segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 62

I – NOTICIAS

1- CBO planeja duplicar faturamento até 2014
A Companhia Brasileira de Offshore (CBO), controlada pelo Grupo Fischer, planeja dobrar o faturamento nos próximos anos. A meta da empresa é faturar US$ 250 milhões em 2014 ante uma receita prevista de US$ 120 milhões no ano que vem. Em 2011, o faturamento vai situar-se em US$ 100 milhões, disse Luiz Maurício Portela, presidente da CBO.
O aumento da receita será determinado pela operação de um número maior de embarcações de apoio às plataformas de petróleo e por serviços de reparos de barcos no estaleiro do grupo, em Niterói (RJ). Também vai contribuir para o crescimento a entrada em operação da Aliança Offshore, empresa da CBO que está sendo inaugurada hoje em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio.
Com investimentos de US$ 28 milhões, dos quais US$ 25 milhões financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Aliança Offshore vai produzir módulos para embarcações de apoio marítimo. A unidade está instalada em área de 50 mil metros quadrados em São Gonçalo e conta com galpão de produção com 15 mil metros quadrados que vai abrigar linhas de tratamento e pintura de chapas de aço, corte, dobra de chapas e perfilados, soldagem e sub-montagem de blocos, corte e dobra de tubulações e montagem de acessórios para cascos de barcos offshore.
No total, a Aliança Offshore vai criar 150 empregos diretos em uma primeira fase, número que deve dobrar em 2012.
Fonte: Valor / Francisco Góes

2-Abespetro anuncia nova Diretoria
Fonte: Redação TN Petroleo
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro) anunciou a nova diretoria executiva durante o coquetel de confraternização de fim de ano, realizado dia 14/11, no Rio de Janeiro. Os executivos tomarão posse oficialmente no dia 1º de janeiro de 2012.
Presidido por Paulo Cesar Martins, da Subsea7, que já era um dos diretores da associação e passa a substituir Antonio Primo Ferreira Neto, da GE, integram o novo corpo diretor: Haroldo Falcão, da Frank´s, hoje membro do Conselho Fiscal; Calixto Deberaldini, da GE; Heitor Gioppo, da Sevan Marine; e Gilberto Cardarelli, da Transocean, que também é diretor da associação e foi reeleito.
Carlo Cervo Volmer, da Weatherford, deixa a diretoria da entidade mas passa a ser membro efetivo de seu Conselho Fiscal, que também terá o reeleito Paulo Olinto, da Cameron, e Pierre Vin, da Oceaneering, como membros efetivos. Alvaro Abrão, da Halliburton, Edmundo Falcão, da Sevan Marine, e André Mendonça, da Oceaneering, serão seus suplentes.

