sábado, 27 de julho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 140

I – NOTÍCIAS

1- Gerdau quer 'superpasta' para área de transportes
Fonte: Valor Econômico  
O empresário Jorge Gerdau, um dos principais conselheiros da presidente Dilma Rousseff na iniciativa privada, preparou um rascunho de diminuição do número de ministérios que atinge em cheio a área de infraestrutura logística. A ideia de Gerdau é enxugar radicalmente as pastas que lidam com essa área e juntar suas funções em um "superministério dos transportes". Ele já se reuniu com a presidente, no Palácio do Planalto.
A superpasta imaginada pelo empresário agruparia as responsabilidades hoje dispersas entre o próprio Ministério dos Transportes, a Secretaria de Aviação Civil e a Secretaria de Portos. Também poderia gerenciar questões relativas à mobilidade urbana, atualmente a cargo do Ministério das Cidades. Três agências reguladoras ficariam vinculadas ao superministério: a ANTT (transportes terrestres), a Antaq (transportes aquaviários) e a Anac (aviação).
Interlocutores de Gerdau não souberam informar se, na reunião com Dilma, ele chegou a apresentar esse esboço de reforma ministerial. O empresário criticou recentemente o inchaço da Esplanada dos Ministérios e defendeu uma estrutura administrativa mais enxuta, chegando a dizer que "tudo tem o seu limite", em referência à proliferação de pastas para atender às demandas de partidos da base aliada.
O ex-presidente Fernando Collor teve, entre 1990 e 1992, um Ministério da Infraestutura. A diferença é que, no governo Collor, essa pasta englobava também as atribuições dos ministérios de Minas e Energia e das Comunicações. Nos planos de Gerdau, que elaborou esse rascunho com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), o "superministério" lidaria apenas com questões relacionadas à logística de transportes - de cargas e de passageiros.
A Secretaria de Aviação Civil foi criada por Dilma em 2011, com status de ministério, tendo a privatização de grandes aeroportos como prioridade máxima. Liderada hoje pelo pemedebista Moreira Franco, ela ainda tem que tocar um amplo programa de aviação regional, mas já cumpriu sua principal missão. Os três primeiros aeroportos - Guarulhos, Viracopos e Brasília - foram transferidos à iniciativa privada no ano passado. O leilão do Galeão e de Confins está previsto para outubro. Antes disso, o setor aéreo ficava sob responsabilidade do Ministério da Defesa.
A Secretaria de Portos, criada pelo ex-presidente Lula em 2007, é dominada politicamente pelo PSB desde seu início. O ex-ministro Pedro Brito e o atual, Leônidas Cristino, são ligados aos irmãos cearenses Ciro e Cid Gomes. Recentemente, ela foi fortalecida pela nova Lei dos Portos e ainda terá pela frente uma difícil tarefa: promover a licitação de mais de 150 áreas de arrendamento nos portos públicos e coordenar a instalação de dezenas de terminais privados, conforme o novo marco regulatório do setor.
Já a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, dentro da estrutura do Ministério das Cidades, lida diretamente com um ponto que se tornou sensível após as manifestações de junho: a liberação de recursos federais para projetos de metrôs, veículos leves sobre trilhos e corredores exclusivos de ônibus em grandes e médias cidades. A pasta, que também surgiu no governo Lula, tem sido comandada pelo PP.
No esboço de Gerdau, cada uma dessas áreas - aviação civil, portos e mobilidade urbana - poderia ganhar secretarias específicas, com estruturas fortes, mas sempre dentro do mesmo "Superministério dos Transportes".

2- CENTRO DE CAPACITAÇÃO NAVAL E OFFSHORE
As empresas NAPRO SERVICE, RONA ASSESSORIA  e NAVALTECH  estão ultimando os preparativos para o lançamento na Ilha da Conceição/Niterói, um centro de capacitação técnica.

3- OOG fecha contrato offshore com a Petrobras
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação
A Odebrecht Óleo e Gás assinou um novo contrato de manutenção e serviços offshore com a Petrobras para atendimento às plataformas em operação na Unidade de Operação do Rio de Janeiro (UO-RJ). O acordo, no valor total estimado de até R$ 460 milhões, tem prazo de quatro anos e pode ser prorrogado por até igual período com um backlog total de até R$ 940 milhões.
A contratação está inserida no Programa de Eficiência Operacional da Petrobras (PROEF) e envolve a prestação de serviços de construção e montagem, como fabricação e reparo de estrutura e tubulação, pintura industrial, elétrica e instrumentação, além de atender as paradas programadas das plataformas.
O contrato de manutenção prevê a execução de serviços a partir de uma Unidade Flutuante de Serviços (UMS/flotel). A  cada 6 ou 8 meses, uma plataforma definida pelo cliente será atendida,  totalizando 6 a 8 plataformas distintas durante o primeiro exercício contratual de 48 meses. A expectativa é que a Odebrecht Óleo e Gás inicie as atividades ainda neste mês, após a liberação da autorização de serviços (AS) pela Petrobras.

4- A importância da gestão de energia elétrica para pequenas e médias empresas
Tema tão discutido ao longo dos últimos anos, o consumo de energia elétrica não é uma questão que deva ser analisada apenas por governos e consumidores residenciais. Fazer com que os gastos diminuam também precisa ser meta presente no universo das empresas, que, em muitos casos, ainda não se atentaram a isso e continuam a desperdiçar tempo e dinheiro com uma má gestão desse recurso.
Muitas das grandes companhias possuem um setor específico destinado à questão e, por conta disso, conseguem administrar melhor o seu portfólio de compra de energia elétrica, adequando-o à sua real necessidade de consumo. Porém, o mesmo não ocorre com as pequenas e médias empresas, que comumente ficam à deriva, sem saber o momento e o preço mais adequados para adquirirem energia. Mas como não comprometer o crescimento dos negócios, sofrer menos com os impactos de medidas governamentais, e evitar cair na conversa de previsões e leituras equivocadas?
Para evitar riscos que possam comprometer os resultados almejados, toda e qualquer empresa deve possuir um planejamento de gestão de energia, do mesmo modo que faz com gestão financeira, de investimento, de RH, de TI entre outros recursos fundamentais para a existência do negócio. Para isso, é fundamental que o empresário saiba qual seu atual cenário de consumo e contratação de energia, por meio de uma análise detalhada que deixe claro os erros identificados e as oportunidades de melhoria, para que então busque entender quais são as mudanças viáveis que podem ser postas em prática.  
Outro fator fundamental, e ainda uma dificuldade para muitas companhias, é a contratação de energia elétrica para atender a sua previsão de consumo. Em outras palavras, a análise minuciosa do cenário energético e o acompanhamento sistemático dos preços futuros de energia elétrica são fundamentais para que as melhores oportunidades sejam aproveitadas no momento certo e os custos sejam reduzidos. Uma empresa, por exemplo, que tem um gasto mensal de aproximadamente R$ 100 mil, com um planejamento correto e uma gestão de energia eficiente pode chegar a economizar algo em torno de R$ 20 mil mensais, dependendo da sua localização e condições de contratação atuais.
Claro que adotar uma gestão de energia não é algo simples, que se faça do dia para a noite. O fato é que a maioria das empresas ainda não possui colaboradores especializados no assunto, e muitas vezes, manter um departamento com profissionais para tratar diretamente desse item seja inviável ao negócio. A boa notícia é que o mercado conta com profissionais dedicados especificamente a esse tipo de gestão e análise. Portanto, fica por conta do gestor do negócio fazer a escolha desse prestador de serviço com base na experiência de mercado, reputação e resultados atingidos.
Afinal, gestão energética já faz parte da realidade das grandes empresas. Agora, é preciso constar na agenda dos pequenos e médios empreendedores, como fator a ser gerenciado para evitar os prejuízos, maximizar os resultados e colaborar com o sucesso do negócio.
Mikio Kawai Jr. é economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 - dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua genese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004, atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira, companhia que atua na comercialização de energia, além de consultoria e prestação de serviços em representação de entidades no âmbito da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Fonte: Revista TN Petróleo
Autor: Mikio Kawai Jr.


II – COMENTÁRIOS

1- Foster garante negócios no Ceará
A presidente da Petrobras, Graça Foster, garantiu os compromissos da estatal no Ceará para os próximos anos, segundo afirmou ontem o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), após reunir-se com ela na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Segundo contou o político, tanto a instalação da refinaria Premium II quanto os poços de petróleo em águas profundas planejados para o Estado despertam "boas expectativas" na chefe da companhia.
Segundo Inácio Arruda, Foster afirmou que o movimento dentro da Petrobras é para acelerar a instalação da refinaria Premium II no Estado Foto: KlÉber Gonçalves
"O que ela passou para a gente foi de que o movimento dentro da Petrobras é para acelerar a instalação da refinaria", contou o senador, lembrando que os diretores de Gás e Refino da empresa também estiveram presentes na reunião da manhã de ontem.
Não é de hoje que políticos cearenses agendem reuniões com a presidente da Petrobras como forma de reforçar o apelo do Estado na chegada da refinaria. O empreendimento é prometido pelo executivo nacional desde quando Lula era o chefe de e nunca havia estado tão perto de acontecer como agora.
Terreno
Depois de evento que anunciou reforço para os estados atingidos pela seca, ainda em abril deste ano - quando a primeira parte do terreno localizado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) foi entregue à presidente -, Dilma Rousseff recebeu do governador Cid Gomes a segunda parte da área na semana passada, quando veio inaugurar a estação do Centro, do Metrô de Fortaleza (Metrofor).
Convite da AL
Depois de o terreno destinado ao empreendimento ser repassado à Petrobras nestas duas ocasiões - uma delas também com a presença de Graça Foster - o momento se desenha propício à concretização do projeto. Mesmo assim, Inácio contou que reforçou o convite do presidente da Assembleia Legislativa cearense, José Albuquerque (PSB-CE), para que Foster venha ao Estado participar de cerimônia em prol da refinaria na casa dos deputados do Ceará.
Desde o início do ano, os parlamentares empregaram uma campanha pública para que a Premium II fosse confirmada e instalada pela Petrobras. "Ela se mostrou com a maior satisfação e disse vir sem problemas se a data não chocar com nenhum compromisso oficial", disse. A solenidade planejada pela AL tem indicativo para agosto.
No entanto, Inácio também informou de um convite de Foster para o deputado José Albuquerque: "Ela se colocou a disposição para receber o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará lá no Rio de Janeiro (onde fica a sede da Petrobras".
Sem sócio no negócio
Ainda sobre a Premium II, o senador do PC do B cearense repassou a informação da presidente da Petrobras de que o sócio estrangeiro buscado pelo governo estadual para o empreendimento ainda não foi definido. Mesmo assim, de acordo com afirmação de Inácio, a instalação da refinaria está mantida.
Poços em avaliação
Outro ponto de pauta da reunião do Senador do PC do B cearense com a chefe da Petrobras foi a da avaliação dos poços de petróleo localizados em águas profundas achados pela estatal no litoral do município de Paracuru, no litoral Oeste do Estado.
"Eles estão em uma etapa de discussão para avaliar a viabilidade econômica de se comercializar ou não os poços", disse.
Fonte: Diário do Nordeste,CE 

