sexta-feira, 11 de novembro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 57

I – NOTICIAS

1- BNDES defende diversidade de fontes regionais para integração energética na América do Sul
Fonte: Agência Brasil
A integração energética da América do Sul requer uma diversidade de fontes de financiamentos, que, de preferência, sejam locais, defendeu hoje (10) o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Melín. Para ele, é importante que essas fontes de fomento estejam restritas às existentes na América do Sul, para evitar possíveis interferências externas nos projetos a serem desenvolvidos.
“Se não estivermos munidos de visão de objetivo, sobre a malha de compartilhamento de recursos energéticos, estaremos condenados a iniciativas pontuais, como fazemos há décadas”, disse Melín durante o Seminário Internacional Integração Energética da América do Sul, na Câmara dos Deputados.
“Para isso serão necessárias fontes diversificadas para financiamento e cofinanciamento. Precisamos também reforçar mecanismos de garantias, valorizando CCRs [convênios de créditos recíprocos]. Não podemos prescindir de um mecanismo regional de garantias, gerido com o mais alto grau de competência e de sustentabilidade”, completou o diretor do BNDES.
Segundo ele, é sempre mais fácil que projetos de grande valor e de longa duração encontrem financiamentos adequados quando não estão submetidos integralmente a apenas uma fonte.
“Ao fazer isso, você está colocando em uma instituição financeira todo o risco e a exposição do projeto. Já ao compartilhar entre várias instituições financeiras e fontes de financiamento, multilaterais, públicas e privadas, você facilita muito a rapidez com que o projeto poderá ser financiado, porque cada uma das fontes estará arcando apenas com um pedaço do projeto e, portanto, estará apenas com uma parte da exposição”, argumentou.
Melín avalia que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) poderá ter papel fundamental, “a partir do momento em que ela convocar para suas deliberações, do ponto de vista de financiamento dos projetos, um número representativo de instituições”, disse, citando, entre essas instituições, o BNDES, a Cooperação Andina de Fomento e bancos de desenvolvimento como o Bandes (da Venezuela) e o Bice (da Argentina), entre outros.
“Não há razão hoje, com o grau de entendimento que os governos democráticos [sul-americanos] têm entre si, [para] impedimentos para que os governos articulem isso de forma multilateral. A Unasul é o ambiente ideal para essas discussões. Precisamos também de transparência e estabilidade dos marcos regulatórios, de mecanismos de resolução de controvérsias nossos e por nós instituídos, que sirvam aos nossos interesses e que possam ser práticos para solucionar eventuais controvérsias que surgirem”, enfatizou.
O diretor avalia que os países sul-americanos têm de evitar que “fatores de risco com base em Nova York ou na Europa, de análises extremamente conservadoras”, exerçam influência nesse processo. “Estando distantes como estão, esses institutos de risco não terão o mesmo grau de informação sobre as condições de agentes governamentais e econômicos”, disse. “Em 2006, o Brasil nem era avaliado pelos institutos de risco. Hoje, fazem volta no quarteirão para investir nos ativos brasileiros”, completou.

2- Primeiro poço na Cessão Onerosa confirma potencial da área de Franco
Fonte: Agência Petrobras
O primeiro poço perfurado pela Petrobras após a assinatura do contrato de Cessão Onerosa comprovou a extensão dos reservatórios de óleo localizados a noroeste do poço descobridor da área de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos.
Denominado 3-BRSA-944A-RJS (3-RJS-688A), o novo poço informalmente conhecido como Franco NW, está situado em lâmina d’água de 1860 metros, a cerca de 188 km da cidade do Rio de Janeiro.
A descoberta foi comprovada por meio de amostragens de petróleo de boa qualidade (28º API) obtidas em teste a cabo. As amostras foram colhidas a partir de 5460 metros, em reservatórios de rochas carbonáticas de espessuras similares às registradas no poço descobridor.
O poço ainda está em fase de perfuração com o objetivo de atingir a base dos reservatórios com óleo. Concluída esta etapa, a Petrobras dará continuidade às atividades e investimentos previstos no Programa Exploratório Obrigatório (PEO) do contrato de Cessão Onerosa, incluindo a aquisição de dados sísmicos em 3D que já está sendo realizada na área.

3- Promon realiza evento para fornecedores
A Promon Engenharia realizou em outubro um evento para fornecedores e profissionais de suprimentos da organização. Trata-se da terceira edição do Promon Integra que contou com a presença do presidente da empresa, Luiz Fernando Rudge, e os principais executivos.
Na ocasião, os participantes assistiram à apresentação do resultado da pesquisa de satisfação de fornecedores, aplicada em 2011, e uma palestra com Aerton Paiva, sociólogo, presidente da Gestão Origami e consultor estratégico de assuntos ligados à Sustentabilidade.

