I – NOTÍCIAS
1- Fraturamento do gás de xisto traz baixo risco à saúde, diz governo britânico
Os riscos causados à saúde pública pela exposição às emissões do processo de fraturamento realizado na exploração do gás de xisto são baixos, desde que as operações sejam administradas e regulamentadas adequadamente, afirmou nesta quinta-feira a agência governamental de saúde britânica.
Numa avaliação do potencial impacto para a saúde causado pela fraturamento hidráulico, que envolve o bombeamento de água e produtos químicos para dentro de densas formações rochosas de xisto para forçar a saída de gás e óleo, a entidade Saúde Pública da Inglaterra (PHE, na sigla em inglês) disse que os impactos à saúde provavelmente são mínimos.
Como no momento não há fraturamento na Grã-Bretanha, o relatório da PHE examinou evidências de países como os Estados Unidos, e afirma que a maioria delas indica que qualquer risco à saúde normalmente decorre de falhas operacionais.
"As evidências disponíveis atualmente indicam que os potenciais riscos à saúde pública pela exposição às emissões associadas ao processo de extração do gás de xisto são baixos se as operações forem administradas e regulamentadas adequadamente", disse o diretor do centro para a área de riscos químicos, de radiação e meio ambiente da PHE, John Harrison.
"Construção e manutenção muito boas são essenciais para reduzir os riscos de contaminação da água subterrânea", acrescentou.
Interessado em estimular um boom de produção no estilo do que acontece nos EUA, e assim compensar as decrescentes reservas de gás e petróleo do Mar do Norte, o governo britânico liderado pelos conservadores vem apoiando o fraturamento como uma "revolução energética" que poderia criar empregos e reduzir os preços da energia.
Mas ativistas dizem que o governo deveria investir mais em energia renovável. Grupos defensores do meio ambiente vêm promovendo amplos protestos contra a exploração do xisto, argumentando que pode poluir as reservas de água e causar terremotos.
No começo do mês, o Greenpeace disse que iria incentivar os proprietários de terra britânicos a se unirem legalmente na oposição ao fraturamento, uma iniciativa que poderia fortalecer a oposição à exploração e aproveitamento do gás de xisto no país.
Em resposta ao relatório da PHE, Quentin Fisher, professor de geoengenharia do petróleo na Universidade de Leeds, disse que esse é "mais um estudo" sugerindo ser improvável a contaminação da água no subsolo durante a fraturamento.
"O relatório traz ainda mais provas de que a produção de gás de xisto pode ser feita de modo muito seguro", acrescentou.
31/10/13
Kate Kelland
Fonte: Reuters
2- Logística offshore avança para suprir demanda do pré-sal
Com uma demanda esperada para 2018 de 4,34 milhões de toneladas, em sua maior parte nas Bacias de Campos e Santos, a logística offshore se prepara para dar conta dessa alta na demanda por serviços. No painel "Logística Offshore", os principais especialistas afirmaram ser fundamental o avanço no planejamento das operações offshore.
"O desenvolvimento da cadeia de fornecimento requer uma variedade e qualidade nos serviços", afirmou Marcus D´Elia, gerente do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Para ele, a diversificação da cadeia de suprimentos é um dos pontos para tornar as operações mais eficientes.
Para dar conta de tamanha demanda prevista para os próximos 5 anos, a Petrobras trabalha hoje em cinco portos com 200 barcos de apoio para levar os equipamentos para as plataformas. Nesse período, o volume movimentado pela petrobras deve aumentar em torno de 87%.
De acordo com Nathália Sena, consultora técnica da Petrobras, dentre os desafios do setor está o suporte aos novos projetos em cidades sem infraestrutura. A companhia possui um programa chamado Peolog (Programa de Excelência de Operações Logísticas) que já resultaram por exemplo em aumento de 50% na pontualidade dos helicópteros que vão para as plataformas, além de 30% na redução do ciclo de trabalho das embarcações de apoio logístico.
Uma das principais empresas do setor de óleo e gás em atuação no país, a Schlumberger tem a sua própria rede de distribuição, onde tem todo o controle sobre a operação do início, na fábrica, até o final, no cliente. Dentre as soluções de acompanhamento logístico utilizado pela companhia estão o código de barras 2D, o RFID e o GPS.
"É importante sabermos que todo o processo está integrado e funcionando como o planejado", completou Mario Faria, vice presidente de Serviços Compartilhados na América Latina, da Schlumberger.
