sábado, 3 de dezembro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 60

I – NOTICIAS

1-Conversão de casco atrai cinco grupos
Cinco empresas tendem a apresentar propostas, dia 16, para transformar cascos de quatro navios petroleiros em plataformas de produção que vão operar nos campos da cessão onerosa, no pré-sal. A Petrobras, que está encomendado a obra, convidou 19 empresas para a licitação, segundo fontes do setor. Mas a aposta no mercado é que devem apresentar ofertas a Keppel, Jurong, Andrade Gutierrez, Setal e Estaleiro Enseada do Paraguaçu (Odebrecht, OAS e UTC.
Estimativas indicam que a obra pode custar mais de US$ 2 bilhões (média de US$ 500 milhões por unidade). O valor considera investimentos que o ganhador da licitação terá que fazer para reformar o antigo estaleiro Ishibrás, no Rio, que foi arrendado pela Petrobras e batizado como Estaleiro Inhaúma.
A Petrobras prevê assinar o contrato no primeiro semestre de 2012. A empresa também vai abrir outra licitação, no primeiro semestre de 2012, para a construção dos módulos de produção e processamento de petróleo e gás, bem como a integração desses módulos. A companhia disse que as plataformas da cessão onerosa terão alto índice de conteúdo nacional.
O primeiro dos quatro navios a serem convertidos em plataformas que produzem, armazenam e escoam petróleo, conhecidas no jargão do setor pela sigla em inglês FPSO, está ancorado no porto do Rio. A unidade, vinda da Indonésia e que foi renomeada como P-74, será instalada na área de Franco, no pré-sal, e terá capacidade para processar 150 mil barris de petróleo por dia. Vai ser a primeira plataforma destinada aos campos da cessão onerosa, na Bacia de Santos.
A cessão onerosa é um conjunto de áreas localizadas no pré-sal, que foram transferidas de forma onerosa pela União à Petrobras. De acordo com o estabelecido em lei, a companhia terá o direito de explorar e produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente nestas áreas. A Petrobras remunerou a União pelo direito de exercício das atividades de pesquisa e produção de petróleo e gás natural destas áreas.
Os outros três navios a serem convertidos também virão da Malásia e vão receber os nomes de P-75, P-76 e P-77. A expectativa é de que as quatro unidades sejam entregues entre 2015 e 2016.
Uma fonte disse que foram definidas as obras que a Petrobras fará no estaleiro e que incluem compra de guindastes novos, reparo do dique e dos sistemas de utilidades como água, gás e energia. Essas obras devem exigir da Petrobras investimentos de R$ 250 milhões no estaleiro. O vencedor da licitação terá que se encarregar da reforma de todas as oficinas de fabricação. Procuradas para comentar a licitação, Andrade Gutierrez, Setal, Keppel, Estaleiro Paraguaçu e Jurong não se pronunciaram.
Fonte: Valor Econômico

2-Dilma ainda não definiu sucessão na Agência Nacional do Petróleo
A menos de dez dias de ficar vaga, a diretoria-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo) ainda não tem titular. A escolha é prerrogativa da presidente da República, Dilma Rousseff, que até o momento não manifestou sua preferência.
Se depender da ANP e da indústria do petróleo, e até do atual diretor-geral da autarquia, Haroldo Lima, no cargo até o dia 11, a engenheira Magda Chambriard larga na frente em páreo que confrontará técnica com as habituais indicações políticas.
Inicialmente, quem ocupar o lugar de Lima ficará na interinidade, já que o processo de escolha precisa ser respaldado pelo Congresso Nacional e leva tempo. O próprio Lima ficou interino por quase um ano antes de ser efetivado.
Filiado ao PCdoB, Lima diz que o ideal para substituí-lo é um nome que junte os dois perfis, "um nome técnico com bom trânsito político", disse ao se despedir ontem em evento no Rio de Janeiro.
"O que existe por parte da presidente Dilma, e isso eu posso dizer, é a necessidade de continuar a desenvolver o trabalho que está sendo feito. Isso eu tenho certeza, porque ela me disse", afirmou Lima. Apesar de não ser filiada a nenhum partido político, Magda chamou a atenção da presidente Dilma durante o acidente da Chevron, no mês passado, pela firmeza com que tratou o problema, segundo uma fonte próxima ao governo.
"Ela mostrou que sabe falar bem em público e que conhece o assunto, marcou ponto com a Dilma", afirnmou fonte.
A presidente, porém, terá que decidir se compra uma briga com o PCdoB, que perderia uma vaga no governo. Uma opção que poderia evitar um eventual desgaste seria indicar o diretor Florival Rodrigues de Carvalho, do mesmo partido de Lima, superintendente promovido em junho deste ano, para cuidar de pesquisa da autarquia.
Outra alternativa, que agradaria os aliados do PMDB e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, seria o nome do diretor Allan Kardec.
O fato da sua especialidade na agência ser o segmento de abastecimento, no entanto, pode tirar pontos se comparada à larga experiência em exploração e produção de Magda, ex-funcionária da Petrobras e desde 2002 na agência. Os dois foram promovidos a diretor em 2008.
Fonte: Folha de S. Paulo

