não será surpresa se o fluxo de caixa livre da companhia, já significativamente negativo, se deteriore ainda mais. A alavancagem subiria dos atuais 16% para acima de 30% no prazo de quatro anos, conforme teria sido sinalizado pela administração da companhia em entrevistas recentes.
Ainda que admita que a produção da Petrobras crescerá mais que a de seus pares nos próximos anos, o banco destaca que mesmo usando como premissa o plano atual de investimentos, aportes de US$ 46 bilhões por ano, é possível calcular que o fluxo de caixa livre anual da estatal deve permanecer no território negativo de US$ 16,7 bilhões até 2014, aumentando a alavancagem para 25,6% ao fim do período.
O banco projeta que o novo plano deve ficar em torno de US$ 250 bilhões, ou talvez pouco mais. Quanto maior o plano, maior o risco de o caixa ficar apertado. A Petrobras tem captado, em média, US$ 15 bilhões por ano para completar os investimentos, já que a geração de caixa é inferior aos dispêndios.
O Credit Suisse destaca, ainda, que a estatal "está entre as empresas com menor retorno sobre o capital investido na indústria", uma reversão significativa do ocorreu na última década. "E enquanto uma grande quantidade de ativos em construção ajudam a explicar isso, acreditamos que essa tendência é o preço a ser pago pela deterioração da disciplina de capital no refino e aumento da intensidade de capital da companhia na exploração e produção."
O mercado faz suas contas para tentar antecipar os números do novo plano e existem preocupações com o aumento das despesas e mesmo o baixo crescimento da produção, apesar da enorme quantidade de reservas adicionadas nos últimos anos. O Credit Suisse destaca inclusive a queda da produção dos campos já maduros da bacia de Campos que se acelerou a partir de 2009 e que respondem por quase metade da produção da Petrobras no Brasil. Um exemplo é Marlim, cuja produção vem caindo uma média de 20% ao ano. "Isto implica uma necessidade urgente de a Petrobras acelerar as adições de capacidade ou de aumentar os seus esforços de desenvolvimento do pré-sal de Campos e descobertas no Albiano", afirma o banco suíço em relatório assinado por Emerson Leite e Marcos Guerra.
Em 2011 a Petrobras vai perfurar 162 poços, dos quais 53 no mar, orçados em US$ 4 bilhões. E as calculadoras já acrescentam o custo de projetos necessários para exploração das áreas do pré-sal que a Petrobras adquiriu no processo de capitalização sob a forma de cessão onerosa. Para explorar essas áreas a estatal deve investir algo próximo a US$ 10 bilhões, segundo o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli no ano passado. Esse dinheiro será gasto na perfuração de oito poços nas áreas de Florim, Franco, ao redor de Iara, de Tupi, em Tupi Nordeste, no sul de Guará e em Peroba. Dependendo dos resultados, outros quatro poços deverão ser perfurados nessas áreas.
No horizonte até 2015 serão realizados os maiores investimentos para construção das novas refinarias como o Comperj, no Rio, e a refinaria do Nordeste, em Pernambuco, que ficam prontos no fim de 2013. E a refinaria do Maranhão, de maior porte, está prevista para o fim de 2014. O avanço das obras vai pressionar os gastos e à medida que o plano avança na década vão incluir uma parcela mais significativa dos gastos para desenvolvimento da produção nas áreas do pré-sal da bacia de Campos, como Lula, Cernambi e Guará, que a Petrobras explora em parceria com a BG, Repsol, Galp e Partex. Até 2014 também serão instaladas mais duas plataformas no pré-sal para produção antecipada nos campos Guará e na área chamada Nordeste de Tupi.
A aquisição dos direitos exploratórios de Libra pode pressionar o caixa porque os interessados na área farão oferta por meio de um bônus, mas ganha quem oferecer para a União a maior parcela do petróleo que será produzido, deduzidos os custos. Qualquer que seja o valor oferecido, a Petrobras será "arrastada" no processo porque terá de ser a operadora da área com participação obrigatória de no mínimo 30%. E se tiver que pagar preço muito elevado como bônus e iniciar os investimentos para produção o novo plano de investimentos pode atingir os maiores valores. A forma como será oferecido a primeira partilha ainda parece não ter consenso no governo.