2- UTC Engenharia deixa de ser sócia da empresa Quip
A empresa Quip, sediada em Rio Grande e com foco no trabalho em plataformas de petróleo, perderá uma de suas sócias: a UTC Engenharia. Além dessa companhia, que detém 27,25% das ações, o restante da participação está divido entre: Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, cada uma com 29,75%, e Iesa Óleo e Gás com 13,25%.
Em nota, a UTC Engenharia esclarece que a decisão de descontinuidade de participação na composição acionária da Quip, prevista para ocorrer ao término da construção da P-55, leva em conta o planejamento estratégico da empresa. Assim como as oportunidades observadas no mercado de plataformas offshore para exploração de petróleo. Já a assessoria de imprensa da Quip comentou que o grupo perderá uma sócia ativa e positiva, mas já está suficientemente madura para prosseguir adiante.
Quanto aos possíveis desdobramentos, o especialista tributário da IOB Folhamatic EBS, uma empresa do Grupo Sage, Edino Garcia argumenta que, muitas vezes, nesses casos, as ações são oferecidas primeiramente aos sócios restantes. O coordenador da Área de Societário e Contratos do escritório Queiroz e Lautenschläger Advogados, Victor Lucio Mokodsi, concorda. “Uma regra muito utilizada é o direito de preferência aos outros acionistas”, salienta. Fontes do setor da construção naval que acompanham a situação informam que será justamente isso que acontecerá, entretanto ainda não se sabe a proporção que caberá à cada sócia.
Quanto a valores, Mokodsi detalha que, salvo em casos específicos, a lei não estabelece formas de avaliação das ações. Entretanto, normalmente são definidos critérios, no estatuto social ou no acordo de acionistas, para a compra e venda de ações. O advogado reitera que os sócios de cada companhia podem determinar livremente formas de avaliação ou mesmo não estabelecer quaisquer regras sobre o assunto. Uma possibilidade é que os valores das ações sejam dimensionados por uma empresa especializada. Garcia salienta que grandes companhias abandonarem sociedades não é algo inédito e, em várias ocasiões, isso acontece porque uma das empresas começou a se considerar como o elo fraco da parceria.
Criada em 2005, o primeiro trabalho da Quip foi a construção da plataforma de petróleo P-53, para a Petrobras. A última encomenda finalizada pela companhia, no mês passado, foi a integração e o comissionamento da P-63. No segundo semestre, deverão ser concluídas as plataformas P-55 e P-58 (nessa estrutura a Quip presta serviço para a CQG Construções Offshore).
A sede da Quip está instalada no cais do Porto Novo, em um terreno de 320 mil metros quadrados. Possui filiais no Rio de Janeiro (engenharia e suprimento) e no Estaleiro Rio Grande, também na cidade de Rio Grande. Para se ter uma ideia do porte que a empresa atingiu, em junho a Quip foi a segunda companhia do Brasil que mais exportou com vendas de US$ 1,626 bilhão e participação de 7,7% no cenário nacional (o resultado deve-se à conclusão da P-63, entregue a uma subsidiária estrangeira da Petrobras). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O primeiro lugar ficou com a Vale, com vendas de US$ 2,094 bilhões e participação de 9,91% sobre os embarques totais do País no mês (US$ 21,134 bilhões).
Fonte: Jornal do Commercio

3- OGX deve deixar lições ao mercado
A ascensão e queda da OGX vai entrar para a história como um dos casos mais emblemáticos do mercado de capitais. Como ocorreu com a quebra da Sadia e da Aracruz, após apostas das duas empresas em derivativos cambiais de risco, a trajetória meteórica de cinco anos da empresa na Bovespa tem tudo para virar o motivo central de algumas lições.
Desde o julgamento da Sadia, em 2010, não há dúvidas sobre a responsabilidade que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atribui ao conselho de administração e seus participantes na gestão e fiscalização do negócio.
No caso da OGX, o saldo da discussão será a qualidade da comunicação e o velho hábito das companhias de vestir a noiva da melhor maneira possível, algumas vezes, beirando o limite do disfarce.
No foco da questão, está o papel dos executivos no diálogo com o mercado, em especial aqueles com responsabilidade legal - ou seja, presidente e diretor de relações com investidores, além do controlador.
A CVM, na Instrução 480, é bastante clara. Diz em seu artigo 45: o diretor de relações com investidores (DRI) é responsável pela prestação de todas as informações exigidas pela legislação e regulamentação do mercado. Mas o dever desse executivo não diminui o dos demais administradores. "A responsabilidade atribuída ao diretor de relações com investidores não afasta eventual responsabilidade do emissor, do controlador e de outros administradores pela violação das normas legais e regulamentares que regem o mercado", completa a mesma regra, no artigo 46.
A OGX é uma oportunidade para a CVM explorar a aplicação dessas regras de comunicação, assim como Sadia e Aracruz foram sobre os deveres do conselho de administração. A comunicação com o mercado é de responsabilidade direta do presidente da companhia e de seu diretor de relações com investidores.
Eike Batista, idealizador e controlador da OGX, sempre esteve à frente do conselho de administração. Como controlador, é o maior acionista e, portanto, também é o principal afetado pela perda de valor do negócio.
Comunicação é responsabilidade do presidente e do diretor de relações com investidores
A gestão executiva sempre ficou nas mãos de profissionais de mercado. O primeiro presidente foi Luiz Rodolfo Landim, que ficou até abril de 2009, dez meses após a estreia da companhia na bolsa. O cargo então foi assumido por Paulo Mendonça, que ficou até junho do ano passado, quando foi substituído por Luiz Eduardo Carneiro, já em meio ao agravamento da crise de confiança que começou a se abater sobre a empresa em 2011. Na diretoria de relações com investidores, Marcelo Torres conduziu os trabalhos até abril de 2012, quando a área passou aos cuidados de Roberto Monteiro. Cabia a esses executivos, portanto, a tarefa de frear e filtrar os arroubos otimistas do controlador.
A OGX, de 2008 a 2013, divulgou 114 fatos relevantes. Para se ter uma ideia de volume, desde fevereiro de 2003, após instalação do atual sistema eletrônico da CVM, a Ambev, a maior companhia da bolsa brasileira, emitiu 41 comunicados deste tipo e a Petrobras, um total de 155.
Os comunicados da OGX chamavam atenção pelo conteúdo técnico. Dos textos, a parte com linguagem simples e acessível eram, na maioria das vezes, as aspas do então diretor presidente Paulo Mendonça ou do próprio controlador Eike Batista. Quase sempre, mais do que traduzir os dados técnicos, essas declarações comemoravam as informações e falavam da campanha exploratória "promissora" da empresa.
Essa foi a rotina durante 2009 e boa parte de 2010: uma longa sequência do registro de presença de "hidrocarbonetos" nos poços da empresa. Foi nesse período que o valor de mercado da OGX atingiu sua máxima.
A companhia chegou à Bovespa às vésperas do estouro da crise, em junho de 2008, com uma oferta pública inicial de R$ 6,7 bilhões. Em novembro de 2007, havia levantado US$ 1,3 bilhão com investidores privados, sem abrir capital, para ter recursos para o leilão dos campos.
Em sua história, a companhia investiu US$ 7 bilhões, entre campanha sísmica, pagamento de bônus de exploração e perfuração. Para tanto, captou com ações e papéis de dívida um total de US$ 9,4 bilhões.
Quando estreou na bolsa, a OGX foi avaliada em R$ 35 bilhões. Já nasceu grande. Mas, em outubro de 2010, após os primeiros resultados da campanha exploratória, ultrapassou a cifra de R$ 75 bilhões de capitalização. Chegou a ser, portanto, a maior empresa privada não financeira atrás apenas das três gigantes - Ambev, Petrobras e Vale.
Hoje, após admitir que a impossibilidade de operar seus principais poços, a companhia está avaliada em R$ 1,6 bilhão.
A partir de 2009, quando começaram as surgir os primeiros resultados dos estudos exploratórios e o registro dos hidrocarbonetos, o mercado chegou a questionar a quantidade de fatos relevantes para relatar apenas o indício da existência de petróleo nos poços. Para uma minoria crítica, os fatos relevantes já eram uma maneira da OGX vestir a noiva ao mercado.
Mas a maioria dos investidores, otimistas com a perspectiva do negócio, destacavam que a comunicação era a esperada para uma companhia pré-operacional. Entendiam que a OGX estava prestando contas ao mercado sobre o que fazia com os bilhões captados. No limite, estava sendo transparante.
A dinâmica da comunicação da companhia só mudou quando o cenário deixou de ser tão azul. E as novidades, já não tão boas, não eram mais alvo de fatos relevantes. Viraram comunicados ao mercado.
A partir de 2011, vieram as primeiras decepções. As informações negativas trouxeram frustrações pelo conteúdo e pela forma.
Em abril de 2011, um relatório da consultoria DeGolyer & MacNaughton (D&M) apontou para um volume menor de óleo do que o esperado para a OGX. A reação da administração foi minimizar o resultado. Mendonça chegou a comparar o relatório com o personagem "Benjamin Button", do cinema, alegando que a avaliação "nasceu velha".
Pouco menos de um ano depois, em março de 2012, os investidores souberam de novidades pouco animadoras sobre o campo Waikiki por meio de apresentações feita pela OSX. Por fim, a maior frustração veio, então, em junho de 2012 - antes da declaração de inviabilidade comercial. A produção do principal campo em atividade ficou em 5 mil barris diários, quando o esperado eram 15 mil barris.
Contar boas novas com festa e minimizar notícias ruins tende a ser prática corriqueira das companhias abertas. O limite desse comportamento não está nada claro e a expectativa é que a questão seja avaliada agora pela CVM.
Contar boas novas com festa e minimizar notícias ruins tende a ser prática corriqueira das companhias abertas
A mesma Instrução 480 que aponta o diretor de relações com investidores como responsável pela comunicação diz em seus artigos 14 e 15: "O emissor deve divulgar informações verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o investidor a erro" e "Todas as informações divulgadas pelo emissor devem ser escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa".
O Valor apurou que as decisões da CVM de colocar em revisão as Instruções 358 e 480 têm como objetivo colocar no papel aprendizados com a vida prática das companhias - muitos deles com o Grupo X.
Há preocupação em deixar claro o que é um fato relevante e quais são os princípios gerais da boa comunicação com o mercado.
A ideia da existência de princípios gerais é que eles possam ser aplicados e cobrados, pela CVM, sobre divulgações feitas em qualquer plataforma, seja a comunicação oficial, seja comentários e declarações em redes sociais.
O Twitter, por exemplo, era amplamente usado por Eike Batista para demonstrar a confiança na empreitada. Suas declarações costumavam gerar grande repercussão.
Por enquanto, o que está sendo investigado, conforme apurou o Valor, é se a OGX forneceu as informações corretas no momento adequado e prontamente. Não há, até o momento, suspeitas de comportamentos mais graves, como fraude.
Outro saldo que deve ficar da destruição de mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado é o reforço de uma lição aprendida fora do Brasil com o estouro da crise financeira a partir dos Estados Unidos: nada substitui a diligência dos investidores e acionistas.
A despeito da investigação que a CVM conduz na companhia, diversos especialistas destacam que muitas bandeiras com alertas importantes estavam escancaradas ao mercado há tempos.
Além do fato de o negócio ser de elevado risco, afinal a OGX é uma companhia pré-operacional de exploração de petróleo, as frustrações com a comunicação feita pela empresa e rotatividade incomum no quadro de executivos e até de conselheiros deveriam ter sido consideradas pelos investidores.
Desde 2008, cresce a cobrança para que os acionistas sejam mais participativos na atuação junto às empresas, no lugar de simplesmente venderem as ações quando ficam descontentes.
Fonte: Valor Econômico

