sábado, 15 de outubro de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 53

I – NOTICIAS

1-Presidente da Petrobras recebe prêmio de Executivo de Petróleo do Ano em Londres
Eleito o Executivo de Petróleo do Ano de 2011 pela Energy Intelligence, reconhecido serviço de informações sobre a indústria de energia, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, recebeu o prêmio, no início da semana, em Londres, em cerimônia realizada durante a 32ª conferência anual Oil&Money.
O evento foi promovido pela Energy Intelligence, em parceria com o jornal International Herald Tribune. Na cerimônia de gala, o presidente da Petrobras discursou em agradecimento à sua indicação, feita pelos líderes das cem maiores companhias de petróleo do mundo.
Segundo os empresários consultados, o presidente da Petrobras foi o executivo que deu as maiores contribuições à indústria internacional de petróleo, nos setores público e privado.
A Energy Intelligence ressaltou, ainda, que sob a gestão do presidente Gabrielli, a Petrobras realizou as descobertas que devem mais que dobrar as reservas e a produção da empresa, além de ter se posicionado como líder em tecnologia para exploração e produção em águas profundas.
Para José Sergio Gabrielli, três grandes realizações marcaram o êxito da gestão da Petrobras neste último ano: o início da operação do Sistema Piloto de Lula, no Pré-Sal da Bacia de Santos; a captação de R$ 120,2 bilhões pela maior oferta pública de ações já realizada no mundo; e a assinatura do Contrato de Cessão Onerosa, que garantiu à Companhia o direito de produzir cinco bilhões de barris de petróleo em áreas não licitadas do Pré-Sal. “Ano após ano, a Petrobras se evidencia mundialmente pelo pioneirismo tecnológico na exploração e produção de petróleo”, afirmou.

2-Weatherford amplia portfólio brasileiro
A Weatherford pretende iniciar, dentro de um ano, a fabricação de válvulas de segurança nas unidades de Caxias do Sul e São Leopoldo, no estado do Rio Grande do Sul. Atualmente, tais equipamentos são produzidos nos EUA.
De acordo com o Engenheiro de Desenvolvimento de Negócios da companhia, Leonardo Silva, o objetivo é atingir maiores níveis de nacionalização da produção e competitividade no mercado brasileiro. “A tendência é termos cada vez mais equipamentos fabricados no país e mão de obra cada vez mais nacionalizada”, afirma.
O portfólio de produtos e serviços para águas profundas da Weatherford contempla as fases de perfuração, avaliação, completação, produção e intervenção de poços. Entre as soluções oferecidas pela empresa, que participou da OTC Brasil, está o Microflux, dispositivo que mantém a pressão de fundo de poço constante para evitar perda de fluido ou kicks (influxos indesejáveis).
Fonte: energiahoje

3-Statoil plans new FPSO in Brazil
Norwegian Statoil is planning to acquire a new FPSO in Brazil driven by its recent oil discovery in the Campos Basin, the company´s Production engineer, Alexandre Bollinger, said during his presentation at the Offshore Technology Conference (OTC) in Rio de Janeiro. He said the company is planning to expand its oil production in the Peregrino field, where there is only one FPSO in operation.
Statoil is currently producing 50,000 barrels per day in the Peregrino field, which should double to 100,000 bpd by 2012, Bollinger said. The company started producing oil in this field in April. In July, Statoil informed the Brazilian National Petroleum Agency (ANP) about its oil discovery in the Peregrino field. The company is currently drilling another two wells in that field. China´s Sinochem acquired a 40% stake in the Peregrino field for around US$3bn last year. The Peregrino field is located in the Campos basin 85km off the coast of Brazil at a water depth of approximately 100 meters.

4-Chemtech lidera consórcio que fará projeto de plataforma para OSX
O consórcio CKE, formado por Chemtech, Kromav e Exactum, foi o vencedor da concorrência para a elaboração de projetos de engenharia básica e detalhada para implementação do conceito OSX Flex. O projeto será utilizado para a construção das primeiras plataformas do tipo FPSO (flutuantes, produtoras, armazenadoras e de transferência) no estaleiro da OSX no Porto do Açu, em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro.
“O OSX Flex é uma proposta inovadora, que tem a importância de ser um ícone frente à meta de padronização de FPSOs da OSX”, diz a nota divulgada pela Chemtech, que é a líder do consórcio.
Os projetos de engenharia serão desenvolvidos nas instalações da Chemtech e devem ser concluídos em 18 meses. A expectativa é que sejam alocados até 350 profissionais no pico do projeto, em um escopo que englobará o topside e casco dos navios-plataforma. O Consórcio CKE também será responsável pela assistência técnica durante a construção e montagem das unidades e pela assistência técnica ao suprimento de materiais e equipamentos.
“Este projeto vai gerar padronização na contratação dos módulos e uma consequente agilidade na engenharia e construção do navio, além de facilitar o planejamento da operação da produção”, explicou, em nota, o líder comercial da Chemtech, Hermano Ferreira.
O Consórcio CEK já elaborou projetos de plataformas nacionais, entre eles o projeto básico da P-58 e a revitalização da PCH-1, ambas da Petrobras.
Fonte: Valor Econômico