A PDVSA, estatal venezuelana de petróleo, também pode influenciar os investimentos da Petrobras. Uma desistência da PDVSA de se associar à refinaria do Nordeste fará com que a Petrobras desembolse os R$ 8 bilhões que correspondem a 40% do investimento do sócio no projeto.

2-Bagaço de cana vira plástico
O bagaço da cana-de-açúcar, hoje apenas queimado, promete ter um destino mais nobre, naquilo que depender do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
Isso porque a ideia dos cientistas do órgão paulista é construir uma usina-piloto de processamento desse material, que deverá não apenas gerar energia elétrica, como substituir plásticos derivados do petróleo e produzir biocombustível líquido (etanol).
"Em vez da queima, vamos ter o uso para produção de energia limpa", disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que foi conhecer o projeto.
A usina deverá entrar em atividade em três anos e será construída em Piracicaba, no interior de São Paulo. A intenção é que ela sirva de modelo ao setor sucroalcooleiro.
O projeto foi apresentado ainda ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Os governos federal e estadual, juntamente com empresas privadas, vão investir R$ 110 milhões na construção da planta-piloto.
Em 2009 o Brasil colheu 650 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Essa quantidade gerou 210 milhões de toneladas de biomassa. Segundo o IPT, caso essa biomassa tivesse sido gaseificada - como se prevê na usina-piloto - teria gerado R$ 24 bilhões em energia elétrica.
Uma das ideias do projeto é testar a eficiência da tecnologia de gaseificação do bagaço da cana-de-açúcar. Nela, ele é posto em uma caldeira e queimado por uma espécie de maçarico gigante. Da queima é gerado um gás, chamado gás de síntese, com as três aplicações já citadas.
O processo já é conhecido pelos pesquisadores brasileiros, mas ainda não foi aplicado em grande escala. A usina do IPT será a primeira a fazer isso com um grande volume de bagaço de cana.
Se o potencial for comprovado, especialistas estimam um grande aumento na produtividade das usinas. "O processo pode triplicar o potencial de geração de energia das usinas", afirmou Nilson Zaramella Boeta, diretor superintendente do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). "Seria uma outra Itaipu produzindo energia."
Fonte: Terra da Gente

3-Cadeia sucroenergética quer que governo retome investimentos no setor
17/02/11 - Reunião em Sertãozinho, no interior paulista, marca o início da retomada dos investimentos na cadeia produtiva sucroenergética. Representantes do setor vão entregar ao ministro da Agricultura Wagner Rossi uma carta com as principais necessidades e sugestões de onde devem ser feitos os investimentos e quais as políticas que devem ser implantadas para atender o crescimento da demanda por etanol.
A colheita da safra de cana-de-açúcar começa em abril, mas já existe previsão de uma produção menor este ano por causa do clima, faltou chuva. O que preocupa é a projeção a médio prazo entre oferta e demanda de etanol e açúcar. Em quatro anos para atender o mercado interno de etanol e os contratos já firmados são necessários 60 bilhões de dólares em investimento. Dados que fizeram o governo iniciar um novo processo de interação com o setor.
As lideranças do setor na região de Ribeirão Preto agiram rapidamente ao saber que a pedido da Presidente Dilma, o ministro Wagner Rossi vai coordenar a comissão Interministerial para retomada dos investimentos na cadeia produtiva sucroenergética. Assim os representantes querem ajudar o governo na tomada de decisões necessárias para estimular desde o trabalhador até a indústria.
- Antigamente se falava apenas em setor sucroalcooleiro, sucroenergético e por isso o governo só investia lá na ponta só na usina, quando na verdade tem que investir e se olhar como uma cadeia produtiva em geral, desde o trabalhador com qualificação, requalificação, do plantador de cana até a própria indústria de base - ressalta Adézio José Marques, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Bicombustíveis (Ceise).