4- Mauá fará navios do Eisa
O Grupo Synergy está transferindo para o Estaleiro Mauá, em Niterói, todas as obras do Estaleiro Eisa para a construção de navios petroleiros do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), da Transpetro. Com a decisão, o estaleiro assume a construção de 16 petroleiros.
Entre os navios que serão transferidos para o Mauá estão quatro do tipo Panamax arrematados no Promef 1 e outros oito navios de produtos do Promef 2, atualmente em fase final de contratação. Além dos que virão do estaleiro carioca, o Mauá já conta com quatro navios de produtos que estão em fase de construção e foram arrematados na primeira etapa do programa.
“Estamos hoje com 3.100 empregados e devemos chegar a 5.000 com as novas obras. A demanda garante ao Mauá utilização para a área naval até 2014”, conta o presidente dos estaleiros do Grupo Synergy, Manoel Ribeiro, que participou na segunda-feira da cerimônia de abertura da Niterói Naval Offshore, feira e conferência que acontece até amanhã, quinta-feira (10/11).
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também no evento, informou que não existe impedimento para que o Grupo Synergy transfira as embarcações de um estaleiro para o outro. “Acho que será uma coisa útil. Já existe mão de obra treinada”, disse.
Machado confirmou que as negociações entre Transpetro e Eisa para a contratação dos oito últimos navios do Promef estão em fase adiantada. Fontes envolvidas no negócio dizem que as duas empresas já chegaram até mesmo ao preço dos navios e que estão sendo discutidas questões burocráticas para o anúncio oficial.
Fonte: energiahoje

5- INVESTIMENTOS NO ESTALEIRO RENAVE
O estaleiro Renave, que opera em duas ilhas, Santa Cruz e Viana, estima investir, ao longo dos próximos cinco anos, cerca de US$ 10 milhões. Os recursos serão utilizados em modernização e compra de equipamentos uma vez que o estaleiro pretende voltar a construir embarcações do tipo supply vessel. Além disso, o estaleiro já fechou com a empresa De Lima a construção de três embarcações do tipo bunker, de 2.500 toneladas, que irão operar para a Petrobras. A De Lima ainda tem a encomendas de mais duas embarcações de 18 mil toneladas, que também poderão ser construídas pelo estaleiro. Todas essas embarcações irão operar para a Petrobras, conforme disse ao MONITOR MERCANTIL seu diretor, José Rebelo III, diretor, durante a Niterói Naval Offshore (NNO), para quem o foco atual do estaleiro continua sendo o reparo naval. Os contratos entre a Renave e a De Lima giram em torno de R$ 60 milhões.
Rebelo fez questão de ressaltar que a NNO é um palco perfeito para divulgar o complexo Renave, ou seja, que são todas as atividades desempenhadas nas ilhas de propriedade do estaleiro. "Temos empresas estabelecidas na Ilha, como a De Lima, que é uma empresa da família e da qual eu também sou diretor, e que trabalha com a Petrobras. Tem encomendas de cinco embarcações em carteira que vão operar para estatal no programa Empresa Brasileira de Navegação. A De Lima está estabelecida na Ilha de Viana", disse, acrescentando que a ETP também faz parte do complexo Renave, onde está construindo embarcações do tipo suplly vessel para diversos clientes. Também temos a empresa Carbogas, que se estabeleceu recentemente na ilha para fazer o armazenamento de bobinas. Também temos a Carboflex, que irá fazer uma planta de fluídos e que também vai operar para a Petrobras. "Estes são os negócios que estão girando nas Ilhas".
O diretor da Renave fez questão de frisar que o foco do estaleiro no evento é divulgar as opções de negócios para que todos possam ver o potencial do complexo Renave que, segundo ele, é "muito bem localizado o Estado do Rio, no berço da indústria naval brasileira". E, no que diz respeito a reparo, disse que o estaleiro faz para diversos clientes, incluindo a Petrobras. No entanto, no que se refere ao faturamento, explicou que a atividade da Renave é o estaleiro, mas, se for à atividade do complexo, é preciso colocar as receitas advindas de negócios de arrendamento de área de movimentação de carga para as empresas que estão estabelecidas nas ilhas. Só o reparo, diz, responde por cerca de 90% do faturamento.
"Como já disse, temos a intenção de voltar a construir, mas passa por uma revisão de nossa infra-estrutura para construção de embarcações competitivas com o mercado externo. É preciso pensar no lay out de construção, compra de equipamentos, entre outros. Estamos fazendo investimentos graduais para que a empresa. Com os navios da De Lima, conseqüentemente estaremos capacitados para outros clientes. Temos que dar o primeiro passo", salientou, informando que a parceira com a De Lima é perfeita, uma vez que ela (De Lima) busca os contratos e a Renave constrói as embarcações.
Fonte: Monitor MercantilMarcelo Bernardes


