sexta-feira, 26 de abril de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 128


I – NOTÍCIAS

1- Após pacote de estímulo, preço do etanol cai 2,90% pelo indicador Esalq/BVMF  
O ministro da Fazenda, Guido Mantega anunciou ontem (23) uma série de medidas para estimular a expansão do setor bioenergético e melhorar a competitividade do etanol brasileiro. O anúncio foi feito no início da tarde e pode ter refletido sobre os preços praticados pelas usinas, que negociaram o etanol hidratado ontem, com retração de 2,90% sobre os preços praticados na véspera. Segundo dados do indicador Esalq/BVMF, as usinas paulistas comercializaram o hidratado a R$ 1.255,50 o metro cúbico, contra R$ 1.293,00 da véspera.
Dentre as medidas anunciadas pelo governo federal está a desoneração completa da PIS/Cofins sobre o etanol. Segundo Mantega, com a medida, o setor vai deixar de pagar os cerca de 12 centavos por litro que recolhia deste tributo. No entanto, o próprio governo concordou que a desoneração não tem o caráter de baixar os preços finais do produto, que dependem do livre mercado. Alguns analistas acreditam que a redução deva chegar a 1 ou 2 centavos na bomba, como afirmou a própria presidenta Dilma Rousseff depois do anúncio.
Em comunicado, o governo federal destacou que com "esse conjunto de medidas, o governo amplia a competitividade do setor de etanol, reduzindo a carga tributária, melhorando o fluxo de caixa das empresas e suas condições de financiamento".
Para o presidente da UDOP, Celso Junqueira Franco, as medidas são positivas, principalmente no que tange a desoneração da PIS/Cofins, mais créditos para estocagem e renovação de canaviais, para citar apenas algumas. "Mas ainda defendemos a necessidade de uma política mais a longo prazo, que contemple o papel do etanol na matriz energética nacional. Mesmo porque o investidor prefere atividades onde o mercado regula livremente preços e volumes, sem intervenção de governos, como vem ocorrendo no Brasil, no setor de energia", destacou o presidente da entidade.
A Agência Reuters enumerou os principais benefícios anunciados pelo governo para oetanol, conforme segue abaixo:
* Foi estabelecido um crédito presumido de PIS/Cofins ao produtor de etanol. Na prática, o governo vai zerar a alíquota de 12 centavos de real por litro desses tributos.
* Para implementar a medida, o governo concentrará a cobrança da alíquota referente aos dois tributos, PIS e o Cofins. Atualmente, essa cobrança é dividida entre o produtor e o distribuidor.
* Governo reduzirá os juros do Prorenova, linha de financiamento do BNDES para a renovação e implantação de novos canaviais, para 5,5%, contra os 8,5 a 9,5% do ano passado.
* A linha Prorenova tem recursos de 4 bilhões, com prazos de pagamento de 72 meses e carência de 18 meses.
* Linha de financiamento de 2 bilhões de reais para a estocagem do etanol, com juros de 7,7%, também inferior aos atuais 8,7%.
* Os recursos para linha de estocagem virão do BNDES (1 bilhão de reais) e da poupança rural (1 bilhão de reais).
Fonte: Agência UDOP de Notícias/ Rogério Mian

2- Odebrecht investirá R$ 15 bilhões nos próximos três anos
O presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que vai investir R$ 15 bilhões nos próximos três anos no setor de infraestrutura, sendo R$ 8 bilhões fora do país. Do montante, R$ 5 bilhões serão destinados ao setor elétrico, sendo 80% dos investimentos desse segmento no exterior. Os R$ 10 bilhões restantes serão destinados à logística no Brasil e fora do país. 
Segundo o executivo, o maior foco do grupo está hoje em rodovias e portos. Já a área ferroviária, também contemplada por um pacote do governo recentemente, está sendo analisada de forma "muito seletiva", de acordo com ele. 
O presidente do grupo afirmou que não considera o projeto do trem bala como prioritário. "Antes de fazer trem bala, eu pegaria esse dinheiro e faria trens urbanos", disse o executivo, em evento promovido pelo Itaú BBA, em São Paulo. 
Ainda que o governo esteja lançando muitos pacotes de infraestrutura ao mesmo tempo, Odebrecht disse não esperar que algum específico seja mal-sucedido, mas ressaltou que as atenções dos investidores estão mais voltadas para portos, rodovias e aeroportos.
Fonte: Valor Econômico

3- MRS investirá R$ 100 mi em polo intermodal no RJ
A MRS Logística e o governo do Estado do Rio de Janeiro fecharam um acordo de investimento em que empresa destinará R$ 100 milhões para instalar o Pólo Intermodal Ferroviário no município de Queimados, que irá operar no início de 2015. O projeto abre perspectivas para cargas em geral, em vez de granel e sólidos, como ocorre tradicionalmente na malha brasileira. Pelo pólo irão passar contêineres, produtos siderúrgicos e cimentos.
A perspectiva é que, com a nova malha, o tráfego seja reduzido em cerca de 500 caminhões por dia em direção ao Porto de Itaguaí. O pólo ferroviário de Queimados deve movimentar 620 mil toneladas de carga em 2016, e a previsão é que, após dez anos, alcance 2,1 milhões de toneladas transportadas.
"Esse será o primeiro investimento que abre perspectiva de transporte ferroviário para carga geral, em vez de granel e sólidos. Pode virar referência", afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento do Estado do Rio, Júlio Bueno.
Fonte: FERNANDA NUNES - Agencia Estado

4- Rio terá pólo ferroviário para concentrar cargas destinadas aos portos de Itaguaí e de Santos
O Rio de Janeiro vai ganhar em 2015 o primeiro Pólo Intermodal Ferroviário do estado, que servirá de centro de distribuição de carga para os portos de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP). O governo estadual, a prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, onde será construído o complexo ferroviário, e a empresa MRS, que desenvolve transporte de minério, assinaram  o protocolo de intenções para a construção do empreendimento.
O terreno tem 700 mil quadrados e fica a 8 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra e a 2 quilômetros do Arco Rodoviário Metropolitano. De acordo com o governo fluminense, o pólo deve movimentar 620 mil toneladas de cargas em 2016.
Com o novo centro, as ferrovias da região vão poder transportar volumes acondicionados em sacos, fardos, caixas, cartões, engradados, amarrados, tambores, containêres etc, chamados de carga geral. Atualmente, chegam por meio de trens aos portos de Itaguaí e Santos produtos de carga a granel (carga homogênea, sem acondicionamento específico, apresentando-se sob a forma de sólidos, líquidos e gases).
O governo vai construir uma alça rodoviária ligando o pólo ao Arco Metropolitano, rodovia que vai unir o município de Itaboraí, onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ao Porto de Itaguaí, ambos no Grande Rio. As obras devem começar em 2014, após cumprida a etapa de licenciamento do empreendimento. A previsão de início do funcionamento é 2015, quando está prevista também a inauguração do Arco Rodoviário Metropolitano.
De acordo com a prefeitura de Queimados, o empreendimento vai gerar 300 empregos diretos e mais de mil indiretos, além de aumento da arrecadação de Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o estado.
Fonte: Agência Brasil/Flavia Villela

5- OGX terá de escolher recurso mais barato
Com o avanço das negociações da OGX para a venda de 40% no campo de Tubarão Martelo para a estatal Petronas, que pode ser concluída no próximo mês por cerca de US$ 1 bilhão, a dúvida que surge é se essa é a melhor alternativa para a empresa captar recursos.
Pessoas a par do assunto consideram que, do ponto de vista financeiro, o melhor caminho para a OGX levantar dinheiro neste momento seria com o exercício da opção de venda  de mais ações para o controlador Eike Batista, e não vendendo uma participação em um dos campos mais promissores da empresa.
Em outubro, Batista assumiu o compromisso de injetar US$ 1 bilhão na OGX por meio de aumento de capital se até abril de 2014 ocorressem duas condições: a necessidade de capital social adicional e a ausência de alternativas mais favoráveis para obter esses recursos.
Os responsáveis por avaliar essas condicionantes são os membros independentes do conselho de administração da petroleira, que se reúne trimestralmente. Quando anunciou a "put", Batista se comprometeu a comprar ações por R$ 6,30 cada (o que aumentaria a base acionária em 9,8%), ante a cotação atual de R$ 1,69 por papel.
A perda imediata de Batista se exercer a "put" agora seria de quase R$ 1,5 bilhão. Isso porque pagaria R$ 2 bilhões por ações que atualmente são negociadas por pouco mais de R$ 500 milhões. A perda do empresário se traduz em diluição reduzida para os demais acionistas.
Os membros independentes do conselho da OGX, que vão avaliar as alternativas da companhia são Cláudio Lobo Sonder, Ellen Gracie (ex-ministra do Supremo Tribunal Federal), Luiz do Amaral Pereira, o ex-ministro Pedro Malan (também presidente do conselho consultivo internacional do Itaú Unibanco), Rodolpho Tourinho (ex-ministro de Minas e Energia) e Samir Zraick.
Procurada ontem, a OGX disse em nota que "tem algumas opções para capitalização, caso julgue necessário, inclusive a possibilidade de farmouts, parceiras e a put". "Conforme divulgamos anteriormente, a put será exercida caso a empresa não tenha opções mais favoráveis."
As negociações para venda de ativos da OGX sinalizam, segundo observadores, que a empresa precisa de capital adicional, o que é uma das condições para o exercício da opção de venda (put). Nesse caso, resta então avaliar qual a alternativa mais favorável
O exercício da put, que implica a venda de mais 9% do capital para Eike, garante US$ 1 bilhão para a empresa numa transação que avalia a OGX em R$ 20,4 bilhões, ante os atuais R$ 5,5 bilhões que ela vale agora no mercado.
No negócio de 40% do campo de Tubarão Martelo por US$ 1 bilhão negociado com a Petronas, está implícita uma avaliação desse campo em R$ 5 bilhões. Para que houvesse em tese um equilíbrio entre as opções, teria que se considerar que Tubarão Martelo corresponde, sozinho, a um quarto dos ativos da OGX.
Já com a Lukoil, cujas conversas estão em estágio mais inicial, o Valor apurou que a Eike negociava uma participação de um terço da OGX por R$ 1,80 por ação. Essa participação poderia ser alcançada por meio de um aumento de capital. Se confirmado mais à frente, esse negócio implicaria em um aumento de capital de quase R$ 3 bilhões. O valor de mercado da OGX pré-transação nesse caso seria de R$ 5,8 bilhões.
O que alguns investidores e credores temem é que a empresa de Eike levante recursos por meio das transações com a Petronas e com a Lukoil, em tese mais caros do que o exercício da opção de venda, e use os recursos para participar do próximo leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP), nos dias 14 e 15 de maio, e não para os projetos existentes.
Como de costume, os títulos de dívida emitidos pela OGX no exterior, no valor aproximado de R$ 7,4 bilhões, um com vencimento em 2018 e outro em 2022, preveem certas restrições para que a empresa venda seus ativos. A depender das condições da transação, os credores precisam concordar com a transação.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Fernando Torres | Do Rio e de São Paulo

