I – NOTÍCIAS
A Petrobras convocou assembleia de acionistas para alterar seu estatuto social, com o intuito de viabilizar a eleição de um representante dos empregados para o conselho de administração.
A indicação de um funcionário para esse órgão está prevista na Lei 12.353, publicada no fim do ano passado, e vale para empresas federais estatais e de economia mista com mais de 200 funcionários. A mudança no estatuto será votada no dia 23.
Ao contrário do que ocorre com os demais conselheiros, a proposta apresentada pela Petrobras para a assembleia prevê o limite de uma reeleição para o representante dos empregados. Também diferente do normal para os demais administradores da petroleira, esse conselheiro não precisará ter diploma de curso universitário para tomar posse.
Os empregados conselheiros serão eleitos em votação direta de seus pares, em um processo organizado pela empresa e por entidades sindicais. A responsabilidade desse membro será igual à dos demais.
Procurada, a empresa disse que não tem mais detalhes sobre o processo que definirá o ocupante do novo cargo e que a data da eleição não foi marcada.
Após a mudança no estatuto, o conselho de administração da Petrobras passará a ter dez vagas. Na mesma assembleia do dia 23, será votada a indicação da ministra da Casa Civil, Miriam Belchior, para ocupar um desses postos, que ficou vago com a saída de Antonio Palocci.
Como o estatuto da Petrobras diz que a definição da política de recursos humanos está entre as atribuições do conselho de administração, a estatal incluiu um novo dispositivo para deixar claro que o representante dos empregados não poderá votar nem participar de reuniões sobre algumas dessas matérias.
Repetindo o que está escrito na Lei 12.353, o estatuto da empresa vai dizer que há conflito formal de interesse quando as discussões e deliberações em pauta envolverem "assuntos de relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive matérias de previdência complementar e assistenciais".
O Banco do Brasil disse que deve mudar o estatuto ainda neste mês. O prazo para adequação dos estatutos sociais termina em meados de setembro.
Valor Online
A Petrobras deve lançar no próximo mês licitação para contratação da construção e integração dos módulos dos oito FPSOs replicantes que vão operar nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. A informação foi dada no início da semana, pelo diretor de Serviços e presidente em exercício da empresa, Renato Duque. Exceto os módulos para remoção de CO2, todos os demais serão idênticos, apesar de haver variações nas características em diferentes áreas do pré-sal.
A concorrência foi dividida pela Petrobras em cinco pacotes e as plataformas terão capacidade para produzir 150 mil bpd de óleo. As duas primeiras unidades a entrar em operação, os FPSOs P-66 e P-67, devem produzir o primeiro óleo em 2015. A Petrobras vai fornecer seis itens, que serão comprados separadamente: turbo geradores, conjuntos de compressores, conjuntos de permutadores, guindastes offshore, sistemas de tocha e sistemas de remoção de CO2.
O primeiro pacote inclui os módulos para os sistemas de flare, remoção de CO2, remoção de sulfato, injeção de água e utilidades, automação e elétrico. No pacote dois estão os módulos de gás combustível e desidratação. Os módulos de injeção de CO2, exportação de gás, compressão e vapor fazem parte do pacote três. O sistema para processamento de óleo e tratamento de água produzida e os módulos de geração farão parte dos pacotes quatro e cinco.
Fonte: energiahoje
A diretoria da Petrobras decidirá a compra de quatro navios do tipo VLCC – petroleiros de carga – para conversão dos cascos nos FPSOs que serão utilizados nas áreas da cessão onerosa, no pré-sal da bacia de Santos. A informação é do diretor de Serviços, Renato Duque, que participoudo lançamento da seleção pública para projetos de esporte e educação da empresa.
Duque não quis adiantar o valor que será pago pelos cascos. Sabe-se, contudo, que um VLCC hoje custa em torno de US$ 30 milhões, o que geraria uma encomenda de cerca de US$ 120 milhões.
Os VLCCs serão obrigatoriamente convertidos no estaleiro Inhaúma, antigo Ishibras, arrendado pela Petrobras por 20 anos.
O serviço de conversão será licitado pela petroleira no próximo mês. As obras de integração e construção dos módulos das unidades devem ser lançadas no final do ano, ou no início de 2012.
A Petrobras pretende iniciar a produção na cessão onerosa em 2015. A área de Franco será a primeira da região a ser explotada e receberá um FPSO com capacidade de 150 mil bpd. As demais unidades entram em operação até 2020.
