segunda-feira, 21 de março de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 26

I-NOTICIAS DO MERCADO

1- Petrobras, ANP e Uerj inauguram laboratórios em parque paleontológico
A Estruturação dos Laboratórios no Parque Paleontológico da Bacia de Itaboraí foi inaugurada na sexta-feira (18). O Parque foi reformado com R$ 309.010 da Petrobras e da ANP e, ainda, com recursos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os três laboratórios – de arqueologia, de geologia e de paleontologia – serão mantidos com a ajuda destas instituições.
A exploração do Parque apresentará um rico material de estudos para os cientistas e para a comunidade em geral. A opinião é do coordenador da rede de micropaleontologia e gerente de bioestratigrafia do Cenpes, Oscar Strohschoen.
“Nosso convênio oferece infraestrutura básica para reforçar o estudo de materiais existentes nesta região há cerca de 50 milhões de anos. Neste local há a única bacia nessa idade no Brasil, com uma grande quantidade de fósseis - excelente material de estudo. Trata-se de uma interação muito importante entre a comunidade científica e a universidade”.

2-Reunião da SPE MACAÉ
A secão Macaé da SPE reuniu-se para estudar sua participação na Brazil Offshore 2011.

3-Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras
A Petrobras, a Cemig e o Governo do Estado de Minas Gerais assinaram dia (17), o Protocolo de Intenções para a implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN V) e de um gasoduto em Uberaba. A Unidade terá capacidade de produção de 519 mil toneladas por ano de amônia, além do insumo agregar valor ao gás natural. Com a implantação da UFN V, o país não precisará mais de importá-lo

4-EBX e a GE anunciam parceria em Turbina a Gás
Durante a visita do Presidente Obama, os dois países vão assinar um acordo de cooperação em biocombustível de aviação.
O acordo é um aprofundamento do tratado de biocombustíveis assinado em 2007 pelos presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. No acordo, os dois países se comprometem a estimular o uso de bioquerosene em suas forças aéreas.
O Brasil produz bioquerosene de pinhão manso, que já foi usado em um voo de demonstração da TAM, e bioquerosene decana-de-açúcar, em uma parceria entre a Amyris, a GE e a Embraer.
A Força Aérea americana vem fazendo testes com bioquerosene de carmelina e algas. A ideia é que o uso militar do combustível ajude a disseminar o uso do bioquerosene nos países.
A importância das discussões sobre energia ganhou relevo ainda maior depois da crise nuclear no Japão.
O assessor da Casa Branca para América Latina, Dan Restrepo, afirmou que em meio "ao debate muito importante hoje sobre a conveniência da energia nuclear, temos uma situação complexa, e o presidente Obama desde o começo tem falado sobre a necessidade de fontes renováveis de energia".
"Uma parte crucial da visita ao Brasil será a discussão sobre energia", disse o representante da Casa Branca.
Nessa esteira, assinam um acordo de cooperação a EBX, do empresário Eike Batista e a GE no valor de R$ 1 bilhão para estudos e pesquisas na área de turbinas a gás.
Patrícia Campos Mello
Fonte: Folha de S. Paulo

5-Pré-sal terá cooperação de Brasil e EUA
Brasil e Estados Unidos irão cooperar na exploração do petróleo do pré-sal para aumentar a produção do combustível no mundo. Esta é a mensagem que deve constar no comunicado conjunto da presidente Dilma Rousseff e do presidente americano, Barack Obama.
A linguagem do comunicado ainda estava sendo negociada. Mas a idéia era mostrar que o Brasil tem interesse nos investimentos americanos no pré-sal e evidenciar para o mercado que a produção deve aumentar.
Com isso, esperam-se efeitos positivos para influenciar no preço do petróleo.
Por um lado, os EUA querem demonstrar que terão acesso a uma nova fonte de produção de petróleo, em um país amigo e democrático.
Ao mesmo tempo, do lado brasileiro, não havia interesse em se comprometer com algo mais concreto, porque a percepção é de que há muitos países interessados em participar de licitações no pré-sal e mesmo em oferecer novas tecnologias.
Paralelamente, continuam as negociações da Petrobras com o setor privado americano. Não se exclui a possibilidade de um acordo de garantia de fornecimento, semelhante ao fechado com a China, Em 2008, o país asiático emprestou US$ 10 bilhões à Petrobras, com o compromisso de a empresa exportar 200 mil barris diários por um período de dez anos.
Fonte: Folha de São Paulo


