quinta-feira, 10 de março de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 25

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1-Contestação no mundo árabe: risco real de choque do petróleo
O risco de um choque durável do petróleo é bem real, estimou um dos dirigentes do banco central americano Federal Reserve, Dennis Lockhart, ante a subida das cotações causada pelas revoltas populares no Oriente Médio e na África do Norte.
"Se quisermos avaliar de forma realista as chances de a economia (americana) continuar a crescer, é preciso levar em conta não apenas o risco de um choque durável do petróleo, mas também riscos associados à política fiscal e a situação daqui e na Europa", disse.
Lockhart, em discurso pronunciado na Flórida, disse que sempre pensa em poder ser "agradavelmente surpreendido" pelas performances da primeira economia mundial num futuro próximo.
Fonte: AFP

2-Petróleo recua com possível solução para instabilidades na Líbia
Os preços internacionais do petróleo caíram diante dos sinais de busca por uma solução diplomática para a crise política na Líbia. Em Londres e Nova York, os contratos da commodity para os próximos dois meses recuaram, mas ainda não voltaram ao patamar que estavam devido à forte alta da véspera, quando a commodity chegou ao preço mais alto em dois anos.
O contrato do WTI para abril caiu US$ 0,32 e fechou o dia a US$ 101,91. O vencimento de maio caiu US$ 0,39, para US$ 103,09.
O petróleo tipo Brent fechou em US$ 114,79, com queda de US$ 1,56 para o vencimento em abril. O ativo para maio caiu US$ 1,35 e fechou a US$ 114,83.
A informação que aliviou os mercados foi a que o ditador líbio, Muammar Kadhafi, aceitou a proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de criar uma comissão multilateral de paz para solucionar a crise na Líbia.
De acordo com a rede de notícias Al Jazeera, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, discutiu a questão com o líder da Liga Árabe, Amr Moussa.
O plano pode envolver a participação da América Latina, Europa e Oriente Médio nas negociações para se tentar chegar a um consenso entre o ditador líbio e as forças de oposição, que tomaram o controle de áreas importantes do país do norte da África.
A esperança de uma resolução para os conflitos, entretanto, ainda tem bases frágeis. O chefe da oposição, Mustafá Abdel Jalil, se mostrou totalmente contrário à proposta, destacando que não existiu qualquer tipo de diálogo quanto à iniciativa venezuelana.
Nesta quinta, o promotor-chefe do Tribunal de Haia, Luis Moreno-Ocampo, disse que o órgão investigará o ditador Muammar Kadhafi e os membros de seu círculo de poder, inclusive os seus filhos, por possíveis crimes contra a humanidade, cometidos durante a repressão violenta das manifestações antigoverno.
Fonte: Valor Online

3-Empresa diz produzir diesel com sol, água e gás carbônico
Uma empresa da área de biotecnologia de Massachussetts (EUA) afirmou que é possível produzir combustível usando os mesmos ingredientes que fazem uma planta crescer.
A Joule Unlimited inventou um organismo geneticamente modificado que, segundo a companhia, simplesmente secreta óleo diesel ou etanol sempre que está exposta à luz do sol, com água e dióxido de carbono disponíveis.
A empresa afirma que pode manipular o organismo para produzir combustíveis renováveis a taxas sem precedentes, e pode fazê-lo em grande escala e baixo custo, se comparado ao dos combustíveis fósseis mais baratos.
O organismo em questão é uma cianobactéria --que, apesar de não pertencer ao reino vegetal, e sim ao monera (bactérias), também é chamada de alga.
Geneticamente modificada, ela é capaz de produzir e secretar etanol ou hidrocarbonetos --substâncias que compõem diversos combustíveis, como o diesel-- como subproduto da fotossíntese.
A companhia também tem a intenção de construir biorreatores com as cianobactérias, de forma que elas também consumam o dióxido de carbono emitido pelas indústrias. Esse método tem sido bastante estudado por cientistas para a redução de emissões de CO2, inclusive no Brasil.
"O que afirmamos é ousado, e é algo em que acreditamos, validamos e apresentamos a investidores", afirma o executivo-chefe da companhia, Bill Sims. "Se estivermos parcialmente corretos, isso ainda revolucionará a indústria mundial de óleo e gás", completa.
O feito ainda não está realmente completo, e há bastante ceticismo em relação à capacidade da Joule de cumprir a promessa. Segundo outros pesquisadores, as cianobactérias secretam uma baixa quantidade de combustível em um volume enorme de água, e a coleta do material pode apresentar complicações.
Fonte: Folha Online