Na reunião em Sertãozinho houve uma apresentação especial para a imprensa que reuniu a direção do Ceise, a Força Sindical de São Paulo, sindicatos dos trabalhadores da indústria da alimentação, e representante da prefeitura. O objetivo foi realizar uma união publica-privada para elaborar uma carta com sugestões como a implantação de política de apoio a indústria de bens de capital. Entre os itens estão linhas de credito com juros compatíveis com a realidade do setor que concorre com capital estrangeiro e a qualificação da mão de obra com um debate sobre as necessidades reais do mercado.
- O perfil, as características das usinas mudaram, modernizaram, informatizaram. Tem que discutir mais com os empresários para saber que tipo de trabalhador o mercado precisa - comenta Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical SP.
O item da carta que mais se espera resultado é o pedido de desoneração fiscal em investimentos para construção de novas usinas.
- Quando você desonera a indústria de base você está aumentando a produção de fábrica. Assim você aumenta o consumo e a arrecadação tributária, essa é uma pauta importantíssima que vai ser levada ao ministro Wagner Rossi - informa Marcelo Pelegrini, Secretario Municipal de Sertãozinho.
Fonte: Canal Rural

4- Petrobras incentiva conteúdo local
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, abriu a primeira “Reunião Estratégica no Estado do Ceará da Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras”, realizado em Fortaleza. O encontro contou com a presença do governador do Estado, Cid Gomes, de gerentes locais da Petrobras, além de atuais e potenciais fornecedores, e teve como objetivos apresentar a demanda da Companhia para os próximos anos e estimular os empresários locais a participar das licitações da empresa.
Gabrielli iniciou a apresentação com a abordagem do plano estratégico da Companhia, que prevê investimentos de US$ 224,4 bilhões entre 2010 e 2014. “Esses investimentos têm conteúdo nacional crescente, o que significa volume de compras elevado”, disse o presidente aos empresários. Ele explicou que as exigências da Companhia aos fornecedores podem ser maiores do que de outras empresas contratantes, e ressaltou que essas exigências são todas possíveis de serem cumpridas, como a comprovação que impostos estão sendo pagos em dia.
Gabrielli dimensionou o plano de negócios da Companhia: os investimentos previstos para o período entre 2010 e 2014 são de US$ 42,5 bilhões por ano, o que corresponde a “R$ 2.300 por segundo, considerando 24 horas por dia, sete dias por semana”. Ele ressaltou que não há dificuldades de financiamento do plano de negócios: o principal desafio, disse, é a capacidade da indústria brasileira de conseguir atender a demanda da Companhia.
US$ 2 bilhões de investimentos no Ceará
Os investimentos previstos para o Estado do Ceará no período entre 2010 e 2014 são de US$ 2 bilhões, parte pela Petrobras e parte por terceiros. Os recursos abrangem diversas áreas como exploração e produção de petróleo, refino e biocombustíveis. Gabrielli especificou um dos grandes empreendimentos esperados na região: a Refinaria Premium II. “Trata-se, como o nome diz, de uma refinaria de alta complexidade e que vai produzir produtos de alta qualidade. Serão processados nada menos que 300 mil barris de petróleo por dia”, detalhou. A refinaria produzirá diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação (QAV), coque, gás liquefeito de petróleo (GLP) e bunker (combustível para navios).
