sábado, 9 de abril de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 29

I – NOTICIAS

1-Recepção Delegação Chinesa na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Dr. Marcelo Gilbertoni, Chefe do Cerimonial da ANP
Palestrante: Dra. Maria Inês Souza, Coordenadora da Área de Biocombustíveis da ANP
Representante do Diretor Geral da ANP: Dr. Durval Carvalho de Barros, Superintendente de Divulgação e Comunicação Institucional
Dr. Waldir W. Rocha – Presidente Nacional do IPGAP
A Delegação Chinesa foi recepcionada pelo Cerimonial da ANP, às 14 hs e encaminhada à Sala VIP onde estava montado um ‘Data show’, Indicadores com nomes e funções de cada membro da Delegação e também dos Profissionais da ANP presentes ao evento.
A palestrante foi a Dra. Maria Inês Souza, Coordenadora da Área de Biocombustíveis da ANP.
A delegação, composta de 14 membros, foi saudada pelo Superintendente Durval de Barros, que representou o Engº Haroldo Lima, Diretor Geral da Agência. Ele saudou a Delegação em nome do Governo brasileiro e da ANP. E, ao término da reunião, funcionários da ANP fizeram menção ao trabalho do IPGAP, de apoio ao setor na área institucional.
A palestra foi do mais alto nível e impressionou toda a Delegação Chinesa, a ponto de ao término se levantarem e aplaudirem de pé, pois consideram o Brasil , sem dúvida, o País mais avançado do mundo na Tecnologia do Etanol. Mas anotaram tudo e fizeram questão de enfatizar terem aprendido muito e que a reunião foi da maior importância e proveito para eles e para a China.
Foi-lhes apresentado um panorama completo do segmento de biocombustíveis – com ênfase no etanol -no mundo, dos avanços dessa tecnologia no Brasil e dos Projetos em andamento. Projetos de tão alto nível e tecnologia que surpreenderam os visitantes. Tudo ilustrado com excelentes recursos visuais.
2- CPFL assume o segundo lugar em geração eólica
A CPFL Energia fechou uma importante aquisição que vai torná-la a segunda maior eólica do país. A empresa da Camargo Corrêa e da Previ anunciou ontem a compra da SIIF Énergies, de um grupo de fundos americanos, em um negócio de R$ 1,5 bilhão. A aquisição vai acrescentar imediatamente 210 MW ao seu parque gerador e em eólicas a companhia chegará a 578 MW, ultrapassando a Renova Energia, mas ainda atrás da empresa argentina Impsa.

A empresa vai desembolsar R$ 950 milhões em dinheiro e assumir uma dívida líquida de R$ 544 milhões. É a maior aquisição da história da empresa desde que foi privatizada em 1998, segundo levantamento feito pelo Itaú BBA que auxiliou a empresa na operação. A aquisição vai colocar a
CPFL no fim deste ano como a segunda maior geradora privada do país, atrás somente da Tractebel.
Em energia eólica, a empresa consolida com essa aquisição investimento total de R$ 3 bilhões no setor. Na semana passada, a CPFL já havia anunciado aportes de R$ 600 milhões em parques eólicos que terão energia comercializada no mercado livre. Além disso, com a energia que vendeu nos leilões, vai investir outros R$ 1,5 bilhão.
Os negócios de energia eólica estão movimentando cerca de R$ 25 bilhões no país em investimentos desde que o Proinfa foi lançado pelo governo federal há mais de uma década. Até 2013, somente com os projetos que já tiveram energiacomercializada, o Brasil vai atingir cerca de 5,5 mil MW em capacidade instalada. O movimento, desde que o governo passou a negociar eólicas nos leilões de energia, em 2009, já atraiu todos os grandes fabricantes de equipamentos internacionais e também grandes investidores, como a espanhola Iberdrola, que é uma das maiores do mundo.