sábado, 20 de julho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 139

I – NOTÍCIAS

1- Governo Federal vai leiloar 11 áreas no Porto de Santos
Fonte: Estadão  
O governo vai transformar em 11 as 25 áreas do Porto de Santos (SP) que pretende leiloar ainda este ano, pelo fato de os contratos de concessão terem vencido ou estarem por vencer. A informação consta do edital de licitação que deveria ter sido divulgado na quinta-feira (18), mas atrasou e ainda não tem data definida.
No total, serão oferecidos à iniciativa privada 1,1 milhão de metros quadrados, mas numa configuração diferente da atual. O governo vai aproveitar o fim dos contratos para unir áreas contíguas e permitir a instalação de terminais maiores. É o que os técnicos apelidaram de "desfavelização" do porto. Além disso, a intenção é organizar os terminais de forma a não ter, por exemplo, embarque e desembarque de produtos químicos perto de alimentos.
Para facilitar o processo, será necessário antecipar o encerramento de contratos. Há, por exemplo, áreas cujas licenças iriam até 2017. O mesmo procedimento está em curso nos portos do Pará, cujo edital deverá sair na mesma ocasião que o do de Santos. Em terras paraenses, as 26 áreas disponíveis, que somam 1 milhão de metros quadrados, serão convertidas em 20.
Capacidade
De acordo com a Secretaria de Portos, a junção de áreas em Santos vai aumentar a capacidade de armazenagem e melhorar a operação portuária, "tanto na recepção quanto no manuseio e atracação de navios". O órgão acredita que haverá racionalização no uso dos acessos terrestres aos terminais.
Os editais de Santos e Pará serão os primeiros de concessões de áreas em portos organizados após a aprovação da nova Lei dos Portos, no final de maio.

2- Câmara de Comércio Brasil-Alemanha promove workshop no RJ 
A Câmara de Comércio Brasil-Alemanha (AHK RJ) promoveu na sexta-feira (19), no edifício sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), um evento fechado sobre o setor de petróleo e gás e naval em conjunto com representantes da delegação do vice-ministro de Economia e Ciências da Alemanha, Hans-Joachim Otto. Na ocasião, foi debatida uma proposta de trabalho baseada na pauta elaborada na reunião ocorrida no dia 3 de julho entre a Petrobras e as principais empresas alemãs do setor. A ideia é mostrar para os representantes alemães os potenciais econômicos do Rio de Janeiro.
A abertura do evento contou com o presidente da AHK RJ, Sergio Boanada, com o cônsul-geral da Alemanha no Brasil, Harald Klein, e com o  vice-ministro de Economia e Ciências da Alemanha, Hans-Joachim Otto. Os palestrantes serão Luiz Carlos T. de Carvalho, assessor-chefe de Comércio e Investimentos da Secretaria de Estado da Casa Civil; Andrea Bedeschi, relações internacionais da Rio Negócios; Tami Vivas, especialista em relações internacionais do Centro Internacional de Negócios da Firjan, além de representantes da Sete Brasil, Schulz América Latina e Man Diesel & Turbo Brasil.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação com Assessoria

3- Um ano a ser lembrado  
O ano de 2013 ficará marcado na historia da indústria do petróleo brasileiro pelo grande passo em relação à pesquisa em algumas bacias sedimentares de novas fronteiras, pela confirmação do potencial petrolífero de parte da área do pré-sal e pela pesquisa específica de gás natural em bacias terrestres.
Após um período de cinco anos sem rodadas de licitação de blocos exploratórios, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) promoveu a 11ª Rodada, em 14 de maio.
Onze bacias fizeram parte do leilão, que se concentrou na Margem Equatorial Brasileira, sendo que pela primeira vez todos os Estados do Norte e do Nordeste estavam representados.
Foram leiloados 289 blocos, sendo 94 em águas profundas, 72 em águas rasas e 123 em bacias terrestres, com um total de 155 quilômetros quadrados de áreas ofertadas.
O resultado do leilão foi considerado muito bom, pois, dos 289 blocos, 142 foram arrematados, com o governo arrecadando R$ 2,8 bilhões em bônus de assinatura e as empresas vencedoras assumindo o compromisso de investir R$ 7 bilhões nos programas exploratórios mínimos durante a primeira fase do contrato de concessão.
Ressalte-se que, na 11ª Rodada, concorreram 18 empresas estrangeiras e 12 nacionais.
Outro fato importante a ressaltar é que na maior parte das bacias terrestres o potencial petrolífero é para a descoberta de gás natural.
Portanto, espera-se que as atividades exploratórias confirmem esse potencial e o gás passe a ter papel preponderante na matriz energética do Brasil.
Ainda para este ano o governo programa a 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, em outubro, e também a 12ª Rodada de Licitações, esta com foco no gás natural, com previsão para novembro.
A área ofertada na 1ª Rodada do Pré-Sal será o Prospecto de Libra, localizado na bacia de Santos, cuja descoberta se deu com a perfuração do poço estratigráfico 2-ANP2-RJS, em 2010.
A ANP estima um volume entre 26 bilhões e 42 bilhões de barris de óleo "in situ", dos quais 8 bilhões a 12 bilhões de barris são recuperáveis --isto é, Libra poderá ter um nível de reservas bem próximo ao de todos os demais campos brasileiros somados.
Essa rodada do pré-sal é a primeira experiência que o Brasil fará no modelo de partilha da produção.
Isso porque a partir de 2010 entrou em vigor um regime de regulação misto; enquanto a lei 9.478/97 regula o regime de concessão, a lei 12.351/2012 estabeleceu para as áreas de um polígono do pré-sal e outras consideradas como estratégicas o regime de partilha da produção.
Para a 12ª Rodada, o regime será o de concessão, que incluirá as bacias sedimentares terrestres do Paraná, dos Parecis, do Parnaíba, do Recôncavo, do Acre e do São Francisco. Essas áreas ainda aguardam a aprovação do CNPE (Conselho Nacional de Políticas Energéticas) e a posterior autorização da presidente da República.
Visando a atrair investimentos estrangeiros para a 1ª Rodada do Pré-Sal, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, iniciou no início deste mês um road show pela Europa e pela Ásia.
O pré-sal é uma área com um potencial muito grande, mas que exige investimentos vultosos tanto na fase exploratória como no desenvolvimento e na produção.
É esperada uma grande disputa, em que o governo, além de arrecadar a vultosa quantia fixada em R$ 15 bilhões com o bônus de assinatura, espera obter da empresa ou consórcio vencedor uma elevada parcela do óleo a ser produzido como pagamento pelo direito de exploração.
Pela lei, a Petrobras terá necessariamente um mínimo de 30% de participação, além de ser obrigatoriamente a empresa operadora.
A volta dos leilões neste ano em grande estilo é sem dúvida motivo de comemoração. No entanto, as companhias de petróleo trabalham com planejamento e alocação de recursos visando o longo prazo.
Assim, a volta de uma programação de leilões com recorrência pelo menos anual a partir de 2014, como foi o padrão até a 10ª Rodada, em 2008, seria certamente muito bem-vista pela indústria. 
Rodolfo Landim - Engenheiro civil e de petróleo, é presidente da
Ouro Preto Óleo e Gás e sócio-diretor da Mare Investimentos
Fonte: Folha de S. Paulo  

