I- NOTICIAS
Em junho de 2012, a comunidade científica deverá ter à disposição o primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil.
A construção da embarcação já foi iniciada e será celebrada em uma cerimônia de "batimento de quilha" no dia 12 de agosto, no estaleiro Inace, em Fortaleza (CE).
O barco, cujo nome ainda não foi escolhido, faz parte de um projeto de incremento da capacidade de pesquisa submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP).
O projeto também inclui a aquisição do navio oceanográfico Alpha Crucis, que deverá estar disponível em novembro para substituir o navio Professor W. Besnard, que está sem condições operacionais de pesquisa desde que sofreu um incêndio, em 2008.
Recepcionado pelo prefeito Newton Lima e o secretário municipal de Meio Ambiente, Harildon Machado, empresários chineses conheceram a infraestrutura do porto de Ilhéus.
A finalidade é elaborar um diagnóstico visando exportar manganês pelo terminal. Os executivos, da Brazil Resources Holding e da Prosperity International Holdings, com sede em Hong Kong, dizem que a proposta é fazer a primeira exportação em três meses.
O prefeito elogiou a iniciativa dos empresários chineses em investir no município e iniciar a exportação de cerca de 45 mil toneladas em três meses. E falou sobre o porto sul, que dará impulso à atividade do terminal, ligando o porto de Ilhéus ao centro-oeste do Brasil.
O consultor e operador portuário Libério Menezes repassou informações técnicas sobre a infraestrutura portuária e as atividades logísticas. Dentre elas, citou o projeto de expansão do porto a ser executado pelo Governo Federal.
Com dinheiro sobrando, instituições financeiras miram parcerias com as brasileiras de pequeno e médio portes
Após a vinda do Banco da China, em 2010, mais duas instituições manifestaram desejo de operar no Brasil
Dois anos depois de desbancar os EUA da posição de principal destino das exportações brasileiras, a China passa a mirar também o mercado financeiro nacional.
Com a vinda, em 2010, do Banco da China, um dos maiores do mundo, outras duas instituições manifestaram desejo de operar no Brasil --e aguardam autorização do Banco Central.
O Banco de Desenvolvimento, uma espécie de BNDES local, também quer expandir sua atuação aqui, segundo a Folha apurou.
Além disso, com dinheiro sobrando em casa, os chineses se tornaram parceiros ideais para bancos de pequeno e médio porte brasileiros, que precisam reforçar o capital.
Intermediador de negócios entre empresas nacionais e chinesas, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, diz ter em mãos um raio-X financeiro de duas instituições de pequeno porte que operam no Brasil e que estão interessadas em ter os chineses como sócios.
"Temos bancos chineses que ainda não estão no país e que podem firmar parcerias com os brasileiros", diz Tang.
Ele lembra ainda que o Fundo Soberano da China também veio para o Brasil em 2010 comprar uma parte do banco BTG Pactual. "A atuação chinesa na área financeira ainda é tímida porque os bancos não conhecem o Brasil", justifica Tang.
Mas ele diz que o interesse é crescente. "A Sany [empresa de máquinas e equipamentos para construção pesada, que já opera no país] quer criar aqui uma empresa de leasing para financiar a venda dos seus produtos."
Na avaliação do embaixador Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, a vinda das instituições financeiras é uma evolução natural da relação entre os dois países. "Isso mostra que foi feita uma aposta estratégica no Brasil."
"Os bancos chineses estão usando o excesso de liquidez da China. Eles usam recursos estratégicos para financiar as suas próprias empresas", diz Rubens Sawaya, professor e coordenador do curso de economia da PUC-SP.
Fonte: Agência Petrobras
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo e o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, apresentaram o plano de negócios 2011-2015 para investidores, empresários e profissionais do setor durante evento promovido pela companhia, IBP, ONIP e Sistema Firjan.
De acordo com o presidente Gabrielli, o Brasil é o país que mais cresce fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O país é líder em termos de capacidade de produção, desenvolvimento tecnológico e conhecimento da produção em águas profundas. “Queremos duplicar as reservas provadas da Petrobras até 2020, mantendo o custo de descoberta em torno de dois dólares o barril. É um desafio grande, mas possível.”
José Sergio Gabrielli falou ainda sobre os investimentos no estado do Rio de Janeiro. Segundo o Plano de Negócios 2011-2015, a Petrobras investirá US$ 104,7 bilhões. Somando os investimentos das empresas parceiras, esse número sobe para US$ 127,4 bilhões.