3-Carvão é a fonte que mais cresce no mundo
Os esforços de governos, empresas e instituições de todo o mundo para ampliar o uso das energias renováveis não estão sendo suficientes para superar os combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O relatório Clean Energy Progress Report, da Agência Internacional de Energia (AIE), aponta que a fonte que mais cresceu na década passada foi o carvão, impulsionado pela China. Segundo o levantamento, o combustível respondeu por quase metade do aumento da geração de eletricidade no período.
O relatório aponta que a geração mundial de eletricidade aumentou 4.788 TWh entre 2000 e 2008. Do total, 2.258 TWh foram provenientes de térmicas a carvão, o equivalente a 47%. Em segundo lugar ficou o gás natural, que respondeu por 1.573TWh, ou 33%. As hidrelétricas vieram depois, com 589 TWh, ou 12%. Outras energias renováveis aparecem apenas em quarto, com 312 TWh, ou 6,5% do total, seguida pela geração nuclear (140 TWh, 3%). Já o uso do petróleo caiu 74TWh ou 1,5%.
Segundo o documento, o carvão continuará tendo papel importante na geração elétrica nos próximos anos e, para atingir as metas globais de redução de emissões, é necessário não só investir em usinas mais limpas e eficientes, como em projetos associados de captura de carbono. Cerca de 100 iniciativas de larga escala seriam necessárias até 2020 e mais de 3.000 em 2050, segundo a agência. Atualmente, há 70 em andamento.
Outra medida necessária é cortar os subsídios para combustíveis fósseis e aumentar os incentivos para energias renováveis. De acordo com a AIE, usinas movidas a combustíveis fósseis recebem US$ 312 bilhões por ano, ante US$ 57 bilhões das renováveis.
Além disso, afirma a agência, é necessário incentivar a troca de carvão pelo gás natural, a eficiência energética e o uso de biocombustíveis, bem como investir em pesquisa e tecnologia voltada para desenvolver energias mais limpas e ampliar a eficiência do consumo.
Fonte: Portal Energia Hoje

4-Tuper investe para atender setor naval e de óleo e gás
Fonte: Valor Econômico
A fabricante de tubos de aço e sistemas de escapamentos Tuper, empresa com sede em São Bento do Sul (SC), irá investir, até 2012, R$ 230 milhões com o objetivo de entrar no segmento de tubos de grandes dimensões. Atenta ao crescimento da demanda no mercado de construção civil e do setor de óleo e gás, a empresa espera ampliar entre 60 mil a 80 mil toneladas a capacidade de processamento de aço até o primeiro semestre do ano que vem e de 150 mil a 160 mil toneladas até 2013. Em 2010, a Tuper processou 240.697 toneladas. A estimativa para este ano é de que sejam transformadas 320 mil toneladas.
Segundo Frank Bollmann, principal executivo da Tuper, a decisão de entrar no mercado de grandes dimensões é motivada pela expectativa de fornecer aos projetos do pré-sal. A intenção é certificar os novos tubos junto à Petrobras até o ano que vem. Clientes na indústria naval também são alvo da Tuper no novo segmento de tubos.
Hoje, a maior tubulação produzida pela empresa é de 127 milímetros de diâmetro com 7 mm de espessura. A partir do primeiro semestre de 2012, a empresa começará a fabricar tubos de 140 mm de diâmetro até 340 mm de diâmetro e 16 mm de espessura.
De acordo com Bollmann, será necessária a construção de 650 m2 em um novo pavilhão junto a fabrica, em São Bento do Sul, para abrigar as novas linhas. Hoje, a Tuper tem quatro unidades industriais e cerca de 70 mil m2 de área construída. Os investimentos também devem gerar a contratação de 250 novos empregados. A empresa mantém uma equipe de 2.325 trabalhadores diretos.