Gabrielli destacou ainda os investimentos da Petrobras na Lubnor (Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste), na usina de biodiesel de Quixadá, onde 30 mil famílias de agricultores são fornecedoras da Companhia, e as parcerias com instituições de ensino e pesquisa do Ceará, que somam 44 convênios no valor de R$ 37,6 milhões (entre 2006 e 2011) envolvendo instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC). Entre as pesquisa desenvolvidas por estas instituições estão as que investigam as mitigações de mudanças climáticas e o desenvolvimento de materiais para controle de corrosão.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 22

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1-Consumo de energia aumenta 4,8% em janeiro
A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) em janeiro cresceu 4,8% em relação a janeiro de 2010 e atingiu 58.376 megawatts médios. O volume ficou 0,9% acima de dezembro e aponta para variação positiva de 7,8% no acumulado em 12 meses, na comparação com os 12 meses anteriores. Os dados são da versão preliminar do Boletim de Carga Mensal, divulgada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
"A taxa de crescimento da carga de energia verificada em janeiro, em relação à igual período do ano anterior é explicada, principalmente, pela continuidade do bom desempenho da classe industrial, mesmo considerando que no início do mês tenham ocorrido férias coletivas em alguns setores, o que normalmente ocorre na segunda quinzena do mês de dezembro", diz nota divulgada pelo ONS.
O maior crescimento da carga em relação a janeiro do ano passado ficou com o subsistema Sul, onde os 10.357 MW médios registrados ficaram 9,7% acima de janeiro do ano passado e foi 6,7% superior à carga de dezembro. No acumulado em 12 meses o subsistema teve carga 6,6% maior que nos 12 meses imediatamente anteriores.
A maior carga ficou com o Sudeste/Centro-Oeste, com 35.965 MW médios, 4,8% acima de janeiro do ano passado e 0,1% maior que em dezembro. No acumulado em 12 meses, a carga teve alta de 8,1%.
No Nordeste, a carga de 8.205 MW médios foi 0,5% superior a janeiro de 2010 e 1,8% menor que em dezembro. Em 12 meses, a carga acumula alta de 7,8%. Segundo o ONS, o baixo crescimento em relação a janeiro de 2010 e a queda na comparação com dezembro são explicadas, em parte, pelo desligamento da empresa Novelis da rede básica. Com 88 MW médios, a empresa representa cerca de 1% da carga do subsistema Nordeste.
No Norte, a carga de 3.849 MW médios foi 2,2% maior que em janeiro do ano passado e 1,2% menor que em janeiro. Em 12 meses, a alta chega a 7%. Segundo o ONS, no Norte o desempenho da carga está ligado à produção de grandes consumidores eletrointensivos conectados à rede básica.
Rafael Rosas
Fonte: Valor Econômico

2-Oportunidades com o Pré-Sal
O crescimento do setor de petróleo no País, especialmente com o início efetivo da exploração do pré-sal, abre uma nova fronteira de oportunidades de emprego: a atividade off shore, exercida em alto mar. Além dos profissionais diretamente ligados ao setor petrolífero, as plataformas de produção demandam também pessoal de apoio, como especialistas em segurança, cozinheiros e pilotos de helicóptero.
Somente para a função de sondador - técnico responsável por operar da sonda que retira petróleo do mar -, há 5 mil vagas em aberto, afirma José Renato de Almeida, coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Ele explica que a demanda por trabalhadores off shore está inserida nas necessidades de mão de obra para todo o segmento de óleo e gás, calculada pelo Prominp em 212 mil profissionais até 2014.
Quem se interessa pelo setor, terá de se adaptar a uma realidade diferente de trabalho: a escala nas plataformas de petróleo é de 14 dias de trabalho para 14 dias de folga. Entretanto, o "prêmio" pelo isolamento em alto mar costuma ser de 30% em relação aos salários pagos em terra, segundo dados de mercado. Além disso, os adicionais de embarque e de periculosidade podem garantir um "extra" de até 67% sobre os vencimentos originais.
Expansão. Segundo o diretor da área off shore da empresa de refeições coletivas GRSA, Antonio Carlos Barbosa dos Reis, a empresa prevê dobrar o tamanho de sua operação em alto mar até o fim deste ano: a companhia tem atualmente 350 funcionários envolvidos em seis operações e prevê fechar 2011 com 700 profissionais na área, entre cozinheiros, confeiteiros, padeiros e garçons. Além do conhecimento técnico, Reis diz que os profissionais passam também por cursos de segurança necessários à atuação no setor de petróleo.