Fonte: energiahoje
Relatório elaborado pela consultoria DeGolyer&MacNaughton e divulgado pela HRT Óleo e Gás estima recursos potenciais totais líquidos de 815 milhões de barris de óleo equivalente (boe) para os blocos 2813-A, 2814-B e 2914-A, operados pela petroleira na Bacia de Orange, Namíbia. O relatório indicou potencial para 649 milhões de barris de óleo e 166 milhões de boe de gás natural.
A HRT possui hoje volume potencial certificado da ordem de 7,9 bilhões de boe, quase uma descoberta equivalente ao campo de Lula, operado pela Petrobras no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. A maior parte do volume de recursos prospectivos está nos blocos que a empresa opera no país africano. São 6,92 bilhões de boe do total estimado. No Solimões, onde detém a concessão de 21 áreas, são estimados recursos prospectivos de 449 milhões de boe e 515 milhões de boe contingentes 3C.
A empresa pretende perfurar no próximo ano quatro poços exploratórios na Namíbia. Já foram adquiridos cerca de 5 mil km² de sísmica 3D na Bacia de Walvis e quase 3 mil km³ de dados 3D na área dos blocos 2813A e 2814B , 2713A e 2713B, todas na Bacia de Orange, estão sendo adquiridos no momento.
Fonte: energiahoje
A Aeris Energy pretende inaugurar em dezembro sua primeira fábrica de pás eólicas – a segunda do Brasil – no complexo industrial de Pecém, no Ceará. A planta terá capacidade inicial de produzir 2 pás/dia, que será ampliada nos meses seguintes e chegará 8 pás/dia (2,9 mil pás/ano) até o fim de 2012.
Os equipamentos terão entre 45 m e 50 m e serão fabricados para turbinas de 2 MW. A empresa não revela quem são os clientes, mas espera que as primeiras unidades sejam entregues em dezembro ou janeiro.
“Vamos começar fazendo projetos de clientes, mas no médio prazo (3 a 5 anos) vamos oferecer pás tropicalizadas, mais adequadas às condições de vento brasileiras”, afirma Bruno Vilela, diretor executivo da Aeris Energy. “Temos parcerias com empresas, centros de pesquisa e institutos internacionais na Dinamarca, na Holanda e nos Estados Unidos (para desenvolver esses produtos).”
O empreendimento recebeu investimento de R$ 50 milhões na fase inicial e estão previstos mais R$ 30 milhões para a ampliação. O dinheiro é proveniente de um fundo de equity privado, controlado por Bradesco e Banco Espírito Santo. O empreendimento vai gerar 350 empregos inicialmente, que serão posteriormente ampliados para cerca de 1 mil.
A fábrica ocupará uma área de 32 mil m², sendo 20 mil m² na primeira etapa e 12 mil m² no fim da ampliação. Terraplanagem e fundações foram concluídas e já estão sendo colocados pilares e estruturas. “O cronograma de obras está dentro do esperado, estamos até com folga. No mais tardar em dezembro queremos começar a produção”, afirma Vilela.
Atualmente, há apenas uma empresa brasileira dedicada à fabricação de pás, a Tecsis. Instalada em Sorocaba (SP), a companhia atua desde 1995 no mercado nacional.
Fonte: Energia hoje
6-Fontes Alternativas terão 20% da matriz energética em 2020
Fonte: TN Petroleo
Fontes Alternativas de energia como PCHs, solar, eólica e biomassa terão participação de 20% do mercado energético brasileiro em 2020, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel).
Segundo o executivo, há perspectiva de crescimento na matriz energética de todas as fontes alternativas, porém, a energia eólica é que mais deve receber investimentos e aumentar seu percentual de participação no mercado. Já as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), devem ser as que menos devem ter crescimento.
Carga tributária, condições de financiamento e desenvolvimento tecnológico são os principais desafios, segundo Dias, para uma entrada com mais força dessas fontes de energia. Além disso, a demora na avaliação de projetos básicos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prejudica a competitividade das PCHs, que tem mais de 700 projetos a espera de aprovação.
II – COMENTÁRIOS
1-Eike Batista começa a produzir energia solar
Fonte: Agência Estado
O empresário Eike Batista inaugurou, em Tauá, na região conhecida como Sertão dos Inhamuns, no Ceará, a primeira usina de energia solar comercial do Brasil. "Concluímos a montagem dos painéis solares da usina de Tauá", destacou o empresário em sua página no Twitter. "No total, são 4.680 painéis, de 18 quilos cada, que somam 84 toneladas, agrupadas numa área de 12 mil metros quadrados. Fabricados pela japonesa Kyocera, os painéis captam a luz do sol para a conversão em energia elétrica."
Chamada de MPX Solar Tauá, a usina, que já vem operando desde abril, funciona quase como um projeto piloto para voos mais altos nesse segmento. Possui capacidade de gerar um megawatt (MW), o suficiente para abastecer 1,5 mil residências.
A MPX Solar já obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace) para expandir sua capacidade até cinco megawatts. O investimento no projeto é de R$ 12 milhões, com apoio do governo do estado, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Prefeitura de Tauá.
"Tauá concorre para ser eleita uma das 100 mais importantes iniciativas de economia verde da última década. O Livro Verde do Século XXI, publicação do Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Eubra) e da agência Organização das Nações Unidas Habitat, reunirá 350 casos de sucesso em todo o mundo, entre eles, o da nossa usina. Se o empreendimento for eleito como uma das 100 melhores práticas, ganhará destaque na publicação", aposta Eike.
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Zuza Oliveira, por meio de nota à imprensa, informa que a MPX Solar vai trabalhar além do desenvolvimento de montagem de painéis solares com extração de quartzo, silício e fabricação de células fotovoltaicas. "Com isso vamos garantir uma redução do valor pago pela energia solar de aproximadamente R$ 500 para R$ 140 o megawatt/hora, que é o valor comercial para fontes como a hidrelétrica."
O processo de produção começa com a luz solar incidindo sobre estes painéis, que são responsáveis pela transformação da radiação em energia. A energia elétrica é então conduzida por cabos até caixas de controle e monitoramento. Após concentrada, toda essa energia é enviada por cabos subterrâneos para uma sala onde ocorre a transformação da energia de corrente contínua para corrente alternada.
Tauá, localizada a 360 quilômetros de Fortaleza, foi escolhida para sediar a usina porque possui os melhores índices solares do Nordeste. O município está bem próximo à Linha do Equador.
Parte da crise de abastecimento no setor de cana de açúcar resulta da insuficiente remuneração da atividade agrícola e dos fornecedores. Como consequência, a renovação dos canaviais foi de 5%, 8% e 10% nos últimos três anos, quando poderia se renovar até 18% ao ano.
Se, nos canaviais de hoje, estivessem sendo produzidas mais 10 toneladas por hectare, seriam quase 80 milhões de toneladas a mais, que contribuiriam muito neste momento. O fornecimento e os fornecedores de cana precisam ser resgatados. Esse resgate será salutar.
Hoje, cerca de dois terços da cana é produzida ou gerenciada pelas próprias usinas e o resto, por fornecedores. Mas isso deve mudar, pois entram na cana empresas vindas do setor de petróleo, tradings e outros, que terão menos incentivo para gerir as áreas agrícolas. Além disso, os custos de produção de cana, como de outras culturas no Brasil, vêm se elevando consideravelmente, bem como o preço das terras, o que aumenta a necessidade de imobilização.
Paralelamente crescem empresas especializadas na atividade agrícola de cana, gerindo áreas e oferecendo serviços agrícolas a diversas usinas. Também crescem empresas especializadas em transporte, armazenagem, comercialização, empresas de serviços, agrodistribuidores e cooperativas.
Tendo parceiros especializados para desenvolver e gerenciar as áreas agrícolas, o imobilizado para as usinas pode diminuir bastante, facilitando e financiando a expansão industrial. Investimentos integrados com fornecedores aliviariam também o peso dos greenfields nas áreas de expansão.
Com o crescimento na confiança entre os agentes e os casos de sucesso hoje existentes, os modelos de terceirização da produção de cana ganharão espaço. Em locais onde foram feitos, houve crescimento econômico e desenvolvimento regional, com o surgimento de novos empreendedores e negócios.
Para que essa relação tenha equilíbrio, inovação e eficiência, é preciso que o Consecana, um modelo de remuneração admirado mundialmente, esteja sempre sendo atualizado, considerando o mix de produtos gerados.
O futuro reserva papel fundamental para associações e cooperativas em cana, para que os produtores possam ser bem representados ao dialogar com novas e grandes empresas industriais. Essas organizações precisam passar por processo de fusão e profissionalismo crescentes, se adaptando ao novo cenário.
Especialistas em fornecimento de cana terão participação crescente na cadeia, que se transformará cada vez mais numa sofisticada rede contratual de produção e serviços, bem mais eficiente, flexível e com uso intenso de seus ativos como máquinas. Afinal, nada como especialistas integrados em cada uma das atividades, inovando e aprendendo em diálogo constante. Por isso, resgatar os fornecedores de cana agora é uma ação estratégica alinhada com eficiência futura.
Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo
Marcos Fava Neves
Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat
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