3-Forship fará comissionamento da UTE Santa Cruz
Fonte: Redação TN Petroleo
A Forship Engenharia, empresa brasileira que desenvolve soluções de engenharia para plantas industriais, assinou contrato com a Eletrobrás Furnas para execução dos serviços de comissionamento do ciclo combinado da Usina Termoelétrica de Santa Cruz (UTE Santa Cruz), para operação com gás natural (caldeira de recuperação e turbogerador a vapor).
O contrato, que terá duração de sete meses, abrange ainda os serviços relacionados à reforma da bomba de água de alimentação da caldeira 1B, recuperação das estações de clarificação e desmineralização, limpeza química das caldeiras, dentre outros, incluindo atividades técnicas, administrativas, fornecimento de mão-de-obra especializada, materiais, equipamentos, ferramentas, transportes em geral e outras que se fizerem necessárias ao bom e perfeito desempenhos dos serviços.
Localizada à margem direita do Canal de São Francisco, na região do Polo Industrial de Santa Cruz (RJ), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Usina de Santa Cruz tem capacidade instalada de 932 MW, distribuídos por quatro unidades geradoras a vapor e duas a gás. Ao assegurar energia para importantes unidades industriais localizadas nesse polo, a UTE vem contribuindo para o desenvolvimento dessa região.
"Esse contrato consolida a posição da Forship no mercado de energia como uma empresa de excelência em engenharia de comissionamento", afirma o presidente do grupo, Fabio Fares. Ele lembra que a empresa, que tem forte atuação no setor naval e praticamente em toda a cadeia produtiva de óleo e gás, vem, pouco a pouco, ampliando seu portfólio de projetos, incorporando empreendimentos de outros segmentos da área de energia. “Essa é a vocação natural da Forship: oferecer o estado da arte em comissionamento para todos os setores que tenham projetos demandantes desses serviços", conclui.
A Usina de SantaCruz, que teve sua construção iniciada na década de 60, foi fundamental para a interligação do sistema elétrico do Rio de Janeiro às demais regiões do país. Projetada para operar com combustíveis líquidos derivados de petróleo, ela teve sua capacidade aumentada de 184 MW para 600 MW, em 1987.
Incluída no programa prioritário de termeletricidade (PPT) do Governo Federal, em 2003, recebeu duas turbinas a gás, que entraram em operação comercial em dezembro de 2004 e abril de 2010, disponibilizando ao sistema elétrico mais 332 MW. Este empreendimento também prevê o emprego do ciclo combinado, onde um gerador de vapor será capaz de recuperar o calor dos gases da exaustão das turbinas a gás, com isto elevando substancialmente a eficiência térmica e melhorando as condições ambientais da região.

4-Petrobras e Guarani estudam produção de etanol em Moçambique
Fonte: Agência Petrobras
A Petrobras, a Petrobras Biocombustível, a Guarani e a Petróleos de Moçambique (Petromoc) assinaram, em Maputo, capital de Moçambique, um protocolo de intenções para estudar a viabilidade para produção e comercialização de etanol naquele país.
A Petrobras Biocombustível, por meio da sua parceria com a Tereos Internacional na Guarani, é sócia de uma usina de produção de açúcar em Moçambique, a Companhia de Sena, com capacidade de moagem de 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. O estudo busca analisar a possibilidade de investimentos para produção também de etanol com base no melaço atualmente produzido nesta unidade. A expectativa é atender a um novo mercado que deverá se abrir no país africano com a introdução da mistura obrigatória de 10% de etanol na gasolina (E10).
Essa medida terá impactos positivos na redução da dependência de Moçambique por combustíveis importados, contribuindo para garantir segurança energética no país. Além disso, a produção de etanol poderá aproveitar as características naturais para promover o crescimento econômico de forma sustentável, gerando empregos nas regiões mais carentes do país.
O estudo alia a experiência da Petrobras na tecnologia da mistura de etanol à gasolina, bem como na comercialização e logística de derivados de petróleo e biocombustíveis, com o conhecimento da Petrobras Biocombustível e da Guarani na produção de etanol.
O protocolo também está alinhado aos planos do governo de Moçambique para implementação de sua política e estratégias de biocombustíveis, e da Petromoc para o desenvolvimento de um programa de mistura de etanol à gasolina, atuando na produção, comercialização e distribuição de etanol.