4- China assume liderança mundial em energia solar
O reinado da Alemanha, no que diz respeito a energia solar, chegou ao fim. A China garantiu sua posição como líder mundial no setor devido à instalação de 3 gigawatts de utilização em escala da fonte energética. Em menos de um ano, o país construiu 40 novas usinas de energia solar com capacidade de produção de mais de 1 GW cada uma delas. A locomotiva ajudou a elevar o potencial global para 15GW. Só entre dezembro de 2012 e julho de 2013, houve um aumento de 35% na produção de energia solar entre os 596 parques espalhados por todo o mundo.
Fonte: TN Sustentável

5- Maior demanda por energia faz crescer oferta de emprego em petróleo e gás
A combinação de uma população que cresce a cada dia e que tem contribuído para a crescente demanda por energia, combinada com o número de profissionais se aproximando da aposentadoria e com o baixo número de profissionais sendo formados, desencadeia um problema que afeta o mundo todo: a falta de engenheiros na indústria petrolífera.
Atualmente no Brasil, são formados, em média, 40 mil engenheiros por ano, mas a carência chega ao dobro disso. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), até 2020, esse número deve chegar a 95 mil, para sustentar um crescimento econômico anual de 4%. Em um ano, o salário médio dos engenheiros da área de petróleo, óleo e gás aumentou 39,41%. 
Projetos complexos - como os ligados ao pré-sal - dão uma nova dimensão à guerra por talentos: a necessidade de atrair indivíduos para compartilhar conhecimento através de múltiplas localidades e em todos os níveis. A participação do pré-sal na produção brasileira de petróleo deve passar de 2% em 2011 para 18% em 2015 e para 40,5% em 2020.
Os desafios que existem só podem ser resolvidos através do desenvolvimento de uma mão-de-obra verdadeiramente globalizada, estabelecendo uma orientação entre colegas de trabalho para transmitir o conhecimento da equipe de engenharia sênior para os trabalhadores iniciantes. Até 2015, serão necessários 300 mil novos profissionais, segundo a Federação Nacional dos Engenheiros.
Fonte: Revista TN Petroleo


II – COMENTÁRIOS

1- Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes
No período de 04 a 08 de novembro de 2013 a Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes – ANPET conjuntamente com a Universidade Federal do Pará - UFPA, e a Universidade da Amazônia - UNAMA, realizarão o XXVII ANPET - Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes, este ano com sua primeira edição na região norte do país. O evento deverá reunir cerca de 500 participantes e nele serão apresentados e discutidos mais de 250 artigos técnicos e científicos relativos a transportes. O evento abrigará também Seminários, Mesas Redondas, Mini-Cursos, Conferências, abrangendo as mais diversas áreas de conhecimento do setor. Além disso, conta-se com espaço disponível (estandes) para empresas e instituições interessadas em divulgar os avanços tecnológicos e científicos do setor, na forma de uma Feira Expositiva que busca apresentar uma Mostra Técnica do Setor de Transportes.
Esta será uma ótima oportunidade para discutir temas que afetam os diversos setores de transportes e seus representantes, assim como a complexa região Amazônica e seus desafios para o desenvolvimento da mobilidade sustentável no Brasil”, explica Márcio D’Agosto, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET). Os temas abordados serão: Infraestrutura de Transportes; Sistemas Aeroviários, Cicloviários, Hidroviários e Ferroviários; Sistemas Inteligentes de Transportes (equipamentos de tráfego e sinalização); Uso do Solo Urbano e Transportes; Bilhetagem Eletrônica; Segurança Viária; Logística; Financiamento para Sistema de Mobilidade Urbana e Meio Ambiente.
Fonte: Assessoria

2- OGX deve deixar lições ao mercado
A ascensão e queda da OGX vai entrar para a história como um dos casos mais emblemáticos do mercado de capitais. Como ocorreu com a quebra da Sadia e da Aracruz, após apostas das duas empresas em derivativos cambiais de risco, a trajetória meteórica de cinco anos da empresa na Bovespa tem tudo para virar o motivo central de algumas lições.
Desde o julgamento da Sadia, em 2010, não há dúvidas sobre a responsabilidade que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atribui ao conselho de administração e seus participantes na gestão e fiscalização do negócio.
No caso da OGX, o saldo da discussão será a qualidade da comunicação e o velho hábito das companhias de vestir a noiva da melhor maneira possível, algumas vezes, beirando o limite do disfarce.
No foco da questão, está o papel dos executivos no diálogo com o mercado, em especial aqueles com responsabilidade legal - ou seja, presidente e diretor de relações com investidores, além do controlador.
A CVM, na Instrução 480, é bastante clara. Diz em seu artigo 45: o diretor de relações com investidores (DRI) é responsável pela prestação de todas as informações exigidas pela legislação e regulamentação do mercado. Mas o dever desse executivo não diminui o dos demais administradores. "A responsabilidade atribuída ao diretor de relações com investidores não afasta eventual responsabilidade do emissor, do controlador e de outros administradores pela violação das normas legais e regulamentares que regem o mercado", completa a mesma regra, no artigo 46.
A OGX é uma oportunidade para a CVM explorar a aplicação dessas regras de comunicação, assim como Sadia e Aracruz foram sobre os deveres do conselho de administração. A comunicação com o mercado é de responsabilidade direta do presidente da companhia e de seu diretor de relações com investidores.
Eike Batista, idealizador e controlador da OGX, sempre esteve à frente do conselho de administração. Como controlador, é o maior acionista e, portanto, também é o principal afetado pela perda de valor do negócio.
Comunicação é responsabilidade do presidente e do diretor de relações com investidores
A gestão executiva sempre ficou nas mãos de profissionais de mercado. O primeiro presidente foi Luiz Rodolfo Landim, que ficou até abril de 2009, dez meses após a estreia da companhia na bolsa. O cargo então foi assumido por Paulo Mendonça, que ficou até junho do ano passado, quando foi substituído por Luiz Eduardo Carneiro, já em meio ao agravamento da crise de confiança que começou a se abater sobre a empresa em 2011. Na diretoria de relações com investidores, Marcelo Torres conduziu os trabalhos até abril de 2012, quando a área passou aos cuidados de Roberto Monteiro. Cabia a esses executivos, portanto, a tarefa de frear e filtrar os arroubos otimistas do controlador.
A OGX, de 2008 a 2013, divulgou 114 fatos relevantes. Para se ter uma ideia de volume, desde fevereiro de 2003, após instalação do atual sistema eletrônico da CVM, a Ambev, a maior companhia da bolsa brasileira, emitiu 41 comunicados deste tipo e a Petrobras, um total de 155.
Os comunicados da OGX chamavam atenção pelo conteúdo técnico. Dos textos, a parte com linguagem simples e acessível eram, na maioria das vezes, as aspas do então diretor presidente Paulo Mendonça ou do próprio controlador Eike Batista. Quase sempre, mais do que traduzir os dados técnicos, essas declarações comemoravam as informações e falavam da campanha exploratória "promissora" da empresa.
Essa foi a rotina durante 2009 e boa parte de 2010: uma longa sequência do registro de presença de "hidrocarbonetos" nos poços da empresa. Foi nesse período que o valor de mercado da OGX atingiu sua máxima.
A companhia chegou à Bovespa às vésperas do estouro da crise, em junho de 2008, com uma oferta pública inicial de R$ 6,7 bilhões. Em novembro de 2007, havia levantado US$ 1,3 bilhão com investidores privados, sem abrir capital, para ter recursos para o leilão dos campos.
Em sua história, a companhia investiu US$ 7 bilhões, entre campanha sísmica, pagamento de bônus de exploração e perfuração. Para tanto, captou com ações e papéis de dívida um total de US$ 9,4 bilhões.
Quando estreou na bolsa, a OGX foi avaliada em R$ 35 bilhões. Já nasceu grande. Mas, em outubro de 2010, após os primeiros resultados da campanha exploratória, ultrapassou a cifra de R$ 75 bilhões de capitalização. Chegou a ser, portanto, a maior empresa privada não financeira atrás apenas das três gigantes - Ambev, Petrobras e Vale.
Hoje, após admitir que a impossibilidade de operar seus principais poços, a companhia está avaliada em R$ 1,6 bilhão.
A partir de 2009, quando começaram as surgir os primeiros resultados dos estudos exploratórios e o registro dos hidrocarbonetos, o mercado chegou a questionar a quantidade de fatos relevantes para relatar apenas o indício da existência de petróleo nos poços. Para uma minoria crítica, os fatos relevantes já eram uma maneira da OGX vestir a noiva ao mercado.
Mas a maioria dos investidores, otimistas com a perspectiva do negócio, destacavam que a comunicação era a esperada para uma companhia pré-operacional. Entendiam que a OGX estava prestando contas ao mercado sobre o que fazia com os bilhões captados. No limite, estava sendo transparante.
A dinâmica da comunicação da companhia só mudou quando o cenário deixou de ser tão azul. E as novidades, já não tão boas, não eram mais alvo de fatos relevantes. Viraram comunicados ao mercado.
A partir de 2011, vieram as primeiras decepções. As informações negativas trouxeram frustrações pelo conteúdo e pela forma.
Em abril de 2011, um relatório da consultoria DeGolyer & MacNaughton (D&M) apontou para um volume menor de óleo do que o esperado para a OGX. A reação da administração foi minimizar o resultado. Mendonça chegou a comparar o relatório com o personagem "Benjamin Button", do cinema, alegando que a avaliação "nasceu velha".
Pouco menos de um ano depois, em março de 2012, os investidores souberam de novidades pouco animadoras sobre o campo Waikiki por meio de apresentações feita pela OSX. Por fim, a maior frustração veio, então, em junho de 2012 - antes da declaração de inviabilidade comercial. A produção do principal campo em atividade ficou em 5 mil barris diários, quando o esperado eram 15 mil barris.
Contar boas novas com festa e minimizar notícias ruins tende a ser prática corriqueira das companhias abertas. O limite desse comportamento não está nada claro e a expectativa é que a questão seja avaliada agora pela CVM.
Contar boas novas com festa e minimizar notícias ruins tende a ser prática corriqueira das companhias abertas
A mesma Instrução 480 que aponta o diretor de relações com investidores como responsável pela comunicação diz em seus artigos 14 e 15: "O emissor deve divulgar informações verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o investidor a erro" e "Todas as informações divulgadas pelo emissor devem ser escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa".
O Valor apurou que as decisões da CVM de colocar em revisão as Instruções 358 e 480 têm como objetivo colocar no papel aprendizados com a vida prática das companhias - muitos deles com o Grupo X.
Há preocupação em deixar claro o que é um fato relevante e quais são os princípios gerais da boa comunicação com o mercado.
A ideia da existência de princípios gerais é que eles possam ser aplicados e cobrados, pela CVM, sobre divulgações feitas em qualquer plataforma, seja a comunicação oficial, seja comentários e declarações em redes sociais.
O Twitter, por exemplo, era amplamente usado por Eike Batista para demonstrar a confiança na empreitada. Suas declarações costumavam gerar grande repercussão.
Por enquanto, o que está sendo investigado, conforme apurou o Valor, é se a OGX forneceu as informações corretas no momento adequado e prontamente. Não há, até o momento, suspeitas de comportamentos mais graves, como fraude.
Outro saldo que deve ficar da destruição de mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado é o reforço de uma lição aprendida fora do Brasil com o estouro da crise financeira a partir dos Estados Unidos: nada substitui a diligência dos investidores e acionistas.
A despeito da investigação que a CVM conduz na companhia, diversos especialistas destacam que muitas bandeiras com alertas importantes estavam escancaradas ao mercado há tempos.
Além do fato de o negócio ser de elevado risco, afinal a OGX é uma companhia pré-operacional de exploração de petróleo, as frustrações com a comunicação feita pela empresa e rotatividade incomum no quadro de executivos e até de conselheiros deveriam ter sido consideradas pelos investidores.
Desde 2008, cresce a cobrança para que os acionistas sejam mais participativos na atuação junto às empresas, no lugar de simplesmente venderem as ações quando ficam descontentes.
Fonte: Valor Econômico