3-ANP manda Chevron fechar poço por produzir gás tóxico em Frade
O gás vem junto do petróleo no processo de produção, e é altamente tóxico
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) abriu um terceiro processo administrativo contra a Chevron após constatar que a plataforma de produção de Frade, na bacia de Campos, estava produzindo gás sulfídrico (H2S) sem o conhecimento da autarquia. O gás vem junto do petróleo no processo de produção, e é altamente tóxico.
A agência determinou o fechamento do poço onde ocorria a produção.
A constatação foi feita na terça-feira da semana passada. Apesar da unidade com o gás estar na mesma área, a plataforma que tinha a produção de gás não é a mesma na qual houve o vazamento de petróleo em novembro --o acidente ocorreu em uma unidade de perfuração.
De acordo com a diretora da autarquia Magda Chombriard, em uma auditoria anterior feita pela ANP, essa unidade não existia.
"Não tinha isso [a produção de gás] registrado na ANP. Isso é um veneno para o trabalhador", disse a executiva nesta quinta-feira, que no momento prossegue nas investigações sobre o acidente na bacia de Campos.
De acordo com ela, além da atuação foi feita também a comunicação sobre o caso ao Ministério do Trabalho.
A agência ainda não definiu se a Chevron será multada devido à produção de gás sulfídrico.
VAZAMENTO
Segundo a diretora da ANP, no momento a preocupação da agência é eliminar qualquer vazamento de petróleo que ainda persiste no local. Paralelamente são mantidas as investigações, que devem ser finalizadas em três meses.
Magda criticou a ausência de equipamentos para emergências no local. "Até agora não entendo como a Chevron não tinha equipamentos para atender a emergências", disse.
A diretora da ANP afirmou ainda que, após a ocorrência do acidente, a Chevron apresentou um plano de emergência, que teve de ser substituído devido à falta de equipamentos para dar prosseguimento à medida.
A agência aguarda a defesa da empresa antes de tomar uma conclusão sobre a multa que será aplicada pela falta de preparo para casos como esse.
"Se ela [a Chevron] provar que um ET levou o equipamento dela, tudo bem, mas acho difícil", ironizou.
VÍDEOS
Magda ainda citou que a empresa não enviou os vídeos completos, e sim editados, sobre o acidente assim que foram solicitados. "Quando solicitamos pedidos 24 horas de imagens, mas vieram 10 segundos. Eles foram autuados sobre isso, mas ainda poderão recorrer", disse.
De acordo com ela, a Chevron ainda não explicou o motivo dessa edição. A empresa pode ser multada após as conclusões das investigações.
PRODUÇÃO
A produção de Frade, segundo Magda, era de 70,5 mil barris por dia em outubro, e não de 79 mil, como a Chevron divulgou.
Fonte: Folha.com