5-São Paulo amplia inventário de emissões de gases estufa
O novo inventário de emissões de gases de efeito estufa da cidade de São Paulo vai relacionar todos os gases cobertos pelo Protocolo de Quioto. O anterior media apenas a quantidade de gás carbônico (CO2) e metano (CH4). Os quatro outros gases analisados no 2º Inventário Municipal de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Município de São Paulo serão: óxido nitroso (N2O), hidrocarbonetos fluorados (HFC), hidrocarbonetos perfluorados (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6). O novo relatório deve ser realizado nos próximos 14 meses e apresentado no começo de 2013.
A redução das emissões de CO2 é fundamental para evitar os efeitos do aquecimento global. Para a geóloga da Secretaria do Verde e do Meio ambiente de São Paulo, Patricia Marra Sepe, uma cidade internacional, com a importância política e econômica, como São Paulo, deve ter consciência dos impactos ambientais que produz. A Política Municipal de Mudança do Clima estabelece que a cidade deve reduzir 30% das emissões de gases estufa até 2012, em relação ao valor de 2005, que é de 15,7 milhões de toneladas de carbono (tCO2e).
O objetivo deste trabalho é identificar as fontes emissoras e constatar quais são os principais problemas da cidade. A partir daí serão criado planos de mitigação e políticas de controle que vão ajudar São Paulo a caminhar para um modelo mais sustentável. "O inventário é apenas o instrumento, o mais importante é o plano de ação", diz Patricia. Ela comenta que, finalizado o documento, é necessário dar continuidade aos trabalhos, monitorando os dados com frequência.
O primeiro inventário tem como ano-base 2003 e foi finalizado em 2005. Já o novo, será feito com base nos anos de 2003 a 2009. Além disso, será baseado em critérios já utilizados pelo IPCC para análises globais. A nova metodologia ainda vai possibilitar maior detalhamento de informações e a comparação com relatórios internacionais. Entretanto, vai dificultar a comparação com os dados anteriores.
Outra novidade é a medição das massas d¿água da cidade, como represas e rios. Depois da análise dos resultados, será possível dizer se há influência desses acúmulos de água no aquecimento global. Atualmente não há estudo sobre se essas massas interferem no aumento do efeito estufa. O inventário vai analisar cinco setores envolvidos na questão: resíduos, uso do solo, efluentes, energia e processos industriais e uso de produtos. Depois de passar por um processo de licitação, a empresa Geoklock Consultoria e Engenharia Ambiental, consórcio com o Instituto Ekos Brasil, foi selecionada para fazer o trabalho.
Vilão - A expectativa é de que o setor de maior participação nas emissões municipais seja o energético, por causa dos transportes. "Inevitavelmente, o problema mundial de emissões passa pelo setor de transporte", afirma o secretário municipal de transporte, Marcelo Branco. Ele diz que a cidade já vem adotando medidas com um Plano de Controle da Poluição Veicular. Segundo Branco, um dos compromissos assumidos é o de substituir totalmente uso de combustíveis fósseis no transporte público até 2018.
Sabrina Bevilacqua
Fonte: Portal Terra


II - COMENTÁRIOS

1-MP pede indenização de R$ 20 bilhões à Chevron e à Transocean por danos ambientais
Fonte: Agência Brasil
O Ministério Público Federal em Campos (MPF) pediu indenização de R$ 20 bilhões à empresa petrolífera Chevron e a empresa contratada Transocean pelos danos ambientais causados pelo vazamento de óleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Por meio de uma ação civil pública, o MPF quer também que a Justiça Federal conceda liminar suspendendo as atividades das duas empresas no país, sob pena de multa diária de R$ 500 milhões.
O MPF informou, por nota, que o procurador Eduardo Santos Oliveira considerou que tanto a Chevron, quanto a Transocean não foram capazes de controlar os danos causados pelo vazamento de cerca de 3 mil barris de petróleo (cada barril tem 159 litros) no dia 7 de novembro. Além disso, a técnica usada pela petrolífera para conter o derramamento de óleo na bacia não surtiu efeito.
A Chevron admitiu ainda que houve falha de cálculo na exploração do óleo. Alegou que a pressão no reservatório era maior que a estimada e a primeira camada da rocha era menos resistente do que o previsto pelos técnicos. A assessoria de imprensa da Chevron foi procurada para comentar o assunto, mas não informou quais medidas tomará.
Até a noite de ontem, a Chevron não havia recebido a notificação oficial sobre a ação do MPF. Por meio de uma nota, a empresa se pronunciou:
“A Chevron não recebeu qualquer notificação oficial sobre esta ação. A Chevron também não recebeu nenhuma instrução a respeito da suspensão das suas operações das agências regulatórias, responsáveis por suas atividades no Brasil”.
A empresa declara ainda que desde o início do vazamento “respondeu de forma responsável ao incidente e atua com transparência junto a todas as autoridades brasileiras”. De acordo com a Chevron, “a fonte do óleo foi interrompida em quatro dias, e a empresa continua a progredir significativamente na contenção de qualquer afloramento de óleo residual”. Ela ressalta que “continua a combater a mancha de óleo na superfície, cujo volume hoje é de menos de um barril. Não houve impactos na costa brasileira ou na vida marinha”.