sábado, 13 de julho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 138

I – NOTÍCIAS

1- ANP estuda a possibilidade de estender prazo de consulta a edital
A diretora geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que a agencia reguladora está estudando a possibilidade de estender o prazo para os interessados enviarem contribuições na consulta pública da minuta do edital do primeiro leilão de área de pré-sal, no modelo de partilha. "Temos que medir a consequência disso mais à frente". Ela lembrou que a extensão desse prazo implicaria em um período menor para os técnicos da agência responderem a todos os questionamentos da indústria.
A executiva participou de uma coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (12), que tratou, principalmente, do leilão, marcado para o dia 21 de outubro, no Windsor Barra, no Rio de Janeiro.
Segundo Chambriard, o pré-sal de Libra será desenvolvido em módulos, com plataformas similares ao que será desenvolvido em toda a área de Cessão Onerosa. "Ou seja, a área poderá ser desenvolvida com um número entre 12 e 18 plataformas. Cada sistema de produção deverá ter de 8 a10 poços perfurados no mínimo". A ANP considera que as unidades cheguem a 150 mil barris de petróleo por dia, e que o pico de produção chegará, no mínimo, a 1 milhão de barris de petróleo por dia.
"Esse número depende do desenvolvimento do campo. Essa previsão é feita baseada no projeto básico da Agência", afirma Magda Chambriard, acrescentando que as premissas da agência reguladora levam em conta o primeiro óleo da fase de produção a partir do 5º ano do contrato.
Quando questionada sobre o investimento necessário para o campo, Magda preferiu exemplificar o possível valor de um poço no pré-sal. "Um poço perfurado no pré-sal pode custar US$100 milhões. Isso depois de uma curva de aprendizado", afirmou, dizendo que o que a ANP quer é um projeto otimizado das empresas, para que o valor para a sociedade se maximize.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação

2- ANP garante que o país se antecipa às questões do 'shale gas'
A diretora geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, garantiu que a agência reguladora está se antecipando às principais questões para assegurar que a exploração do gás não convencional (conhecido como shale gas) não repita os resultados negativos, observados em outros países, ao meio ambiente.
"O shale gas tem três questões que são muito importantes: é intensivo em perfuração de poços, exige grandes quantidades de fluido de perfuração, e seus fraturamentos devem ser projetados de forma a não atingir o aquífero - devem estar afastados há centenas de metros dos aquíferos", disse Chambriard durante coletiva de imprensa sobre o primeiro leilão do pré-sal, realizada nesta sexta-feira (12), no Rio de Janeiro. Segundo ela, o país está se baseando nas curvas de aprendizao, principalmente, dos EUA. "Os Estados Unidos perfuraram, em uma área similar à brasileira, mais de de 4,5 milhões de poços, enquanto nós estamos em uma cifra de 27 mil".
Entre os cuidados primordiais da agência reguladora para a 12ª Rodada da ANP estão: o descarte de lama de perfuração, "que precisa ser reaproveitadas e já fazemos isso no Brasil", controle de fraturamento e a obrigação de revestimento do poço com tubo de aço. "Esses são cuidados mínimos que deverão ser considerados em projetos quando o desenvolvimento se tratar de gás não convencional", disse Chambriard.
A diretora geral da ANP lembrou da importância do aproveitamento do gás para levar energia para áreas remotas. "A possibilidade de descentralização de investimentos exploratórios com o gás em terra, no Brasil, levando energia para áreas remotas, é um projeto estruturante que não podemos deixar de lado", afirmou. Magda destacou que os lincenciamentos ambientais na fase de exploração de gás serão feito pelos órgãos estaduais. "Mas se o projeto resultante dessa exploração for de shale gas, isso será mais complicado, portanto será dirigido pelo Ibama", concluiu.
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação

3- HRT decide não participar de 1ª Rodada de licitação do pré-sal
A petroleira brasileira HRT decidiu não participar da 1ª Rodada de licitação do pré-sal, que vai leiloar o prospecto de Libra, na Bacia de Santos. Marcado para 21 de outubro, será o primeiro leilão sob regime de partilha de produção. A empresa, que havia informado no início de quinta-feira que avaliava sua participação, comunicou no fim do dia que decidiu não participar da rodada.
Em nota, a petroleira disse que já analisou as minutas do contrato e do edital da licitação, publicados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na quarta-feira, e considerou os termos dentro do esperado. “No entanto, analisando os prazos envolvidos e as dimensões dos investimentos esperados, a empresa avalia que se trata de um ativo para as grandes companhias do petróleo mundial, que disponham de recursos financeiros e técnicos adequados para assumir os riscos de um projeto desta complexidade e envergadura”, afirmou.
A petroleira acrescentou ainda que se sente orgulhosa como companhia brasileira de petróleo em ser parte do setor, neste momento em que a ANP leva ao mercado “um projeto como este”.

4- SEP e Marinha firmam acordo
Redação TN/ Secretaria de Portos 
A Secretaria de Portos (SEP) e a Marinha do Brasil firmaram na última terça-feira (9) um Termo de Cooperação para viabilizar, por meio da Base de Hidrografia da Marinha, levantamento hidrográfico, atualização de documentos cartográficos e planejamento para a implantação de sinalização náutica nos portos brasileiros. O encontro ocorreu na Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha, em Niterói, RJ.
Através desse instrumento, assinado pelo Ministro dos Portos, Leônidas Cristino e pelo Vice-Almirante Marcos Nunes de Miranda, Diretor de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, a SEP repassará à Marinha recursos financeiros no valor de R$ 6,6 milhões, para a compra de equipamentos e realização dos serviços. Os recursos foram previstos nos “Estudos para o Planejamento do Setor Portuário – PAC – Nacional” e “Dragagem e Adequação da Navegabilidade no Porto de Santos (SP) no Estado de São Paulo”.
O cronograma dos trabalhos prevê para o primeiro semestre o reconhecimento da área do Levantamento por equipe técnica; a execução do Levantamento Hidrográfico no canal de acesso ao porto; a manutenção dos bancos de dados, treinamento e carga de dados oriundos do projeto de levantamento e sinalização náutica; processamento dos dados do Levantamento Hidrográfico pelo Centro de Hidrografia da Marinha; e confecção e disponibilização de Folha de Bordo com a batimetria atualizada.
Para o segundo semestre de vigência estão planejadas a produção da nova edição da Carta Náutica referente ao trecho levantado; e a elaboração e apresentação do projeto de implantação de sinalização náutica do trecho incluído no Levantamento Hidrográfico. No terceiro semestre ocorrerá a distribuição da nova Carta Náutica para os agentes e postos de venda; e o acompanhamento da implantação e inspeção final dos sinais projetados.
Segundo o Ministro, parcerias com a Marinha precisam ocorrer para a segurança da navegabilidade de todos os portos nacionais.