Com uma demanda esperada para 2018 de 4,34 milhões de toneladas, em sua maior parte nas Bacias de Campos e Santos, a logística offshore se prepara para dar conta dessa alta na demanda por serviços. No painel "Logística Offshore", os principais especialistas afirmaram ser fundamental o avanço no planejamento das operações offshore.
"O desenvolvimento da cadeia de fornecimento requer uma variedade e qualidade nos serviços", afirmou Marcus D´Elia, gerente do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Para ele, a diversificação da cadeia de suprimentos é um dos pontos para tornar as operações mais eficientes.
Para dar conta de tamanha demanda prevista para os próximos 5 anos, a Petrobras trabalha hoje em cinco portos com 200 barcos de apoio para levar os equipamentos para as plataformas. Nesse período, o volume movimentado pela petrobras deve aumentar em torno de 87%.
De acordo com Nathália Sena, consultora técnica da Petrobras, dentre os desafios do setor está o suporte aos novos projetos em cidades sem infraestrutura. A companhia possui um programa chamado Peolog (Programa de Excelência de Operações Logísticas) que já resultaram por exemplo em aumento de 50% na pontualidade dos helicópteros que vão para as plataformas, além de 30% na redução do ciclo de trabalho das embarcações de apoio logístico.
Uma das principais empresas do setor de óleo e gás em atuação no país, a Schlumberger tem a sua própria rede de distribuição, onde tem todo o controle sobre a operação do início, na fábrica, até o final, no cliente. Dentre as soluções de acompanhamento logístico utilizado pela companhia estão o código de barras 2D, o RFID e o GPS.
"É importante sabermos que todo o processo está integrado e funcionando como o planejado", completou Mario Faria, vice presidente de Serviços Compartilhados na América Latina, da Schlumberger.
Fonte: Redação TN Petróleo/ Rodrigo Miguez
3- Executivos debatem os desafios dos mega projetos offshore
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Rudy Trindade/ TN Petróleo |
Na foto: John Haney, da Shell, moderador do painel na OTC Brasil 2013.
Os desafios e as oportunidades dos mega projetos offshore que estão sendo desenvolvidos no Brasil para exploração e produção de petróleo foram mostrados no painel do último dia da OTC Brasil.
Fernando Bortoli, da Petrobras, apresentou os projetos das plataformas P-61 e P-63 que serão utilizados no campo de Papa Terra. Além disso, ele citou as oito plataformas replicantes (P-66 a P-73) que estão sendo construídas para o pré-sal.
Segundo ele, as replicantes representam um avanço para as próximas que serão feitas daqui para frente, pois são fruto de aprendizado e primordiais para o ganho de tempo nos projetos da Petrobras.
Participante do consórcio de operação e construção dos replicantes, a SBM Offshore mostrou alguns dos desafios que precisam ser superados nesses projetos. Segundo Philipe Levy, a tecnologia avançada necessária para o pré-sal, a obrigatoriedade do conteúdo local de 65% nos projetos, além do mercado de fornecedores limitado no Brasil são alguns dos problemas por que as empresas precisam enfrentar.
Os FPSO estão sendo construídos em estaleiros parceiros da SBM para agilizar os processos. Para Levy, o FPSO Cidade de Ilha Bela é o projeto mais complexo já feito pela companhia. Além desse FPSO, a SBM também vai fazer os FPSO Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema.
Os desafios e as oportunidades dos mega projetos offshore que estão sendo desenvolvidos no Brasil para exploração e produção de petróleo foram mostrados no painel do último dia da OTC Brasil. Fernando Bortoli, da Petrobras, apresentou os projetos das plataformas P-61 e P-63 que serão utilizados no campo de Papa Terra. Além disso, ele citou as oito plataformas replicantes (P-66 a P-73) que estão sendo construídas para o pré-sal. Segundo ele, as replicantes representam um avanço para as próximas que serão feitas daqui para frente, pois são fruto de aprendizado e primordiais para o ganho de tempo nos projetos da Petrobras.
Participante do consórcio de operação e construção dos replicantes, a SBM Offshore mostrou alguns dos desafios que precisam ser superados nesses projetos. Segundo Philipe Levy, a tecnologia avançada necessária para o pré-sal, a obrigatoriedade do conteúdo local de 65% nos projetos, além do mercado de fornecedores limitado no Brasil são alguns dos problemas por que as empresas precisam enfrentar. Os FPSO estão sendo construídos em estaleiros parceiros da SBM para agilizar os processos. Para Levy, o FPSO Cidade de Ilha Bela é o projeto mais complexo já feito pela companhia. Além desse FPSO, a SBM também vai fazer os FPSO Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema.