6- Seminário debate a inovação na indústria
O "Seminário sobre Inovação e Tecnologia", realizado ontem pela Associação dos analistas e  Profissionais de Investimento  do Mercado de Capitais (Apimec) no Rio de Janeiro, foi reservado para debates e apresentações de inovações em diversos setores, entre eles Petróleo e Gás. 
Helena Tenório, chefe do departamento de Inovação do BNDES, mostrou os programas do banco de desenvolvimento voltados para o incentivo a projetos que tem como foco elevar a produtividade e a competitividade da economia através da inovação e da tecnologia. 
Segundo ela, o banco irá desembolsar R$32,9 bilhões em apoio a projetos inovadores entre 2013 e 2014. O setor de petróleo e gás terá R$4,1 bilhões e o de energia R$5,7 bi. Tecnologias ligadas ao pré-sal e de engenharia de produtos e processo são o ponto de partida para a liberação dos recursos. Helena adiantou que será lançado um edital para inovação no segmento de gás não-convencional, o gás de xisto. 
Orlando José Soares Ribeiro, gerente de P&D em Engenharia de Produção do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) mostrou as estratégias de inovação da companhia, que busca sempre extender suas tecnologias e criar novas soluções para o mercado de exploração e produção de óleo e gás. Ele afimou que a ideia da companhia é sempre expandir os limites da indústria e diversificar os produtos existentes no mercado. 
"O grande problema da inovação hoje está mais nos recursos humanos do que nos recursos financeiros", afirmou. Segundo Orlando, a aproximação das universidades com grandes empresas é uma forma de inovação aberta, onde todos contribuem e todos ganham, na criação de novas tecnologias para o setor. 
Com mais de mil pesquisadores trabalhando nos laboratórios do Cenpes, o gerente da Petrobras lembrou algumas das tecnologias desenvolvidas em parceria com outras empresas, como o separador de água e óleo da FMC. Hoje, a companhia investe 1% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. 
"Estamos trabalhando hoje para que no futuro se faça perfuração sem risers ou perfuração a laser, uso de nanopartículas e distribuição de energia submarina", finalizou. 
Fonte: Revista TN Petróleo/ Rodrigo Miguez


II – COMENTÁRIOS

1- Etanol ainda precisa de plano estratégico  
Às vésperas do início da nova safracanavieira, o governo federal anunciou medidas de apoio ao setor sucroenergético: redução do PIS e da COFINS sobre o etanol; juros menores para o Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova) e nova linha de crédito para a estocagem do nosso combustível renovável.
Soma-se a volta da mistura de 25% de etanol anidro na gasolina, que vigorará a partir de 1º de maio. A elevação do percentual do combustível retorna assim a mistura ao patamar existente até outubro de 2011, quando o governo intempestivamente reduziu para 20%.
Essas medidas são oportunas, mas ainda insuficientes! Por exemplo, deveriam incluir a diminuição da incidência da CIDE sobre o etanol para garantir vantagem para a competitividade de nosso combustível renovável.
Hoje, surpreendentemente, a incidência da CIDE é maior no etanol do que na gasolina e no diesel, ao contrário do que qualquer lógica poderia supor. Essa contribuição tem de ser usada para regular e garantir vantagem ao etanol.
A oferta de crédito para renovação de canaviais com taxas mais atrativa deve promover uma redução de 3% a 4% nos juros finais. A medida precisa ainda ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional e poderá sim estimular a manutenção dos índices de renovação e a expansão dos canaviais registrados na última safra (2012/2013), que já foram significativamente superiores à média histórica do setor.
É bom saber, por exemplo, que acelerar o ritmo de renovação dos canaviais permite ao setor avançar de modo mais consistente para uma situação de melhor produtividade agrícola, próxima de boas situações históricas, registradas antes da crise financeira de 2008/2009.
O crédito para a estocagem de etanol ao longo da safra para garantir o abastecimento durante a entressafra, é positivo porque regula oscilações acentuadas de preço, típicas de períodos de safra e entressafra, indesejáveis por produtores, consumidores ou governo. Porém nas vezes anteriores em que tal dispositivo foi anunciado, ele não saiu do papel, daí a necessidade de atenção e acompanhamento para sua real implantação.
Lembro também que cerca de 30% das empresas do setor sucroenergético terão dificuldades de acesso aos créditos para estocagem e para o Prorenova em consequência de níveis de endividamento elevados que dificultam o atendimento das análises bancárias de risco.
De acordo com Elizabeth Faria- presidente da Unica - União da Industria da Cana de Açúcar, "nos últimos cinco anos as usinas de açúcar e álcool paralisaram o processamento de cana no país, e, em função das margens negativas, mais doze devem suspender as atividades nesse ano". Ela assegura ainda, porém, que esses fechamentos não significam risco de desabastecimento, porque toda a cana disponível será processada e a produção de etanol deve crescer de 21 bilhões para 25 bilhões de litros, mas, muito mais poderia ser feito, muito mais poderíamos estar produzindo.
Para a Unica a redução do PIS/COFINS (na prática será zerado) deve ajudar na competitividade do etanol em relação à gasolina, mas a entidade pondera que este diferencial poderá ficar "parcialmente ou integralmente" com outros elos da cadeia (distribuição,varejo ou o consumidor no caso de uma redução do preço final) e não beneficiará apenas o produtor.
Essas recentes decisões indicam que o governo começa, embora tardiamente, a tomar medidas para a melhoria no desempenho do setor buscando o incremento da produtividade e competitividade. Porém passam ao largo de necessárias propostas estratégicas, de longo prazo que definam a participação clara do etanol na matriz energética nacional; a definição de leilões por fonte para incorporar na utilização do bagaço da cana e da biomassa; a estratégia de inovação tecnológica para a busca doetanol de base celulósica deixando claros os benefícios positivos de natureza econômica, social e ambiental proporcionados pela indústria da cana; e finalmente a definição de uma política previsível de preços para o etanol.
Não é muito que se pede. Apesar de todas as dificuldades, na safra 2011/2012, o Brasil produziu cerca de 500 milhões de toneladas de cana, utilizadas para fabricar 31 milhões de toneladas de açúcar e 21 bilhões de litros de etanol, mas como afirmou Elizabeth Faria "Não há políticas de energia e combustíveis que prescinda de políticas públicas", isto o nosso Etanol merece!
Arnaldo Jardim
Deputado federal pelo PPS-SP e presidente da
Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura

2- Produção menor deve afetar lucro da Petrobras, estimam analistas  
A queda da produção de petróleo no início do ano é o principal motivo para a redução prevista do lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado, na avaliação de analistas. O resultado será divulgado hoje, após o fechamento do mercado. A média calculada pelo Valor a partir das projeções de quatro bancos de investimentos indica um lucro líquido de R$ 6,302 bilhões no período, 31,6% menor que o registrado pela petroleira no primeiro trimestre do ano anterior (R$ 9,214 bilhões).
Entre as projeções, a mais pessimista é a do Bank of America Merrill Lynch (BofA), que estima um lucro de R$ 3,864 bilhões (queda de 58%). Já o Bradesco é o mais otimista, com previsão de lucro de R$ 7,922 bilhões (redução de 13%). Todos os quatro bancos preveem elevação da receita líquida, na mesma comparação, entre 5,2% (J.P. Morgan) e 12% (BofA).
O banco americano projeta uma queda de 6% da produção de petróleo da estatal, na comparação com igual período do ano passado. O desempenho da Petrobras, segundo o BofA, se deve a um tempo de parada maior para a manutenção de plataformas de produção, no âmbito do programa de recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos.
A média de produção de petróleo da Petrobras nos dois primeiros meses de 2013 foi de 2,092 milhões de barris/dia, 7% inferior à média obtida em igual período do ano passado (2,250 milhões de barris/dia). Considerando petróleo e gás natural, a produção também recuou, de 2,716 milhões de barris de óleo equivalente (boe)/dia para 2,585 milhões de boe/dia.
No início de abril, o diretor de exploração e produção da Petrobras, José Formigli, afirmou que espera que a produção da companhia retome a trajetória de crescimento a partir dos próximos meses com o início de operação de novas plataformas, mas ele não fez referência aos dados de março, que serão conhecidos hoje junto com o balanço.
"A queda [de produção] deve levar ao aumento do custo unitário das operações de upstream [exploração e produção] e a uma elevação do custo de importação de óleo cru para suprir a necessidade das refinarias da Petrobras", destacam os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, em relatório do BofA. Para eles, esse fator deve compensar o efeito provocado pelos reajustes de preços do diesel e da gasolina este ano.
Em 30 de janeiro, a Petrobras reajustou os preços do óleo diesel e da gasolina, em 5,4% e 6,6%, respectivamente. Em 5 de março, foi dado novo reajuste, de 5%, apenas para os preços do diesel.
Embora considere que o aumento do preço dos combustíveis seja o principal motivo para a recuperação prevista de margem da Petrobras, o Bradesco afirma que o efeito desses reajustes foi parcialmente reconhecido no primeiro trimestre. Para o banco, o aumento efetivo dos preços da gasolina e do diesel no período foram de 4,2% e 5,3%, respectivamente.
A opinião está em linha com a do Espirito Santo Investment Bank (BES). "O início da recuperação da margem será vista por completo apenas no segundo trimestre", avaliam os analistas Oswaldo Telles e Filipe Rosa.
Rodrigo Polito
Fonte: Valor Econômico