5-HRT anuncia que as quatro sondas de perfuração para a Bacia do Solimões já estão na Amazonas
Fonte: TN Petróleo
A HRT Participações em Petróleo S.A. (HRTP) anunciou que as quatro sondas contratadas para a perfuração de poços exploratórios na Bacia do Solimões já estão no Amazonas, seguindo o planejamento elaborado pela empresa para a região. A primeira sonda já está na locação de destino, para iniciar o trabalho de perfuração ainda este mês; a segunda sonda estará na base de campo da HRT e será transportada para o local de sondagem, para iniciar o trabalho de perfuração ainda no mês de maio. Ambas foram contratadas junto à canadense Tuscany.
As outras duas sondas, contratadas junto à Queiroz Galvão Perfurações e construídas na China, vão se deslocar do Porto de Manaus para as bases de campo, com vistas a iniciar os trabalhos de perfuração nas suas respectivas locações, também no mês de maio de 2011.
A operação de quatro sondas heli-transportadas perfurando, simultaneamente, na Bacia do Solimões estabelece um recorde histórico no Brasil e ao mesmo tempo mostra o compromisso da HRT para com o seu plano de trabalho e seus acionistas para o ano de 2011. Por outro lado, a HRT Participações esta abrindo uma nova licitação para adquirir, ainda este ano, duas novas sondas heli-transportadas e uma de work-over. Tal ação demonstra nossa confiança no potencial gigantesco da Bacia do Solimões, que superou a Bacia do Espírito Santo, em fevereiro, tornando-se a segunda maior produtora de petróleo e gás do país. A região no Amazonas produziu 105 mil de boe/d, contra 93,4 mil de boe/dia da Bacia do Espírito Santo.


II-COMENTÁRIOS

1-A fiscalização da segurança operacional nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, no desempenho de suas atribuições prevista na Lei nº 9.478/1997, estabelece que o regime regulador das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo e gás natural, priorizando o cumprimento das boas práticas para a conservação e uso racional dos recursos energéticos e para a proteção do meio ambiente.
Por meio da Resolução ANP nº 43/2007 e seu Regulamento Técnico de Segurança Operacional para Instalações Marítimas de E&P, a Agência instituiu o Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional das Instalações Marítimas de Perfuração e de Produção de Petróleo e Gás Natural (SGSO). O cumprimento do Sistema é obrigação prevista nos contratos de concessão assinados pela ANP, em nome da União, com as empresas que atuam no setor.
Esse regime regulador de segurança operacional marítima teve base em amplo estudo sobre as normas regulatórias de segurança adotadas em países como os EUA, Canadá, Noruega, Reino Unido e Austrália, além do aprendizado adquirido por conseqüência dos dois acidentes de grandes proporções ocorridos na Bacia de Campos – o afundamento da P-36, em 2001, e a perda de estabilidade da P-34, em 2002.
O conjunto das regras estabelecidas pela ANP é baseado na identificação dos perigos e na avaliação dos riscos associados aos processos e às operações de cada instalação. Dessa forma, com base nas práticas de segurança previstas na Resolução ANP nº 43/2007, os concessionários devem comprovar que mantêm controlados os riscos advindos de toda e qualquer operação executada nas instalações de perfuração e de produção offshore. Trata-se de um procedimento complexo, aplicado sobre instalações nada comuns.
Essa abordagem é um avanço em relação ao regime exclusivamente prescritivo. Nesse regime, o detalhamento dos procedimentos de instalação e operação em plataformas tende a limitar o desenvolvimento tecnológico do setor – tendo em vista a permanente evolução dos sistemas complexos da atividade petrolífera.
A ANP, como diversas outras agências reguladoras que tratam da segurança operacional marítima, participa regularmente do Fórum Internacional de Reguladores (IRF), em que são discutidos e tratados temas de segurança operacional. Tais participações, além de treinamentos em instituições internacionalmente reconhecidas, garantem que a ANP se mantenha permanentemente atualizada quanto à regulação de segurança operacional.
Esse compartilhamento de experiências, que é constante e não decorrente exclusivamente de acidente, ajuda a ANP a aperfeiçoar o sistema regulatório brasileiro de segurança.