II – COMENTARIOS

1-Petrobras realiza consulta pública para complexo gás-químico no Espírito Santo
A Petrobras efetuou uma consulta pública para apresentar a proposta de Termo de Referência para a realização dos Estudos Ambientais de um complexo gás-químico no município de Linhares. Cerca de 450 pessoas, entre autoridades estaduais e municipais, representantes de conselhos, associações, sindicatos, movimentos populares e outros setores da sociedade capixaba participaram da consulta, no Guararema Clube, em Linhares.
A concepção de um complexo gás-químico no norte do Estado foi apresentada pelo consultor sênior da diretoria de Gás e Energia da Petrobras, José Alberto Montenegro Franco. Segundo ele, o complexo produzirá químicos de alto valor, tais como: fertilizantes nitrogenados (uréia), melamina, ácido fórmico, ácido acético e metanol – derivados do gás natural com aplicação na indústria de fertilizantes, utensílios domésticos, couro, tintas e vernizes, e biodiesel, respectivamente.
“O mercado de fertilizantes vem crescendo significativamente e existe disponibilidade de gás natural na região, cruzando todo o território do Espírito Santo”, argumentou Franco. Ele enfatizou que o empreendimento contribuirá para diminuir a dependência de importações de fertilizantes e matérias-primas da indústria química.
A consulta púbica foi mediada pelo coordenador de Avaliação Impacto Ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Herbert Proedel. Responderam às questões do público o gerente de Engenharia da Petrobras, Jorge Luiz Baltazar, o diretor técnico do Iema, Fernando Mello; a gerente de suporte técnico dos empreendimentos de Gás e Energia da Petrobras, Valeska Caffarena; além do José Franco.
Com a proposta de instalação do complexo apresentada à comunidade, a próxima etapa da Petrobras será a elaboração dos Estudos Ambientais, contendo um diagnóstico ambiental da área, uma análise dos possíveis impactos, e propostas de medidas compensatórias, além de programas de monitoração e uma análise de risco, visando à prevenção de acidentes.

2-Pré-sal – Acontecimentos Relevantes
Deve-se registrar o excelente trabalho que vem sendo executado pela equipe do Eng. Formigli, gerente executivo da Petrobras dedicado ao desenvolvimento do pré-sal.
Acontecimentos recentes:
2011
Fevereiro - Descoberta nova acumulação de petróleo leve (26 API) em reservatórios do pré-sal, na Bacia de Santos, em poço denominado Macunaíma 4-BRSA-818 .
Janeiro – Aprovado o afretamento de duas plataformas do tipo FPSO destinadas aos pilotos de Guará-Norte (BMS-9) e Cernambi (BMS-11), no pré-sal da Bacia de Santos. Cada unidade afretada terá capacidade para produzir 150 mil barris diários e entrada em operação em 2014, antes do previsto.
Janeiro – A Companhia comunica uma nova descoberta nos reservatórios do pré-sal, na Bacia de Santos, no bloco BMS-9, com a perfuração do poço de extensão Carioca Nordeste (3-SPS-74). O poço está localizado na área de avaliação do prospecto de Carioca, a uma profundidade de 2.151 metros.
2010
Dezembro – Entra em operação o Teste de Longa Duração (TLD) do reservatório de Carimbé, na Bacia de Campos, descoberto em maio de 2010. Esse teste, efetuado no poço 6-CRT-43-RJS, marco o começo da exploração de petróleo no pré-sal da porção central da bacia sedimentar. O poço foi interligado à plataforma P-48, no campo de Caratinga, na Bacia de Campos. A produção inicial prevista é de 24 mil barris diários.
Novembro – A Petrobras assina com a Engevix Engenharia contratos, no valor de US$ 3,46 bilhões, para a construção dos oito cascos do pré-sal, na Bacia de Santos. Cada unidade, do tipo FPSO, terá capacidade de produzir 150 mil barris diários de petróleo. A previsão é que entrem em operação em 2017 e devem acrescentar 900 mil barris à produção nacional. Os dois primeiros cascos serão entregues em 2013, os demais até 2015.
Outubro – Batizada plataforma P-57, unidade que servirá de modelo para a construção das plataformas do pré-sal, como, por exemplo, a P-58 e P-62, que vão operar no pré-sal da Bacia de Santos.
Julho – Entra em operação poço do pré-sal de Baleia Franca, no Parque das Baleias, na Bacia de Campos. A produção de 13 mil barris, com capacidade para 20 mil, foi iniciada através da conexão do poço 6-BFR-1-ESS ao FPSO Capixaba.
Junho – A Companhia comunica indícios de petróleo em reservatórios do pré-sal em Albacora Leste, na Bacia de Campos. Estimativas sugerem acumulação de petróleo leve, mas será necessária nova perfuração para para avaliar volumes, extensão e produtividade deste reservatório.
Abril – A Petrobras inicia o processo de contratação de oito cascos de plataformas do pré-sal, que vão operar na Bacia de Santos, a partir da assinatura de carta de intenção com a Engevix Engenharia S.A.

