I – NOTÍCIAS
1- Petrobras descobre 1ª acumulação de petróleo no RN
A Petrobras comunicou nesta terça-feira, 17, a descoberta de uma acumulação de petróleo na concessão BM-POT-17, a primeira em águas profundas da Bacia Potiguar, na sua porção localizada no Rio Grande do Norte. Conforme o comunicado, a descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRS-A-1205-RNS (1-RNS-158), informalmente conhecido como Pitu, em profundidade de água de 1.731 metros e localizado a cerca de 55 km da costa do Rio Grande do Norte.
Segundo a estatal, o intervalo portador de petróleo líquido foi constatado por meio de perfis e amostragens de fluido que serão caracterizados por análise de laboratório. O poço ainda está sendo perfurado a uma profundidade de 4.197 metros, e a perfuração prosseguirá até 5.028 metros.
A Petrobras é a operadora da concessão BM-POT-17, com 80% de participação, em consórcio com a empresa Petrogal Brasil, que detém 20%. Ainda conforme a nota da Petrobras, em decorrência de processo de "farm out" (operação de venda de participação) em andamento, e depois de obtida a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a BP Energy do Brasil passará a atuar como concessionária e as participações das consorciadas no BM-POT-17 ficarão assim: Petrobras terá 40%, BP Energy do Brasil, outros 40% e Petrogal Brasil, 20%.
"O consórcio dará continuidade às operações para concluir o projeto de perfuração do poço até a profundidade prevista, verificar a extensão da nova descoberta e caracterizar as condições dos reservatórios encontrados", acrescenta a Petrobras, no comunicado.
Eulina Oliveira
Fonte: Agência Estado
2- Em 2014, safra de cana no Centro-Sul deve repetir 2013
Mesmo que algumas usinas ainda estejam processando cana-de-açúcar em dezembro e planejem continuar a operar em janeiro, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) já deu por encerrada a safra 2013/14 na região Centro-Sul, que concentra 90% da oferta da matéria-prima no país. Ontem, em encontro com a imprensa, a entidade revisou para cima a estimativa de moagem, para 589,6 milhões de toneladas, 2,6 milhões adicionais em relação ao previsto em outubro. A revisão, no entanto, trará pouco impacto na oferta final de açúcar e etanol.
De fato, o número de 589,6 milhões de toneladas foi o primeiro estimado pela Unica, ainda em abril deste ano. Em outubro, houve a revisão para baixo, dado o clima chuvoso naquele momento, que indicava que as usinas podiam não conseguir moer toda a canadisponível. Mas o efeito na produção de açúcar e etanol não será significativo, porque o teor de açúcar na cana tende a ficar abaixo de 134 quilos por tonelada. Além disso, a produtividade por hectare não será tão grande quanto se esperava em abril, apesar de crescer em relação à safra passada.
Assim, a produção de açúcar em 2013/14 deve ficar em 34,1 milhões de toneladas, em vez de 34,2 milhões estimados anteriormente - queda de 100 mil toneladas. Em etanol, em vez de 25,039 bilhões de litros, a produção deve ficar entre 25,1 bilhões e 25,2 bilhões de litros - um incremento de, no máximo, 160 milhões de litros.
A próxima temporada, a 2014/15, tende a ser semelhante a esta safra, na avaliação do diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues. A renovação de canaviais foi menor, o que não deve trazer produtividade muito mais elevada do que a registrada neste ciclo. Além disso, a capacidade industrial instalada não cresceu, e continua em 3,6 milhões de toneladas de cana por dia.
"A moagem pode ser um pouco superior se o clima for favorável (mais seco) no começo da safra, o que possibilitaria mais usinas iniciarem as operações mais cedo, antes de 15 de abril", afirmou Rodrigues. A entidade estima que nove unidades industriais não devem operar no próximo ano. A matéria-prima que pertence a essas usinas deve ser absorvida por outros grupos.
Segundo levantamento feito pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), as usinas do Centro-Sul plantaram 15% menos cana em 2013. No acumulado de janeiro a novembro, foram 774 mil hectares, ante os 908 mil hectares do mesmo intervalo de 2012. A Unica avalia que 45% das usinas do Centro-Sul reduziram a área plantada na comparação com 2012, enquanto 27% mantiveram o ritmo de cultivo e apenas 28% conseguiram ampliar a área plantada. Os números não consideram área de fornecedores de cana.
A redução no ímpeto por plantio de cana se deveu a diversos fatores, conforme a Unica. Entre eles perda de mudas com as geadas de junho e julho e a dificuldade operacional para o plantio de cana de 18 meses em algumas regiões, devido ao clima chuvoso. Além disso, segundo Rodrigues, as usinas têm tido dificuldade de continuar investindo em plantio em decorrência da baixa rentabilidade do açúcar e do etanol neste ciclo.