“Temos duas premissas. A primeira premissa fundamental é a de que não haverá uma nova capitalização para financiar os investimentos da Petrobras. A segunda é de que não ameaçaremos o grau de investimento com o aumento do endividamento da Petrobras. Consideramos que este plano, do ponto de vista financeiro é um plano viável, saudável e que mantém a companhia como investment green e que não vai diluir os nossos acionistas atuais".
O Plano de Negócios Petrobras 2011-2015 foi aprovado pelo Conselho de Administração da Companhia na sexta-feira (DIA 22/07) e totaliza investimentos de US$ 224,7 bilhões para os próximos quatro anos.
II– COMENTÁRIOS
Fonte: Agência Brasil
A cooperação firmada entre o Brasil e a China, por meio do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, poderá resultar em benefícios para o Brasil especialmente na área de energias renováveis, disse o diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Segen Estefen. Ele participou de seminário realizado pelo Centro China-Brasil, na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro.
O Centro China-Brasil é fruto de parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua, principal universidade chinesa na área de engenharia. O centro tem por objetivo formular estratégias e ações para subsidiar decisões dos dois governos nas áreas de energia e de meio ambiente.
Segen Estefen declarou que o Brasil e a China têm características comuns em termos de discussões sobre as emissões de gases poluentes, o que abre um espaço de convergência na atuação dos dois países, “o que é positivo para o Brasil”. Ele destacou que em relação às tecnologias renováveis, sobretudo, em que a China vem exercendo preponderância nos últimos anos, em função do baixo custo de produção, são grandes as oportunidades de transferência de tecnologia para o Brasil, principalmente em torres dos aerogeradores, na parte de energia eólica (dos ventos), e também nos painéis solares, com destaque para o fotovoltaico.
“Nesse contexto, a Coppe busca uma parceria, na qual nós poderíamos contribuir no avanço dessas tecnologias mas, ao mesmo tempo, trabalhar as tecnologias para a realidade brasileira, para que elas sejam mais eficientes para as condições do Brasil”. A Coppe deve assinar nos próximos dias um acordo com uma grande empresa chinesa fabricante de aerogeradores, “dentro da possibilidade de o Brasil tropicalizar esses equipamentos”, disse.
Outro projeto em andamento, que prevê a permanência de dois pesquisadores da Coppe na China pelo período de 60 dias, trata da produção de biocombustíveis, com ênfase no biodiesel. “Nós usaríamos palma para a fabricação de biodiesel, que é uma tecnologia que os chineses desenvolveram com a Dinamarca e nós queremos também adequar para a realidade brasileira”.
De acordo com Segen Estefen, a ideia é trabalhar com os chineses naquilo em que eles estão desenvolvidos, mas sempre voltado para a aplicação no Brasil. Avaliou que o país deve aproveitar a dinâmica de crescimento econômico da China “e tentar tirar algum benefício, e não confrontar a capacidade deles de produção”. Segundo o diretor da Coppe, dificilmente, o Brasil poderá concorrer com os chineses em termos de produção. “Mas podemos contribuir para o aprimoramento da tecnologia e dividir com eles a propriedade de alguns desenvolvimentos tecnológicos”.
A cooperação bilateral entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua poderá resultar, na prática, em transferência de tecnologia brasileira para a China e chinesa para o Brasil. “Um dos objetivos é esse. Mas não só transferir. É nós acharmos alguns pontos de convergência onde a experiência nossa possa se agregar à experiência deles”.
Apesar dos chineses estarem mais avançados em tecnologia para energia solar e eólica, o país asiático poderá se beneficiar da tecnologia da Coppe, que desenvolve um trabalho de geração de energia a partir de ondas e marés. Estefen disse que os chineses reconhecem também a supremacia brasileira na tecnologia para produção de petróleo em águas profundas. Estudantes chineses estão trabalhando com pesquisadores na Coppe nessa área.
“O que nós queremos é que esse centro em Tsinghua seja aglutinador de iniciativas que nós tenhamos com outras universidades da China”. Estefen assegurou que o Brasil não pode ficar alheio ao que ocorre na China. “A China hoje é um vetor muito importante na ordem mundial. E quem não estiver de certa forma interagindo com a China, tende a ficar alienado desse movimento mundial”.