II – COMENTÁRIOS

1- Energia eólica do Brasil atrai a atenção do mercado internacional
Fonte: Redação TN Petroleo
Todos os olhos da indústria de energia eólica no mundo estão hoje voltados para o Brasil. A afirmação é de Jean-Paul Prates, diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e ex-secretário de energia do Rio Grande do Norte.
“Graças ao seu inédito sistema de leilões reversos (onde o menor preço ganha), o Brasil agora é onde se pratica o preço de energia eólica mais competitivo do mundo. Cerca de U$60/MWh, algo inimaginável até três anos atrás”, explica o executivo. “Países pioneiros neste tipo de geração renovável como a Dinamarca, o Canadá, a Alemanha, os EUA e a Espanha ainda rondam os U$120 a U$160/MWh. Por isso, todos os olhos desta indústria no mundo estão hoje voltados para o Brasil”.
Prestes a participar da terceira edição Fórum Nacional Eólico, encontro que a Viex Americas promoverá no fim de novembro, em Natal (RN), Prates comemora também a consolidação desta fonte “limpa” de energia. "O mercado de energia eólica já apresenta fatores claros de consolidação irreversível no Brasil. Claro que ainda existem desafios e metas a superar, mas o fato de termos tido preços de eólica comparáveis aos das hídricas e biomassa já indica um caminho sem volta", afirma. "A energia eólica veio para ficar no Brasil. E já veio tarde, pois o país apresenta enorme potencial e grande necessidade de diversificar sua matriz energética com a preocupação de não 'sujá-la".
Apesar do otimismo, Prates lembra que ainda existem barreiras a serem superadas. A falta de indústrias de equipamentos instaladas no país é uma delas. “O setor eólico por longo tempo buscou tecnologia adequada e viável. Empreendedores mundiais investiram, arriscaram e venceram preconceitos e ‘impossibilidades’. Mas, no Brasil, ainda são poucas as indústrias que efetivamente fabricam as partes nobres dos aerogeradores e demais equipamentos”, lembra. “Entidades setoriais como a Abeeólica souberam reunir empreendedores e fornecedores de forma harmônica, e lutar por um lugar ao vento que só tende a aumentar. O desafio agora, diante da crise internacional, será manter aquecidas as fontes de financiamento, no Brasil e fora dele”.
Fórum Nacional Eólico
A definitiva inserção da fonte eólica na matriz energética e a regionalização da competitividade serão os principais temas em debate da terceira edição do Fórum Nacional Eólico - Carta dos Ventos, evento que a VIEX Americas promoverá nos dias 21 e 22 de novembro, em Natal (RN). O evento já reuniu mais de 600 participantes e é considerado o principal encontro político-econômico da indústria eólica brasileira.
O fórum tem como principal marca a chamada Carta dos Ventos, documento de intenção de dez entidades em promover a articulação institucional para programas de incentivos financeiros, fiscais e tributários que atendam à cadeia produtiva do mercado eólico, desde o fornecimento dos equipamentos, construção dos empreendimentos, até a venda da energia elétrica.
O documento foi firmado durante o primeiro Fórum Nacional Eólico pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, pela então governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, pelo então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e por representantes da Câmara dos Deputados, Senado e associações.
Serviço
3º Fórum Nacional Eólico - Carta dos Ventos
Organização: VIEX Americas
Data: 21 e 22 de novembro de 2011
Local: Hotel Pirâmide - Av. Senador Dinarte Mariz, 1.717 - Natal - RN
Inscrições: 11 5051-6535 e info@viex-americas.com.br
Site: www.viex-americas.com.br