5-Petrobras conclui contratação de quatro cascos
A Petrobras concluiu o processo de contratação dos quatro cascos que serão convertidos em unidades do tipo FPSO para atuar nas áreas da cessão onerosa, disse o gerente de Planejamento de E&P Pré-Sal da petroleira, Mauro Hayashi. Segundo ele, o primeiro casco de um navio petroleiro do tipo VLCC já está sendo trazido para o Brasil e vai ser alocado na área de Franco - a maior da cessão onerosa - que está sendo perfurada no momento. Ele não revelou o valor da aquisição, mas estima-se no mercado que o casco custe em torno de US$ 30 milhões.
Os quatro cascos serão convertidos no antigo estaleiro Inhaúma - ex-Ishibrás - no Rio. A área foi arrendada pela Petrobras e deverá ser reformada para receber as obras. Atualmente há uma licitação para decidir a empresa que vai realizar este processo de modernização. A expectativa é de que até o início de outubro isso seja definido.
As obras de modernização do estaleiro vão ocorrer simultaneamente à conversão do casco. A perspectiva, disseram técnicos da companhia, é de que as obras de modernização estejam concluídas até meados do próximo ano.
A Petrobras pretende iniciar a produção na cessão onerosa em 2015. A área de Franco será a primeira da região a ser explorada e receberá um FPSO com capacidade de 150 mil barris por dia. As demais unidades entram em operação até 2020.
Os serviços de construção dos módulos das quatro plataformas e também as obras de integração devem ser contratadas no primeiro semestre do próximo ano. A Petrobras agora está na fase de elaboração dos projetos dos módulos.
Atualmente, a companhia está perfurando o terceiro poço de Franco, como estratégia de delimitação do reservatório, estimado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em torno de 4,5 bilhões de barris recuperáveis.
Fonte: Agencia Estado


II – COMENTARIOS

1-V&M terá centro de pesquisa no RJ
A Vallourec & Mannesmann do Brasil (V&M) investirá até R$ 10 milhões na conclusão das obras do prédio do Núcleo de Tecnologia e Recuperação de Ecossistemas (Nutre), no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão (RJ). A empresa instalará no local no próximo ano seu segundo centro de P&D no Brasil.
De acordo com o CEO da V&M, Alexandre de Campos Lyra, o orçamento relativo à conclusão dos trabalhos – prevista para o final de 2012 – deverá ficar entre R$ 8 e R$ 10 milhões. Além disso, a companhia investirá R$ 3 milhões anualmente na unidade, cujo início de operações deve se dar no primeiro semestre de 2013.
No espaço de cerca de 900 m² que a empresa ocupará no edifício, que terá três pavimentos, serão instalados um laboratório de simulação numérica, laboratórios de preparação e análise de amostras e de testes de corrosão. Também haverá espaço para estudantes da universidade, já que a V&M pretende oferecer bolsas de iniciação científica de mestrado e doutorado.
Os mais de 30 pesquisadores que atuarão no local estudarão ainda o desenvolvimento de ligas de alta resistência à corrosão e novos tipos de conexões de tubos, com o objetivo de garantir a selagem contra vazamentos de água e óleo. Além disso, pesquisarão processos de soldagem e umbilicais. Temas ligados à área de sustentabilidade e energias renováveis também constarão no portfólio de P&D.
“Mesmo antes da licitação (em que a empresa não saiu vencedora), nossa ideia era estar junto do Nutre, por conta dessa sinergia no que se refere à sustentabilidade. Isso faz parte do DNA da empresa no Brasil”, afirma Lyra. “A opção foi natural”, conclui.
Pré-sal
Presente à solenidade de assinatura do contrato entre a UFRJ e a V&M na sexta-feira (7/10), o gerente Executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, ressaltou a importância de se desenvolverem novos materiais adequados a ambientes de pré-sal. Para o executivo, o Brasil vive, hoje, um novo ciclo em termos de desenvolvimento tecnológico. “A diferença agora é o fator escala. Temos a possibilidade de olhar para um prazo mais longo, devido à previsibilidade de encomendas”, observou.
Atualmente, a empresa já desenvolve pesquisas em seu centro tecnológico em Belo Horizonte (MG), estado onde possui um complexo siderúrgico, na cidade de Jeceaba, voltado para a fabricação de tubos de aço Premium sem costura. Além do Brasil, a França, sede da V&M, é o único país onde a companhia possui mais de um centro de tecnológico.
Fonte: energiahoje