Carlos Eduardo Flesch, da IPA Global, apresentou os resultados de uma pesquisa com os fracassos dos megaprojetos. Para ele, apensas 20% desses projetos de exploração e produção são realizados com sucesso. Dentre os problemas estão os altos custos e também os atrasos nas entregas. "No mínimo, os projetos estão pecando no planejamento", afirmou.
* Na foto: John Haney, da Shell, moderador do painel na OTC Brasil 2013.
Fonte: Redação TN Petróleo/ Rodrigo Miguez
4- OGX entra com pedido de recuperação judicial
A petroleira OGX, controlada por Eike Batista, entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com o tribunal, o juiz Gilberto Clóvis Farias Matos, da 4ª Vara Empresarial, será o responsável pelo processo.
Com o pedido, as ações da empresa deixaram de ser negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A petroleira agora tem 60 dias para apresentar uma proposta de recuperação ao juiz, caso contrário será decretada a falência. Por meio da recuperação judicial, uma empresa sem caixa para pagar as dívidas negocia um plano de reestruturação com os credores sob a supervisão de um juiz.
Assim que a OGX entregar o plano de recuperação judicial, os credores têm 180 dias, a partir da publicação do despacho do juiz, para aprovar a proposta em assembleia. Se algum dos credores contestar a proposta, a falência é decretada. Se o acordo for aceito, o plano terá de ser implementado à risca.
Atualmente, as dívidas sem garantia acumuladas da OGX somam US$ 5,1 bilhões, dos quais US$ 3,6 bilhões referem-se a bônus emitidos no exterior. Na terça-feira (29), a petroleira anunciou que não conseguiu firmar um acordo com os credores depois de meses de negociação. No início de outubro, a empresa deixou de pagar US$ 45 milhões de juros de dívidas emitidas no exterior.
Na página da OGX na internet, a empresa informa que tem recursos em caixa para operar apenas até o fim deste ano. A companhia ressalta ainda que precisará de US$ 250 milhões para cumprir as obrigações até março de 2014.
Em nota, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem participação na petroleira, informou não ter concedido nenhum financiamento à OGX e, portanto, não tem qualquer exposição de crédito à companhia. O BNDES destacou ainda que tem 0,26% de participação na OGX. Essa fatia, segundo o banco, representa 0,01% da carteira de ações da BNDESPar, braço da instituição que administra as participações em empresas.
Fonte: Agência Brasil
5- Pré-sal já produziu 250 milhões de barris
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Agência Petrobras |
A produção acumulada no pré-sal já alcançou 250 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás) desde que foi iniciada a produção da camada pré-sal, na Bacia de Campos, em 2008. A informação foi dada hoje (30/10) pelo gerente executivo de Exploração e Produção do pré-sal da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, durante painel sobre o pré-sal na Offshore Technology Conference (OTCBrasil 2013), no Rio de Janeiro. A produção atual do pré-sal, de 329 mil barris dor dia (bpd), alcançada em setembro de 2013, já é oito vezes maior do que a produção média do pré-sal no ano de 2010, quando foram produzidos 42 mil bpd.
"O Pré-sal já produziu 250 milhões de barris de óleo equivalente, mais do que toda a produção acumulada do campo de Garoupa, primeira descoberta da Petrobras na Bacia de Campos, em 1974, e que produz até hoje", disse o gerente.
O executivo também comparou o volume ja descoberto no pré-sal da Bacia de Santos com outras grandes descobertas offshore realizadas nos últimos anos, no mundo. Segundo ele, o volume recuperável já declarado dos campos de Lula e Sapinhoá, mais o volume contratado da Cessão Onerosa é de cerca de 15,4 bilhões de barris de petróleo equivalente, o que equivale a uma vez e meia o volume recuperável do campo gigante de Kashagan,no Mar Cáspio, e 15 vezes o volume recuperável do campo de Thunder Horse, nos EUA. A província do pré-sal como um todo, incluindo Bacia de Santos e Bacia de Campos, tem 149 mil quilômetros quadrados e equivale a três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro. Já a área do pré-sal sob contrato da Bacia de Santos, de cerca de 15 mil quilômetros quadrados, equivale a 650 blocos de exploração e produção da porção norte-americana do Golfo do México.