sábado, 20 de abril de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 127


I – NOTÍCIAS

1- Shell afirma interesse em ativos da Petrobras no Golfo do México
A Shell está interessada em negociar ativos no Golfo do México com a Petrobras ou outros parceiros disse o presidente da Shell Brasil, André Araújo, na quinta-feira (18). Segundo o executivo, o Golfo do México é uma área estratégica para a companhia na exploração em águas profundas.
Já o CEO da Shell global, Peter Voser, diz que a companhia tem interesse em participar dos três leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para exploração de blocos no pré-sal, no offshore e de gás não convencional. Ele, porém, disse ser cedo para anunciar quais os alvos da companhia nos leilões.
"É precoce demais divulgar nossa participação nos leilões. Estamos fazendo avaliações técnicas para decidir de que forma e em que quantia faremos dos leilões. A Shell tem tecnologia e inovação para explorar no pré-sal, no onshore e no offhore. Todos nos interessam", disse Voser.
André Araújo ressaltou que, em encontro com a presidente Dilma Rousseff nesta quinta, ficou clara a continuidade dos leilões. "A perspectiva de continuidade dá grande conforto e reforça o interesse em aumentar participação da Shell no Brasil", disse.
Voser anunciou que, este ano ainda, a Shell irá perfurar seu primeiro poço para exploração de gás de xisto, em Minas Gerais, no Vale do Rio São Francisco.
Fonte: G1

2- Petrobras aprova contratação de 23 novas embarcações de apoio
PSV Petrel. Wilson Sons
A Petrobras aprovou na quinta-feira (18) a contratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam). As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil. Os preços apresentados foram competitivos, atendendo às métricas e orçamentos esperados.
Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcaçõesa serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano do Prorefam.
Desde 2009, foram contratados somente 56 navios, o que até agora provocou despesas internacionais com afretamentos de navios de apoio marítimo à produção de petróleo. Esses afretamentos atingiram, em 2012, o valor de US$ 3 bilhões, um crescimento de 22,8% sobre 2011 (dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq).
A Petrobras aprovou na quinta-feira (18) a contratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam). As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil. Segundo a estatal, "os preços apresentados foram competitivos, atendendo às métricas e orçamentos esperados".
Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcações a serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano do Prorefam.
Desde 2009 foram contratados somente 56 navios, o que até agora provocou despesas internacionais com afretamentos de navios de apoio marítimo à produção de petróleo. Esses afretamentos atingiram, em 2012, o valor de US$ 3 bilhões, um crescimento de 22,8% sobre 2011 (dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Antaq).
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, afirmou que os estaleiros se consideram atendidos na busca de diálogo com a Petrobras. “Na visita à presidente Dilma Rousseff  recebemos a informação sobre a decisão tomada e estamos confiantes que uma nova etapa de conversações sobre as encomendas futuras foi aberta”, disse  o executivo à TN Petróleo.
*O texto foi alterado para acréscimo de informações às 14h49.
Fonte: Revista TN Petróleo

3- Wilson Sons inaugura segundo estaleiro no Guarujá
Guarujá II. Grupo Wilson Sons
O Grupo Wilson Sons inaugurou a segunda unidade da Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá (SP). Resultado de um investimento de US$ 60 milhões, o novo estaleiro dobra a capacidade de produção da companhia, que fabrica rebocadores e embarcações de apoio offshore.
O estaleiro, batizado de Guarujá II, possui dique seco com 26 metros de boca e 145 metros de comprimento. Com essas dimensões, será possível construir uma gama de embarcações maiores e mais complexas, entre elas PSVS (suprimento para plataformas de petróleo), AHTS (movimentação e posicionamento de âncoras e rebocagem oceânica), PLSVS (lançamento de tubulação e cabos submarinos), ROVSV (pesquisa e exploração) e ORSV (recolhimento de óleo).
“No Guarujá II, vamos contar com uma capacidade de produção para 5.500 toneladas/ano. Isso significa que o espaço comportará a construção, por ano, de aproximadamente quatro navios de apoio offshore e até seis rebocadores, além de uma embarcação sofisticada para terceiros”, prevê o vice-presidente de Estaleiros, Rebocadores, Offshore e Agenciamento da Wilson Sons, Arnaldo Calbucci.
A primeira embarcação construída no Guarujá II, um Platform Supply Vessels (PSV) série 4.500, deverá ser entregue à Wilson Sons Ultratug Offshore no próximo mês de julho. A companhia também iniciou a construção de um Remotely Operated Vehicle Support Vessel (ROVSV) encomendado pela Fugro Brasil, que será entregue no início de 2014.
“No total, serão construídos quatro PSVs e quatro rebocadores até o fim de 2013. O investimento dos negócios nessas novas embarcações é de mais de US$ 200 milhões”, afirma Calbucci.
Um importante diferecial do empreendimento será o dique seco, que permitirá a realização de reparos nas embarcações. “O Brasil tem mais de 400 embarcações offshore e 200 rebocadores. Os serviços de manutenção e docagem estão em pleno crescimento. Teremos condições de atender a nossa própria frota e ainda de terceiros”, explica Adalberto Souza, diretor executivo da Wilson Sons Estaleiros.
Empregos
As obras do Guarujá II empregaram cerca de 300 pessoas da construção civil de Guarujá e região. Atualmente, o novo estaleiro conta com 180 funcionários, porém esse efetivo chegará a 600 colaboradores quando atingida a sua capacidade máxima. Já o estaleiro Guarujá I, localizado próximo da segunda unidade, emprega hoje 670 pessoas.
Desde 2004, a Wilson Sons Estaleiros já produziu 41 embarcações, sendo 28 rebocadores e 13 PSVs.
Fonte: Revista TN Petróleo

4- Shell reforça planos para o Brasil e pode ir a leilões  
O presidente mundial da petroleira anglo-holandesa Shell, Peter Voser, reafirmou ontem o interesse da companhia em ampliar suas atividades no Brasil. O executivo confirmou que a empresa pode participar dos três leilões de blocos exploratórios que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deve realizar em 2013.
"Estamos olhando para o Brasil com bons olhos. O Brasil faz parte do portfólio da Shell e queremos crescer ainda mais nos próximos anos e décadas aqui", afirmou Voser, em coletiva de imprensa sobre a celebração dos 100 anos de atividades da Shell no país. "É um mercado em crescimento e de grande importância para a Shell", completou.
Ontem pela manhã, o executivo se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília. Segundo ele, no encontro, foram discutidas oportunidades de negócios e o cenário futuro para o setor petrolífero do país, com a sinalização de continuidade dos leilões de blocos exploratórios.
A companhia está investindo US$ 2 bilhões na segunda etapa do projeto de Parque das Conchas, no bloco BC-10, na parte capixaba da Bacia de Campos, com expectativa de início de produção no segundo semestre. O executivo não comentou o volume de produção esperado para a região. A empresa também vai avaliar com os sócios a implantação da terceira fase do projeto, possivelmente em 2014. A anglo-holandesa é a operadora no BC-10, com 50%. Os demais sócios são Petrobras (35%) e ONGC (15%).
Segundo o presidente da subsidiária brasileira da Shell, André Araújo, a companhia já investiu US$ 4,4 bilhões desde que retomou as atividades de exploração e produção no país.
Voser também demonstrou otimismo e interesse com o desenvolvimento da produção de gás natural no Brasil. A companhia pretende perfurar no segundo semestre o primeiro poço exploratório na bacia de São Francisco, em Minas Gerais.
Apesar de não fornecerem informações sobre possíveis negociações em curso para compra de ativos da Petrobras, dentro do plano de desinvestimentos da estatal, os executivos reafirmaram o interesse pelo portfólio da brasileira no Golfo do México.
"A Shell está interessada em negociar no Golfo do México, que é uma das áreas mais estratégicas para a companhia em águas profundas. A gente vai continuar negociando com parceiros na região, inclusive com a Petrobras, sempre que houver oportunidade", afirmou Araújo.
Perguntado se as negociações com a Petrobras podem se estender para outras regiões, Voser respondeu que a empresa analisa constantemente oportunidades. "Compreendo que a Petrobras está remanejando sua carteira. E a Shell vai estudar quais são os itens de seu interesse. Isso é natural, é normal", afirmou.
Com relação às recentes mudanças políticas na Venezuela, onde Nicolás Maduro foi eleito presidente em um conturbado processo, Voser disse que a companhia vai "estudar a situação política" para definir a estratégia de investimentos naquele país.
Cláudia Schüffner e Rodrigo Polito
Fonte: Valor Econômico