Práticas e fiscalizações
Antes do início das operações, que depende de permissão da Agência, cada concessionário encaminha à ANP uma coletânea de documentos para comprovar sua adequação às normas do Regulamento Técnico de Segurança Operacional para Instalações Marítimas de E&P estabelecido pela Resolução ANP nº 43/2007. A documentação é avaliada pelo setor de segurança e submetida à aprovação da Diretoria Colegiada.
Desde 2008, a ANP analisou cerca de 650 coletâneas de segurança. Dessas, 30% foram recomendadas à Diretoria para aprovação; 70% resultaram em solicitações aos concessionários para que se adequassem aos preceitos da Resolução ANP nº 43/2007.
Iniciadas as operações, a ANP verifica, por meio de auditorias a bordo das instalações, a implementação das práticas obrigatórias de segurança nas instalações de perfuração, produção, armazenamento e transferência previstas nas 40 páginas da Resolução ANP nº 43/2007. Essas práticas incluem aspectos como o gerenciamento da instalação; treinamento de pessoal; integridade mecânica; identificação de perigos e análise de risco; seleção de contratadas; práticas de trabalho seguro; e operações simultâneas, entre outros. Quando identificados desvios dos sistemas de gestão de segurança operacional, petroleiras e empresas de perfuração são responsáveis por solucionar as não-conformidades constatadas.
A prioridade para execução das auditorias é definida a partir de diversos parâmetros associados ao risco, como complexidade da planta de processo; lâmina d’água; idade da instalação; histórico de incidentes; inspeções e auditorias anteriores.
Até 2009 a ANP realizava auditorias de Integridade Estrutural (em torno de 12 auditorias por ano). A partir do término do prazo de adequação ao Regulamento Técnico de Segurança Operacional, no final de 2009, a ANP passou a realizar auditorias do SGSO (Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional), onde a Integridade Mecânica passa a ser apenas uma das 17 práticas de gestão abordadas durantes estas auditorias.
Após licitação com sociedades classificadoras, a Bureau Veritas, certificadora reconhecida internacionalmente, passou a ter representantes na equipe de bordo da ANP, acompanhando os engenheiros da Agência e prestando o apoio técnico durante as atividades de fiscalização de segurança operacional. Em 2010, foram realizadas 65 auditorias do SGSO.
A Agência dispõe de uma sala de monitoramento do tráfego marítimo, que permite a visualização, em tempo real, de todas as plataformas e embarcações que atuam na indústria do petróleo.
Com vistas à racionalização dos recursos públicos e ao aprimoramento da segurança das plataformas, a ANP firmou convênio de cooperação com a Marinha do Brasil, que também realiza perícias técnicas em plataformas marítimas de perfuração, produção e armazenagem de petróleo, fundamentalmente abalizadas pelos preceitos da IMO (International Maritime Organization) e pelo código MODU (Mobile Offshore Drilling Units).
Com base nas perícias técnicas – que envolvem a verificação dos sistemas de comunicação, amarração, casco, lastro, salvatagem, movimentação de pessoal e carga, propulsão, navegação e condições gerais, entre outros – são emitidas “Declarações de Conformidade” conjuntas, em nome da Marinha do Brasil e da ANP para cada unidade marítima. Este documento atesta o cumprimento das normas e regulamentações contidas em toda a legislação nacional e internacional relativa às atividades de exploração, produção e armazenamento de petróleo no meio aquaviário. Em 2010, foram executadas cerca de 70 perícias mensais.
Adicionalmente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