2-A expropriação da Petrobras
Historicamente, o preço dos combustíveis no Brasil sempre foi usado como instrumento de política econômica, tanto com o objetivo de incentivar o desenvolvimento quanto para controlar a inflação. No entanto, em nenhum momento a Petrobras foi tão penalizada como nos últimos oito anos. Neste período, as perdas da estatal podem chegar a R$12 bilhões, resultado da diferença entre o preço que a empresa cobra pelos derivados de petróleo no mercado interno e o preço internacional desses produtos. Essa questão tem se agravado com a necessidade crescente de importação de combustíveis, uma vez que, ao efetivamente comprar gasolina e diesel a um preço mais alto no mercado externo, o prejuízo virtual se materializa.
A história do subsídio aos combustíveis no Brasil remonta à década de 60 com a criação da Conta Petróleo. O objetivo inicial da Conta Petróleo foi equalizar os preços dos derivados de petróleo no território nacional. A conta recebia os créditos de alíquotas estabelecidas pelo Ministério da Fazenda sobre o preço dos combustíveis, e com os recursos pagava ressarcimentos de fretes de derivados e subsídios diversos. Os recursos eram da União e a Petrobras atuava como agente financeiro.
Posteriormente, a Conta Petróleo passou a servir a outros fins, com o principal deles sendo o tabelamento ou subsídio ao preço dos combustíveis no mercado doméstico, com o objetivo de não gerar impacto sobre a inflação.
A Lei no 9.478/1997, conhecida como Lei do Petróleo definiu que após um período de transição os preços dos combustíveis passariam a ser livres em toda a cadeia e isso significaria o fim dos subsídios.
Como parte da transição, em 1998 foi criada a PPE (Parcela de Preço Específica), que gerava créditos para a Conta Petróleo e que serviu para diversos fins, como o financiamento dos subsídios cruzados (entre derivados do petróleo), os subsídios do álcool e os subsídios ao transporte em regiões remotas. Além disso, a parcela passou a ser como "amortecedor" das eventuais flutuações no mercado internacional de petróleo.
Em dezembro de 2001, ocorreu a liberação total dos preços dos combustíveis. Entretanto, permaneceu o controle dos preços dos derivados nas refinarias da Petrobras.
A prática de subsidiar o consumo de combustíveis no Brasil é antiga, mas esta sempre foi contabilizada através de contas gráficas como a Conta Petróleo, na qual se tinha alguma clareza em relação ao montante do subsídio e ao agente concedente, no caso o Tesouro Nacional. Hoje, temos uma situação na qual o preço dos combustíveis é teoricamente livre e a Petrobras alega que possui uma regra de reajuste, que não é transparente e serve de veículo do Governo para a concessão de subsídios aos preços dos combustíveis no mercado de doméstico. Portanto, este processo de "expropriação" da Petrobras exacerbou-se nos últimos anos, pois não se tem de forma clara a quantificação das perdas que são impostas à empresa e, quiçá, uma perspectiva de ressarcimento. O governo, que diz defender a Petrobras mais do que os governos anteriores, na verdade concede subsídios com o dinheiro da empresa, ou seja, de seus acionistas, diminuindo o seu valor de mercado.
Adriano Pires
Fonte: O Globo diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura

Nenhum comentário:

Postar um comentário