3-Energia termelétrica
A Petrobras possui 16 usinas termelétricas sob gestão própria . A capacidade do Parque Termelétrico de gestão própria é de 5.302 MW. .
Do total de 16 usinas sob gestão da Petrobras onze são movidas a gás natural, uma a óleo combustível e quatro bicombustíveis:
1. Sepé Tiaraju (Canoas-RS) – bicombustível (gás natural e óleo)
2. Fernando Gasparian (São Paulo-SP) - gás natural
3. Luiz Carlos Prestes (Três Lagoas - MS) - gás natural
4. Euzébio Rocha (Cubatão-SP) - gás natural
5. Mário Lago (Macaé-RJ) - gás natural
6. Barbosa Lima Sobrinho (Seropédica-RJ) – bicombustível (gás natural e óleo)
7. Juiz de Fora (Juiz de Fora-MG) – bicombustível (gás natural e etanol)
8. Rômulo Almeida (Camaçari-BA) - gás natural
9. Governador Leonel Brizola (Duque de Caxias-RJ) - gás natural
10. Termoceará (Caucaia - CE) – bicombustível (gás natural e óleo)
11. Piratininga (São Paulo-SP) - gás natural
12. Bahia I (Camaçari - BA) - óleo combustível
13. Celso Furtado (São Francisco do Conde - BA) - gás natural
14. Jesus Soares Pereira (Alto do Rodrigues - RN) - gás natural
15. Aureliano Chaves (Ibirité-MG) - gás natural
16. Araucária (Auracária - PR) - gás natural

4-A hora e a vez do gás natural
Em tempos de frequentes apagões de energia, imbróglios ambientais e jurídicos que vem atrasando as obras de hidroelétricas, a plataforma PMXL-1 da Petrobras, instalada no campo de Mexilhão (Bacia de Santos), entra em operação para extrair gás natural (GN) e reduzir o grau de incerteza quanto à capacidade de oferta de energia elétrica para sustentar o nosso crescimento. O mercado de GN é a grande aposta para os próximos anos, em virtude das descobertas do pré-sal.
Bacia de Santos
Com um investimento total de R$ 4,1 bilhões, Mexilhão (localizado no litoral paulista, a 160 km da costa) deve produzir 15 milhões de metros cúbicos por dia (metade do que o Brasil importa hoje da Bolívia), mas deverá entrar em operação com oito milhões de metros cúbicos por dia.
Estudo da Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural do Estado de São Paulo (CESPEG) mostra que, com a ampliação de investimentos, principalmente em cogeração na indústria, o consumo passará dos 18,3 milhões de metros cúbicos (2009) para cerca de 33 milhões em 2015.
Vantagens de sua utilização
Em meio à necessidade de investirmos na diversificação da matriz energética, o gás natural apresenta uma vantagem competitiva sobre outras fontes energéticas. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) o GN é o mais eficiente, pois apenas 10% do GN produzido é desperdiçado até chegar ao consumo final. Entre os derivados fósseis é o que apresenta menor emissão de dióxido de enxofre e níveis menores de óxido nitroso e dióxido de carbono. Além do fator econômico, pois nos últimos dois anos o preço do GN não tem acompanhado o crescimento do valor o petróleo.
Novos mercados
O crescimento expressivo da produção interna de GN será fundamental na geração de energia elétrica, pois o insumo pode ter um papel de complementariedade à hidroeletricidade, no sentido de preservar os níveis dos reservatórios.
Outro mercado com um potencial formidável será o da cogeração, pelos ganhos em eficiência energética e vantagens ambientais, além de aumentar a segurança do sistema interligado nacional, por se tratar de projetos de geração distribuída.

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