2-Serenidade e confiança são essenciais para o etanol agora
Foi realizada reunião ministerial em Brasilia entre a Presidente Dilma Rousseff e os ministros da Casa Civil, Fazenda, Minas e Energia e Agricultura para tratar do abastecimento de etanol, a produção esperada na próxima safra, e os preços ao consumidor.
Segundo o jornal VALOR, algumas medidas estariam em estudo, dentre elas: a redução da mistura de anidro na gasolina, podendo até cair abaixo de 20%; uma intensificação das atribuições e responsabilidades da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) no controle sobre a produção e comercialização de etanol; taxação sobre exportações de açúcar.
Sobre a redução do teor de etanol na gasolina, do ponto de vista técnico, não é possível reduzi-la abaixo de 20%. As frotas de veículos a gasolina e flex estão dimensionadas para usar gasolina contendo entre 20% e 25% de anidro, o que corresponde a uma relação ar-combustível equivalente. A indústria automobilística deve, provavelmente, indicar os riscos decorrentes de uma alteração fora desta faixa. Por este motivo, esta faixa de variação está estabelecida em legislação federal específica -- lei 8723/93, alterada pelas leis 10203/01 e 10696/03.
O efeito desta medida é também duvidoso para o País. Não existe nenhuma indicação de que os produtores não estejam comprometidos com a produção de anidro, em volume suficiente para dar conta da demanda prevista nos próximos doze meses. E que a produção estimada de hidratado não seja suficiente para atender a demanda, ao preço de equilibrio deste mercado. Temos identificado um esforço grande na reforma e expansão de canaviais. A redução da mistura só vai agravar a demanda adicional de gasolina A, pura, usada na mistura, podendo gerar importação adicional indesejada e desnecessária, em especial quando os preços do petróleo e derivados estão em ascensão no mercado externo.
Mesmo no curto prazo, às vésperas de ser iniciada uma nova safra, há estoque de anidro suficiente junto aos produtores, que não está sendo escoado pelas distribuidoras. A safra que está iniciando traz a perspectiva de oferta crescente deetanol anidro e hidratado. Tanto que, nas últimas duas semanas, o preço do etanol hidratado ao produtor já caiu de R$ 1,66 para 1,38 por litro, livre de impostos, redução que ainda não foi sentida pelo consumidor. O anidro misturado à gasolina, via de regra, torna a gasolina mais barata ao consumidor. Reduzir o seu teor na mistura iria aumentar o preço da gasolina ao consumidor ao longo do tempo.
A possível decisão de aumentar o controle da ANP sobre a comercialização e os estoques de etanol pode significar um avanço. Para garantir o abastecimento, a ANP exige que as distribuidoras contratem com antecedencia de vários meses seus pedidos de gasolina A junto à Petrobrás. No entanto, isso não ocorre nem para o etanol anidro, nem o hidratado. Na prática, o etanol continua sendo comercializado basicamente no mercado à vista, com distribuidoras mantendo apenas um estoque mínimo operacional.Caso as regras válidas para os derivados sejam estendidas ao etanol, poderá haver um planejamento maior do mercado, e até uma intensificação do mercado futuro de etanol.
Sobre a possibilidade de ser estabelecido um imposto sobre exportações de açucar, podemos dizer que o seu efeito é imprevisível e controverso. Caso seja adotada, a medida penalizaria um setor que ainda está tentando sanar os efeitos da crise financeira internacional, que o atingiu em cheio durante a mais recente fase de expansão de sua capacidade de produção.
Na verdade, seria fundamental recuperar a competitividade do etanol com a gasolina em motores, que já foi de 81% em média em 1991, e hoje está em 70%, através de incentivos a inovações na industria automotiva, dando novo estímulo a expansão.
Esta expansão é mais do que nunca necessária agora, tendo em vista a demanda potencial representada pela crescente frota flex. Uma medida como esta introduziria um elemento de incerteza e intranquilidade, inibindo novos, necessários investimentos. A flexibilidade industrial para fabricar açúcar ou etanol dependendo das condições do mercado, é uma grande vantagem para os produtores e para o País, e não algo que deva ser combatido. O fato de que a frota é flex, e pode se adaptar a estas condições de mercado, é o que torna o Brasil um caso tão único e invejado mundo afora.
Os benefícios gerados pela produção e uso em larga escala de etanol combustível são reconhecidos internacionalmente. O que se assistiu recentemente com os preços do açúcar e do etanol foi o resultado combinado de um recorde no preço mundial do açucar nunca visto nos últimos 30 anos, e de dois anos seguidos de clima absolutamente anormal. Estes dois condicionantes não devem se manter.
O governo deve ter serenidade para transmitir a todos os agentes envolvidos, consumidores, produtores, comercializadores e fornecedores de vários níveis, a tranquilidade necessária para que avanços continuem ocorrendo no futuro, através de investimentos em expansão, modernização e aumentos de produtividade. Afinal, a produção agricola e industrial precisa crescer, até o final desta década, dos atuais 620 milhões para mais de 1 bilhão de toneladas de cana, para atender à crescente demanda interna e externa.
Plínio Nastari
Mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultor

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