4-Acordo PETROBRAS e PDVSA
A presidente Dilma Roussef disse que o acordo entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA deverá contribuir para o desenvolvimento da região.
As empresas petrolíferas trabalharão juntas na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que já está em andamento.
Em pronunciamento após uma reunião privada com o presidente venezuelano Hugo Chávez, em Caracas, Dilma defendeu a integração dos países da América Latina como forma de evitar a crise econômica que afeta diversos países.
Dilma e Chávez anunciaram a assinatura de 11 acordos em áreas como a habitação, que prevê a participação da Caixa Econômica Federal no financiamento de projetos para a construção de moradias na Venezuela; a transferência de tecnologia para agricultura e a cooperação entre bancos públicos dos dois países.
A presidente afirmou ainda que continua "conversando" com o líder da Venezuela sobre a compra de 20 aviões da Embraer e reafirmou a cooperação dos países para a construção da refinaria Abreu e Lima.
"Um dos desafios que vamos concluir é a construção da refinaria Abreu e Lima. Com ela, vamos construir uma relação na qual os dois países ganham. Isso mostra o acerto do nosso projeto de transformar a América do Sul em um pólo de desenvolvimento."
Dilma chegou nesta última quinta-feira, às 19:30 (horário de Brasília) à capital da Venezuela, Caracas, para uma visita oficial de três dias, nas quais também terá encontros bilaterais com o presidente da Bolívia, Evo Morales, e com a presidente da Argentina, Christina Kirchner.
Durante a sexta-feira e o sábado, ela participa da cúpula de abertura da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), um grupo que reunirá os 33 países da América Latina sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá.
Fonte: BBC Brasil

5- Obra do Arco Metropolitano
O Governo do Estado vai investir recursos no valor de US$ 520 milhões para concluir as obras do Arco Metropolitano – que ligará o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí – e realizar a pavimentação e recuperação de estradas no interior e na Baixada Fluminense. A previsão é de que as obras comecem no primeiro trimestre do ano que vem.
O empréstimo foi obtido junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), instituição financeira venezuelana. De acordo com o governador em exercício, Luiz Fernando Pezão, a maior parte do financiamento, US$ 320 milhões, será destinada ao Programa de Recuperação de Estradas (Pró-Vias), para a melhoria de rodovias como a que liga Campos dos Goytacazes a São Francisco de Itabapoana, no Norte fluminense. Todas as estradas serão pavimentadas com asfalto-borracha.
Arco Metropolitano ligará o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí Arco Metropolitano ligará o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí
– Este é o primeiro financiamento internacional obtido pelo Estado para recuperação de estradas. Faremos obras em mais de 250 quilômetros de vias. Algumas serão recuperadas e outras, pavimentadas. Mais de 90% desses recursos serão aplicados em estradas do interior e também no Arquinho, na Baixada, para desafogar o trânsito na região da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias) – afirmou Pezão.
Desenvolvimento para a Baixada
O financiamento garantirá 60% dos recursos necessários para as obras nas estradas, orçadas em US$ 532 milhões. Para concluir as melhorias, o governo disponibilizará os 40% restantes. Depois que o empréstimo for aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Senado, os contratos para início das intervenções serão assinados.
Crescimento econômico e social
A segunda parte dos recursos, no valor de US$ 200 milhões, será utilizada para concluir o Arco Metropolitano, que ajudará no crescimento econômico e social fluminense, além de desafogar o tráfego na Região Metropolitana. O Arco terá 145 Km e passará pelos municípios de Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri e Seropédica.
Fonte: Jornal do Brasil

6-Petrobras contrata 28 sondas
A Petrobras lançou recentemente uma concorrência para afretamento de 28 sondas de produção terrestre, contou no início da semana, o gerente-executivo de E&P Norte e Nordeste da petroleira, Cristovam Penteado. A concorrência deve substituir cerca de 30% da frota de equipamentos afretados da estatal, atualmente em 86 unidades.
A licitação terá índice de conteúdo nacional de 75%. “Existem muitos equipamentos que precisam ser fabricados no Brasil. A Petrobras quer alcançar o máximo de conteúdo nas nossas licitações”, contou Penteado, que participou da cerimônia de abertura da Brasil Onshore 2011, feira e conferência que acontece até hoje.
Antes de lançar a licitação, a petroleira conversou com as empresas fornecedoras e está trabalhando para incentivar a construção de novas fábricas no Brasil. A ideia é que as empresas inicialmente se capacitem para a fabricação de sondas de produção para depois passarem a produzir sondas de perfuração, equipamentos considerados mais complexos.
A Petrobras está preparando também uma licitação para renovar sua frota de sondas terrestres para perfuração. A concorrência ainda não tem uma data definida para ir ao mercado.
Fonte: energiahoje