3-Falta de energia no Nordeste pode ter sido causada por falha em sistema deproteção
Fonte: Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (4) que ainda não há informações sobre a verdadeira causa do apagão que atingiu sete estados do Nordeste na madrugada de hoje (4). Segundo ele, entretanto, o problema provavelmente foi gerado por uma falha no sistema de proteção da subestação São Luiz Gonzaga, que fica na fronteira entre Pernambuco e Bahia.
De acordo com o ministro, houve inicialmente o desligamento de um circuito da subestação. Quando foi acionado o religamento, o sistema pode ter entendido que houve uma sobrecarga de energia e se autoprotegeu, desligando automaticamente várias linhas de transmissão do Nordeste.
Lobão anunciou que, na próxima segunda-feira (7), haverá uma reunião com representantes do ministério, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (Chesf) para examinar, em conjunto, as causas e as providências que deverão ser tomadas.
“Todo o sistema elétrico do país está trabalhando intensamente não só para que isso não se repita como para que se determine com precisão as causas de tudo.”
Ele informou a situação à presidenta Dilma Rousseff, que pediu que todas as providências sejam tomadas para que o blecaute não volte a ocorrer.
Lobão disse que o episódio desta madrugada ocorre em todos os países do mundo e lembrou que uma comissão já foi criada com o intuito de encontrar soluções para que não haja problemas de interrupção de energia durante eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. “Estamos tomando todas as providências, não queremos ser surpreendidos.”

4-Energia Eólica se firma como alternativa no Nordeste do País
Hoje sabe-se que a força do vento - e a quantidade de energia nele contida - depende da época do ano, da hora do dia e da vegetação e topografia local. Neste aspecto, o litoral brasileiro, por suas características, é considerado um local "abençoado" por ventos que podem gerar milhões de quilowatts de energia elétrica.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA) listou a energia eólica como alternativa às hidrelétricas, em épocas de seca, mas favoreceu a construção de termelétricas movidas a óleo combustível ou a gás natural.
A explicação era o alto custo de instalação das usinas eólicas, que encarecia o preço do megawatt. Com a retração das economias européias, no entanto, os investidores e fabricantes de equipamentos voltaram suas atenções para o Brasil, e o preço baixou em poucos meses.
No primeiro leilão de fontes renováveis alternativas, realizado em dezembro de 2009, o preço da eólica havia ficado em R$ 148 o megawatt. No segundo, ocorrido em agosto passado, esse valor baixou para R$ 130,60, menor até do que o da energia gerada por bagaço de cana.
O resultado surpreendeu até mesmo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e firmou a energia eólica como alternativa viável à obtida por meio de combustíveis fósseis no Brasil.
Como a estimativa é de que os preços baixem ainda mais nos próximos leilões, as usinas eólicas poderão quintuplicar sua capacidade instalada até 2013, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEOLICA).
O Nordeste tem sido a região preferida para a construção das novas fábricas, justamente porque o maior potencial eólico encontra-se nessa área do País. Por isso, a maior parte dos investimentos está sendo dirigida para lá. Assim, em pouco tempo, o Nordeste poderá ter não apenas muitas usinas eólicas, mas um parque industrial avançado para a fabricação de componentes, prevê os especialistas do setor.
Fonte: Terra da Gente

5-OGX recebe árvore de natal molhada para fase da produção
A OGX recebeu a primeira árvore de natal molhada de produção. O equipamento foi fabricado pela GE Oil & Gas e é o primeiro encomendado por uma empresa privada nacional. A árvore de natal já se encontra na base portuária da OGX, localizada no Caju, no Rio de Janeiro.
A árvore de natal molhada é instalada para permitir a produção de poços submarinos e é composta de um conjunto de válvulas e sensores de temperatura e pressão. Esse equipamento será instalado no poço OGX-26HP, no prospecto de Waimea, na Bacia de Campos, como parte da primeira fase de produção da OGX.
Essa primeira fase se dará através de um Teste de Longa Duração (TLD), a ser iniciado em meados deste ano com o FPSO OSX-1. Atualmente o FPSO OSX-1 se encontra em Cingapura em fase final de adaptação para as características do óleo de Waimea.