Desde a descoberta, em 2006, até dezembro de 2012, já foram perfurados 37 poços exploratórios no pré-sal da Bacia de Santos, com índice de sucesso superior a 90%. Considerando toda a província do pré-sal, o índice de sucesso supera 80% e o número de poços até o ano passado chegou a 80. "Esses números são fantásticos", afirmou Carlos Tadeu.
Atualmente, seis plataformas produzem no pré-sal na Bacia de Campos e três na Bacia de Santos, além de duas plataformas itinerantes que são utilizadas para testes de longa duração. A primeira plataforma a produzir no pré-sal foi a P-34, no campo de Baleia Franca, Bacia de Campos, em 2008. O primeiro sistema definitivo a entrar em operação no polo pré-sal da Bacia de Santos foi o Piloto de Lula, por meio do FPSO Cidade de Angra dos Reis, que hoje produz cerca de 100 mil barris por dia.
Fonte: Agência Petrobras
II – COMENTÁRIOS
1- Investidores querem mais mudanças em leilão de portos
Os ajustes feitos pelo governo para tornar mais atrativas as licitações de novos arrendamentos no porto de Santos foram considerados insuficientes por uma série de investidores e empresas que tinham interesse na operação dos terminais. Há quem tenha ficado tão descontente que já anuncia antecipadamente sua desistência em entrar na disputa.
As minutas dos editais para os arrendamentos no maior porto do país foram encaminhadas para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) e sofreram mudanças após a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) ter recebido mais de três mil sugestões de aperfeiçoamento das regras. Entre as principais mudanças, o governo elevou de 7% para 8% ao ano a taxa interna de retorno dos projetos, além de estender o prazo dos novos contratos para 25 anos. Antes, parte deles teria dez anos de vigência.
No entanto, foram mantidas regras que ainda causam mal-estar nas empresas. Uma das cláusulas mais contestadas é a que praticamente fecha as portas para futuros pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro pelos vencedores das licitações. "A cláusula é leonina", define o advogado Rafael Véras, sócio do escritório Firmo, Sabino e Lessa, que tem entre seus clientes uma empresa de olho no arrendamento do terminal de grãos da Ponta da Praia.
Todos os editais preveem a alocação "integral" e "exclusiva" aos futuros concessionários de riscos como desvalorizações cambiais, aumentos de impostos, mudanças nas taxas de juros, obtenção de licenças, greves trabalhistas e até manifestações sociais que interrompam a prestação de serviços nos terminais. A cláusula também foi alvo de questionamentos da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), mas o governo decidiu mantê-la. "Quem é o maluco que vai se aventurar a assumir tantos riscos não gerenciáveis?", questiona Véras.
Com essa alocação de riscos, o governo se blinda contra a possibilidade de pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que podem resultar em extensão dos prazos de vigência dos arrendamentos ou em tarifas mais altas. Em contratos anteriores, o governo havia deixado uma fresta para esses pedidos.
No caso das rodovias privatizadas em 2007, como Fernão Dias e Régis Bittencourt, revisões extraordinárias de tarifas foram permitidas depois que prefeituras elevaram o Imposto sobre Serviços (ISS) cobrado nos pedágios. Na área de energia elétrica, a concessionária responsável pela usina de Jirau, no rio Madeira, ainda pede isenção de responsabilidade por 334 dias de atraso decorrentes de greves e de uma revolta de operários nos canteiros de obras.
O presidente do conselho de administração da Logz Logística Brasil, Nelson Carlini, faz críticas à manutenção dos percentuais a serem pagos pela garantia da proposta e do contrato, que variam de 1% a 5% sobre o valor global do arrendamento. "São altos demais", diz. A Logz tem interesse em arrendamentos em Santos e outros quatro portos, Paranaguá, Rio Grande, Belém e Suape.
Carlini critica ainda o estabelecimento, pelo governo, de valores tarifários. "Não tem sentido limitar. A concorrência e a competência intraporto e interporto é que têm de levar os preços ao nível de mercado". Nas licitações de terminais que prestam serviço, quem conceder o maior desconto tarifário vencerá o leilão.
As tarifas são consideradas, em geral, incompatíveis com o mercado. "A conta não fecha em alguns editais de Santos. É inviável financeiramente", acrescenta Ricardo Mesquita, diretor da Rodrimar, que opera um terminal de contêineres em Santos com contrato próximo a expirar.
Existem ainda reclamações específicas sobre os lotes que estão sendo licitados no maior porto do país. No Saboó, onde a intenção do governo é promover uma reestruturação que junta os terminais existentes em um único contrato, as cláusulas desanimaram algumas empresas a tal ponto que há quem já tenha jogado a toalha. "Prefiro nem entrar [na disputa]", diz Sérgio Fischer, vice-presidente de terminas e logística da Wilson Sons, que vinha estudando participar da licitação.