5- Petróleo de xisto atrai competição 
Fonte: Noticiário cotidiano – Revista Portos & Navios
Tantas empresas entraram no negócio de fraturamento hidráulico que o preço desta técnica crítica para a exploração de petróleo e gás de xisto despencou nos últimos anos, forçando as pioneiras do serviço a criar novas tecnologias para se diferenciarem.
Schlumberger Ltd., Halliburton Co. e BJ Services, firma que é agora uma subsidiária da Baker Hughes Inc., antigamente faziam todos os trabalhos de fraturamento hidráulico nos Estados Unidos, ajudando as petrolíferas a extrair petróleo e gás natural das outrora inexploráveis formações de xisto e deflagrando um boom de produção no país.
Mas seus vultuosos lucros atraíram a concorrência e provocaram a criação de novas unidades de fraturamento por empresas independentes. Agora, a participação de mercado delas na técnica de bombeamento sob pressão - a etapa principal do processo de fraturamento, no qual uma mistura de água e químicos é injetada dentro do poço para romper (ou "fraturar") as formações rochosas e liberar o petróleo ou o gás - vem diminuindo à medida que concorrentes menores e mais baratas provam que podem fazer serviço semelhante.
A Halliburton, que faz mais bombeamento que qualquer outra companhia de serviços para o setor, viu sua margem de lucro na América do Norte cair de 27,5% em 2011 para 18,4% em 2012. No primeiro trimestre deste ano, a margem da empresa, que tem sede em Houston, Texas, foi de 16,3%.
A participação das três empresas no mercado de bombeamento sob pressão da América do Norte baixou de 85% dez anos atrás para 63% em 2012, segundo o Barclays.
"Uma coisa que odiamos como empresa é entrar numa licitação e ter 20 pessoas contra você", diz Mario Ruscev, diretor de tecnologia da Baker Hughes. "Não é um bom modelo de negócios."
As companhias de serviços deram mostras de otimismo cauteloso no fim do primeiro trimestre, julgando que os preços do bombeamento sob pressão atingiram o ponto mínimo e vão começar a se recuperar ainda este ano.
Um aumento na produção de petróleo significa mais trabalho para as frotas de equipamentos de fraturamento que estavam ociosas. Se o preço do gás natural subir, isso pode significar que as empresas exploradoras que frearam a perfuração nos campos de gás na época de excesso de suprimento retomem as operações - e, em tese, também aumentem as margens das empresas petrolíferas de serviços. Mas poucos esperam uma volta aos tempos do início do boom do xisto, quando a demanda pelos serviços de fraturamento superava a oferta de equipamentos disponíveis para o trabalho.
Pequenas empresas de serviços em campos petrolíferos, como a Nabors Industries Inc., a Basic Energy Services Inc. e a Patterson-UTI Energy Inc., têm comprado empresas de bombeamento sob pressão para aumentar sua presença no setor. E novatas vêm provando que barreiras para a indústria do gás de xisto, como o custo dos equipamentos e os conhecimentos técnicos, não são insuperáveis.
As grandes empresas de serviços petrolíferos, de capital aberto, estão tentando combater a concorrência usando seus orçamentos maiores para fabricar equipamentos mais potentes e mais eficientes. Também esperam se destacar pelo esforço de oferecer aos clientes melhores informações sobre o que acontece no subsolo.
Nos primeiros dias do boom da perfuração, as petrolíferas se concentravam em abocanhar áreas promissoras e correr para perfurar, mas Ruscev diz que elas agora estão mais receptivas a uma assessoria técnica que envolve "mais inteligência".
"Tudo é uma questão de risco. Se procurarmos as empresas e provarmos que podemos reduzir o risco de forma significativa, é obvio que elas vão pagar pela assessoria", diz ele.
A nova preferência das empresas exploradoras e produtoras de petróleo pelas jazidas de xisto rico em petróleo do que gás natural favorece as grandes empresas de serviço, pois essas áreas necessitam de mais produtos químicos especializados e outras tecnologias. Já o gás natural de xisto pode ser extraído com "força bruta" por concorrentes menores, disse James West, analista do Barclays.
Mas os métodos de alta tecnologia nem sempre são recompensados. O diretor-presidente da Schlumberger, Paal Kibsgaard, disse a analistas em abril que os clientes americanos não têm demonstrado muito entusiasmo pelos esforços da empresa para tornar a perfuração de poços de xisto mais eficiente, nem por seus investimentos em tecnologias para o xisto. A Schlumberger, sediada em Houston, Texas, gasta mais em pesquisa e desenvolvimento do que a Halliburton e a Baker Hughes, somadas.
Fonte: Valor Econômico/Alison Sider | The Wall Street Journal


II – COMENTÁRIOS

1- FMM vai analisar concessão de prioridade a embarcações e estaleiros
O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) vai se reunir, no próximo dia 2 de agosto, para analisar a concessão de prioridade a projetos de 28 empresas postulantes a financiamentos do Fundo. Participarão os integrantes da nova composição do CDFMM.  Com a publicação do Decreto nº 8.036 de 28 de junho último, foram incluídos no Conselho os três principais agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante: BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; além da Casa Civil da Presidência da República e da Petrobras nas deliberações do Conselho.  
Conforme a Portaria GM nº 253, de 2009, uma vez aprovados, os projetos estarão aptos para contratação com os agentes financeiros dentro do prazo de 360 dias a contar da publicação do resultado da reunião no Diário Oficial da União. Somente após a contratação, os desembolsos de recursos do Fundo da Marinha Mercante poderão ser iniciados.  
O Fundo da Marinha Mercante é a principal fonte de financiamento de longo prazo destinada a promover o desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileira. Em 2012, o Fundo contratou R$ 12,2 bilhões em projetos e investiu R$ 4,8 bilhões.
Fonte: Jornal Agora,RS 

2- AIE prevê que a demanda de petróleo crescerá em 2014  
A Agência Internacional da Energia (AIE) prevê que em 2014 a demanda de petróleo crescerá com força graças à recuperação econômica depois de ter começado a melhorar em 2013.
A agência energética dos países desenvolvidos publicou sua primeira previsão detalhada para 2014, em que espera uma alta do consumo em 1,2 milhão de barris em relação a 2013.
A demanda alcançaria assim um novo recorde de 92 milhões de barris diários (mbd), graças a uma melhora da economia mundial.
Apesar do recorde não ser uma surpresa - o consumo mundial de petróleo bate regularmente seu nível a cada ano - este ritmo significaria uma aceleração em relação a 2013, que ao final do ano, terá registrado um aumento da demanda de cerca de 930.000 barris diários.
Este resultado significa uma revisão para cima da demanda de cerca de 145.000 barris diários este mês, a 90,8 mbd, disse a AIE em seu relatório mensal.
Um clima incomumente frio para a temporada na OCDE se traduziu em uma demanda surpreendente, em um momento do ano - o segundo trimestre - em que a demanda costuma alcançar seu ponto mais baixo´, disse a agência com sede em Paris.
Segundo a AIE, o frio aumentou a demanda em 645.000 barris por dia adicionais no segundo trimestre.
Contudo, estas previsões para 2013 e 2014 não leva em conta a revisão para baixo de 0,2 ponto percentual do crescimento econômico mundial este ano e no próximo anunciado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado muito tarde para entrar no relatório mensal, explica a agência.
Segundo o FMI, o crescimento mundial deveria chegar a 3,1% este ano antes de acelerar a 3,8% no próximo.
Na quarta-feira, a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou que prevê um crescimento de 1,04 mbd da demanda no próximo ano, devido, também a uma previsão de melhora econômica.
Os motores deste crescimento serão os países emergentes, apesar de os sinais de desaceleração na China começarem a preocupar.
Segundo a AIE, o gigante asiático e segunda economia mundial representará apenas 385.000 barris diários adicionais de consumo no próximo ano.
Quanto à oferta, a AIE destaca que o mercado petrolífero mundial está tenso pelos incidentes na Líbia, Nigéria e Iraque, que reduziram a produção da OPEP em 370 mil barris diários.
Além do impacto da situação no Egito, cujo canal de Suez é vital para o transporte de petróleo, os preços subiram devido às inundações no estado canadense de Alberta e pela redução da produção das refinarias nos Estados Unidos, apesar de uma situação 
Fonte: UDOP

sábado, 6 de julho de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 137

I- NOTICIAS

1- Ariovaldo Rocha tenta presidir a Firjan 
Após 18 anos sob a batuta de Eduardo Vieira, a Federação das Indústrias (Firjan) poderá ser presidida por Ariovaldo Rocha a partir de agosto. Em todo esse período não houve chapa de oposição, pois o estatuto da entidade exige que qualquer candidatura conte com expressiva participação formal de sindicatos e, portanto, ao longo das últimas eleições isso não foi viabilizado. A entidade tem 104 sindicatos e uma chapa precisa ter mais de 40 adesões. Ariovaldo Rocha, presidente do Sindicato Nacional da Construção Naval (Sinaval), foi procurado, há alguns meses, por algumas dezenas de presidentes de sindicatos, que lhe propuseram aceitar o desafio de renovar a casa da indústria. A partir daí, foram obtidas novas adesões, que já garantem a possibilidade de um salutar embate de chapas entre situação e oposição.
O bom trabalho nos estaleiros credencia Rocha. Realmente, houve apoio declarado do então presidente Lula, só que apenas o entusiasmo do chefe do governo não resolve tudo. Houve uma série de obstáculos, até que os estaleiros de todo o país passassem dos 2 mil empregados, de 2003, aos 72 mil de agora – dos quais cerca de metade em solo fluminense. Foi necessário injetar dinheiro no Fundo de Marinha Mercante, o que envolveu contatos com o Ministério dos Transportes.
Junto à Fazenda, conseguiu-se um fundo garantidor, pois todo armador tinha medo de que estaleiros – vindo de fase difícil – quebrassem, corroendo as finanças do contratante. Junto ao Ministério do Trabalho, conseguiu-se um acordo tripartite – empresários, trabalhadores e governo – de modo que o setor contasse com regras próprias; afinal, a aplicação de normas da construção civil causava multas ou confusão, pois um prédio é estável, enquanto o navio é feito de aço e flutua. Essas normas foram elogiadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Rocha quer transplantar o modelo de trabalho para os demais segmentos da indústria fluminense, não de forma genérica, mas específica. Um segmento precisa de crédito, outro de normas mais modernas e ainda alguns necessitam de redução na burocracia junto a órgãos estaduais e federais ou até mesmo de proteção contra dumping chinês, ou mesmo de um simples acesso viário. Cada demanda tem de ser vista caso a caso. O candidato quer ampliar o diálogo com as autoridades, em tom ameno, mas sempre cobrando resultados. Lembra ele que “papel não anda sozinho” e de pouco adianta mandar relatórios detectando problemas graves, se os diretores da entidade não se voltarem, dia a dia, sobre a evolução de cada processo na administração pública.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto

2- Projeto de R$ 10 bi da Petrobras recebe aval 
A Petrobras recebeu sinal verde para tocar o projeto que prevê a exploração do Bloco BC-20, o chamado campo de Papa-Terra, localizado na área sul da Bacia de Campos, a uma distância aproximada de 83 km da costa da cidade de Arraial do Cabo, litoral do Rio de Janeiro.
A licença prévia ambiental, conforme adiantado na manhã de ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, foi assinada pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior. O documento atesta a viabilidade do empreendimento. Agora, cabe a Petrobras viabilizar um conjunto de medidas de mitigação de impacto socioambiental para conseguir a licença de instalação do empreendimento, que permitirá a implementação efetiva do projeto.
A viabilidade do empreendimento é crucial para o plano de expansão de exploração da Petrobras. Em seu pico de produção, o campo de Papa-Terra tem previsão de entregar 21.326 metros cúbicos de óleo por dia, o equivalente a 134,1 mil barris de petróleo, diariamente. Para se ter uma ideia do que esse volume representa, trata-se de 6,6% de todo o petróleo produzido no Brasil, tomando-se como referência a produção registrada até fevereiro passado.
Os investimentos para viabilizar o empreendimento são avaliados em cerca de R$ 10,7 bilhões. No Campo de Papa-Terra, está prevista a instalação de duas plataformas, a P-61 e a P-63, com distância de aproximadamente 350 metros entre as duas unidades. A plataforma P-61 produzirá óleo a partir da exploração de 13 poços. Esse óleo será enviado para a P-63, que terá mecanismos para processar e estabilizar o óleo, além de separar a água e o gás natural. O óleo processado será alocado em navios, enquanto a água produzida será tratada e descartada no mar. O gás associado será comprimido, desidratado e usado como combustível.
Fonte: Valor Econômico/André Borges | De Brasília

3- Wilson Sons Estaleiros firma contrato para três embarcações 
Fonte: Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
A Wilson Sons Estaleiros assinou nesta terça-feira (2) contrato para construção de três embarcações para a empresa Geonavegação. Serão dois Oil Spill Recovery Vessels (OSRV) com capacidade de armazenagem de 1.080 m³ de óleo e um Platform Supply Vessel (PSV) de porte bruto de 5 mil toneladas. As embarcações, que têm previsão de entrega para 2015, serão construídas no complexo de estaleiros da Wilson Sons no Guarujá (SP) e somadas possuem valor aproximado de R$ 293 milhões.
A estratégia da Wilson Sons Estaleiros compreende a construção de um mix entre embarcações próprias e de terceiros, assim como prover serviços de docagem, reparos e manutenção, visando atender a demanda das companhias nacionais e internacionais de óleo e gás no Brasil.
A carteira de encomendas passa a contemplar 12 rebocadores – que vão atender à frota da Wilson Sons Rebocadores – e sete embarcações de apoio. Além das encomendas da Geonavegação, está prevista a entrega de três PSV 4500 para Wilson Sons Ultratug Offshore e um Remotely Operated Vehicle Supply Vessel (ROVSV) para a Fugro Brasil.

4- Reúso de água nas operações da Vale sobe para 77%
No lançamento de seu Relatório de Sustentabilidade, a Vale destaca, entre outros temas, os avanços em relação ao uso eficiente da água nas operações. Em sua totalidade, o índice médio de recirculação em 2012 foi de 77%, um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2011. Com isso, a Vale deixou de captar 1,227 bilhão de metros cúbicos de água de fontes naturais, o equivalente a cerca de duas vezes o consumo anual da cidade do Rio de Janeiro. Parte desse resultado é reflexo dos investimentos em tecnologias voltadas para o desenvolvimento de programas e ações focadas na redução da demanda e do consumo de água. Só em 2012 foram investidos US$ 125,9 milhões na gestão de recursos hídricos na Vale.
Na Mina do Sossego, localizada em Canaã dos Carajás (PA), a recirculação de água na usina de beneficiamento do cobre chega a 99%. O crescimento é resultado de melhorias que vêm sendo implementadas desde 2008, quando foi feito o balanço hídrico do projeto e desenvolvidas ações para diminuir o uso de água nova. Com o resultado no Sossego, houve uma redução anual no volume total de água captada de 900 mil metros cúbicos - que anteriormente era bombeada do Rio Parauapebas -, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 25 mil habitantes por seis meses.
Já no Complexo Minerador de Carajás, em Parauapebas, sudeste paraense, houve uma redução de 24% na captação devido às mudanças no processo de peneiramento do minério de ferro, que passou a ser feito a partir de sua umidade natural, eliminando a necessidade de água nova. Carajás representa cerca de 5% de toda a captação de água da empresa. "Hoje, das dez operações com maior captação de água, nove estão em regiões em que o risco de estresse hídrico, ou seja, o potencial de escassez, está abaixo de médio", explica Bernadette Backx, gerente de Recursos Hídricos da Vale.
Os resultados obtidos pela empresa refletem o alinhamento com os diversos esforços de cooperação pela água, contribuindo, assim, para garantir os múltiplos usos do insumo, atuais e futuros. A empresa participa ativamente de ações de engajamento para o desenvolvimento de políticas públicas, a partir de discussões globais e locais sobre a água. Pautada pelo compromisso de contribuir com o gerenciamento de recursos hídricos, ainda atua nos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH), onde são discutidos e priorizados os usos da água nas bacias. Entre outros, a Vale participa dos CBHs dos rios Paraopeba, Velhas, Doce, Piranga, Piracicaba e Santo Antônio, todos em Minas Gerais. A empresa participa ainda de fóruns de discussões técnicas no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
Fonte: Revista TN Petróleo, Redação com Assessoria

5- ANP divulga regulamento para leilões do pré-sal 
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou ontem, segunda-feira (1º), resolução aprovando os procedimentos a serem adotados para a realização das licitações dos blocos do pré-sal. Segundo o regulamento, esses leilões serão promovidos e coordenados, na sua fase interna, pela Superintendência de Promoção de Licitações da ANP (SPL) e conduzidos, na sua fase externa, por uma Comissão Especial de Licitação (CEL), designada em portaria da diretoria da ANP.
As regras disciplinam, por exemplo, como devem ser as etapas de cada rodada de licitação, entre elas publicação do pré-edital, realização de audiência pública, publicação do edital e assinatura do contrato de partilha de produção.
Segundo a resolução, a SPL elaborará as minutas do edital das rodadas de licitações e dos contratos de partilha de produção, que serão submetidas à Diretoria Colegiada da ANP, para posterior aprovação do Ministério de Minas e Energia. A íntegra do regulamento pode ser acessada no Diário Oficial da União de ontem,segunda-feira.
Fonte: Agência Estado


II – COMENTÁRIOS

1- Estaleiro da OSX no Rio pode gerar prejuízo bilionário para Eike Batista 
Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
Um dos maiores elefantes brancos das empresas de Eike Batista, o estaleiro da OSX em 
São João da Barra (RJ) pode gerar ao grupo, sozinho, um prejuízo bilionário. A unidade da OSX foi planejada para ser o "maior estaleiro das Américas", com capacidade para integrar simultaneamente até 14 plataformas na primeira etapa, e investimento estimado em R$ 4,8 bilhões. Mas, sem o petróleo da coirmã OGX, as encomendas não vieram. E o estaleiro, de 2,5 milhões de metros quadrados de área útil, cais já erguido e galpões de pé, ficou ocioso.
A OSX busca alternativas para viabilizá-lo. Inicialmente, a ideia era vendê-lo, mas ninguém está disposto a pagar o valor previsto. "O projeto, como foi planejado, é inviável. Não há encomenda que pague a conta", diz uma fonte do setor naval.
Um dos principais candidatos seria o estaleiro Keppel, que já atuou em parceria com a OSX, tem encomendas bilionárias na carteira e um estaleiro maduro. Jurong e Estaleiro Atlântico Sul (EAS), entre outros, também chegaram a conversar sobre o assunto, mas já teriam desistido.
A perspectiva para a venda, pioraram nas últimas semanas. A estimativa é que a unidade não valha mais os bilhões aplicados pelo grupo de Eike, mas algumas centenas de milhões. 
Possíveis interessados esperam a situação se agravar para fechar a compra a preço de banana.
Para contonar o problema, um plano B, já está em curso: redimensionar a OSX para a nova realidade e mantê-lo no grupo. Ao invés de se tornar o maior estaleiro das Américas, como pretendia Eike Batista originalmente, se tornaria um estaleiro de médio porte, dedicado à construção de barcos de apoio para as petroleiras.
Para viabilizar a alternativa, porém, é preciso saldar as dívidas, em especial as de curto 
prazo. O dinheiro viria da venda da OSX 2, plataforma praticamente pronta que não tem 
serventia para o grupo. Seria usada nos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, anunciados como inviáveis comercialmente pelo grupo.
A OSX2 seria vendida por cerca de US$ 1 bilhão. Empresas especializadas em locação de plataforma estão avaliando a aquisição. Segundo fontes próximas à negociação, se a venda for fechada, a OSX conseguirá saldar as dívidas e se viabilizar como uma operação menor, mas rentável.
Em comunicado ao mercado, a empresa negou os rumores de que  recorreria a uma terceira alternativa: a recuperação judicial. "Trata-se de uma possibilidade legal disponível a qualquer empreendedora. Por parte da OSX, a diretoria da companhia não tem a intenção de utilizar-se de tal proteção legal", informou o comunicado.
Desvalorização. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a OSX investiu mais de meio bilhão de reais no estaleiro, Nem todo o investimento programado, de quase R$ 5 bilhões, foi despendido. Mas o ativo já se encontra registrado no balanço referente até março por R$ 2,4 bilhões.
A OSX recebeu aprovação de prioridade de financiamento pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) de R$ 2,7 bilhões em junho de 2011, e depois uma linha adicional de R$ 1,5 bilhão. Não se sabe a cifra exata de quanto cada banco repassou, mas só a Caixa Econômica Federal financiou mais de R$ 1 bilhão. Ao menos Caixa e BNDES também fizeram empréstimos de curto prazo que vencem nos próximos meses.
A Caixa, em 27 de abril de 2012, concedeu R$ 400 milhões num empréstimo-ponte de 18 meses que vence no dia 19 de outubro. Em 28 de dezembro de 2012, foram repassados pela Caixa R$ 627,4 milhões, com carência de 36 meses e vencimento em junho de 2033, referente ao 1° desembolso do FMM.
Em 28 de dezembro de 2011, a OSX também recebeu R$ 427,6 milhões num empréstimo-ponte do BNDES com vencimento previsto para o próximo dia 15 de agosto.
A construção do estaleiro começou há exatos três anos. Até o ano passado, a previsão era de que a primeira fase iniciasse operações em março passado. A carteira de pedidos contratados já foi composta de 16 unidades destinadas à produção de petróleo e gás. As encomendas externas foram minguando e, na segunda-feira, veio o golpe fatal dentro do próprio grupo. A OGX anunciou que, por falta de petróleo para explorar, estava suspendendo a encomenda de cinco plataformas. As outras duas plataformas já em construção para a OGX, a OSX-3 e a WHP-2, receberão US$ 314 milhões da empresa de petróleo para sua conclusão.
Fonte: Sabrina Valle, de O Estado de S. Paulo