5- Governo do RJ discute polo de subsea
Fonte: Revista TN Petróleo
Sob a coordenação da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, a indústria conheceu pela primeira vez nesta quarta-feira (17) detalhes da estruturação do polo fluminense de subsea, que visa aumentar a atratividade do estado neste segmento, trazendo investimentos de fornecedores e subfornecedores de olho na demanda crescente do pré-sal. A expectativa é de que as encomendas, apenas da Petrobras, atinjam R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos.
Nessa primeira reunião, convocada pela Secretaria para articular os fabricantes de equipamentos submarinos de grande porte, e discutir a modelagem institucional do polo subsea, participaram cerca de 50 representantes das principais empresas fabricantes de equipamentos e fornecedoras diretas às operadoras. Na próxima sexta-feira (19), acontece a segunda reunião na Firjan, com os subfornecedores do setor de equipamentos submarinos da indústria de petróleo e gás.
“Esse foi um primeiro passo para começar a concretizar o polo de subsea”, avaliou o subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis.
Hoje, existem na cidade do Rio 35 empresas de subsea (27 de serviços e oito de produtos) instaladas, que empregam quase 1,2 mil funcionários. A ideia do novo polo é atrair fornecedores do segundo e terceiro elo dessa cadeia, contribuindo para a consolidação da diversificação da economia fluminense. Entre os equipamentos de subsea estão árvores de natal molhadas, cabeças de poço e conexões.
A modelagem do polo fluminense do setor começou a ser discutida há seis meses em parceria que envolve, além da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Petrobras, Firjan, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Sebrae-RJ e Rio Negócios. Na semana passada, o cônsul de negócios da Noruega no Rio, Rune Andersen, havia apresentado ao grupo que coordena a implantação do polo de subsea o modelo norueguês para este segmento.
O diretor de Política Industrial e Novos Negócios da Codin, Alexandre Gurgel, e o presidente da AgeRio, José Domingos Vargas, também apresentaram durante a reunião no Cenpes os mecanismos de atração de investimentos do governo do estado. Entre eles estão a concessão de incentivos fiscais e tributários, a disponibilização de um banco de áreas para novos empreendimentos, a busca de infraestrutura - como, por exemplo, água e gás - e a oferta de financiamentos.
Alexandre Gurgel também reafirmou a disponibilização de uma área especial, em Duque de Caxias, para novos fornecedores de subsea. O espaço, que já dispõe de licença prévia de instalação, tem 2 milhões de metros quadrados - tamanho máximo das áreas industriais da Codin. Outro espaço cogitado para nova oferta de indústria e serviços do setor foi apontado na reunião pelo diretor-executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad. A área tem cerca de 20 mil metros quadrados e tem como limites Benfica e Manguinhos, mais voltada para empresas tecnológicas, que demandam áreas menores.
Já o presidente da AgeRio ressaltou que a Agência Estadual de Fomento está prestes a aumentar de R$ 30 milhões para R$ 80 milhões sua linha de Credenciamento de Agente Financeiro da Finep, por meio do programa Inovacred. Os financiamentos do Inovacred serão destinados a projetos de inovação em produtos, processos, modelos de negócio e marketing.


II – COMENTÁRIOS

1- País voltará a ser autossuficiente em petróleo a partir de 2014
A Petrobras informou que, a partir do ano que vem, a produção de petróleo no Brasil voltará a atingir a autossuficiência volumétrica, ou seja, volumes iguais de petróleo produzido e de derivados consumidos, contando a produção da estatal, de seus parceiros e de outras empresas produtoras.
Segundo a empresa, a autossuficiência em petróleo tinha sido atingida em 2006, mas, entre 2007 e 2012, a demanda por derivados cresceu 4,9%, enquanto a produção aumentou 3,4%.
A curva de produção da Petrobras no Brasil apresentará crescimento contínuo até atingir a meta estabelecida pelo Plano de Negócios e Gestão 2013-2017, que é 2,5 milhões de barris por dia em 2016, 2,75 milhões em 2017 e 4,2 milhões em 2020.
Em 2020, a Petrobras estima que terá capacidade de refinar 3,6 milhões de barris por dia, enquanto o consumo deverá ficar em torno de 3,4 milhões de barris diários. “A produção brasileira de petróleo passará, então, a superar a produção de derivados, o que também dará ao país a autossuficiência em derivados”, afirma a empresa, em nota.
Fonte: Agência Brasil

2- PRÉ-SAL ATRAI FABRICANTE DE DIRIGÍVEIS DA RÚSSIA
Fonte: Paulo Hora/Petronoticias
De olho no setor de exploração das bacias do pré-sal, a Ros Aero Systems, empresa russa que fabrica dirigíveis, pretende aumentar seus negócios no Brasil. Segundo o representante da empresa no país, Alexey Lazarev, os dirigíveis podem ser úteis para o transporte de equipamentos e de pessoal para as plataformas. Lazarev afirma que a empresa, ainda com poucos negócios no Brasil, tem planos para a produção de dirigíveis no país em larga escala, tanto para uso doméstico quanto para exportação, aproveitando um acordo russo-brasileiro de cooperação científica e de transferência de tecnologias.
Que tipos de equipamentos da Ros Aero Systems são utilizados nas atividades do setor de óleo & gás?
Nossos aparelhos são eficazes para exploração, transporte e pesquisa no setor de óleo & gás. Dirigíveis nossos, de vários tipos, movem pesos de 70 toneladas e já temos projetos para aumentar essa capacidade para 170 toneladas. Esses dirigíveis são muito eficazes para substituir equipamentos, já que não há como fazer isso utilizando helicópteros, por exemplo, que transportam, no máximo, 20 toneladas.
Quanto custam o aluguel e a venda de um dirigível que transporta 70 toneladas?
O preço de cada dirigível é calculado conforme a configuração feita na base do pedido do cliente, mas de toda forma é de duas a três vezes mais baixo que o preço de aviões e helicópteros análogos, caso haja. É importante levar em conta a correlação tonelada/km que, no caso de aplicação de dirigíveis, fica na mesma faixa, ou até maior, que a do uso correspondente de caminhões de grande porte (40 t).
Além de mover cargas, quais são os outros usos para os dirigíveis da Ros Aero Systems nesse setor?
Devido a seu raio de ação muito grande, eles servem, também, para o transporte de pessoal para os campos do pré-sal, que estão muito longe da costa.
Que tipos de empresas já demonstraram interesse nos dirigíveis da Ros Aero Systems?
A EBX, a Petrobrás e algumas elétricas já demonstraram interesse. Eu tenho a informação de que a Petrobrás já afirma, internamente, que não se pode descartar o uso de dirigíveis nas atividades offshore.
Para que tipos de serviços a Ros Aero Systems já forneceu dirigíveis no Brasil?
São negócios ainda muito casuais, estamos em uma fase de preparação. O Brasil ainda utiliza os dirigíveis de aluguel dos EUA. Acreditamos que a demanda brasileira chegará a 500 dirigíveis nos próximos anos e que nós teremos condições de fornecê-los.
A empresa fabrica dirigíveis no Brasil?
Devido a um acordo Brasil-Rússia, também podemos fabricar dirigíveis aqui para exportar. A Ros Aero Systems está se preparando para criar uma joint-venture no Brasil, que fabricará dirigíveis na base de transferência de tecnologias.
Existe algum projeto para o país no curto prazo?
Prefiro não anunciar detalhes da parte brasileira agora, visto que é um assunto delicado. Temos três projetos de dirigíveis de 15, 55 e 170 toneladas. A engenharia deve ser desenvolvida passo a passo, do mais simples para o mais complexo, mas não há limites para o aumento da capacidade.
Em que áreas relacionadas à energia os dirigíveis podem ser aplicados?
Os dirigíveis são usados no controle de linhas de transmissão, na construção de linhas elétricas e no transporte de equipamentos para as centrais elétricas, como uma torre de apoio, por exemplo. 
E os outros usos, em geral, para os dirigíveis?
Podem ser usados para segurança e turismo. Temos dirigíveis que funcionam como hotéis voadores, com capacidade de percorrer 5.000 km ininterruptos, distância maior que a extensão do território brasileiro, tanto de norte a sul quanto de leste a oeste, a uma velocidade de 200 km/h.
Em quais países a Ros Aero Systems tem mais mercado atualmente?
Muito em devido ao lobby da aviação, nós, infelizmente, ainda não atingimos uma produção significativa de dirigíveis. Temos cerca de 100 pelo mundo. A maior parte está na Rússia, na França e no Canadá, mas outros países, como China, Índia e Indonésia, também têm manifestado interesse. Precisamos elevar nosso patamar para uma produção em cadeia.
Qual a dimensão dos impactos ambientais causados pelo funcionamento dos dirigíveis?
Enquanto os helicópteros podem voar por três horas, consumindo 2.100 litros de combustível, os dirigíveis podem voar por 24 horas, gastando cerca de 1.150 litros, e quase não poluem o ambiente. Os dirigíveis não precisam da mesma estrutura que os aviões, que necessitam de pistas, e também não causam a mesma poluição sonora.