II – COMENTÁRIOS

1-Exportações de açúcar do país recuam em outubro
As estimativas indicam que a safra de cana na região Centro-Sul deve terminar nas próximas semanas com moagem de cerca de 490 milhões de toneladas (recuo de 12% ante 2010). No Norte-Nordeste, a moagem deve atingir 67,3 milhões de toneladas -mais 6,6% em relação a 2010.
Como reflexo da menor produção no Centro-Sul, o Brasil reduziu as exportações de açúcar em outubro. Foram exportados 2,51 milhões de toneladas -quedas de 10,2% ante setembro e de 16,4% ante outubro de 2010. Das exportações em outubro, 2,05 milhões de toneladas foram de açúcar a granel e 461,85 mil de açúcar em sacas. Assim, em relação a setembro, houve quedas de 11,5% nos caso do açúcar bruto e de 3,7% no do ensacado. Em relação a outubro de 2010, as de açúcar bruto caíram 8,7% e as de ensacado, 39,1%.
No acumulado do ano, há queda de 8,2% -exportação de 21,04 milhões de toneladas, ante 22,93 milhões em igual período de 2010. Os preços médios de exportação permaneceram estáveis. Em média, a tonelada foi exportada na condição livre a bordo por US$ 588,70, ante US$ 589,61 em setembro.
Os principais destinos do açúcar a granel em outubro foram China, Egito e Canadá; para o em sacas, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Gana.
Embora a recuperação dos níveis de produção deva ocorrer ao longo dos próximos dois a três anos, as demandas por etanol e açúcar continuam em expansão desde já. Impulsionada pela demanda maior de China e Índia, a Ásia continua demandando volumes crescentes. Apesar de a frota flex ser crescente, a demanda interna por etanol está sendo mantida em níveis controlados pelos limites da relação de preço etanol-gasolina. A competitividade do etanol tem por base o teto definido pelo preço da gasolina na refinaria mais a Cide. O mercado externo, porém, dá sinal de recuperação já a partir de 2012. O deficit dos EUA deve levar à não renovação do subsídio de US$ 0,45 por galão, e o consequente fim do Imposto de Importação de US$ 0,54 por galão.
Mesmo antes dessa provável liberalização, já se observa avanço do comércio internacional de etanol. O combustível de cana brasileiro, considerado avançado nos EUA para efeito de cumprimento da lei de 2007, que estabeleceu as novas metas do padrão de combustíveis renováveis, pode ser importado sob o regime de drawback, para posterior reexportação, sem recolhimento do Imposto de Importação. O Brasil tem participado de forma inteligente desse mercado, exportando etanol com o benefício de um prêmio por sua renovabilidade superior e importando produto mais barato.
Nesse cenário, a demanda em crescimento para açúcar e etanol, nos mercados interno e externo, tem sido o principal catalisador de investimentos na reforma e na expansão dos canaviais.
- Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 04/11/2011
Plínio Nastari Mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria

2-Total e Amyris criam joint venture em biocombustíveis
A petroleira francesa Total e a americana Amyris Inc. acabam de anunciar a criação de uma joint venture para desenvolver, produzir e comercializar biocombustíveis e outros produtos renováveis. No Brasil, as duas empresas já disputam juntas os ativos do grupo de usinas sucroalcooleiras Clealco, com sede em São Paulo.
As duas multinacionais também anunciaram que vão ampliar o programa de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para acelerar o programa do Biofene e desenvolver o diesel renovável produzido a partir desta molécula utilizando açúcares como matéria-prima.
O ambicioso programa de P&D, lançado em 2010 e administrado em conjunto por pesquisadores das duas empresas, visa desenvolver as etapas necessárias para levar biocombustíveis avançados ao mercado em escala comercial. A Total comprometeu-se em contribuir US$ 105 milhões para um programa de P&D já em andamento de US$ 180 milhões.
Já a joint venture terá participação de 50% de cada parte, que contará com os direitos exclusivos de produzir e comercializar querosene de aviação e diesel renovável, além de direitos não exclusivos a licenças para outros produtos renováveis como fluidos de perfuração, solventes, polímeros e determinados biolubrificantes. A joint venture planeja iniciar suas operações ainda no primeiro trimestre de 2012.
Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico

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