2- Biomassa poderá gerar até um terço da eletricidade
Fonte: Valor Econômico
Os resíduos vegetais deixados no campo pelo agronegócio têm potencial para gerar de 120 milhões a 130 milhões de MW/h de energia ao ano - cerca de um terço de toda a energia consumida no país. Teoricamente, para transformar essa biomassa em energia, bastaria retirar 40% do material deixado nas plantações. "Com isso, não haveria nenhum tipo de dano do ponto de vista de recuperação do solo", observa Luciano Basto, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). No entanto, o alto custo do transporte dos resíduos torna o negócio pouco atraente.
O aproveitamento do bagaço de cana é praticamente uma exceção. "Como a produção de açúcar e álcool inclui o transporte da cana até a área de processamento, e o resíduo fica lá mesmo, isso facilita o aproveitamento da biomassa. Nas outras culturas, o resíduo é deixado no solo da plantação ou queimado no local", explica Basto. "Já gerar energia a partir dos restos do milho ou da soja sai bem mais caro."
Para gerar energia, a biomassa vegetal passa por processo de queima de material orgânico para a geração de calor e de vapor, que movimenta uma turbina geradora. "Toda queima de material gera uma quantidade de CO2, mas nesse caso, esse total é anulado pela fotossíntese do CO2 na fase de crescimento da planta", informa Basto.
O potencial brasileiro para geração de biomassa atrai empresas e institutos de pesquisas no exterior. A Coppe/UFRJ firmou convênio com a universidade chinesa de Tsinghua e a companhia dinamarquesa Novozymes, maior produtora mundial de enzimas, para testar matérias-primas brasileiras em processo de produção de biocombustíveis de 2ª geração. "Os chineses detêm tecnologia que usa enzimas para reaproveitar a borra gerada por plantas usadas na produção de biodiesel", diz Ricardo Villela, pesquisador da Coppe/UFRJ.
Segundo ele, se tudo der certo, a tecnologia será licenciada no Brasil pela Coppe/UFRJ, com royalties compartilhados com a universidade chinesa. O uso da borra, diz ele, pode viabilizar novos projetos de biodiesel. "O óleo de palma é mais caro que o biodiesel, e muitas vezes ele não compensa para o agricultor", explica. "Mas se ele produzir o combustível a partir da borra, ganha um novo produto e se livra de um passivo ambiental."
Outro projeto da Coppe/UFRJ visa a produção de etanol a partir da hidrólise da celulose no bagaço de cana. "Com isso podemos aumentar em até 50% o aproveitamento energético da cana", diz Villela. No processo normal, apenas um terço da energia contida na planta é aproveitada. A pesquisa vem sendo realizada em parceria com o Instituto de Química da UFRJ e conta com o financiamento da Jica, agência de cooperação tecnológica do Japão.
Há também grande potencial energético no uso de dejetos de aves, suínos e bovinos. Há décadas, esses resíduos provocam graves problemas ambientais no Oeste do Paraná, onde os rebanhos confinados contam com 1,5 milhão de suínos e 500 mil cabeças de gado leiteiro e se produz 40 milhões de aves. O problema é que a receita gerada pela carne e pelo leite não paga o tratamento desse resíduo.
A solução é usar o material para geração de energia e produção de biofertilizantes. Com o apoio da Itaipu Binacional, grandes, médios e pequenos produtores da região geram quase 7 mil m3 de biogás por dia, atendendo suas próprias necessidades energéticas, reduzindo a emissão de CO2 e a poluição nos rios. Em quatro anos e meio, foram investidos R$ 6,5 milhões no projeto. "A potência instalada é de apenas 700 KVa, mas para esses produtores é como ter uma Itaipu particular", diz Cícero Bley Jr., superintendente de energias renováveis da companhia geradora. E os pecuaristas e avicultores podem vender o excedente para a Companhia Paranaense de Energia (Copel), segundo Bley Jr. "Uma das granjas, a Colombari, que tem 4,2 mil suínos, vem obtendo receita adicional de quase R$ 30 mil por ano com o excedente de energia."
Reaproveitar a biomassa ajuda a garantir a autossuficiência energética da Veracel. A fabricante de celulose gera até 15 mil MW/h, suficiente para atender a uma cidade com 50 mil habitantes. E, apesar de operar com cerca de 30% de capacidade ociosa nas plantas de geração, gera a própria energia e vende excedentes a clientes cativos e para o mercado spot. "A maior parte da nossa energia é gerada a partir do 'licor', resíduo que mistura elementos orgânicos e inorgânicos formados pelo cozimento do material para fabricação de celulose", diz Ari Medeiros, diretor de operações da empresa baiana. "A biomassa de eucalipto responde por 7% do total gerado." Os US$ 25 milhões investidos na planta de biomassa foram amortizados em cinco anos, informa o executivo.

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