4-Pré-sal vai exigir mais 50 navios até 2017
A Petrobras estima que vai precisar ampliar sua frota em 50 navios, até 2017, para atender os projetos no pré-sal.
Com isso, a estatal utilizará, no total, cerca de 200 embarcações nas operações de apoio à produção de petróleo e transporte de derivados.
A empresa começa a trocar em 2011 parte da frota. Dos 150 navios com os quais a Petrobras tem contratos, a maior parte é alugada no exterior. Somados aos pedidos emergenciais, ao ano são gastos US$ 1,8 bilhão com aluguel.
A troca dos navios por embarcações construídas por empresas brasileiras não terá grande efeito na redução de custos, mas garantirá mais disponibilidade e confiabilidade, alega a Petrobras.
Fonte: Folha de S. Paulo


II – COMENTARIOS

1-Granol é líder em leilão de biodiesel
A Granol foi a principal vendedora de biodiesel no mais recente leilão de compra do governo, realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). A empresa, tradicional processadora de soja brasileira, ficou com uma fatia de 16,83% do total comprado pela Petrobras, um volume de 111,11 milhões de litros de biodiesel. Essa quantia representa 99,80% de sua capacidade instalada.
A empresa vendeu 14,64% do total durante o 21º leilão e este porcentual subiu para os 16,83%, depois que a ADM teve seu selo social suspenso e perdeu os lotes comercializados, que passaram aos segundos colocados de cada lote. A empresa possui duas usinas de biodiesel, uma localizada em Anápolis (GO), e outra em Cachoeira do Sul (RS).
O biodiesel vendido no leilão será entregue no segundo trimestre deste ano para ser misturado a uma proporção de 5% no diesel mineral, o B5. A decisão da ANP ainda não foi homologada, o que deverá acontecer nos próximos dias. Com a venda de 111,11 milhões de litros, a Granol ganhou quase o dobro da segunda colocada no leilão, a Caramuru, que comercializou 60 milhões de litros. No leilão anterior, realizado no final de 2010, a Granol havia vendido 70 milhões de litros.
O preço médio obtido no leilão atual foi, contudo, menor que o registrado anteriormente, ficando em R$ 2,046 por litro, de R$ 2,29 por litro, ou seja, queda de 10,65%. "A queda de preços deveu-se ao aumento da oferta de matéria-prima, que é bastante grande no segundo trimestre, com a entrada da safra da soja", explica a diretora financeira da Granol, Paula Cadette. Segundo ela, as empresas foram muito mais agressivas neste último leilão já que, além do fato da entrada da safra de soja, o número de ofertantes e a capacidade instalada estão cada vez maiores.
"O setor já possui capacidade instalada para B10, mas um aumento da mistura ainda é incerto", disse Paula. Este excesso de oferta deve continuar contribuindo para que os preços sigam deprimidos nos próximos leilões. Mesmo com a maior competitividade da Granol frente às outras empresas, em função de ser uma processadora de grãos, a líder dos leilões tem visto uma redução de suas margens.
A empresa acabou de divulgar investimentos na construção de uma esmagadora de soja em Tocantins. Mas Paula informa que ainda não há planos de construção de uma usina de biodiesel vinculada à esmagadora na região. Segundo ela, investimentos em usinas de biodiesel ainda dependem do aumento na obrigatoriedade do biodiesel no diesel, que permita absorver a capacidade instalada nacional. Para a diretora, os atuais aumentos de preço do petróleo devem favorecer a decisão de aumentar a obrigatoriedade da mistura. "O setor realmente depende desse aumento para se manter viável".
Fonte: Agência Estado