3- Os milagres do pré-sal  
O ex-presidente da Petrobras, dr. Sérgio Gabrielli, em veemente defesa da opção pelo pré-sal, anunciou na Folha, em 3 de abril último, que a produção do pré-sal havia atingido 300 mil barris por dia em apenas sete anos. Uau! Por que será que este anúncio não foi feito pela atual presidente da empresa?
Acontece que, em sintonia com essa declaração, vasta propaganda da Petrobras anunciou, inicialmente, 200 mil barris/dia, para ser imediatamente corrigida para os 300 mil barris/dia do dr. Gabrielli.
Tudo bem: que sejam 300 mil. Então, se a tecnologia já permite esse nível de produção, por que essa suposta imensa atividade em pesquisa que envolveria 120 universidades e institutos de Pesquisas, como diz o ex-presidente? Uau! Eu não sabia que o Brasil já possui 120 Institutos e Universidades de Pesquisas.
Essa iniciativa parece, pois, mais um programa de cooptação de apoio político. Há, contudo, males que vêm para o bem. Palmas para a Petrobras.
Outra dúvida: se a produção total nacional não aumentou, será que aquelas contribuições devidas a águas profundas e continente decaíram em tão pouco tempo esses 300 mil barris/dia?
Todavia o que não se explica é como pode a OGX, empresa criada para explorar o pré-sal e que teve o privilégio da escolha das melhores áreas, pois contratou da própria Petrobras equipe especializada, estar hoje em situação tão difícil, tendo seu valor de mercado decaído a 13% de seu valor inicial, ou seja, uma queda de 87%.
Como é possível que áreas adjacentes sejam uma o sucesso triunfante que o dr. Gabrielli alardeia e outra, o retumbante fracasso representado pelo reconhecidamente experto empresário Eike Batista?
Mas tudo bem, pois concomitantemente anuncia a Petrobras que dinheiro não falta e que pretende investir cerca de US$ 237 bilhões para viabilizar os 30 bilhões de barris que seu ex-presidente e agora porta-voz anuncia.
Aliás, a última declaração da presidente Dilma Rousseff, de cuja credibilidade ninguém duvida, sobre o assunto foi que a reserva do pré-sal seria a metade daquela revelada hoje pelo ex-presidente da Petrobras.
Mas teria a opção pré-sal sido inteligente? Esse valor de US$ 237 bilhões é muito superior àquele calculado para os investimentos necessários para uma produção deetanol suficiente para substituir 10% da gasolina do mundo. ("Can Brazil Replace 10% of the 2025 Gasoline World Demand with Ethanol?" Energy, V.34, p. 655-661, 2009, Rogério Cezar de Cerqueira leite et. al.).
A produção de combustíveis líquidos seria, nesse caso, entre duas e três vezes maior que a esperada do pré-sal, de 1,5 a 2 milhões de barris/dia --com a diferença de que o petróleo do pré-sal duraria 50 anos, enquanto o etanol é renovável, ou seja, eterno. E isso se de fato as reservas do pré-sal forem de 30 bilhões de barris, como diz o "insuspeito" porta-voz.
Além do mais, os cálculos realizados para o etanol incluem a logística (inclusive alcooldutos) e se restringem à primeira geração, excluindo ainda cogeração, tecnologias, que hoje já estão desenvolvidas e que, se incluídas, aumentariam expressivamente a produtividade do etanol.
Para tal produção bastariam 10 a 15% da área hoje utilizada para pastagem, ou outra equivalente. Se, entretanto, acreditarmos na presidente Dilma, a produção média em 50 anos de petróleo do pré-sal seria apenas a metade da mencionada acima, ou seja, entre 750 milhões e 1 bilhão de barris.
Talvez seja por essas e outras que a presidente da Petrobras, quebrando uma longa tradição, deixou de se comprometer, delegando a um porta-voz a notícia espalhafatosa.
Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Fonte: Folha de S. Paulo
Físico, professor emérito da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

domingo, 7 de abril de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 126


I – NOTíCIAS

1- Setor naval terá US$180 bilhões em encomendas até 2020
Estaleiro Rio Grande - Polo Naval (*Foto: PoloNaval.com.br)
Com uma demanda de mais de 600 embarcações entre plataformas, sondas e embarcações especializadas até 2020, o setor naval e offshore no Brasil vive um de seus melhores momentos em muitos anos. Somente com os pedidos dessas embarcações, que atenderão em sua maioria ao setor de óleo e gás, o movimento de recursos será da ordem de US$180 bilhões nos próximos oito anos.
Segundo Augusto Mendonça, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), durante o Naval Summit 2012, em 2016, o país terá 37 estaleiros espalhados pelo país, alcançando os 100 mil empregos diretos e alcançando a estabilidade no setor.
“Queremos construir uma indústria consistente e permanente, como acontece em países como Noruega, Grã-Betanha, Coreia e Cingapura”, afirmou. Para ele, o setor vive um “momento mágico”, com mercado de longo prazo, apoio da Petrobras e do sistema financeiro, além de uma indústria cada vez mais preparada.
Fonte: Redação do Portal Naval

2- Polo de construção pode receber R$ 200 milhões
O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) pode receber um investimento da ordem de R$ 200 milhões para a formação de mais um polo de fábricas. Trata-se do cluster que a Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon-CE) planeja construir. No entanto, os 90 hectares necessários para o empreendimento ainda não tem o Ceará como destino certo, segundo o presidente da Coopercon, Marcio Novaes, pois a entidade também negocia com o complexo industrial e portuário pernambucano de Suape.
Noventa hectares de área serão necessários para o empreendimento. Foto: Marília Camelo
"Nós temos o interesse de resolver isso no mais breve espaço de tempo com a definição do governo do Estado do Ceará. O governador Cid Gomes disse que tem todo o interesse, mas chegou a hora de sair do interesse e partir para a formalização e diretamente para o negócio", declarou ontem pela manhã durante visita ao Cipp, quando percorreu de helicóptero com cooperados todo o complexo e visitou as instalações da Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE) e o Porto do Pecém.
Novaes contou que o prazo esperado por ele para anunciar o destino do Cluster é maio, quando ele irá à Seul, na Coreia do Sul, acompanhado de Cid Gomes para fechar a vinda do principal negócio do cluster: uma fábrica da Hyundai no valor de R$ 100 milhões e que ocupará uma área de cinco hectares.
Parceiro espanhol
Ele revelou ainda que uma indústria espanhola especialista no trabalho com aço também está interessada no cluster. Além desta, o presidente da cooperativa contou quer já tem definido uma fábrica de gesso, outra de concreto e uma de corte e dobra de aço, a qual necessita de mais cinco hectares para se instalar.
"A Coopercon quer colocar todas as indústria ligadas à construção civil e ao próprio mercado imobiliário tudo no Pecém. E a na construção civil temos a vantagem de o emprego de mão de obra ser muito intensivo", ressaltou na presença do presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede), Alexandre Pereira, e o diretor de Infraestrutura da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Eduardo Neves.
De olho no setor imobiliário
Outra oportunidade de negócios mencionada pelos cooperados da construção civil na visita foi a demanda por moradia no Pecém. De acordo com eles, "todos os cooperados tem interesse em fazer as casas, pois, no Cipp, deverão ter pelo menos 30 mil unidades e não é só de Minha Casa, Minha Vida (MCMV)".
Diante da provocação, Eduardo Neves adiantou aos empresários que o Plano Diretor do complexo dispõe de áreas pré-destinadas a determinados setores e voltou a propor uma reunião na Adece para definir terrenos apropriadas para a construção de condomínios e casas na região.
"É muito bom vocês virarem um pouco as costas para Fortaleza e olharem para cá, pois a mão de obra básica vai ser tirada desses municípios vizinhos e nós vamos ter demanda de casas para cá", afirmou. Sem nada oficialmente definido na visita, eles marcaram de se encontrar na Adece no próximo dia 18.
Competição com Suape
Os empresários ainda provocaram os representantes do governo estadual no que diz respeito às vantagens oferecidas por Suape para a instalação do Cluster em terras pernambucanas. Segundo contaram, o governo de lá chega a doar terrenos para os investidores do complexo, o que não acontece no Ceará. De pronto, o diretor de Infraestrutura da Adece rebateu: "Nós orientamos o empresário a comprar direto do proprietário, pois o governo daqui só pode fazer isso por lei - que não temos - e dependendo do interesse do Estado no negócio, ele pode compensar o gasto do terreno com serviço como terraplanagem".
Negócios com a CSP
Mesmo sem o polo de construção civil definido para o Pecém, a Coopercon já possui propostas para atuar ao Cipp, de acordo com Novaes. A demanda partiu da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a qual, segundo ele, precisa de alguém que faça o corte e a dobra do aço usado nas obras do empreendimento dentro do canteiro. "Hoje, no Ceará, trabalhamos no mercado com cerca de 30 mil toneladas por ano, o que gera de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões de negócios de aço e eu não imagino para a construção da siderúrgica um valor menor que esse", estimou, depois de afirmar que a demanda da CSP ainda não foi repassada para a Coopercon.
ZPE elabora plano de negócios
Um dos anfitriões para os empresários da construção civil que visitaram o Pecém ontem, o presidente da Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE), Eduardo Macêdo, disse que o órgão dirigido por ele está planejando um plano de negócios para definir o público alvo e em quais regiões do Brasil e do mundo o Ceará deve captar novos investidores para o empreendimento. O trabalho deve ser finalizado nas próximas semanas.
Macêdo contou que o documento é fruto do trabalho de uma nova diretoria da ZPE do Ceará, a comercial, que elabora, junto do plano específico para a captação, uma política comercial e um plano de divulgação e marketing.
Referências apontam foco
"Mas nós já temos duas grandes referências que apontam a nossa vocação. Uma é a pauta de exportação do Estado do Ceará e a pauta de exportação do Porto do Pecém. Isso nos dá uma pista. E a outra é a vocação que se inicia agora com estas duas grande âncoras, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e a Vale Pecém", observou.
Com isso, Eduardo Macêdo diz entender "que a ZPE do Ceará pode se tornar um cluster de indústria de base, como a siderúrgica e a mineração".
Atualmente, ele contou que os profissionais encontram-se todos na sede administrativa do órgão, no Pecém, em treinamento. A primeira carga da CSP, anda armazenada no porto, deve ser recebida por eles para o primeiro processo alfandegário da ZPE ainda este mês.
Inauguração oficial
Sobre a inauguração oficial, que esperava a presidente Dilma Rousseff, Macêdo foi ponderado: "a nossa operação é em todos os aspectos uma referência para o País. Temos o maior projeto de ZPE do Brasil e somos pioneiros. Muita gente trabalhou para isso e não é uma bandeira só do Ceará. Por tudo isso, eu acho que merece uma atenção em esfera nacional". 
Fonte: Diário do Nordeste,CE 