2-Baker na trilha da automação
Os desafios logísticos do pré-sal exigirão soluções de automação cada vez mais sofisticadas para poços de produção, como inteligência artificial e autossuficiência energética. Essas duas fronteiras tecnológicas serão prioridade do novo laboratório de pesquisas da Baker Hughes, inaugurado no último dia (07/10) na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo o diretor do centro, César Muniz, a distância dos campos do pré-sal em relação à costa brasileira requer tecnologias para opera-los de forma econômica. “A automação reduz a necessidade de intervenções e aumenta rentabilidade”, afirmou.
Uma das pesquisas da Baker no Brasil será o desenvolvimento de uma rede neural acoplada aos poços que possa ler e interpretar as informações da produção em tempo real e otimizar o processo de forma automática. Outro projeto em vista é o aproveitamento da força da vazão dos poços para gerar energia e alimentar os equipamentos submarinos elétricos e ópticos. Entre as possíveis soluções está a instalação de pequenas turbinas no sistema de produção.
O centro de pesquisas da Baker tem duas áreas onde serão realizados testes com ferramentas de perfuração e completação antes da aplicação no campo e ensaios com provas extraídas da perfuração, como rochas e fluídos.
O investimento é de US$ 30 milhões e o início das operações está previsto para janeiro de 2012. A unidade já conta com uma carteira de 12 projetos, que envolve pesquisas nas áreas de perfuração, fluídos, garantia de escoamento e completação. No pico da operação, o centro poderá mobilizar até 120 pesquisadores.
A unidade do Rio de Janeiro será um dos 10 maiores centros de pesquisa da Baker no mundo, onde a multinacional já conta com instalações de pesquisa na Alemanha, Rússia e Oriente Médio. O centro vai responder pela demanda tecnológica da empresa de toda a América Latina.
Fonte: energiahoje

3-Biomassa tende a elevar participação na oferta de energia
A atual oferta mundial primária de energia gira em torno de 500 exajoules, tendo como principais protagonistas o carvão, o petróleo e o gás natural.
A biomassa participa com cerca de 10% do total, mas 80% da oferta advinda de biomassa é não comercial. São principalmente a lenha e a madeira usadas na cocção e no aquecimento em países onde a energiaainda não é produzida e distribuída de forma organizada. Essa é também a principal fonte de desmatamento nos países em desenvolvimento e menos desenvolvidos. Os 20% que são comerciais são consumidos na forma de eletricidade, que representa 1,5 exajoule; geração de calor, 4 exajoules; e biocombustíveis, que representam 2 exajoules. Portanto, em nível global, os biocombustíveis ainda representam somente 0,4% da oferta primária de energia.
Não por outro motivo, a área agrícola ocupada pelos biocombustíveis no mundo é ainda pequena. O planeta possui 13,2 bilhões de hectares de terras, dos quais 1,53 bilhão é cultivado com todas as culturas. Pastagens, que produzem carnes, leite e lã ocupam outros 3,2 bilhões de hectares. No mundo, os biocombustíveis ocupam apenas 0,025 bilhão, ou 25 milhões de hectares; no Brasil, a cana destinada ao etanol ocupa apenas 4,7 milhões de hectares.
Embora o Brasil tenha perdido em 2007, para os Estados Unidos, a primazia de maior produtor de etanol do mundo, é o país que desponta como o que mais avançou em termos relativos.
O Brasil demonstrou que a produção de biocombustíveis é viável quando realizada a partir da cana. Em 2010, os Estados Unidos produziram 50,1 bilhões de litros de etanol, mas, considerando o etanol usado apenas como combustível, conseguiram substituir apenas 8% do seu consumo de gasolina. A meta é atingir 136 bilhões de litros até 2022.
Embora a atual safra brasileira esteja sendo muito afetada por clima absolutamente anormal, um esforço grande está sendo realizado na reforma e na expansão dos canaviais.
O objetivo é atender à demanda crescente de etanol no Brasil e nos Estados Unidos, especialmente porque a partir de 2012 o mercado dos EUA será totalmente liberado, com a eliminação do subsídio federal e do Imposto de Importação, abrindo perspectivas promissoras de expansão do comércio bilateral relacionado ao etanol.
- Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 23/09/2011
Plinio Nastari
Mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria

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