I – NOTÍCIAS
1- Após pacote de estímulo, preço do etanol cai 2,90% pelo indicador Esalq/BVMF
O ministro da Fazenda, Guido Mantega anunciou ontem (23) uma série de medidas para estimular a expansão do setor bioenergético e melhorar a competitividade do etanol brasileiro. O anúncio foi feito no início da tarde e pode ter refletido sobre os preços praticados pelas usinas, que negociaram o etanol hidratado ontem, com retração de 2,90% sobre os preços praticados na véspera. Segundo dados do indicador Esalq/BVMF, as usinas paulistas comercializaram o hidratado a R$ 1.255,50 o metro cúbico, contra R$ 1.293,00 da véspera.
Dentre as medidas anunciadas pelo governo federal está a desoneração completa da PIS/Cofins sobre o etanol. Segundo Mantega, com a medida, o setor vai deixar de pagar os cerca de 12 centavos por litro que recolhia deste tributo. No entanto, o próprio governo concordou que a desoneração não tem o caráter de baixar os preços finais do produto, que dependem do livre mercado. Alguns analistas acreditam que a redução deva chegar a 1 ou 2 centavos na bomba, como afirmou a própria presidenta Dilma Rousseff depois do anúncio.
Em comunicado, o governo federal destacou que com "esse conjunto de medidas, o governo amplia a competitividade do setor de etanol, reduzindo a carga tributária, melhorando o fluxo de caixa das empresas e suas condições de financiamento".
Para o presidente da UDOP, Celso Junqueira Franco, as medidas são positivas, principalmente no que tange a desoneração da PIS/Cofins, mais créditos para estocagem e renovação de canaviais, para citar apenas algumas. "Mas ainda defendemos a necessidade de uma política mais a longo prazo, que contemple o papel do etanol na matriz energética nacional. Mesmo porque o investidor prefere atividades onde o mercado regula livremente preços e volumes, sem intervenção de governos, como vem ocorrendo no Brasil, no setor de energia", destacou o presidente da entidade.
A Agência Reuters enumerou os principais benefícios anunciados pelo governo para oetanol, conforme segue abaixo:
* Foi estabelecido um crédito presumido de PIS/Cofins ao produtor de etanol. Na prática, o governo vai zerar a alíquota de 12 centavos de real por litro desses tributos.
* Para implementar a medida, o governo concentrará a cobrança da alíquota referente aos dois tributos, PIS e o Cofins. Atualmente, essa cobrança é dividida entre o produtor e o distribuidor.
* Governo reduzirá os juros do Prorenova, linha de financiamento do BNDES para a renovação e implantação de novos canaviais, para 5,5%, contra os 8,5 a 9,5% do ano passado.
* A linha Prorenova tem recursos de 4 bilhões, com prazos de pagamento de 72 meses e carência de 18 meses.
* Linha de financiamento de 2 bilhões de reais para a estocagem do etanol, com juros de 7,7%, também inferior aos atuais 8,7%.
* Os recursos para linha de estocagem virão do BNDES (1 bilhão de reais) e da poupança rural (1 bilhão de reais).
Fonte: Agência UDOP de Notícias/ Rogério Mian
2- Odebrecht investirá R$ 15 bilhões nos próximos três anos
O presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse que vai investir R$ 15 bilhões nos próximos três anos no setor de infraestrutura, sendo R$ 8 bilhões fora do país. Do montante, R$ 5 bilhões serão destinados ao setor elétrico, sendo 80% dos investimentos desse segmento no exterior. Os R$ 10 bilhões restantes serão destinados à logística no Brasil e fora do país.
Segundo o executivo, o maior foco do grupo está hoje em rodovias e portos. Já a área ferroviária, também contemplada por um pacote do governo recentemente, está sendo analisada de forma "muito seletiva", de acordo com ele.
O presidente do grupo afirmou que não considera o projeto do trem bala como prioritário. "Antes de fazer trem bala, eu pegaria esse dinheiro e faria trens urbanos", disse o executivo, em evento promovido pelo Itaú BBA, em São Paulo.