3- Brado deve investir R$ 1,2 bi em cinco anos 
A Brado Logística, voltada a movimentação em contêineres controlada pela América Latina Logística (ALL), trabalha com volume de investimento total de até R$ 1,2 bilhão em cinco anos. Antes, o número estimado era de R$ 1 bilhão. Em reuniões recentes, os executivos da controladora chegaram a dizer que o numero poderia ficar abaixo do inicialmente previsto.
O presidente da Brado, José Demeterco, informou ontem durante apresentação a jornalistas que o valor continua previsto em torno de R$ 1 bilhão no período de cinco anos. "De um R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão", disse. O período de investimentos vai até 2016, segundo informou a companhia. Até hoje, a Brado já investiu R$ 250 milhões. Parte do montante é de "equity" e parte foi aplicada por meio de financiamentos.
A companhia espera um volume de movimentação 60% maior em 2013, em comparação a 2012. O maior crescimento vai ser registrado no Paraná e em Santa Catarina, impulsionado pelas commodities. "Vemos um crescimento grande do granel na movimentação por contêiner", diz Demeterco. 
A companhia está em negociações avançadas para a entrada de um novo sócio. A engenharia financeira para sua expansão depende dos recursos do novo acionista. Hoje, a ALL tem 80% da companhia e a Standard Logística, os outros 20%. 
Fonte: Valor Econômico

4- Licitação de petróleo tem 71 interessados
A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, informou ontem que 71 empresas manifestaram interesse na 11ª rodada de licitação de petróleo e gás. Essas companhias estão espalhadas em 21 países, incluindo o Brasil. Magda afirmou que certamente haverá ágio nessa rodada e "será grande". 
Prevista para 14 e 15 de maio, a rodada vai licitar áreas de petróleo e gás em 11 Estados, principalmente das regiões Norte e Nordeste. "A rodada não vai atrasar de jeito nenhum", garantiu a diretora da agência. "O interesse é muito grande porque tem áreas muito boas nessa rodada", disse, ao se referir a regiões de águas profundas. 
Magda espera que todas as empresas interessadas sejam qualificadas para o leilão. Isso porque a ANP adotou diversas ações para "explicar as regras para que ninguém fique de fora". Sobre o ágio, explicou que o preço mínimo tem que ser superado. Por ser mínimo, "menos que isso não dá". 
Fonte: Valor Econômico

5- Caos no Porto de Santos tende a se agravar, diz AEB 
O caos logístico observado nos arredores do Porto de Santos (SP) em meados de março, com o início dos embarques da safra recorde de soja, tende a se agravar entre maio e junho, na avaliação do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. "O problema foi observado com o embarque da parcela menor da soja, imagina quando coincidir o restante da safra com as safras de açúcar e milho", sugeriu, sinalizando que a dificuldade de março foi "virtual" e se transformará em "real" entre maio e junho.
De acordo com Castro, uma eventual queda das cotações das commodities e a manutenção dos atuais patamares de custo logístico farão com que o País perca competitividade. "Hoje, o cenário é cômodo, enquanto as cotações atuais estiverem elevadas, mas se voltarmos às condições de 2000, o País quebra", disse, durante apresentação na conferência Infraportos, que se realiza paralelamente à feira Intermodal, em São Paulo. Ele lembrou que às cotações de soja, açúcar e minério dão sinais de terem entrado em viés de baixa. "A soja chegou a US$ 580-US$ 590 a tonelada, hoje está em US$ 530 e devem cair quando a começar a safra nos Estados Unidos", disse. Castro também alertou que os custos logísticos elevados e a ineficiência operacional afastam o Brasil da globalização e inibem a atração de investimentos.
O diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito, também avaliou que o País precisa melhorar a infraestrutura portuária para elevar os padrões de competitividade do País. Segundo Brito, um ambiente regulatório com regras claras e duradouras, além da redução da burocracia, são condições para a atração de investimentos.
"Leva-se 5,7 dias para liberar uma carga no Brasil, em relação a um dia em países mais avançados e dois nos países asiáticos. Isso não é condizente com o que queremos", disse. "A fatura desse custo vai para a carga, o usuário, o exportador, o importador", acrescentou. Ele defendeu o desenvolvimento de rotas alternativas de escoamento, mais baratas e "mais compatíveis" com a questão ambiental, por exemplo, usando os Portos Vila do Conde (PA) e Itaqui (MA) para o embarque de soja. Também salientou a necessidade de investimentos em armazenagem, uma vez que o país hoje tem capacidade para armazenar apenas 30% da safra anual. "Nos Estados Unidos, a capacidade é de dois anos de safra", comparou.
Fonte: Agencia Estado


II _ COMENTÁRIOS

1- O GNV anda esquecido no Brasil 
A partir de 2007, o aumento dos preços do gás natural no mercado doméstico e as incertezas a respeito do fornecimento de gás da Bolívia, juntamente com o incentivo à expansão da frota de veículos bicombustíveis movidos a gasolina e etanol, reverteram a forte expansão do mercado de Gás Natural Veicular (GNV), que vinha ocorrendo no Brasil desde 2000.
Assim, o volume de conversões anuais, que atingiu 272 mil veículos em 2007, caiu para apenas de 24 mil em 2012, enquanto o volume de gás consumido pelo segmento veicular, reduziu-se de um pico de 7 milhões de metros cúbicos por dia (MMm3/d), em dezembro de 2007, para cerca de 5,5 MMm3/d, em dezembro de 2012. 
Atualmente, o mercado de GNV representa 11% do volume de gás natural comercializado no Brasil e apenas 2% do consumo de energéticos nos transportes.
A queda no interesse pelo gás natural como combustível para veículos automotivos acontece justamente quando o consumo dos demais combustíveis, como a gasolina e o diesel, apresentam elevadas taxas de crescimento que, por sua vez, não encontram correspondência na ampliação da oferta nacional. O resultado foi o crescimento de 73% na importação de gasolina.
A capacidade de processamento do parque de refino brasileiro já está sendo plenamente utilizada há algum tempo, enquanto o setor de etanol, que deveria funcionar como alternativa ao consumo da gasolina, vive uma profunda crise. 
Some-se ao exposto, o desalinhamento dos preços dos combustíveis, que incentivou o consumo da gasolina.
Mesmo sem incentivos, a frota movida a gás natural veicular tem tido papel importante para atenuar a deterioração da balança comercial de derivados. 
De acordo com dados da Abegás, em 2012, caso a frota movida a GNV utilizasse a gasolina como combustível, teria sido necessária a importação de cerca de US$ 2,4 bilhões a mais de gasolina, que se somariam aos US$ 3,05 bilhões registrados naquele ano, ou seja, um aumento de 78% nas importações. 
No caso do diesel, com 10% da frota pesada nas seis principais capitais, seria possível uma redução de US$ 1,245 bilhões FOB por ano na importação deste combustível, o equivalente a dois meses de importação. 
Enquanto no Brasil o GNV anda esquecido, nos Estados Unidos, empresas como a Clean Energy Fuels, a Royal Dutch Shell e a chinesa ENN estão investindo em redes de postos de abastecimento de gás natural para caminhões nas estradas norte-americanas. 
A iniciativa tem como objetivo desenvolver uma infraestrutura para caminhões pesados abastecidos pelo barato e abundante gás natural. Além disso, a medida tem por finalidade se beneficiar do boom do gás de xisto nos EUA. 
Frente às possibilidades de crescimento da oferta de gás, diante das reservas do pré-sal, dos campos de gás não associado e, até mesmo, da possibilidade de extração de gás não convencional em território brasileiro, é necessário o reposicionamento do GNV como combustível estratégico, a fim de que a sociedade brasileira possa se apropriar das vantagens econômicas, sociais e ambientais do uso do gás natural como combustível veicular.
*Texto originalmente publicado no Brasil Econômico. 
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) 

2- Meu porto, minha vida 
Chega a ser espantosa a reação geral quanto ao recorrente fenômeno do congestionamento de caminhões no porto de Santos. Afinal, todo ano isso acontece, e não só em Santos, mas também em Paranaguá. 
Há anos, os mais diversos especialistas comentam que o principal gargalo do agronegócio brasileiro é infraestrutura e logística. E vêm pedindo rapidez na implementação das obras do PAC ligadas ao tema. 
E neste ano, com uma safra recorde de grãos (especialmente da soja, uma vez que colheremos 85 milhões de toneladas, superando pela primeira vez a safra americana), era superevidente que teríamos esse triste espetáculo das filas quilométricas para descarregar nos portos. 
Além disso, ao largo do porto, dezenas de navios ancorados esperam para carregar os grãos oriundos das competitivas zonas produtoras, ou para descarregar os fertilizantes que os mesmos caminhões levarão de volta àquelas regiões, para que seus agricultores já se preparem para a safra do ano que vem. 
Com isso, os produtores perdem duas vezes: como os caminhões demoram para descarregar a soja --ou o milho--, acabam servindo de armazém. Mas um armazém caríssimo, evidentemente, sem falar na irritação que toma os motoristas que perdem tempo, dinheiro e ficam mais dias longe de casa. 
Mas também perdem pela demora do descarregamento de fertilizantes dos navios, pois cada dia parado ao largo tem um custo, chamado "demurrage", que vai a dezenas de milhares de reais por dia. Ora, quem paga isso? O produtor, é lógico, uma vez que esse custo adicional lhe é repassado no preço do fertilizante. 
É claríssima, então, a perda dos agricultores em geral, representada pelos custos inflados e em função de um problema sobre o qual eles não têm nenhuma responsabilidade. Os mais prejudicados são os produtores de regiões distantes, uma vez que as cargas vêm por caminhão, muito mais caro do que trem, que também não há suficientemente. 
Pelo menos parte do custo também é repassada aos consumidores, de modo que todo mundo perde.
Mas há algo ainda mais grave. No ano passado, o agronegócio brasileiro teve um saldo de US$ 79 bilhões em sua balança comercial externa: essa é a diferença positiva entre o que o setor exportou e importou. E o saldo comercial total do Brasil foi de US$ 19 bilhões, incluído o agronegócio. Ou seja, o desempenho do agro salvou o saldo do país e, de quebra, garantiu as reservas cambiais. 
Portanto, quanto mais o agronegócio exportar, melhor será para o país. Não apenas para o agricultor, mas para todos os brasileiros, que se beneficiam do fato. 
Outro dado: há dez anos, em 2002, o agronegócio exportou US$ 24,8 bilhões. No ano passado, US$ 95,8 bilhões, quase quatro vezes mais. Ora, de novo todo o país e seus cidadãos ganham com esse crescimento, que cria riquezas, renda e empregos diretos e indiretos. 
E, se deixarmos de exportar, sofrem todos os brasileiros. 
As dificuldades de logística já fizeram a China cancelar dez navios de soja encomendadas ao Brasil, ameaçando fazer o mesmo com outros tantos ou mais. E se a moda pega? 
Bem, depois de anos de incisivas reclamações de técnicos e exportadores, o governo finalmente tomou decisões importantes quanto às concessões na área de rodovias e ferrovias, abrindo ao setor privado uma oportunidade de investir com lucro. Isso vai acontecer, mas demora, não só pelo fato em si (projeto e execução), mas também pela burocracia, especialmente das licenças ambientais. 
E, por último, o governo e o Congresso estão trabalhando vigorosamente em uma medida provisória que busca equacionar o problema dos portos, com boa chance de obter avanços notáveis. Aliás, nos últimos dias as filas até melhoraram com essa perspectiva. 
Esperamos que, em três ou quatro anos, as filas intermináveis sejam coisa do passado. E todos os brasileiros possam se beneficiar do aumento das exportações e, com orgulho, dizer: "Meu porto, minha vida"...
*Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, no dia 29/03/13 
Roberto Rodrigues
Engenheiro agrônomo e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas

segunda-feira, 1 de abril de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 126


I –  NOTÍCIAS

1- Petrobras assina carta de intenção para afretamento de dois FPSOs
A Petrobras assinou, por meio de sua afiliada Tupi BV, a carta de intenção com a SBM Offshore e a Queiroz Galvão Óleo e Gás S.A. para o afretamento de duas plataformas do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere óleo) destinadas aos projetos de desenvolvimento da produção das áreas de Lula Alto e Lula Central, localizadas no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos. A companhia é a operadora do bloco.
Os projetos preveem, em cada área, a interligação de 18 poços aos FPSOs, sendo dez produtores e oito injetores. A previsão, detalhada no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da companhia, é de que a área de Lula Alto comece a produzir em janeiro de 2016 e Lula Central, em março de 2016.
Cada plataforma terá capacidade para processar até 150 mil barris de petróleo por dia (bpd) e 6 milhões de m³/dia de gás natural. Os FPSOs serão operados pelas empresas responsáveis pela construção e afretados ao consórcio BM-S-11 pelo período de 20 anos. A previsão é de que o FPSO de Lula Alto seja entregue em até 31 meses após a assinatura da carta de intenção, e o FPSO de Lula Central em até 33 meses após essa assinatura.
O Consórcio BM-S-11 é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda. (25%) e a Petrogal Brasil S.A. (10%).
Fonte: Redação TN Petróleo

2- Petrobras encomenda US$ 800 milhões em equipamentos para explorar pré-sal  
A Petrobras assinou contrato com a Aker Solutions para a encomenda de 60 conjuntos de "árvores de natal" submarinas (conjunto de válvulas que controla a produção de petróleo nos poços) sistemas de controle submarinos, ferramentas e peças de reposição no valor de US$ 800 mihões. As entregas serão feitas a partir de 2014. Os equipamentos farão parte dos sistemas de produção em águas profundas a serem instalados nos campos do pré-sal na Bacia de Santos.
Por conta dessa encomenda e das perspectivas futuras da indústria de petróleo no país, a Aker decidiu ampliar seus investimentos no Brasil. Segundo a companhia, uma nova fábrica de equipamentos submarinos será instalada em Curitiba, no estado do Paraná.
A Aler explicou que a nova fábrica vai substituir a atual unidade a em 2015 e empregará cerca de 1100 pessoas. Apenas os primeiros conjuntos do novo contrato serão produzidos na fábrica existente, enquanto os restantes serão fabricados, montados e testados na nova instalação. 
Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo

3- Crescimento do transporte fluvial na Amazônia é destaque em seminário
Antaq - 28/03/2013 
O superintendente de Navegação Interior da Agência Naconal de Transportes Aquaviários (Antaq), Adalberto Tokarski, destacou o crescimento do transporte nas hidrovias da região Amazônica, durante o seminário Ações Concretas para o Desenvolvimento da Navegação Fluvial na Amazônia, realizado na terça-feira (26), na Câmara dos Deputados. Segundo o superintendente, em 2012, foram transportados 81 milhões de toneladas de cargas nas hidrovias brasileiras, sendo que 80% desse total nos rios da Amazônia.
“Mais de 50 milhões de toneladas de carga foram transportados pelas hidrovias da região, em 2012, sendo cinco milhões de toneladas de soja e mais de 2,2 milhões de toneladas de combustíveis”, informou.
O número de empresas regularizadas junto à Antaq, na região, também aumentou. De acordo com Tokarski, seis empresas foram regularizadas no transporte longitudinal de passageiros e misto na região, no ano passado, e 23 novos processos foram abertos relativos à prestação de serviço nessa modalidade, dos quais 17 já obtiveram autorização da agência.
O superintendente informou que a Antaq está concluindo um levantamento para caracterizar a oferta e a demanda do transporte fluvial de passageiros na Amazônia, em parceria com a Universidade Federal do Pará. O levantamento irá mostrar os números do fluxo de passageiros, o percentual de homens e mulheres transportados, o objetivo das viagens, o número de embarcações existentes e a idade da frota, entre outros dados. “Essas informações servirão para subsidiar a formulação de políticas públicas para o setor na região”, observou.
Segundo Tokarski, a Agência está desenvolvendo uma ampla campanha de conscientização do transporte nas hidrovias da região, com a distribuição de uma cartilha sobre os direitos e deveres de passageiros de embarcações. “Cerca de 12 milhões de passageiros circulam todos os anos pelos rios da Amazônia. Conhecendo seus direitos e deveres, eles também podem zelar pela qualidade dos serviços de transporte nas hidrovias”, salientou.
O superintendente também citou outros dois estudos, desenvolvidos pela Agência. O primeiro apontou um aumento da extensão de hidrovias economicamente navegadas no país. “Antes, acreditávamos que havia em torno de 15.000km de vias comercialmente navegadas, mas esse levantamento, concluído no ano passado, mostrou que são quase 21.000km, dos quais mais de 80% estão na região amazônica”, apontou.
O PNIH (Plano Nacional de Integração Hidroviária), por sua vez, traça a demanda do transporte de cargas nas seis principais bacias hidrográficas do país, em cenários quinquenais que vão de 2015 a 2030. “Se forem feitos os investimentos de expansão dos trechos navegáveis, pelos rios da Amazônia deverão circular 25,7% (98 milhões de toneladas) do total das cargas transportadas na área de influência da bacia Amazônas/Solimões em 2020”, destacou.
O seminário
O seminário da Câmara dos Deputados foi uma iniciativa da Frente Parlamentar Mista pelo Desenvolvimento da Navegação Fluvial na Amazônia, com o objetivo de debater temas relevantes, tais como a importância da hidrovia para o desenvolvimento da região, a modernização da frota da população de baixa renda e a necessidade de um serviçio de saúde fluvial na Amazônia.
Além de reunir representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia, Transportes e Marinha, especialistas do setor e da Academia, o debate contou com os depoimentos da vice-presidente da Associação das Vítimas de Acidentes de Escalpelamento, Franciane da Silva Campos, que falou sobre a erradicação do escalpelamento na Amazônia, e do construtor de barcos artesanais do Estado do Amapá, Juscelino Lobato Marreiros.
Segundo a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), presidente da Frente, não houve acidentes de escalpelamentos no estado do Amapá em 2012, Contudo, foram 12 acidentes desse tipo no estado do Pará, no ano passado. As maiores vítimas de acidentes de escalpelamento são as crianças e as mulheres, após terem seus cabelos enganchados aos motores de pequenas embarcações na Amazônia.

4- Licitação da ANP 
ANP recebeu pedidos de cerca de 60 empresas para habilitação para participar da 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios 
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu pedidos de cerca de 60 empresas para habilitação para participar da 11ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios. Até o momento, quatro empresas - OGX, Queiroz Galvão Exploração e Produção, Repsol Sinopec Brasil e Shell Brasil - foram habilitadas pela agência reguladora para participar na licitação que está marcado para 14 e 15 de maio, no Rio de Janeiro. Essas empresas habilitadas têm a classificação de "Operadora A", que permite que a companhia opere qualquer tipo de bloco ofertado na licitação.  
Fonte: Valor Econômico

5- Sete Brasil inicia formação de mão de obra no Nordeste 
A Sete Brasil iniciou um projeto de capacitação de mão de obra jovem e de consultoria a cooperativas em Ipojuca (PE) e em Maragogipe (BA), onde estão instalados dois dos cinco estaleiros que construirão as 28 sondas do pré-sal para a Petrobras.
O Projeto Conexão tem como meta capacitar e empregar 359 jovens e fazer 36 consultorias em um ano. A Sete Brasil diz que o intuito é permitir um crescimento mais ordenado da economia da região, impulsionado pela atividade petrolífera e naval.
A Sete Brasil é a gestora de recursos que será proprietária das 28 sondas para águas profundas que serão afretadas para a Petrobras. A Petrobras é acionista da empresa.
Fonte: Agencia Estado