O novo terminal multipropósito do Saboó terá um cais total de 594 metros de extensão. Ele foi dividido em dois berços: um poderá ser usado com exclusividade pela operadora que vencer a licitação; outro será compartilhado com mais operadoras.
"Para movimentar contêineres, não faz o menor sentido como negócio", avalia Fischer. Segundo ele, o berço exclusivo tem 364 metros e sequer permite a atracação de navios New Panamax, mais modernos. Para o executivo, o problema maior nem é esse: com apenas um berço disponível em tempo integral para a movimentação de contêineres, a futura operadora do terminal fica com poucas "janelas de atracação" para negociar com os armadores (donos dos navios). Ou seja, há risco de a carga chegar a Santos e entrar numa fila de espera. Fischer lembra que outros terminais de contêineres no porto - Santos Brasil, BTP, Libra e Embraport - dispõem de até quatro berços.
O novo terminal do Saboó, depois de reconfigurada a área, vai operar também cargas rolantes, como veículos. O governo duplicou a movimentação mínima anual exigida para veículos: saiu de 104 mil unidades para 207 mil. A Deicmar, que já opera um terminal de cargas rolantes em parte da área que será relicitada e tem interesse no leilão, disse que a mudança foi insuficiente. Para a empresa, esse volume atende só a demanda atual das montadoras.
Para Gerson Foratto, diretor da Deicmar, a nova minuta repete e amplia os equívocos cometidos na versão colocada em audiência pública. A empresa pediu ao governo a suspensão da licitação, argumentando que a operação de veículos era acessória e que o terminal só passaria a ser rentável quando entrasse o contêiner. "Ao se ler os documentos e as contribuições feitas pelas empresas, percebe-se que a Antaq e a Secretaria de Portos acolheram as sugestões de outros arrendatários da região que movimentam contêineres, negligenciando mais uma vez o sistema de cargas rolantes, condenado a ser ´parte´ de um terminal de contêineres."
A nova minuta recebeu uma cláusula que impede a Deicmar e a Santos Brasil de participarem do leilão. O novo texto diz que o contrato não será assinado com empresas localizadas dentro ou fora do porto organizado que tenham instalações usadas prioritariamente na movimentação ou na armazenagem de cargas rolantes. Se a proponente quiser participar, terá de entregar as áreas na hipótese de vencer o leilão. A Deicmar tem áreas externas em Santos. E a Santos Brasil opera um terminal de veículos no porto.
31/10/13
Daniel Rittner e Fernanda Pires
Fonte: Valor Econômico
2- FELIPE LAMEGO É NOMEADO PRESIDENTE DA DEEPFLEX
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Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) |
Com grande parte de seu interesse voltado para o Brasil, que deve responder por 65% da demanda mundial do mercado em que atua, a Deepflex passa a ter um brasileiro como presidente: Felipe Lamego. O executivo ocupava o cargo de diretor de desenvolvimento de negócios na empresa desde julho de 2012 e agora assume o comando das operações globais da companhia.
Lamego tem graduação e mestrado de engenharia mecânica pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), possui uma pós-graduação em gerenciamento de projeto pela Universidade de Houston (EUA), além de um mestrado em administração de negócios na Texas A&M University.
Antes de entrar para a Deepflex, o executivo passou a maior parte de sua carreira na Technip, onde começou a trabalhar a partir de 1998 na área de dutos flexíveis, passando pelo desenvolvimento de processos e produtos na França e depois ao cargo de gerente de projetos na área subsea da empresa nos Estados Unidos. Teve uma passagem pela FMC Technologies entre 2006 e 2008, voltando à Technip posteriormente, de onde saiu quando ocupava o posto de diretor de desenvolvimento de negócios nos Estados Unidos.
A Deepflex é a única fabricante de dutos flexíveis sem costura não metálicos para aplicações em águas profundas no mundo e vê no Brasil um dos maiores potenciais de expansão. Atualmente a empresa está em fase de qualificação de suas tecnologias junto à Petrobrás, por meio de um processo que deve envolver mais de 5 mil testes individuais.