Fonte: Agência Brasil
O projeto Diesel de Cana - rumo a 2016, que usa tecnologia sustentável desenvolvida pela empresa Amyris Brasil, foi lançado, no Rio, durante o 1º Seminário de Tecnologias Sustentáveis no Transporte. A iniciativa é resultado de parceria entre o governo fluminense, a prefeitura carioca e a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
O gerente de Planejamento e Operações da Fetranspor, Guilherme Wilson, disse à Agência Brasil que o diesel de cana é um combustível que não está ainda disponível no país em termos comerciais. “O potencial dele é enorme e a gente quer explorá-lo experimentalmente.”
Nos próximos 12 meses, o projeto testará a adição ao diesel fóssil de 30% de diesel obtido a partir da cana-de-açúcar em 20 ônibus. Depois, serão 30 veículos de transporte de passageiros. Eles vão operar nas linhas 125 (Central do Brasil-Praça General Osório) e 409 (Praça Saens Pena-Jardim Botânico). A produção em escala do diesel de cana está prevista para o ano que vem.
Os resultados dos testes serão apresentados durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que ocorrerá na capital fluminense, em junho de 2012. Wilson disse que esses resultados determinarão a estratégia de adoção do produto pela frota de veículos de passageiros.
A avaliação de desempenho, de redução de emissões, controle de consumo, impactos na durabilidade e nos dispositivos de injeção de motor durante os testes será feita pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), em conjunto com a Mercedes Benz, a BR Distribuidora e a Michelin, também parceiras no projeto.
“A gente está falando de um potencial de redução de emissão de gases de efeito estufa de até 90%, porque o combustível é feito a partir de biomassa renovável, no caso a cana-de-açúcar. Em vez de o usineiro fazer álcool, ele pode botar a matéria-prima em outra linha e fazer diesel”, assinalou Wilson.
De acordo com ele, o experimento determinará também se haverá redução de custos para as empresas de ônibus. “Com a entrada em escala da produção a partir do ano que vem, vamos identificar [a eventual redução], porque são preços de mercado. Não temos controle. Somos operadores. Queremos operar com o melhor combustível e com um preço que mantenha o equilíbrio econômico e financeiro do setor. A expectativa é que o preço do diesel de cana seja competitivo.”
A principal vantagem do diesel de cana, destacou o gerente da Fetranspor, é que não haverá necessidade de alteração mecânica nos motores. Com isso, as empresas não terão que fazer investimentos adicionais para substituir o diesel fóssil pelo de cana. “Você substitui o diesel mineral por um diesel renovável e usa os mesmos motores. Para o setor operador, é uma grande vantagem, porque não está assumindo novos custos, novos riscos, não tem que fazer uma renovação de frota”.
O presidente da Amyris Brasil, Paulo Diniz, disse que isso acaba também refletindo no bolso do consumidor, “uma vez que a população não vai ter que pagar por nenhuma adaptação a mais, por nenhum tipo de aditivo diferente”.
O secretário estadual de Transportes, Júlio Bueno, destacou que “essa é mais uma excelente alternativa que o estado vai contar para cumprir os seus compromissos internacionais relacionados à questão da sustentabilidade”. Ele está convicto de que esse projeto é viável e “abre uma nova perspectiva para o Brasil, em termos de produtos sustentáveis e de visibilidade da sua produção nacional em relação à sustentabilidade global”.
Diniz acrescentou que os testes com a biotecnologia do diesel de cana estão sendo concentrados no Rio de Janeiro e São Paulo. O projeto, completou, objetiva melhorar a qualidade do ar e reduzir as emissões de gases poluentes, por meio de um biocombustível produzido no Brasil, o que resultará na redução da importação de diesel.
Tendo em vista a realização no Rio de Janeiro de eventos como a Rio+20, em 2012; a Copa das Confederações, em 2013; a Copa do Mundo, em 2014; e as Olimpíadas, em 2016, Diniz confirmou que a ideia é ir ampliando cada vez mais o número de ônibus das frotas movidos a diesel de cana, de forma a permear todo o mercado.
Diniz informou que os testes feitos em São Paulo tiveram resultados positivos. “Já temos hoje frotas trocando algo em torno de 160 veículos para colocar esse combustível. Acho que a aprovação, do ponto de vista técnico, já ocorreu em São Paulo”. A Amyris Brasil investiu cerca de US$ 500 milhões no desenvolvimento dessa nova tecnologia.
“Esse é o caminho que estamos procurando para encontrar a eficiência energética”, disse o secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão.