Ainda que o governo esteja lançando muitos pacotes de infraestrutura ao mesmo tempo, Odebrecht disse não esperar que algum específico seja mal-sucedido, mas ressaltou que as atenções dos investidores estão mais voltadas para portos, rodovias e aeroportos.
Fonte: Valor Econômico
3- MRS investirá R$ 100 mi em polo intermodal no RJ
A MRS Logística e o governo do Estado do Rio de Janeiro fecharam um acordo de investimento em que empresa destinará R$ 100 milhões para instalar o Pólo Intermodal Ferroviário no município de Queimados, que irá operar no início de 2015. O projeto abre perspectivas para cargas em geral, em vez de granel e sólidos, como ocorre tradicionalmente na malha brasileira. Pelo pólo irão passar contêineres, produtos siderúrgicos e cimentos.
A perspectiva é que, com a nova malha, o tráfego seja reduzido em cerca de 500 caminhões por dia em direção ao Porto de Itaguaí. O pólo ferroviário de Queimados deve movimentar 620 mil toneladas de carga em 2016, e a previsão é que, após dez anos, alcance 2,1 milhões de toneladas transportadas.
"Esse será o primeiro investimento que abre perspectiva de transporte ferroviário para carga geral, em vez de granel e sólidos. Pode virar referência", afirmou o secretário estadual de Desenvolvimento do Estado do Rio, Júlio Bueno.
Fonte: FERNANDA NUNES - Agencia Estado
4- Rio terá pólo ferroviário para concentrar cargas destinadas aos portos de Itaguaí e de Santos
O Rio de Janeiro vai ganhar em 2015 o primeiro Pólo Intermodal Ferroviário do estado, que servirá de centro de distribuição de carga para os portos de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP). O governo estadual, a prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense, onde será construído o complexo ferroviário, e a empresa MRS, que desenvolve transporte de minério, assinaram o protocolo de intenções para a construção do empreendimento.
O terreno tem 700 mil quadrados e fica a 8 quilômetros da Rodovia Presidente Dutra e a 2 quilômetros do Arco Rodoviário Metropolitano. De acordo com o governo fluminense, o pólo deve movimentar 620 mil toneladas de cargas em 2016.
Com o novo centro, as ferrovias da região vão poder transportar volumes acondicionados em sacos, fardos, caixas, cartões, engradados, amarrados, tambores, containêres etc, chamados de carga geral. Atualmente, chegam por meio de trens aos portos de Itaguaí e Santos produtos de carga a granel (carga homogênea, sem acondicionamento específico, apresentando-se sob a forma de sólidos, líquidos e gases).
O governo vai construir uma alça rodoviária ligando o pólo ao Arco Metropolitano, rodovia que vai unir o município de Itaboraí, onde está sendo construído o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ao Porto de Itaguaí, ambos no Grande Rio. As obras devem começar em 2014, após cumprida a etapa de licenciamento do empreendimento. A previsão de início do funcionamento é 2015, quando está prevista também a inauguração do Arco Rodoviário Metropolitano.
De acordo com a prefeitura de Queimados, o empreendimento vai gerar 300 empregos diretos e mais de mil indiretos, além de aumento da arrecadação de Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o estado.
Fonte: Agência Brasil/Flavia Villela
5- OGX terá de escolher recurso mais barato
Com o avanço das negociações da OGX para a venda de 40% no campo de Tubarão Martelo para a estatal Petronas, que pode ser concluída no próximo mês por cerca de US$ 1 bilhão, a dúvida que surge é se essa é a melhor alternativa para a empresa captar recursos.
Pessoas a par do assunto consideram que, do ponto de vista financeiro, o melhor caminho para a OGX levantar dinheiro neste momento seria com o exercício da opção de venda de mais ações para o controlador Eike Batista, e não vendendo uma participação em um dos campos mais promissores da empresa.
Em outubro, Batista assumiu o compromisso de injetar US$ 1 bilhão na OGX por meio de aumento de capital se até abril de 2014 ocorressem duas condições: a necessidade de capital social adicional e a ausência de alternativas mais favoráveis para obter esses recursos.
Os responsáveis por avaliar essas condicionantes são os membros independentes do conselho de administração da petroleira, que se reúne trimestralmente. Quando anunciou a "put", Batista se comprometeu a comprar ações por R$ 6,30 cada (o que aumentaria a base acionária em 9,8%), ante a cotação atual de R$ 1,69 por papel.