O executivo contou que também estão qualificando os produtos junto a outras quatro operadoras: Shell, Total, BG e Statoil. Neste caso, os trabalhos estão sendo realizados por meio do RPSEA (Research Partnership to Secure Energy for America), um programa do governo americano, avaliado em US$ 375 milhões, voltado ao desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de petróleo, gás e energia. O foco do projeto é auxiliar na redução de custos, no aumento da segurança e na melhora da produtividade da indústria de tecnologia e da cadeia de suprimentos dos Estados Unidos.
O novo presidente acredita que o potencial do mercado só tende a crescer e ressaltou a ampliação que estão fazendo na planta de fabricação nos Estados Unidos.
“A capacidade hoje é de 20 km de linhas por ano e vai passar para 120 km por ano. É uma expansão muito grande não só em volume, como também em diâmetro e nos tipos de produtos. Inclusive muito do desenvolvimento será pensado em relação ao pré-sal e a ambientes de alta agressividade”, disse.
Para o executivo, as características do duto flexível sem costura reforçado de materiais compostos devem atrair grande atenção do mercado. Segundo a Deepflex, o produto tem cerca de metade do peso do duto flexível reforçado de aço sem costura, o que diminui bastante a tensão de carga durante a instalação e a operação, além de reduzir a corrosão.
A Deepflex foi fundada em 2004 nos Estados Unidos, mas de lá para cá já recebeu aportes de muitos investidores. Entre eles, estão os fundos brasileiros AEM Capital, liderado por Marcelo Müller, Mare Investimentos, de Rodolfo Landim, Mantiq Investimentos, do Santander, e a empresa de engenharia Promon, representada pelo seu diretor da área subsea, Marcelo Taulois. A empresa conta ainda com investimentos dos grupos Energy Ventures, Klaveness Marine e Mobelmagasinet Tvedt, da Noruega.
Fonte: Mercado, Óleo & Gás, Tecnologias
3- Pesquisadores apoiam incentivos à criação de startups e incubadoras
Fonte: Redação TN Petróleo/ Ascom OTC Brasil 2013
A distância entre as pesquisas universitárias e a aplicabilidade pela indústria ainda é um dos maiores desafios dos pesquisadores que se dedicam ao desenvolvimento de soluções e novas tecnologias para o setor de óleo e gás. No painel “Redes Tecnológicas Brasileiras – Resultados Alcançados”, realizado ontem na OTC Brasil 2013, especialistas dos mais renomados institutos de ensino do país debateram as oportunidades e desafios da produção do conhecimento com a chegada do pré-sal.
Desde a publicação da Regulação nº 5 da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2005, que estabelece as regras para aplicação de recursos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) pela indústria de óleo e gás, as empresas têm aumentado os investimentos voltados para instituições de ciência e tecnologia. Somente a Petrobras investiu cerca de US$ 2 bilhões.
Existe um consenso de, para criar a ponte entre a área acadêmica e a indústria, é necessário permitir o surgimento de empresas incubadoras, startups (com projetos ligados à pesquisa) ou spin-offs (nascidas de grupos de pesquisa).
“Muitos alunos querem montar suas próprias empresas, mas não têm recursos e nem conseguem financiamento. Apenas a regulação da ANP não é suficiente. Precisamos ressaltar que existe este gap entre as duas pontas: universidades e empresas”, afirma Cristina Maria Quintella, da Universidade Federal da Bahia.
“Temos todos os ingredientes para o bolo – dinheiro, pesquisadores e oportunidades. Só não temos o cozinheiro. A Petrobras poderia ser um líder neste processo junto ao governo”, afirma o professor Clovis Raimundo Maliska, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Outra grande preocupação dos acadêmicos é como manter pesquisadores e equipes ativos e unidos ao longo dos anos. Maliska acredita que a continuidade dos investimentos em P&D permitirá a obtenção de resultados em 10 anos.
Para isso, diz ela, é necessário melhorar a infraestrutura das universidades, aumentar as atividades de pesquisa, focar nos estudos em desenvolvimento de tecnologia, reduzir as burocracias para criação de empresas incubadoras, startups e spin offs e, finalmente, manter as equipes.
“Para garantir a permanência destes profissionais é necessário oferecer uma carreira profissional, salários competitivos, organização, formalização e planejamento”, afirmou o professor Marcelo Gattass, da PUC-RJ.
Foram apresentados vários exemplos bem-sucedidos de parcerias entre universidades e institutos de pesquisa e a Petrobras. Um deles, o LabOceano da Coppe-UFRJ, chama a atenção pela grandiosidade e inovação. Trata-se do tanque mais profundo do mundo (15 metros), no qual foram feitos mais de 100 ensaios para empresas do Brasil e do exterior.