domingo, 3 de abril de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 28

I – NOTICIAS

1-Europa pode banir motores a gasolina e a diesel para 2050
A União Européia estuda proibir a comercialização de veículos com motores a gasolina ou a diesel a partir de 2050. Em reunião do bloco econômico, fala-se em tornar toda a frota da região movida a eletricidade para daqui quatro décadas. A iniciativa partiu da Comissão Européia, braço executivo da união.
No projeto da UE, fala-se que a maioria dos trajetos diários, feitos em trechos urbanos, ficaria a cargo de veículos movidos a eletricidade. Para melhorar a locomoção em distâncias médias de 300 km, os países que compõem o bloco investiriam em trens, especialmente na qualidade dos transportes e na pontualidade. Este tipo de veículo receberia recursos para rodar em grandes cidades e interligar aeroportos. De quebra, o sistema de tráfego aéreo ganharia mais atenção das nações européias.
A proposta surgiu para cortar as emissões de poluentes originadas em automóveis. Em estudo, a UE acredita que cerca de 60% do volume atual seja reduzido com o novo sistema de transportes, caso ele venha a ser aplicado e funcione de maneira plena. No entanto, o bloco descarta prejudicar a locomoção de viajantes. "A liberdade é um direito básico dos cidadão. Reprimir isto não faz parte dos planos", explicou o comissário de transportes da União Européia, Siim Kallas.

2-Petrobras aguarda abril para importar gasolina
A Petrobras espera que o mercado de combustível se normalize, a partir de abril, com o desfecho do conflito na Líbia e com o início da safra 2011/2012 de etanol no Centro-Sul. Mas já está preparada para fazer nova importação além do primeiro 1,5 milhão de barris de gasolina, para chegar em abril, visando manter o fornecimento de combustível e o nível de preço.
Essa gasolina virá, basicamente, dos Estados Unidos, onde há excedentes. Em 2010, durante a escassez de etanol, nesta época, a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina. Este ano, aumentou a produção de gasolina em suas refinarias, sem prejuízo da entrega de outros combustíveis, como óleo diesel e querosene de aviação.
A política da Petrobras é de proceder a reajustes nos preços de combustíveis apenas quando fica cristalizada uma mudança de patamar no preço do petróleo. Por enquanto, a estatal considera que a alta em curso desde fevereiro tem fundamento meramente especulativa.
Joelmir Beting

3-Próximo leilão de energia vai dar mais espaço para térmicas a gás
O próximo leilão de contratação de energia elétrica, previsto para daqui a três anos, chamado de A-3, vai dar destaque para a participação de usinas termelétricas a gás. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, é uma forma de dar maior confiabilidade ao sistema, sem a dependência tão forte de fenômenos naturais.
Ele lembrou que a situação atual do gás no Brasil está diferente de há alguns anos, quando não havia gás suficiente para a indústria, para as térmicas e foi necessário contratar térmicas a óleo, porque também não havia licenças para hidrelétricas. ´A gente, felizmente, está voltando a um momento em que o gás está, paulatinamente, com disponibilidade, muito ligado ao pré-sal. As plantas de regaseificação também dão uma flexibilidade, disse.
O presidente da EPE lembrou que, entre as fontes fósseis, o gás é aquela que menos polui. E, por isso, no próximo leilão a EPE vai abrir mais espaço para essa fonte de energia, além das fontes renováveis, que são a prioridade do governo, com as hidrelétricas, as eólicas e as usindas de biomassa.
´Sem poder construir mais reservatórios (nas hidrelétricas), é preciso ter no sistema alguma fonte de energia de que se possa ter algum controle, porque todas as outras fontes são naturais. Se não chover, não ventar ou a safra for ruim, pode ligar a térmica, mas não fica na mão de eventos naturais´, explicou.
Fonte: Valor Online



4-Petrobras adquire petroquímica da Pesa por US$ 332 milhões
A Petrobras passou a deter 100% do capital social da Innova, petroquímica antes controlada pela Petrobras Energia Internacional, subsidiária argentina controlada pela Petrobras Argentina (Pesa). O valor da operação foi de US$ 332 milhões. A Petrobras, com a participação integral na Innova, passa a ter autonomia para alinhar a atuação desta empresa aos seus negócios atuais e futuros no Brasil. A Innova, que produz insumos como estireno e poliestireno, fica em Triunfo (RS).