A perda imediata de Batista se exercer a "put" agora seria de quase R$ 1,5 bilhão. Isso porque pagaria R$ 2 bilhões por ações que atualmente são negociadas por pouco mais de R$ 500 milhões. A perda do empresário se traduz em diluição reduzida para os demais acionistas.
Os membros independentes do conselho da OGX, que vão avaliar as alternativas da companhia são Cláudio Lobo Sonder, Ellen Gracie (ex-ministra do Supremo Tribunal Federal), Luiz do Amaral Pereira, o ex-ministro Pedro Malan (também presidente do conselho consultivo internacional do Itaú Unibanco), Rodolpho Tourinho (ex-ministro de Minas e Energia) e Samir Zraick.
Procurada ontem, a OGX disse em nota que "tem algumas opções para capitalização, caso julgue necessário, inclusive a possibilidade de farmouts, parceiras e a put". "Conforme divulgamos anteriormente, a put será exercida caso a empresa não tenha opções mais favoráveis."
As negociações para venda de ativos da OGX sinalizam, segundo observadores, que a empresa precisa de capital adicional, o que é uma das condições para o exercício da opção de venda (put). Nesse caso, resta então avaliar qual a alternativa mais favorável
O exercício da put, que implica a venda de mais 9% do capital para Eike, garante US$ 1 bilhão para a empresa numa transação que avalia a OGX em R$ 20,4 bilhões, ante os atuais R$ 5,5 bilhões que ela vale agora no mercado.
No negócio de 40% do campo de Tubarão Martelo por US$ 1 bilhão negociado com a Petronas, está implícita uma avaliação desse campo em R$ 5 bilhões. Para que houvesse em tese um equilíbrio entre as opções, teria que se considerar que Tubarão Martelo corresponde, sozinho, a um quarto dos ativos da OGX.
Já com a Lukoil, cujas conversas estão em estágio mais inicial, o Valor apurou que a Eike negociava uma participação de um terço da OGX por R$ 1,80 por ação. Essa participação poderia ser alcançada por meio de um aumento de capital. Se confirmado mais à frente, esse negócio implicaria em um aumento de capital de quase R$ 3 bilhões. O valor de mercado da OGX pré-transação nesse caso seria de R$ 5,8 bilhões.
O que alguns investidores e credores temem é que a empresa de Eike levante recursos por meio das transações com a Petronas e com a Lukoil, em tese mais caros do que o exercício da opção de venda, e use os recursos para participar do próximo leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP), nos dias 14 e 15 de maio, e não para os projetos existentes.
Como de costume, os títulos de dívida emitidos pela OGX no exterior, no valor aproximado de R$ 7,4 bilhões, um com vencimento em 2018 e outro em 2022, preveem certas restrições para que a empresa venda seus ativos. A depender das condições da transação, os credores precisam concordar com a transação.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner e Fernando Torres | Do Rio e de São Paulo
6- Seminário debate a inovação na indústria
O "Seminário sobre Inovação e Tecnologia", realizado ontem pela Associação dos analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) no Rio de Janeiro, foi reservado para debates e apresentações de inovações em diversos setores, entre eles Petróleo e Gás.
Helena Tenório, chefe do departamento de Inovação do BNDES, mostrou os programas do banco de desenvolvimento voltados para o incentivo a projetos que tem como foco elevar a produtividade e a competitividade da economia através da inovação e da tecnologia.
Segundo ela, o banco irá desembolsar R$32,9 bilhões em apoio a projetos inovadores entre 2013 e 2014. O setor de petróleo e gás terá R$4,1 bilhões e o de energia R$5,7 bi. Tecnologias ligadas ao pré-sal e de engenharia de produtos e processo são o ponto de partida para a liberação dos recursos. Helena adiantou que será lançado um edital para inovação no segmento de gás não-convencional, o gás de xisto.
Orlando José Soares Ribeiro, gerente de P&D em Engenharia de Produção do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) mostrou as estratégias de inovação da companhia, que busca sempre extender suas tecnologias e criar novas soluções para o mercado de exploração e produção de óleo e gás. Ele afimou que a ideia da companhia é sempre expandir os limites da indústria e diversificar os produtos existentes no mercado.