Fonte: Agência Estado
O Brasil pulou do 15° lugar, em 2009, para 5° no ranking dos países que mais receberam Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) em 2010, afirma relatório da Unctad (agência da ONU para o comércio e o desenvolvimento).
Os IED no Brasil aumentaram 84,6% em 2010 na comparação com o ano anterior, totalizando US$ 48,4 bilhões, de acordo com o estudo Investimento no Mundo 2011 da Unctad.
Em 2009, em razão da crise econômica internacional, o Brasil havia sofrido uma diminuição de 42% no volume de IED, uma queda acima da média mundial naquele ano.
Em 2010, os Estados Unidos lideram novamente o ranking do estudo da Unctad, com ingresso de US$ 228 bilhões em investimentos diretos estrangeiros, o que representou um aumento de 49%.
A China e Hong Kong são classificados de maneira distinta e ocupam, respectivamente, segundo e terceiro lugares, com IED de US$ 106 bilhões e US$ 69 bilhões. Em quarto, ficou a Bélgica, com US$ 62 bilhões em investimentos.
O salto do IED no Brasil em 2010 foi impulsionado pela entrada de mais de US$ 15 bilhões em dezembro, dos quais US$ 7,1 bilhões se referem à venda de 40% da unidade brasileira da companhia espanhola Repsol ao grupo petrolífero chinês Sinopec.
O IED representa investimentos voltados para a produção, como a criação de fábricas e diversas operações empresariais internacionais, como fusões e aquisições, compra de participações acionárias, empréstimos para filiais e reinvestimento dos lucros.
De acordo com o relatório, os investimentos estrangeiros diretos na América Latina e no Caribe em 2010 se concentraram em operações realizadas por multinacionais asiáticas dos setores de petróleo e gás, principalmente chinesas e indianas.
O estudo da Unctad foi divulgado em um momento de valorização do real em relação ao dólar, situação favorecida pela entrada de recursos estrangeiros. Nessa segunda-feira (25), o dólar comercial caiu para R$ 1,543, menor valor desde janeiro de 1999.
América do Sul
A América do Sul foi a região do mundo que registrou a maior alta do IED em 2010. O aumento do ingresso de investimentos foi de 56%, totalizando recursos de US$ 86 bilhões. O Brasil representou sozinho 56% desse volume, afirma a Unctad.
No total, o IED para América Latina e Caribe foi de US$ 159 bilhões em 2010, aumento de 13% em relação ao ano anterior.
"A América Latina e o Caribe registraram uma repentina aceleração das fusões-aquisições internacionais, que passaram de valores negativos, em razão dos desinvestimentos, em 2009, para US$ 29 bilhões em 2010, um recorde na região desde 2000", diz o estudo.
"Essa evolução testemunha a retomada do interesse das companhias estrangeiras pela aquisição de empresas na América Latina após uma década de morosidade", afirma a Unctad.
As multinacionais da América Latina, estimuladas pelo forte crescimento econômico em seus países, também multiplicaram investimentos no exterior, sobretudo nos países desenvolvidos, diz o estudo.
"Os fluxos de capitais que saíram da América Latina e do Caribe aumentaram 67%, atingindo US$ 76 bilhões em 2010, a mais forte progressão regional no mundo", diz o relatório.
A alta significativa é devida ao aumento dos investimentos de multinacionais brasileiras e mexicanas, as principais investidoras da região.
No caso do Brasil, a saída dos recursos foi de US$ 12 bilhões no ano passado, em razão dos investimentos no exterior de empresas como Vale, Braskem, Petrobras, Camargo Correa, Votorantim e Gerdau.
Os dados preliminares de 2011 indicam que as entradas de IED na América Latina continuam aumentando, enquanto as saídas, ou seja, os investimentos realizados por empresas da região no exterior, estão diminuindo, diz o relatório.
Emergentes
O estudo da Unctad também revela que os países emergentes foram em 2010 os "novos pesos pesados" do IED mundial.
Os países em desenvolvimento e em transição absorveram pela primeira vez mais da metade dos fluxos mundiais de investimentos estrangeiros diretos (entradas de recursos), que totalizaram US$ 1,24 trilhão em 2010.
Esse montante cresceu 5% em 2010, mas ainda permanece 37% inferior ao recorde registrado em 2007, diz a Unctad.
A agência da ONU prevê novo crescimento do IED em 2011, que deverá atingir entre U$ 1,4 trilhão e US$ 1,6 trilhão neste ano. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário