I – NOTÍCIAS
1- Relação de 70% do etanol-gasolina é contestada
Com base no desempenho da frota de 410 mil veículos flex que administra, a empresa Ecofrotas chegou à conclusão de que o etanol apresenta um rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina.
O estudo, feito pela KPMG, quebra o paradigma aceito pelo mercado de que essa relação é de 70%, explica a gerente de sustentabilidade da Ecofrotas, Amanda Hatem Massimo Kardosh. "São frotas que circulam nas ruas e estradas brasileiras e abastecem em mais de 12 mil postos diferentes. É uma base da vida real".
Fabiana Batista
Fonte: Valor Econômico
2- Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul defende fontes alternativas para melhorar a qualidade da energia no campo
O Rio Grande do Sul deve investir em fontes alternativas de energia, como o Sistema Mecânico Pendular Moto-Cotínuo - SMPMC, já existente em países desenvolvidos e de baixíssimo custo se comparado às modalidades hoje utilizadas no país. A ideia foi defendida pelo coordenador da Câmara Temática de Agroenergia da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Valdir Zonin, durante audiência pública organizada pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa. A audiência foi realizada nesta terça-feira, no Plenarinho do parlamento gaúcho.
Conforme Zonin, que representava o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, esta alternativa é aplicável nos extremos do Estado onde se tem mais carência deenergia. O coordenador aproveitou para apresentar aos deputados e lideranças municipais presentes o Plano de Metas da Cadeia Produtiva da Agroenergia Gaúcha para os próximos dez anos, prevendo a necessidade de incremento das energias alternativas. Entre estas, citou as fontes Térmica, Eólica, Solar e PCHs. Para isso, Zonin afirmou ser necessário melhorar os mecanismos dos Leilões Nacionais para que as Energias Alternativas tenham condições igualitárias de disputa com as Hidrelétricas.
O coordenador da Câmara de Agroenergia destacou também que a SEAPA possui quatro programas de interface direta com a eletrificação no campo, com financiamentos subsidiados, entre os quais o Mais Água, Mais Renda, o Mais Leite de Qualidade, o RS Mais Grãos e o RS Mais Etanol, que prevê a geração de 100 MW/h. Mesmo assim, e apesar dos altos investimentos que estão sendo realizados no Estado - sendo apenas na CEEE mais de R$ 1,5 bilhões (2011-2014) - Zonin frisou que é preciso melhorar a qualidade da distribuição da energia, a qualidade no atendimento aos usuários e também a uniformidade dos custos da mesma entre as diferentes empresas fornecedoras.
Marcos Pérez
Fonte: Governo do Estado do Rio Grande do Sul
3- Petrobras e Williams retomam parceria
A Petrobras e a equipe Williams estão novamente juntas na Fórmula 1. A presidente Maria das Graças Silva Foster e a chefe-adjunta da equipe e diretora comercial da Williams, Claire Williams, assinaram na na sede da companhia, no Rio de Janeiro, o novo contrato de parceria tecnológica.
Para o novo contrato com a Williams, a colaboração técnica continuará e as duas partes trabalharão em conjunto com a Mercedes para desenvolver novos combustíveis e lubrificantes automobilísticos para uso pela equipe a partir da temporada 2015. Com a entrada em vigor da nova regulamentação para motores, que exige que as equipes utilizem combustíveis mais eficientes, a experiência da Petrobras irá garantir que a Williams esteja bem posicionada para atender às demandas de maior eficiência energética na competição. Este ano a Williams será representada pelo brasileiro Felipe Massa e pelo finlandês Valtteri Bottas.
Williams e a Petrobras têm uma história de colaboração tecnológica desde 1998, ano em que a equipe começou a usar o combustível da companhia. A parceria durou 11 anos.
“Estamos muito felizes em voltar para a principal competição automobilística do mundo. Durante os 11 anos em que a Williams esteve ao nosso lado tivemos avanços significativos no desenvolvimento de produtos, como a gasolina Podium. Participar dessa competição é um desafio enorme, pois nos obriga a estar cada vez mais preparados para os mais altos padrões de qualidade e eficiência que a categoria exige. Estamos muito empolgados para dar início a mais esse desafio”, afirmou a presidente da Petrobras, Graça Foster.
Fonte: Agência Petrobras
4- Brasil Supply investe R$ 233 milhões em quatro novas embarcações
BS Geribá. Divulgação |
A Brasil Supply lançou a embarcação BS Geribá, que irá operar entre os portos e as plataformas da Petrobras. A entrega faz parte de um plano de investimentos de R$ 700 milhões, distribuídos na construção de 17 embarcações até 2015. A BS Geribá é a primeira das quatro embarcações que a empresa deve lançar ainda neste ano, com investimento total de R$ 233 milhões.
Construída no estaleiro Arpoador, no Guarujá, a BS Geribá é a quinta embarcação que a empresa coloca em operação. “Estamos consolidando nossa posição no Brasil para, em seguida, expandir para outras regiões, mas sempre ligados ao setor de óleo e gás, que exige embarcações com alto grau de sofisticação, tecnologia e qualidade”, afirma o presidente da empresa, José Ricardo Roriz.
Cumprir esse objetivo, porém, esbarra em dificuldades. “Nossos custos de fabricação e matéria-prima são significativamente mais altos do que os de países concorrentes. Outro gap é criado pelas necessidades de tecnologia de ponta e de mão de obra treinada, abundantes em países como Coreia, Japão, China e Singapura, grandes competidores no setor naval”, diz Roriz.
Para o empresário, o Brasil só ganha ao desenvolver sua indústria naval. “Temos grande potencial de transporte fluvial e marítimo e precisamos desenvolvê-lo para melhorar a competitividade e superar os gargalos de infraestrutura e logística que hoje encarecem a movimentação de produtos no país.
Desde já com lugar garantido na constelação dos armadores brasileiros, a Brasil Supply se coordena para atender os contratos já firmados e participar das próximas três etapas de expansão promovidas no âmbito do Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam), criado pela Petrobras.
A BS Geribá é uma embarcação crew boat, tipo P3, com capacidade para 150 toneladas de carga geral e 60 passageiros. Guiada por modernos equipamentos de navegação e equipada com hidrojatos Doen e motores Caterpilar C32 de 4.800 BHP, navega com segurança a velocidades superiores a 25 nós.
Fonte: Ascom BS
5- Já em operação, maior usina solar do mundo pode abastecer 140 mil casas
Foi no deserto da Califórnia (EUA), em uma área de 13 km², que a maior usina solar do mundo começou a opera. Batizado de Ivanpah Solar Electric Generating System, o empreendimento conta com 300 mil espelhos para coletar a luz do sol e tem capacidade bruta de produção de 392 megawatts de energia. A nova gigante do setor de energias renováveis tem capacidade para abastecer cerca de 140 mil casas na Califórnia. Ao adotar a energia solar, essas residências deixariam de emitir 400 mil toneladas métricas de CO2 por ano - o equivalente a remover 72 mil veículos das ruas.
Até então, o título de maior usina solar do mundo pertencia a Shams 1, situada em Abu Dhabi (Emirados Árabes), e cuja capacidade gera 100 megawatts de energia. Agora, o empreendimento que pertence às companhias NRG Energy, BrightSource Energy e Google, tomou a primeira posição, depois de ter resolvido questões regulatórias e problemas jurídicos.
Fonte: TN Sustentável
II – COMENTÁRIOS
1- Economia brasileira sai mal no filme
É comum dizer que algo ou alguém saiu mal na foto. É o que acontece hoje com a economia brasileira. Mas a foto não diz como se chegou a tal situação. Assim, é melhor um filme que revele a história. Como neles, a economia segue um roteiro, tem atores principais e coadjuvantes e pode-se falar também da sua direção.
Por falar em filmes, a premiação anual pelo Oscar vem aí, conferida por uma academia do ramo. Em economia a láurea mais importante é o Nobel, que também alcança outras áreas. E há ainda o Ig Nobel. A instituição que o confere busca pesquisas que fazem rir, e também pensar. É coisa séria misturada com humor.
Por exemplo, em 2009 a pesquisadora Elena Bodnar foi premiada por inventar um sutiã que pode ser rapidamente convertido numa máscara que protege o nariz e a boca da inalação de substâncias danosas. A invenção foi depois patenteada e creio que interesse aos que saem às ruas para se manifestar no Brasil. Como poderia ser usada por homens? Deixo a resposta para a imaginação do leitor.
Passando ao filme que mostrarei, a economia brasileira é uma produção gigantesca dos que nela trabalham no agronegócio, na indústria e nos serviços. Contudo a direção que o governo federal tenta dar-lhe não tem nada de Nobel nem de Ig Nobel. Não provoca risos, mas lamentos. Economicamente tem, entretanto, um quê de "igno".
Começando de meados da década passada, a demanda internacional de nossas commodities agrícolas e minerais, em particular da parte da China, teve papel importante na produção brasileira. Aliás, creio que então o Partido Comunista Chinês fez mais pelo Brasil do que qualquer partido político nacional.
O governo federal segue um roteiro que se expressa na política econômica que pratica. Mas ela é ditada quase que exclusivamente por seu desejo de se manter no poder, e não pelas regras de uma boa gestão econômica. Na sua essência, são normas consagradas pelo bom senso e de eficácia comprovada pela experiência internacional.
Assim, no período de vacas gordas que marcou um bom pedaço da década passada faltou o cuidado de fortalecer a economia, até para evitar ou aliviar a fase de vacas magras que hoje se configura. Como na parábola do filho pródigo, este antes de sua regeneração, que aqui ainda não se vê, o governo optou por estimular o consumo e a distribuição de benesses, sem dar a devida atenção à poupança e ao investimento para fortalecer a capacidade produtiva do País e torná-lo menos dependente dos ventos que vêm de fora.
Agora, com a fria ventania que prejudica nossas exportações e com importações ainda estimuladas pelo consumismo, sobreveio um desequilíbrio das contas externas do País. Mesmo ainda embrionário, leva atores econômicos internos e externos a uma atitude de precaução, trocando ativos nacionais por estrangeiros, o que também desvaloriza o real e provoca surtos de insônia no dragão da inflação.
Esta vem essencialmente de um desequilíbrio entre a demanda e a oferta da economia como um todo. Mas, sem atacar suas causas, o governo insiste em conter efeitos, segurando preços como os de petróleo e energia. Num efeito colateral, prejudica empresas estatais que, paradoxalmente, diz orgulhar-se de defender. Com isso o dragão inflacionário reduz um pouco a insônia, mas na bula desse remédio está escrito que acordará mais energizado posteriormente. Uma das razões é que a oferta futura de produtos com preços controlados não se expandirá como devia, porque tal controle desestimula investimentos capazes de ampliá-la.
O aspecto mais sério e complicado é o de como a própria direção se apresenta. Além de atacar inadequadamente a inflação, insiste em gastar muito mais do que arrecada. Dessa forma também contribui para estimular a demanda agregada da economia e recorre à criatividade contábil para dissimular seu desequilíbrio. Mas quem examina suas contas não é bobo e a contabilidade criativa se torna destrutiva da confiança de atores econômicos, em particular de investidores.
Igualmente impulsiona a desconfiança um nada transparente orçamento paralelo de financiamentos, como os do BNDES, concedidos a juros subsidiados e bancados com mais dívida pública. Também aí o governo dissimula ao dizer que sua dívida líquida não cresce com tal esquema, pois os correspondentes aumentos de dívida são compensados pelos créditos adicionais que acumula ao emprestar. Só que o padrão internacional para a análise do endividamento público é a dívida bruta, em face dos riscos envolvidos nesses créditos e dos custos dos subsídios.
Assim, a desconfiança na gestão governamental e o que se passa na inflação e nas contas externas compõem um quadro perigoso. Além do impacto na taxa cambial, estimula a saída de capitais, leva ao aumento dos juros internos e dos externos cobrados nos financiamentos a empresas brasileiras. E a um ambiente desfavorável à realização de investimentos capazes de ampliar com vigor as taxinhas de crescimento que marcam o produto interno bruto (PIB) brasileiro.
O governo reclama que o Brasil é diferente e que não merece estar em grupos de países tidos como vulneráveis. Mas com esse filme em que sua direção só pensa em agradar ao eleitor, sem enfrentar com eficácia as muitas dificuldades existentes, quem a ele assiste, e ao fracasso de países que seguiram o mesmo roteiro, não vê um final feliz.
São várias as academias que dão notas a filmes de países na gestão de sua economia. Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deu ao do Brasil uma nota baixíssima. No mês que vem ouviremos vozes de outra academia, a das agências de risco que falam individualmente.
Dada essa obsessão eleitoreira que orienta a direção, não creio em mudanças eficazes, exceto se na próxima escolha a plateia optar por outro filme, que siga a linha do bom senso e com outro elenco.