II – COMENTÁRIOS

1-Obama quer mudanças na energia dos EUA
O Governo dos Estados Unidos planeja reduzir em 1/3 seu atual consumo de petróleo até o final da década, aumentar a oferta de biocombustíveis em pelo menos 80 milhões de galões em dois anos e fazer das fontes limpas as responsáveis por 80% da geração de eletricidade até 2035.
Em quatro anos, 1 milhão de automóveis e caminhões híbridos deverá circular no país. Esses tópicos estarão no plano Garantir o Futuro da Energia, do presidente americano Barack Obama.
"Quando fui eleito, os Estados Unidos importavam 11 milhões de barris de petróleo diários. Em um pouco mais de uma década, nós vamos cortar em um terço (para 7,3 milhões)", afirmou Obama, ao destacar a necessidade de redução da dependência da economia americana do petróleo e da busca de fontes alternativas e renováveis.
Sobre a Parceria com o Brasil. O Brasil fará parte dessa estratégia como futuro fornecedor de petróleo aos Estados Unidos, mais estável do que os países do Oriente Médio. O presidente americano falou de sua visita ao Brasil, há dez dias, e seu desejo de "compartilhar tecnologia e conhecimento" para a exploração na camada do pré-sal.
Obama também, citou o Brasil como exemplo de uso dos biocombustíveis. "Se alguém duvida do potencial desses combustíveis, considere o Brasil", afirmou. Porém, ao mencionar o sucesso do teste de um bioquerosene em voo do caça F22 Raptor, esqueceu-se da cooperação bilateral nesse segmento, oficializada durante sua passagem por Brasília.
Ao detalhar seu plano, Obama mencionou a impossibilidade de os Estados Unidos alcançarem autossuficiência em petróleo pelo fato de contar com apenas 2% das reservas mundiais e absorver 25% do combustível extraído no planeta.
"Mesmo que nós dobrássemos a nossa produção, ela seria ainda muito curta", afirmou. A matriz, indicou ele, terá de ser orientada para as energias renováveis, com atenção para dois graves acontecimentos.
Sobre o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, segundo Obama, deverá repercutir em novos padrões internacionais de segurança em negociação.
Os Estados Unidos têm 104 usinas nucleares, todas prestes a ser aposentadas. Esse conjunto gera cerca de 20% da eletricidade consumida pelo país.
"Sim, nós teremos de examinar como fazer térmicas a carvão mais limpas e como usar a energia nuclear. Estou determinado a garantir que as nossas usinas nucleares são seguras", disse o presidente.
O vazamento de petróleo em uma plataforma da BP no Golfo do México, em 2010, foi o segundo caso mencionado. Ainda no ano passado, o governo americano adotou novos requisitos para a exploração de petróleo nessa região. Porém, concedeu licença para 39 novas plataformas.
Denise Chrispim Marin
Fonte: O Estado de S. Paulo


2-Petrobras participa da Conferência ARPEL 2011 no Uruguai
Fonte: Agência Petrobras
O Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, falou sobre o cenário energético mundial na Conferência ARPEL 2011- Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás, Biocombustíveis da América Latina e Caribe, realizada em Punta del Este, no Uruguai.
Durante sua apresentação, Gabrielli ressaltou o impacto do preço do petróleo no mercado de gás: “O alto preço é positivo para o mercado de gás, e não só de gás, pois se esses valores continuarem, as alternativas se tornam mais viáveis. Com isso espero grandes mudanças e incentivos para os projetos de gás em toda a América Latina”, afirmou.
Outro ponto destacado por ele foi a diminuição do consumo nos EUA, Europa e Japão, e o crescimento da demanda na China e Índia como fatores essenciais para a mudança dos fluxos de produção e consumo no mundo. “Essa nova demanda já está causando mudanças na geopolítica dos países e irá afetar e intensificar a questão logística em várias regiões”, afirmou.
Durante a cerimônia de abertura, Milton Costa Filho, Gerente Geral da Petrobras México e presidente da Arpel, ressaltaram que o encontro é uma oportunidade para América Latina e Caribe debaterem temas como os efeitos da crise na África e Oriente Médio para os fluxos de investimentos: “As empresas hoje buscam segurança e estabilidade política, além de ambientes mais producentes, e isso inclui o mercado de petróleo, gás e biocombustíveis”.