A árvore foi fabricada em Cingapura e faz parte de um contrato que prevê a entrega de outros 4 equipamentos. O próximo também será fabricado em Cingapura e os três últimos, no Brasil.


II – COMENTÁRIOS

1-Pesquisadores mexicanos visitam projetos com pinhão-manso da Embrapa
Quatro pesquisadores do Instituto Nacional de Investigaciones Forestales, Agricolas y Pecuarias (INIFAP) do México estiveram no Brasil para conhecer o estágio das pesquisas com pinhão-manso (Jatropha curcas L.)e estabelecer projeto de cooperação com a Embrapa. Além das visitas, foi discutido o contrato de colaboração técnico-científica específica de pinhão-manso entre a Embrapa e o INIFAP, do qual ficou definido a parte técnica.
A visita é uma retribuição de outra realizada por pesquisadores da Embrapa ao México em setembro de 2010, quando foi iniciada a discussão de realizar, em conjunto, o desenvolvimento de cultivares de pinhão-manso com elevada produtividade em grãos e cuja torta seja não-tóxica.
A missão mexicana foi composta pelos pesquisadores Felipe Legorreta Padilla, Alfredo Zamarripa, Alfredo Gonzales Avila, Víctor Pecina Quintero, que trabalham em diferentes Centros de Pesquisa do INIFAP, que conheceram os trabalhos em execução em quatro unidades da Embrapa: Agroenergia, Cerrados, Recursos Genéticos e Biotecnologia em Brasília (DF) e Agropecuária Oeste, em Dourados (MS).
Programação
A comitiva conheceu o Laboratório de Genética Vegetal, onde foram discutidos aspectos da caracterização molecular dos materiais de pinhão-manso que será realizada no projeto, e o de Cultura de Tecidos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Neste Laboratório, o pesquisador João Batista Teixeira demonstrou interesse em desenvolver métodos de multiplicação rápida para a oleaginosa, usando biorreatores.
Na Embrapa Cerrados, os visitantes conheceram o Banco de Germoplasma de pinhão-manso, que tem 220 acessos coletados em diferentes regiões brasileiras. Implantado em 2008, esse Banco tem servido para diversos estudos, além da caracterização da variabilidade genética e a seleção de genótipos mais produtivos, que serão usados no projeto de cooperação com o México. Também foram apresentados, pelos pesquisadores Nilton Junqueira, Leo Carson e Julio Albrecht, os trabalhos desenvolvidos pela Unidade em agroenergia.
Para completar a visita ao Brasil os mexicanos visitaram a Embrapa Agropecuária Oeste. Neste Centro de Pesquisa estão instalados cerca de 30 experimentos distintos com pinhão-manso.
A comitiva esteve interessada em conhecer e discutir as metodologias que serão utilizadas no projeto conjunto. Além disso, terão oportunidade de conhecer um plantio comercial de pinhão-manso, que já está em implantação na Fazenda Paraíso, também situada em Dourados (MS).
Fonte: Embrapa

2-Petrobras deverá levantar R$ 67 bilhões
A Petrobras planeja levantar até R$ 67 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida, até 2014, como preparação para o desenvolvimento de seus reservatórios de petróleo na camada pré-sal, disse o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli.
A meta, que se segue a uma emissão de US$ 6 bilhões em títulos duas semanas atrás -a maior na história empresarial brasileira-, elevaria consideravelmente o nível de endividamento da Petrobras, mas não a ponto de ameaçar a classificação de seus papéis no grau de investimento.
"Vamos precisar de entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões, entre agora e 2014, para financiar nossas necessidades de capital de investimento, caso o preço do barril do petróleo seja de US$ 80", disse Gabrielli, ontem, a jornalistas estrangeiros.
A emissão de títulos de dívida planejada significa que a Petrobras dominará o mercado brasileiro de dívida empresarial pelos próximos três ou quatro anos e se soma aos US$ 70 bilhões em ações emitidos no ano passado.