2-Produção brasileira de petróleo sobe 6,3% em janeiro 2011
A produção brasileira de petróleo cresceu 6,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O boletim da Petrobras mostra que a produção atingiu a marca de 2,122 milhões de barris por dia no primeiro mês do ano.
Por outro lado, na comparação com dezembro a produção de petróleo do mês passado recuou cerca de 2,65%.
Já a produção de gás natural aumentou 13,2% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2010, segundo a ANP. No mês passado, o Brasil extraiu 66 milhões de metros cúbicos por dia. Assim como o petróleo, a produção de gás caiu 4,3% na comparação com dezembro de 2010.
A soma da produção de petróleo e gás natural ficou em torno de 2,539 milhões barris de óleo por dia.
Em janeiro de 2011, 23 empresas atuaram na produção nacional de petróleo, com 301 permissões de exploração, sendo 75 concessões marítimas e 226 terrestres.
Pré-sal
A produção do pré-sal em janeiro foi de 71,7 mil barris por dia de petróleo e 2,527 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. O volume supera em cerca de 5 % a produção de dezembro de 2010, que foi de 68,3 mil barris por dia de petróleo e 2,402 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
Queima de gás
A ANP informou ainda que as empresas que extraem gás natural reduziram em cerca de 12,4% a queima do produto em janeiro na relação com o mesmo mês de 2010. Na comparação a dezembro do ano passado, a queda foi um pouco menor, de 8,3%.
Principais campos produtores
Entre os 20 maiores campos produtores de petróleo e gás natural no Brasil, dois são operados por empresas estrangeiras - Frade/Chevron e Ostra/Shell. A Petrobras, no entanto, opera a maior parte dos campos de petróleo e gás natural brasileiros, com quase 93% do total.

3-Dilma aprova estratégia de exportação para o pré-sal
Fonte:Valor Econômico
O governo brasileiro quer se tornar grande exportador de gás e petróleo aos Estados Unidos, para evitar que os combustíveis extraídos da camada pré-sal no litoral do Brasil reduzam a proporção de fontes de energia "limpa", renovável, como a hidroeletricidade, na matriz energética brasileira. A intenção de exportar a maior parte do petróleo e gás do pré-sal para não "sujar" a matriz foi comunicada pela presidente Dilma Rousseff a enviados do governo americano que estiveram no país em preparação à visita do presidente Barack Obama.
A estratégia brasileira foi bem recebida em Washington, onde a oferta é vista como uma oportunidade para concentrar no continente americano cada vez mais os fornecedores de combustível fóssil aos EUA, reduzindo a dependência em relação ao Oriente Médio. Ainda não estão concluídas as conversas para o mecanismo que consolidará essa cooperação na área de energia, mas o tema já está escolhido como um dos principais assuntos da visita de Obama ao país e de seu comunicado conjunto com Dilma Rousseff, no sábado, dia 20/03.
O interesse em ter os EUA como grande consumidor do petróleo do pré-sal foi comunicado por Dilma, em fevereiro, ao secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner e, em janeiro, aos senadores republicanos John McCain e Jonh Barrasso. Os EUA obtêm do Canadá e do México, seus maiores fornecedores, pouco mais de um terço do petróleo que importam; outro terço vem da Arábia Saudita, Nigéria e Venezuela. O Brasil é o décimo maior fornecedor aos EUA.
A perspectiva de obter no Hemisfério Ocidental, em região de influência americana, a maior parte do petróleo consumido nos EUA é recebida com entusiasmo em Washington, segundo uma autoridade que acompanha os preparativos para a vinda de Obama. Mesmo com o aumento da produção local, o Escritório de Energia Americano prevê que o país continuará importando cerca de metade do petróleo que consome e só em 2035 deve reduzir essa parcela a 45%.
O Eximbank americano já ofereceu à Petrobras, desde 2010, financiamento de até US$ 2 bilhões para investimentos no pré-sal, com participação de empresas do país. A oferta de linhas do mesmo porte deve ser oficializada durante a visita do presidente americano para financiar joint ventures de companhias brasileiras e americanas no exterior, especialmente na África, em projetos de infra-estrutura e exploração mineral.
A tentativa da Exxon de explorar poços em águas ultra profundas foi malsucedida, como registrou a empresa em seu balanço, no ano passado, ao contabilizar como perdas dois poços na bacia de Santos onde investiu algumas centenas de milhões de dólares antes de considerá-los inviáveis comercialmente. A empresa teria obtido, porém, informações geológicas importantes que poderão ser usadas em novas tentativas, segundo uma fonte que acompanha o assunto.