3-Braskem vai participar do Comperj
Fonte: Valor Econômico
Após longo período de análise, o conselho de administração da Braskem, maior petroquímica do Hemisfério Sul, ratificou a participação no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), prevista no acordo que, em janeiro do ano passado, selou a incorporação da Quattor pela empresa controlada pelo grupo baiano Odebrecht. A informação foi dada pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, membro do conselho da Braskem. A parte petroquímica do projeto ainda não tem um valor definido porque o projeto não está detalhado. O projeto como um todo estava avaliado em US$ 8,5 bilhões, mas o valor já é considerado defasado.
"O conselho de administração da Braskem aprovou a participação no Comperj. Seu plano de investimentos, não posso entrar em detalhes, já tem verba aprovada pelo conselho de administração para o futuro investimento", disse Costa em entrevista ao Valor. A Braskem confirmou que o investimento foi aprovado em reunião do conselho realizada no dia 16 deste mês. A participação no projeto foi incluída no programa de investimentos apresentado pela direção da companhia aos conselheiros. De acordo com a empresa, só não houve detalhamento sobre quando e como será a participação.
A Petrobras detém, desde a negociação com a Quattor, 40% do capital votante da Braskem, contra 60% do grupo Odebrecht. A entrada no Comperj sempre foi considerada, pela Petrobras, uma etapa essencial para tornar viável a fase petroquímica do projeto, que inclui também a construção de uma refinaria com capacidade para processar 330 mil barris de petróleo por dia. E a estatal usou seu peso de acionista com voto qualificado no conselho para fazer, finalmente, valer seu objetivo.
Com o sim da Braskem, Costa avalia que a totalidade do projeto, dividido em três etapas, ganhou mais robustez, e já prevê uma antecipação da entrada em operação da fase petroquímica, prevista para o fim de 2016 e começo de 2017. Na avaliação do executivo, a continuidade do crescimento da demanda por resinas termoplásticas (polietileno, polipropileno e PVC, principalmente), o foco principal da Braskem, está assegurada por um fato estrutural e por dois eventos temporais de grande porte.

4-Estado do Rio planeja atrair investimentos dos EEUU
No rastro da visita do presidente Barack Obama ao Brasil, há duas semanas, o governo do Rio de Janeiro trouxe ontem uma comitiva a Washington para tentar atrair um público bastante arredio: os empresários americanos, que perderam, nos últimos anos, o posto de maiores investidores estrangeiros no país. "Precisamos de mais empresas americanas no Brasil", disse o empresário Eike Batista, do grupo EBX, com negócios em áreas como energia, mineração e transportes. "Os CEOs americanos pegam aviões para ir a lugares distantes como Xangai e Mumbai, mas está faltando ir para o Rio."
Em 2010, os investimentos diretos dos Estados Unidos no Brasil somaram US$ 6,204 bilhões, menos do que os US$ 6,695 bilhões da Holanda, os US$ 6,437 bilhões da Suíça e os estimados US$ 17 bilhões da China. Em anos anteriores, países como a Espanha passaram à frente dos Estados Unidos. Quando são somados os empréstimos intercompanhias, os americanos investiram mais US$ 4,3 bilhões em 2010, e os holandeses, mais US$ 2,5 bilhões. Os americanos, porém, repatriaram US$ 2,647 bilhões em investimentos diretos no ano passado.
"Há grande falta de informação sobre o Brasil", afirmou o governador do Rio, Sérgio Cabral, durante o seminário "Oportunidades de Negócios no Rio de Janeiro", organizado pela US Chamber of Commerce, Valor e "Washington Post". "Os franceses, espanhóis e alemães sabem mais sobre o Brasil."
O presidente da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, acha que a visão dos americanos sobre o Brasil ainda está contaminada pelo ambiente de alta inflação e instabilidade econômica vigente antes do Plano Real. Ele conta que, há alguns anos, quando tentava atrair uma empresa americana ao Brasil, as nova gerações de administradores estavam entusiasmadas e aprovaram o plano em poucos dias. "No conselho de administração da empresa, levou seis meses, porque havia dois membros que estavam à frente de empresas que fizeram investimentos na década de 80."
Eike disse que a empresa de logística de seu conglomerado, a LLX, conseguiu atrair coreanos, chineses e europeus para investir no porto de Açu, empreendimento de R$ 3,4 bilhões no norte do Rio. "Faltam os americanos", disse.
Ele informou que, dentro de dois meses, terá encontro com o comando da Apple para atraí-los a montar uma fábrica de produtos de alta tecnologia no complexo de Açu. "Vou me colocar como um provocador, no bom sentido", afirma. "O Brasil tem 100 milhões de consumidores de classe média e, em dez anos, terá 150 milhões."
A viagem de Obama ao Brasil, com pesada agenda comercial e de investimentos, foi um reconhecimento do peso do país para os EUA, disse o embaixador americano em Brasília, Thomas Shannon, que participou de um painel sobre o Brasil, em evento organizado pelo Eximbank, o banco de apoio a exportações americanas.
Segundo ele, não dá para ignorar que, embora tenham investido menos do que outros países em anos recentes, os EUA são a economia com o maior estoque de capital no Brasil. "Outros países descobriram oportunidades de negócio, e os EUA já estavam lá", afirmou. Mas reconhece que os empresários americanos estão investindo menos do que o potencial.
Fonte: Valor Econômico/Alex Ribeiro | De Washington

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