2- Shell quer detalhes sobre conteúdo local na rodada do pré-sal
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, publicou esta quinta, no Diário Oficial da União, resolução  aprovando os parâmetros técnicos e econômicos dos contratos de partilha de produção para a primeira rodada do pré-sal.
Será o primeiro leilão sob o regime de partilha. Segundo o documento, a participação mínima da Petrobras no consórcio vencedor do leilão será de 30% e o valor do bônus de assinatura, de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 50 milhões serão destinados à União.
"A indústria falava entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões sobre o bônus mínimo. Veio no meio da faixa. Agora resta aguardar a Agência Nacional de Petróleo publicar o draft (rascunho) do contrato e o edital para podermos focar no modelo econômico", disse:
Ele espera que o edital seja publicado até o fim de julho. "Esse prazo nos dá conforto para estarmos prontos para saber se participamos ou não do leilão. Temos que saber o papel que a empresa vai ter dentro do consórcio", afirmou.
O executivo confirmou que a Shell tem encomendas de dois carregamentos de óleo da OGX. Ele disse que a transação não é um contrato, mas um compromisso, sem prejuízos financeiros caso a OGX não tenha óleo para entregar.
"Não existe dinheiro envolvido. Se o óleo estiver disponivel, o compromisso é entregar para a Shell", explicou.
Cenários da Shell
Nos próximos 30 anos, as cidades deverão usar 80% do total da energia do mundo, enquanto nos dias de hoje usam 66% dessa energia. Este é um dos panoramas do futuro previsto pela Shell no livro "Cenários sob novas lentes", lançado nesta quinta-feira (4), no Rio de Janeiro.
O estudo aponta ainda para a substituição parcial do carvão pelo gás, o que vai contribuir para uma rápida redução das emissões de gases causadores do efeito estufa.
André Araújo, presidente da Shell do Brasil, ao lançar o estudo, ressaltou que  o mundo é feito de parcerias, que não se decide nada sozinho.
"Após a crise global, o cenário é de volatilidade. O conceito de trabalhar dentro da volatilidade é o que a gente vive. O crescimento populacional, um cenário político que muda do Oriente para o Ocidente, mais demanda de  energia, água, alimentos são situações que levarão sociedade, empresas, governos e academia a se unirem para buscar as soluções", disse.
O professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Edmar Almeida disse que a recente mobilização social que tomou conta das ruas do país no último mês é um exemplo do que pode ser a discussão sobre o futuro de energia.
"A tendência é que a sociedade tenha participação e manifestação mais forte no papel das empresas e do governo no setor de energia", disse.
Para ele, o futuro da energia passa pelo gás de xisto e pelas novas energias renováveis, com  algum protagonismo das energias convencionais, petróleo, gás convencional e carvão.
O professor considera o gás de xisto a vedete do planejamento energético, mas disse que existem problemas de mobilização de recursos tecnológicos e humanos.
"São desafios importantes a serem vencidos na exploração do gás de xisto, apesar do grande potencial do país. Esses desafios vão requerer outro tipo de capacitação das empresas que é abrir o debate com a sociedade".
Como exemplo, o professor citou os transportes nas grandes cidades, que motivaram alguns dos protestos que o país viu no último mês.
"O transporte é insustentável, inaceitável. Vão ter que ser discutidas regras sobre uso de automóveis. A ideia de que cada um pode pegar seu carro e ir para onde quiser está sob ameaça", disse.
Fonte: G1

3- Produção de petróleo cresceu 3,7% em maio
P-56/Agência Petrobras 
A produção de petróleo no Brasil em maio de 2013 foi de aproximadamente 1,993 milhões de barris por dia (bbl/d) em maio, o que representa aumento de em torno de 3,7% em comparação ao mês anterior e redução na faixa de 2,7% em relação ao mesmo mês em 2012. Foram produzidos em torno de 74,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (MMm³/d), um crescimento de aproximadamente 9,4% frente ao mesmo mês em 2012 e de 0,2% em relação a abril de 2013.
Queima de gás
Houve redução na queima de gás, que foi de aproximadamente 3,2 milhões de m³/d, queda de em torno de 11,3% se comparada ao mesmo mês de 2012 e de 18,1% frente a abril de 2013.  Este é o segundo menor nível de queima de gás natural desde junho de 2000. Neste período, somente no mês de abril de 2011 foi registrada uma queima menor, quando foi queimado um volume de aproximadamente 2,9 milhões de m³/d. Todo gás natural queimado foi oriundo de contratos de concessões na fase de produção.
O aproveitamento de gás natural no mês foi de 95,7%.
Pré-sal
A produção do pré-sal em maio foi de 272,6 mil bbl/d de petróleo e 8,9 milhões de m³/d de gás natural, totalizando 328,8 mil boe/d, uma redução de 8,1% em relação ao mês anterior. A principal justificava para a redução na produção do pré-sal foi a parada programada para manutenção da plataforma FPSO Cidade de Angra dos Reis, unidade produtora do campo de Lula, onde todos os poços são produtores do pré-sal.
Esta produção foi oriunda de 27 poços: 6BRSA631DBESS, 7BAZ2ESS, 7BAZ3ESS, 7BAZ4ESS e 7BAZ6ESS em Baleia Azul; 6BRSA806RJS em Caratinga e Barracuda; 6BRSA639ESS, 7BFR6ESS e 7JUB34HESS em Jubarte; 3LI0005RJS, 3RJS0168RJ, 4RJS0156RJ, 7LI0015DRJS e 7LI0017DRJS em Linguado; 3BRSA496RJS, 9BRSA716RJS, 9BRSA908DRJS e 7LL3DRJS em Lula;  6BRSA770DRJS em Marlim e Voador; 6BRSA817RJS e 3BRSA1017DRJS em Marlim Leste; 3RJS0159RJ e 7PM0017DRJS em Pampo; 7PRB1ESS em Pirambu; 1BRSA594SPS e 3BRSA788SPS em Sapinhoá; e 4RJS0265ARJ em Trilha.
Campos produtores
O campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, foi o maior produtor de petróleo e o segundo maior produtor de gás natural, com um volume total médio de 336,2 mil barris de óleo equivalente por dia (Mboe/d). O campo de Manati, na Bacia de Camamu, foi o maior produtor de gás natural com uma produção média de 6,4 milhões de m³/d.
Em torno de 92,3% da produção de petróleo e gás natural foram provenientes de campos operados pela Petrobras. Aproximadamente 91,2% da produção de petróleo e 72,3% da produção de gás natural do Brasil foram explotados de campos marítimos. A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi oriunda de 9.112 poços, sendo 793 marítimos e 8.319 terrestres. O campo com o maior número de poços produtores foi Carmópolis, Bacia de Sergipe, com 1.116 poços.
A plataforma P-56, localizada no campo de Marlim Sul foi a unidade com maior produção, aproximadamente 145,5 mil boe/d através de oito poços a ela interligados. O grau API médio do petróleo produzido no mês foi de aproximadamente 24,1°, sendo que 8,9% da produção são considerados óleo leve (>=31°API), 61,1%, óleo médio (>=22°API e <31°API) e 30,0%, óleo pesado (<22°API), de acordo com a classificação da Portaria ANP nº 09/2000.
Acumulações marginais e bacias maduras
Os campos cujos contratos são de acumulações marginais produziram um total de 86,8 bbl/d de petróleo e 26,7 mil m³/d de gás natural. Dentre esses campos, o de Bom Lugar, operado pela Alvopetro, foi o maior produtor de petróleo, com 34,7 bbl/d, e o de Morro do Barro, operado pela Panergy, foi o maior produtor de gás natural, com 25,2 mil m³/d.
A produção procedente das bacias maduras terrestres (campos/teste de longa duração das bacias do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe e Alagoas) foi de 177,9 mil boe/d, sendo 144,3 mil bbl/d de petróleo e 5,3 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 3,7 mil boe/d foram produzidos por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 369 boe/d no Estado de Alagoas, 1.549 boe/d na Bahia, 21 boe/d no Espírito Santo, 1.557 boe/d no Rio Grande do Norte e 237 boe/d em Sergipe.
Fonte: Ascom ANP