Os campos ajudarão a elevar a produção de petróleo do Brasil de cerca de 2 milhões de barris ao dia no momento a 4 milhões de barris diários em 2020, de acordo com Gabrielli.
Isso requereria uma ampliação da capacidade de refino de cerca de 2 milhões de barris diários para 3,1 milhões de barris diários em 2020, supondo um crescimento econômico anual da ordem de 4% a 5%.
Para ajudar a atingir essa meta, a Petrobras planeja investimentos de capital de US$ 224 bilhões até 2014, com a maior parte das verbas destinada à prospecção adicional e ao desenvolvimento dos campos no pré-sal.
Se o preço do petróleo for da ordem de US$ 80 por barril, a empresa poderia levantar US$ 155 bilhões do montante necessário com suas operações, disse Gabrielli.
A reserva de caixa da Petrobras é de US$ 25 bilhões a US$ 28 bilhões e deriva em larga medida da emissão de ações do ano passado e da emissão de títulos duas semanas atrás.
Os US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões adicionais necessários para cobrir a diferença serão levantados no mercado de títulos de dívida. Gabrielli afirmou que a Petrobras não planeja emitir novas ações.
Surgiu certa preocupação entre os investidores quanto à possibilidade de que essa imensa captação elevasse a relação entre dívida líquida e capital da Petrobras de forma a superar o limite interno de 35% estipulado pela companhia, o que poderia colocar em risco a classificação positiva de seus títulos.
Nos dois anos anteriores à oferta de ações, a relação entre dívida líquida e capital da empresa chegou aos 32%, mas recuou aos 18% assim que as novas ações foram colocadas. Gabrielli afirmou, no entanto, que o número ficará abaixo do limite de 35%.

3-Investimentos Petrobras em 2010
A necessidade de tornar os campos do pré-sal produtivos nos próximos anos e de ampliar a produção e refino de petróleo impulsionou as 32 empresas do grupo Petrobras a acelerar a execução dos projetos de investimento e a movimentar a cifra recorde de R$ 74,79 bilhões em 2010. Esse montante ficou 18% maior que o registrado em 2009 e representou 86% do investimento previsto pela companhia no ano passado. Para este ano, a Petrobras possui uma carteira de R$ 90,32 bilhões.
A maior parte dos recursos foi destinada à contratação e construção de plataformas, perfuração e interligação de poços para o sistema piloto de produção de Tupi, à refinaria Abreu Lima (porto de Suape, em Pernambuco), ao complexo do Comperj, à ampliação da frota de navios petroleiros, à revitalização de estaleiros e à aquisição de sondas. Também foram feitos investimentos na perfuração de poços de exploração de gás natural e na ampliação de gasodutos.
Do total dos recursos utilizados, os projetos para a ampliação e oferta de petróleo e gás concentraram R$ 35,87 bilhões. As ações para ampliação de refino ficaram com R$ 18,58 bilhões e os programas de ampliação da oferta de gás, com R$ 4 bilhões. No exterior, a Petrobras investiu R$ 4,70 bilhões.
Os dados são do Ministério do Planejamento e mostram que o salto da Petrobras na capacidade de execução de investimento ocorreu entre 2008 e 2009, quando a companhia começou a gerenciar valores mais elevados que os orçamentos anteriores.
Enquanto a estatal do petróleo avança na movimentação de cifras cada vez mais altas, a Eletrobras exibe certa dificuldade. O orçamento de investimento das 15 empresas federais do setor elétrico aumentou, mas não nos níveis da Petrobras. No ano passado, o grupo Eletrobras investiu R$ 5,22 bilhões, praticamente o mesmo montante de 2009. Em termos de execução, houve recuo. Enquanto em 2009 os investimentos da Eletrobras atingiram 75,3% do total, no ano passado esse percentual baixou para 65%.
O melhor desempenho de 2010 ficou com Furnas, que planejou movimentar R$ 1,6 bilhão e realizou R$ 1,24 bilhão. A Eletronuclear, que detinha R$ 1 bilhão, não utilizou nem a metade, encerrando o ano com R$ 498 milhões. A Chesf, também com R$ 1 bilhão, usou R$ 789 milhões.