"O grande problema da inovação hoje está mais nos recursos humanos do que nos recursos financeiros", afirmou. Segundo Orlando, a aproximação das universidades com grandes empresas é uma forma de inovação aberta, onde todos contribuem e todos ganham, na criação de novas tecnologias para o setor.
Com mais de mil pesquisadores trabalhando nos laboratórios do Cenpes, o gerente da Petrobras lembrou algumas das tecnologias desenvolvidas em parceria com outras empresas, como o separador de água e óleo da FMC. Hoje, a companhia investe 1% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
"Estamos trabalhando hoje para que no futuro se faça perfuração sem risers ou perfuração a laser, uso de nanopartículas e distribuição de energia submarina", finalizou.
Fonte: Revista TN Petróleo/ Rodrigo Miguez
II – COMENTÁRIOS
1- Etanol ainda precisa de plano estratégico
Às vésperas do início da nova safracanavieira, o governo federal anunciou medidas de apoio ao setor sucroenergético: redução do PIS e da COFINS sobre o etanol; juros menores para o Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais (Prorenova) e nova linha de crédito para a estocagem do nosso combustível renovável.
Soma-se a volta da mistura de 25% de etanol anidro na gasolina, que vigorará a partir de 1º de maio. A elevação do percentual do combustível retorna assim a mistura ao patamar existente até outubro de 2011, quando o governo intempestivamente reduziu para 20%.
Essas medidas são oportunas, mas ainda insuficientes! Por exemplo, deveriam incluir a diminuição da incidência da CIDE sobre o etanol para garantir vantagem para a competitividade de nosso combustível renovável.
Hoje, surpreendentemente, a incidência da CIDE é maior no etanol do que na gasolina e no diesel, ao contrário do que qualquer lógica poderia supor. Essa contribuição tem de ser usada para regular e garantir vantagem ao etanol.
A oferta de crédito para renovação de canaviais com taxas mais atrativa deve promover uma redução de 3% a 4% nos juros finais. A medida precisa ainda ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional e poderá sim estimular a manutenção dos índices de renovação e a expansão dos canaviais registrados na última safra (2012/2013), que já foram significativamente superiores à média histórica do setor.
É bom saber, por exemplo, que acelerar o ritmo de renovação dos canaviais permite ao setor avançar de modo mais consistente para uma situação de melhor produtividade agrícola, próxima de boas situações históricas, registradas antes da crise financeira de 2008/2009.
O crédito para a estocagem de etanol ao longo da safra para garantir o abastecimento durante a entressafra, é positivo porque regula oscilações acentuadas de preço, típicas de períodos de safra e entressafra, indesejáveis por produtores, consumidores ou governo. Porém nas vezes anteriores em que tal dispositivo foi anunciado, ele não saiu do papel, daí a necessidade de atenção e acompanhamento para sua real implantação.
Lembro também que cerca de 30% das empresas do setor sucroenergético terão dificuldades de acesso aos créditos para estocagem e para o Prorenova em consequência de níveis de endividamento elevados que dificultam o atendimento das análises bancárias de risco.
De acordo com Elizabeth Faria- presidente da Unica - União da Industria da Cana de Açúcar, "nos últimos cinco anos as usinas de açúcar e álcool paralisaram o processamento de cana no país, e, em função das margens negativas, mais doze devem suspender as atividades nesse ano". Ela assegura ainda, porém, que esses fechamentos não significam risco de desabastecimento, porque toda a cana disponível será processada e a produção de etanol deve crescer de 21 bilhões para 25 bilhões de litros, mas, muito mais poderia ser feito, muito mais poderíamos estar produzindo.
Para a Unica a redução do PIS/COFINS (na prática será zerado) deve ajudar na competitividade do etanol em relação à gasolina, mas a entidade pondera que este diferencial poderá ficar "parcialmente ou integralmente" com outros elos da cadeia (distribuição,varejo ou o consumidor no caso de uma redução do preço final) e não beneficiará apenas o produtor.
Essas recentes decisões indicam que o governo começa, embora tardiamente, a tomar medidas para a melhoria no desempenho do setor buscando o incremento da produtividade e competitividade. Porém passam ao largo de necessárias propostas estratégicas, de longo prazo que definam a participação clara do etanol na matriz energética nacional; a definição de leilões por fonte para incorporar na utilização do bagaço da cana e da biomassa; a estratégia de inovação tecnológica para a busca doetanol de base celulósica deixando claros os benefícios positivos de natureza econômica, social e ambiental proporcionados pela indústria da cana; e finalmente a definição de uma política previsível de preços para o etanol.
Não é muito que se pede. Apesar de todas as dificuldades, na safra 2011/2012, o Brasil produziu cerca de 500 milhões de toneladas de cana, utilizadas para fabricar 31 milhões de toneladas de açúcar e 21 bilhões de litros de etanol, mas como afirmou Elizabeth Faria "Não há políticas de energia e combustíveis que prescinda de políticas públicas", isto o nosso Etanol merece!
Arnaldo Jardim
Deputado federal pelo PPS-SP e presidente da
Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura
2- Produção menor deve afetar lucro da Petrobras, estimam analistas
A queda da produção de petróleo no início do ano é o principal motivo para a redução prevista do lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre, em relação a igual período do ano passado, na avaliação de analistas. O resultado será divulgado hoje, após o fechamento do mercado. A média calculada pelo Valor a partir das projeções de quatro bancos de investimentos indica um lucro líquido de R$ 6,302 bilhões no período, 31,6% menor que o registrado pela petroleira no primeiro trimestre do ano anterior (R$ 9,214 bilhões).
Entre as projeções, a mais pessimista é a do Bank of America Merrill Lynch (BofA), que estima um lucro de R$ 3,864 bilhões (queda de 58%). Já o Bradesco é o mais otimista, com previsão de lucro de R$ 7,922 bilhões (redução de 13%). Todos os quatro bancos preveem elevação da receita líquida, na mesma comparação, entre 5,2% (J.P. Morgan) e 12% (BofA).
O banco americano projeta uma queda de 6% da produção de petróleo da estatal, na comparação com igual período do ano passado. O desempenho da Petrobras, segundo o BofA, se deve a um tempo de parada maior para a manutenção de plataformas de produção, no âmbito do programa de recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos.
A média de produção de petróleo da Petrobras nos dois primeiros meses de 2013 foi de 2,092 milhões de barris/dia, 7% inferior à média obtida em igual período do ano passado (2,250 milhões de barris/dia). Considerando petróleo e gás natural, a produção também recuou, de 2,716 milhões de barris de óleo equivalente (boe)/dia para 2,585 milhões de boe/dia.
No início de abril, o diretor de exploração e produção da Petrobras, José Formigli, afirmou que espera que a produção da companhia retome a trajetória de crescimento a partir dos próximos meses com o início de operação de novas plataformas, mas ele não fez referência aos dados de março, que serão conhecidos hoje junto com o balanço.
"A queda [de produção] deve levar ao aumento do custo unitário das operações de upstream [exploração e produção] e a uma elevação do custo de importação de óleo cru para suprir a necessidade das refinarias da Petrobras", destacam os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, em relatório do BofA. Para eles, esse fator deve compensar o efeito provocado pelos reajustes de preços do diesel e da gasolina este ano.
Em 30 de janeiro, a Petrobras reajustou os preços do óleo diesel e da gasolina, em 5,4% e 6,6%, respectivamente. Em 5 de março, foi dado novo reajuste, de 5%, apenas para os preços do diesel.
Embora considere que o aumento do preço dos combustíveis seja o principal motivo para a recuperação prevista de margem da Petrobras, o Bradesco afirma que o efeito desses reajustes foi parcialmente reconhecido no primeiro trimestre. Para o banco, o aumento efetivo dos preços da gasolina e do diesel no período foram de 4,2% e 5,3%, respectivamente.
A opinião está em linha com a do Espirito Santo Investment Bank (BES). "O início da recuperação da margem será vista por completo apenas no segundo trimestre", avaliam os analistas Oswaldo Telles e Filipe Rosa.
Rodrigo Polito
Fonte: Valor Econômico