6- Grupo Fugro conclui fusão e une carteira de avaliação ambiental
O grupo Fugro comprou a EMU Limited, do Reino Unido, e concluiu a fusão da companhia com a Fugro ERT e Fugro Survey Environmental, todas com base no Reino Unido. O objetivo é unir a carteira das três companhias do grupo Fugro de prestação de serviços de avaliação ambiental para atividades costeiras e offshore. 
A nova companhia - Fugro EMU Limited - elabora estudos de impacto ambiental, planos de emergência e estudos forenses em caso de vazamentos de óleo para projetos de E&P e geração de energia offshore e portos. Com a fusão, a equipe da empresa soma 220 funcionários. 
“No setor de óleo e gás nós temos 40 anos de experiência e realizamos mais de 150 avaliações ambientais e mais de 1.000 estudos para exploração, desenvolvimento e descomissionamento de projetos”, destacou o Diretor da Fugro EMU Limited, Simon Shaw.
Fonte: energiahoje 


II –  COMENTÁRIOS

1- Economia brasileira deve crescer 3,1% este ano
A economia deve crescer 3,1%, este ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central, no Relatório de Inflação. A projeção está 2,2 pontos percentuais acima da expansão observada no ano passado (0,9%).
Para a produção agropecuária, a estimativa de expansão é 6%, depois do recuo de 2,3% em 2012. No caso da indústria, a perspectiva de crescimento é 2,3%, ante retração de 0,8%, no ano passado. Para o setor de serviços, a projeção de expansão é 3,1%, superior em 1,4 ponto percentual ao resultado de 2012.
O BC projeta ainda crescimento de 3,5% para o consumo das famílias, ante 3,1% em 2012. Para o Banco Central, esse aumento será “consistente com a expansão moderada da oferta de crédito e a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho”.
O consumo do governo deverá aumentar 2,8%, ante 3,2% em 2012, enquanto a expansão da formação bruta de capital fixo (investimentos em máquinas, equipamentos e na construção civil) deverá atingir 4%.
As exportações e as importações de bens e serviços devem crescer 4,5% e 7%, respectivamente, no período, ante as elevações de 0,5% e 0,2%, respectivamente, em 2012. “As vendas de produtos brasileiros no exterior devem se beneficiar da intensificação do ritmo de atividade em relevantes parceiros comerciais, enquanto o aumento das importações brasileiras se alinha às perspectivas de maior crescimento da demanda doméstica, em particular, de investimentos”, diz o BC, no relatório.
Fonte: Agência Brasil

2- Abimaq: retomada do setor ainda é incerta
Em fevereiro de 2013, o setor de bens de capital mecânico obteve o faturamento bruto real de R$ 5.981 milhões, resultado 13,9% maior que janeiro de 2013, mas 4,8% inferior ao mesmo mês do ano anterior. O resultado acumulado no 1º bimestre de 2013 foi de 7,6% menor que o 1º bimestre de 2012. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) nesta quarta-feira (27).
No quadro de pessoal, a associação registrou pelo segundo mês consecutivo um resultado positivo. Em fevereiro de 2013, o crescimento foi de 0,9%, comparado com o mês anterior. Apesar do resultado positivo neste início de ano, o setor ainda não recuperou a queda de aproximadamente 5.700 postos de trabalho, em relação ao mês de agosto de 2011, no qual o setor alcançou o maior volume de pessoas empregadas dos últimos 10 anos.
Carteira de pedidos e NUCI
Em fevereiro, o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) cresceu 0,8%, sobre o mês anterior, mas ainda é 5,5% inferior ao mesmo mês do ano de 2012. Quanto ao número de semanas para atendimento dos pedidos em carteira, no mês de fevereiro, houve queda adicional de 0,9%, comparado com o mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a redução de pedidos é de 29,7%.
No ano, o setor acumula queda de 29,1% sob 2012.
Balança Comercial
Em fevereiro de 2013, as exportações cresceram 2,7%, comparado com janeiro de 2013, e registraram o total de US$ 719,03 milhões. No ano (1º bimestre de 2013), o valor de US$ 1.419 milhões é 21,8% menor do volume exportado, no 1º bimestre de 2012. Nota-se que quase 50% da queda foi registrada pelo setor fabricante de máquinas rodoviárias.
Quanto às importações, apesar da redução de 8,3% no mês de fevereiro de 2013 em relação ao mês de janeiro de 2013, o valor superou em 1,8% as importações realizadas em fevereiro de 2012. No resultado acumulado do 1º bimestre de 2013 sobre o 1º bimestre de 2012, registrou-se um aumento de 5,8%.
Com o resultado ainda fraco nas exportações, o déficit da balança comercial é 22,3% maior no acumulado de janeiro a fevereiro de 2013, contra o mesmo período do ano passado.
Consumo Aparente
O consumo aparente (faturamento interno + importados) em fevereiro de 2013 ficou em R$ 9.113 milhões, representando uma queda de 1,4% (-1,4%) sobre janeiro de 2013 e uma alta de 6,6% sobre fevereiro de 2012. No ano, o crescimento foi de 8,1% sobre 2012, com pequena recuperação de produção nacional em fevereiro.
Fonte: Redação TN Petróleo

3- Perspectivas para exportação de etanol neste ano  
25/03/13 - O recente reajuste no preço da gasolina na base das refinarias e a decisão de se retomar a mistura de 25% de etanol anidro no combustível a partir de 1º de maio, são indicações de que os ventos começam a soprar novamente de forma favorável na direção do setor sucroenergético. A produção de cana na safra 2013/14, que se inicia agora, deve manter a tendencia de recuperação já verificada no ano passado, sendo capaz de abastecer os mercados interno e externo em expansão.
Em 2012, as exportações brasileiras de etanol atingiram 3,098 bilhões de litros, com expressivo aumento de 57,5% sobre os resultados de 2011. A receita gerada somou US$ 2,18 bilhões, ante US$ 1,49 bilhão no ano anterior. Apesar do balanço positivo, o volume exportado só pôde ser alcançado devido ao maior excedente do biocombustível, consequência da fraca demanda doméstica, associada à recuperação da moagem de cana na safra 2012/13.
O controle de preços, que manteve o preço da gasolina artificialmente abaixo do seu valor internacional durante 2012, retirou competitividade do etanol hidratado nas bombas. Segundo apuração da Datagro, consultoria de etanol e açúcar, durante 2012 a defasagem média mensal no preço da gasolina variou de 12,1% a 26,9%. O último mês em que o preço da gasolina esteve a par com os valores negociados internacionalmente foi dezembro de 2010, mês em que aproximadamente 60% da frota flex utilizou etanol. Em dezembro de 2012 esse percentual estimado havia caído para 30,3%, demonstrando claramente como a defasagem do preço da gasolina impacta o consumo do biocombustível.
Como resultado dessa política de controle de preços, o consumo de hidratado somou apenas 9,85 bilhões de litros em 2012, uma redução de 9,6% sobre 2011. Em contrapartida, a quantidade de gasolina A consumida no país totalizou 31,76 bilhões de litros no acumulado do ano, um aumento de 17,3%.
Contribuiu também para a demanda de etanol retraída em 2012 a decisão de reduzir a mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 20% a partir de outubro de 2011. A redução na mistura reduziu a demanda de a ponto de desestimular a efetivação de contratos de importação de etanol em condições lucrativas para os produtores e para o país, forçou a Petrobras a aumentar a importação gravosa de gasolina, e obrigou os produtores a a transformar quase 500 milhões de litros de etanol anidro em hidratado, com claro prejuízo.
Junto ao controle de preços, a menor mistura permitiu que o etanol perdesse espaço na matriz de combustíveis do ciclo Otto. A participação do etanol na matriz do ciclo Otto caiu para 31,7% em 2012, contra 37,1% em 2011 e 44,6% em 2010. É a menor participação do etanol na matriz desde 1982.
No mesmo momento em que a baixa demanda interna por etanol criava um excedente exportável do biocombustível, uma severa estiagem na região Meio Oeste dos EUA, entre maio e agosto, fez quebrar a safra de milho. A seca acabou impulsionando o preço da commodity, o que refletiu nos preços do etanol americano e impulsionou recuperação na demanda por biocombustível importado. O Brasil forneceu 84,19% do total de etanol importado pelos EUA em 2012.
O reajuste de 6,6% no preço da gasolina e o retorno à mistura de 25% de anidro em maio aumentam a demanda interna pelo biocombustível mas não devem prejudicar o crescimento das exportações. Embora positivas, essas medidas são insuficientes para recuperação completa da demanda de etanol no mercado interno. Para cobrir a defasagem da gasolina frente ao mercado internacional o combustível deveria subir aproximadamente 15,4%. Uma das medidas que deve ajudar a reduzir essa disparidade é a possível desoneração do PIS/Cofins incidente sobre o etanol.
É preciso levar em conta também que a oferta de etanol em 2013 deverá aumentar consideravelmente com o aumento da moagem prevista. A safra 2012/13 foi o prelúdio da recuperação na moagem de cana da região Centro Sul, com um total de 532,3 milhões de toneladas, crescimento de 7,9% em comparação ao ciclo anterior. Para a temporada 2013/14, a Datagro estima moagem na região Centro-Sul de 587 milhões de toneladas de cana. Esse incremento de moagem irá assegurar o abastecimento de etanol ao mercado interno, tanto hidratado quanto anidro, e também o já esperado aumento nas exportações.
As perspectivas para exportação de etanol em 2013 são de crescimento de mais de 1 bilhão de litros, dirigido basicamente para o mercado americano. Esse movimento reflete a mudança ocorrida em 2011, com abertura para exportação de biocombustíveis aos EUA, inclusive com prêmio para o produto brasileiro. Há ainda que ser considerada a meta de participação de biocombustíveis no consumo total, que deve atingir 20% até 2022, um salto extremamente significativo em vista do volume de combustíveis que o país consome. As exportações de etanol em 2013/14 devem atingir 4,1 bilhões de litros, ainda aquém do recorde histórico de 5,12 bilhões de litros de 2008, mas na direção de recuperação.
*Texto originalmente publicado no jornal Valor Econômico de hoje, 25/03/13. 
Guilherme Nastari 
Mestre em agroenergia e diretor da Datagro