4-Uma nova cadeia de petróleo e gás
Existe hoje uma conjuntura muito favorável para o desenvolvimento da indústria de bens e serviços ligada à atividade petrolífera no Brasil. As razões são muitas. Vivemos em uma democracia com estabilidade política, instituições sólidas e onde contratos são respeitados. A economia do país está saudável e tem atraído investidores de todo o mundo devido, entre outros motivos, às elevadas taxas de crescimento projetadas para o futuro. Temos também as descobertas do pré-sal e as perspectivas a ela associadas de que o Brasil estará em bem pouco tempo entre os países detentores de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Mas talvez o maior motivo para o otimismo seja a existência de uma política de Estado plenamente voltada ao aumento da participação de empresas nacionais nas compras de bens e serviços realizadas no mercado doméstico pelas empresas de petróleo.
Ela começa por estabelecer a obrigação de atendimento a um percentual mínimo de conteúdo nacional. São ainda oferecidos incentivos traduzidos em uma maior pontuação e, consequentemente, maior chance de vencer os processos nos leilões de blocos para exploração organizados pela Agência Nacional do Petróleo para aqueles que se comprometam a adotar percentuais superiores.
Na área de financiamento, por ser considerado um segmento estratégico para o país, o BNDES se estruturou de forma a dar financiamentos adequados às necessidades de investimento. Os incentivos às debêntures privadas, anunciados no final de 2010, também contribuem como fonte adicional de recursos.
Em 2003, o governo criou o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo (Prominp), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e com a participação do Ministério do Desenvolvimento, do BNDES, da Petrobras e inúmeras associações de classe.
O Prominp vem prestando desde então relevantes serviços, seja na discussão dos fatores necessários para aumentar a competitividade da indústria nacional, seja na identificação dos recursos críticos para a implantação dos projetos de óleo e gás no país.
Nesse sentido, uma das principais contribuições do Prominp é o Plano Nacional de Qualificação Profissional, que vem capacitando pessoas de 175 categorias profissionais ligadas às atividades do setor e cerca de 80 instituições de ensino no Brasil.
Não resta dúvida de que todas as ações acima têm sido importantes e vêm contribuindo para atingir os objetivos da política estabelecida.
Um passo adicional, a partir do patamar já alcançado, poderia ser a introdução de algum mecanismo de gestão do fomento às oportunidades identificadas. Algo que contribuísse para coordenar os vários responsáveis pela implantação das ações, aumentar a cobrança sobre os resultados e acelerar a implantação das diversas ações identificadas como necessárias.
Outro ponto que talvez possa ser ainda melhor explorado é o tratamento do poder de compra. Um mercado do tamanho daquele que está sendo projetado para o setor permite ao seu detentor um enorme poder de barganha. Um planejamento que permita a realização das compras de bens e serviços através de compromissos firmes e de longo prazo poderá viabilizar pela sua escala a vinda de fornecedores de alguns tipos de equipamentos que hoje ainda não são fabricados no Brasil.
No entanto, isso não implica necessariamente a perda de espaço para indústrias nacionais. Poderíamos buscar a adoção da experiência bem-sucedida do modelo de desenvolvimento industrial de alguns países asiáticos. Nesses países, empresas nacionalmente constituídas buscaram parcerias com empresas estrangeiras oferecendo a estas participação minoritária em troca de transferência de tecnologia e acesso às oportunidades de seu mercado interno.
O modelo permitiu que em pouco tempo as indústrias locais estivessem produzindo bens com alta qualidade e competitividade, sem perder a gestão e o controle e com marca própria. A história mostrou que algumas companhias que começaram dessa forma acabaram tornando-se líderes mundiais na sua área de atuação.
Rodolfo Landim, engenheiro civil e de petróleo, conselheiro da Wellstream
Fonte: Folha de S. Paulo
Ronald Carreteiro