4-Governo prefere Vale em Belo Monte
Fonte: Valor Econômico
A Vale deverá substituir o grupo Bertin no consórcio de construção de Usina de Belo Monte, no Pará. A direção da Eletrobrás, após reunião na semana passada no Rio, fez o convite para a Vale, que demonstrou muito interesse em participar do empreendimento, cujo investimento previsto é da ordem de R$ 20 bilhões.
O governo tem pressa em resolver a questão, depois que o BNDES negou empréstimo para o grupo Bertin, pois teme que o início do ciclo de chuvas na região Norte atrase ainda mais o cronograma das obras. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou, durante a posse do novo presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, na segunda feira, que esta decisão será tomada "no início de março".
A vaga da Bertin no Consórcio Norte Energia estava sendo disputada tanto pela Vale quanto pelo empresário Eike Batista e, com menores chances, pelo grupo Gerdau. A favor da Vale pesaram alguns pré-requisitos essenciais. O principal deles consta do edital de licitação da usina: a necessidade de se ter na concessionária uma empresa autoprodutora e grande consumidora da energia elétrica que será produzida pela futura usina.
Além disso, a Vale tem conhecimento do projeto, já que participou do grupo derrotado pela Norte Energia, ao lado da construtora Andrade Gutierrez. Outro elemento favorável à mineradora é o fato de ela ser uma empresa com forte identidade nacional, assinalaram fontes do governos.
Eike Batista também estava interessado em participar do negócio. Algumas preocupações, porém, afastaram o governo da escolha do empresário. Ao contrário da identidade empresarial da Vale, as empresas do grupo estão muito ligadas ao estilo de Eike Batista. Outra razão citada por fontes qualificadas do setor elétrico é o fato do empresário ter um perfil mais agressivo, uma pessoa que está disposta a investir em um empreendimento para vendê-lo mais à frente se essa for uma operação lucrativa.
Apesar de ter sido parte integrante do consórcio vencedor da licitação para a construção da Usina, o governo trabalhava com alternativas para a eventualidade das empresas participantes da concessionária não terem condições de honrar seus compromissos. Neste cenário, assinalaram fontes do governo, a Vale sempre se destacou como uma opção.
Para o governo, a definição do substituto da Bertin é o último empecilho para garantir o início das obras. Não existe preocupação com a derrubada da licença ambiental parcial pela Justiça do Pará. De acordo assessores que acompanham o processo de licitação, disputas jurídicas em empreendimentos desta natureza são naturais.
Da mesma forma, mantém-se, no Palácio do Planalto, o otimismo sobre a concessão da licença ambiental definitiva, apesar das declarações consideradas contraditórias dadas pelo atual presidente do Ibama Curt Trennepohl, ao "O Globo", afirmando não ser possível, no momento, conceder uma licença ambiental para a obra.

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