Roberto Macedo - Economista (UFMG, USP e Harvard) e consultor econômico e de ensino superior
Fonte: O Estado de S. Paulo
2- Marinha impõe limite de navegação na hidrovia
A falta de chuva não afeta apenas os reservatórios das usinas hidrelétricas da região de Araçatuba que estão operando com volume útil bem baixo, colocando em risco o fornecimento de energia elétrica. Ela começa a trazer problemas também para a navegabilidade das embarcações que utilizam a hidrovia Tietê-Paraná.
No início da semana a reportagem do jornal O Liberal encaminhou questionamentos ao Departamento Hidroviário (DH) do Estado de São Paulo. E a resposta acendeu o sinal de alerta.
Caso não chova nos próximos dias há o risco da navegabilidade ser interrompida no Rio Tietê, entre o trecho da usina de Três Irmãos (Andradina) e Nova Avanhandava (Buritama). Conforme site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (OSN, ontem (19), o volume útil do reservatório de Três Irmãos era de 30,04%. Na média, os reservatórios da região Sudeste e Centro-Oeste operam com 35,33% do volume útil, conforme medição feita também no dia 18 deste mês.
Marinha
Em nota encaminhada à redação do jornal, a assessoria de imprensa do DH explicou que em função da estiagem que ocorre em todo o Estado, o calado -- que é a distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação -- atual da hidrovia Tietê-Paraná é de 1,95m, podendo atingir 2,2m com as ondas de vazão na usina de Nova Avanhadanva. No entanto, o calado normal da hidrovia, conforme nota do órgão estadual é de 2,70. "Esse é o calado mínimo exigido para navegação na Tietê-Paraná, que possibilita que a embarcação ultrapasse os pontos críticos". De acordo com o órgão, o calado normal da hidrovia para navegação é de 2,70 m, atingindo 3,00m no período chuvoso.
Diante do atual quadro, o Departamento Hidroviário disse que "para manter a navegação e a segurança nas operações, a Marinha do Brasil determinou, através de aviso aos navegantes, que as empresas que utilizam a hidrovia operem dentro deste limite (2,20m)". O ONS informou que para garantir a navegação, será redistribuído os volumes dos reservatórios da região. Em nota, a assessoria de imprensa da AES informou que as eclusas estão operando normalmente.
Transporte de cargas
Para navegar na Tietê-Paraná as embarcações estão sendo obrigadas a reduzir de 6 mil toneladas para 4 mil a capacidade de transporte dos comboios. Em 2013, a hidrovia transportou quase seis milhões de toneladas de produtos. Entre os produtos mais transportados pelas águas do rio Tietê estão soja, farelo de soja, madeira e milho.
Porém, a hidrovia também recebe barcaças carregadas com cana-de-açúcar, areia e trigo. Hoje a hidrovia pode ser considerada um dos principais modais de transporte da nossa região. A expectativa do DH é que este volume alcance 14 milhões de toneladas até 2017.
Caso a navegabilidade seja interrompida na hidrovia Tietê-Paraná, toda essa carga terá que ser transportada por caminhões pelas rodovias. Para efeito de comparação uma barca equivale a mais ou menos 100 caminhões a mais em circulação. (com informações Folhapress)
Nível dos reservatórios de Promissão e Três Irmãos cai mais um pouco
A cada dia a situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas da região fica mais preocupante. Ontem (19), conforme Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO) divulgado no site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) o volume útil dos reservatórios de Promissão e Três Irmãos, ambos no rio Tietê, havia caído.
Os dados são referentes ao dia anterior. E, mais uma vez, a situação mas crítica foi constatada em Promissão, que operava com um volume útil de 24,22%. Em Três Irmãos a situação não é muito diferente. Segundo IPDO, o volume da usina no último dia 18 era de 30,04%. Apenas Jupiá operava acima dos 90% (90,58%). Os reservatórios das usinas trabalham com dois volumes: o útil e o morto.
O volume útil vai de 0 a 100%. Dentro dessa margem a usina ainda consegue operar e produzir energia. Porém, quando o nível chega a 0% atinge o chamado volume morto. Ou seja, não há mais produção de energia. Matéria publicada na edição do último domingo do jornal O LIBERAL revelou que o atual volume dos reservatórios da região estão bem abaixo dos números registrados em 2001, período em que houve racionamento deenergia elétrica no país.
Diogo Rocha
Fonte: O Liberal Regional - Araçatuba/SP