No que diz respeito ao mercado de etanol, o dirigente da Unica espera que o hidratado, que é usado diretamente no tanque dos veículos, perca vantagem em relação à gasolina no ano que vem. Isso porque a oferta desse biocombustível não vai crescer em 2014, e deve ficar entre 13 bilhões e 14 bilhões de litros no Centro-Sul. Por outro lado, o consumo de combustíveis vai avançar, diante do próprio aumento da frota de veículos. "O preço dohidratado tende a subir para controlar o ímpeto da demanda. Deve se aproximar da paridade de 70% do preço da gasolina em 2014", calcula. Essa relação torna indiferente para o consumidor usar etanol ou gasolina.
Já para a produção de açúcar em 2014/15, o executivo não vê grandes alterações. Se houver alguma mudança, a sinalização ao mercado virá no segundo semestre de 2014. Entre abril e novembro deste ano, o preço médio de venda de açúcar bruto pelas usinas da região recuou 16,7% na comparação com igual período do ano passado. O de etanolhidratado avançou 6% e o do anidro, que é misturado à gasolina, subiu 6,3%. No caso dohidratado, pesaram no aumento a desoneração do Pis/Cofins e os reajustes da gasolina.
Fabiana Batista
Fonte: Valor Economico
3- Governo faz leilão de energia e resultados ficam abaixo do esperado
O governo fez um leilão de energia. O resultado ficou abaixo do esperado e pode representar uma alta na conta dos brasileiros.
O leilão serviu para ajustar o estoque de energia. As distribuidoras foram às compras para completar o que estava faltando para o ano que vem, equivalente ao consumo de 44% das residências do país. Conseguiram menos da metade do que precisavam.
"Foi frustrante, porque não atendeu a necessidade que as distribuidoras têm para atender os seus consumidores no ano que vem e ainda colocou esses consumidores sob a ameaça de ter que pagar um custo mais caro de energia em decorrência dessa situação", explica Claudio Sales, presidente da Acende Brasil.
A energia que ficou faltando terá que ser comprada em outro mercado, onde os preços obedecem a lei da oferta e da procura. No leilão dessa terça-feira, a energia mais cara saiu por R$ 191,40 o megawatt hora. No mercado, o preço está em torno de R$ 300.
O preço de mercado varia bastante. Depende do volume de chuvas, já que a nossa energia vem, principalmente, das hidrelétricas. Hoje, ele está alto porque ainda não começou a temporada de chuvas fortes. A perspectiva é que o valor caia, mas não a ponto de livrar o consumidor de um reajuste na tarifa.
"É o preço da urgência. Você não tem mais tempo hábil para construir uma usina e entregar essa energia e isso vai ser repassado. Não de imediato, mas ela cai no próximo reajuste tarifário. A conta vem. Demora, mas vem", afirma Luis Carlos, especialista em energia da Deloitte.
Para a agência reguladora do governo, o leilão conseguiu pelo menos diminuir o impacto. "Para a distribuidora, qualquer montante que seja contratado vai proteger a compra de energia. Isso já reduz a exposição das distribuidoras no mercado de curto prazo", acredita Ricardo Takemitsu, assessor da Aneel.
Janaína Lepri
Fonte: Jornal da Globo - Rede Globo
4- Dilma: concessões abrangerão ferrovias em 2014
Fonte: Agência Brasil
Após um ano de avanços nas concessões de portos, rodovias, aeroportos e petróleo, a presidente Dilma Rousseff disse que as concessões continuarão em 2014 com enfoque no setor ferroviário.
“No caso de ferrovias, acredito ser essencial investir em parceria com o setor privado. É inadmissível que um país de dimensões continentais não tenha esse investimento. É imperdoável não termos feito esses investimentos no final do século 19 e no século 20, mas o século 21 exigirá um sistema ferroviário de porte internacional”, disse a presidenta ao participar da abertura do 8º Encontro Nacional da Indústria, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A presidente explicou que a parceria com o setor privado é essencial não apenas na área financeira, mas também na gestão. Segundo ela, as parcerias com o setor privado vão permitir a aceleração do crescimento econômico do país e a oferta de bens e serviços mais adequados.
Aos empresários, Dilma lembrou que medidas adotadas pelo governo este ano permitiram reduzir o custo da energia elétrica, atendendo a uma demanda do setor industrial, e também foram ampliadas as desonerações tributárias e da folha de pagamento.
“Fizemos muito para reduzir e racionalizar a carga tributária, mas quero reconhecer que dificuldades e barreiras existentes diante do desafio de promover uma efetiva reforma tributária no Brasil vai exigir de nós ainda mais emprenho e determinação”, disse.
O 8º Encontro Nacional da Indústria reúne, hoje e amanhã (12), mais de 1,5 mil líderes empresariais brasileiros e também acadêmicos e representantes do governo para discutir os desafios que o Brasil precisa vencer para aumentar a participação na economia global.
II – COMENTÁRIOS
1- PRÉ-SAL VAI EXIGIR TECNOLOGIAS INOVADORAS PARA CONSTRUÇÃO DE NOVAS LINHAS DE DUTOS
FONTE: PETRONOTICIAS
Paulo Fernandes, presidente da Liderroll |
A necessidade logística para movimentação de derivados de petróleo a partir do leilão do Campo de Libra, assim como a expansão da produção do pré-sal, vai demandar investimentos significativos nos próximos anos. E, mais do que isso, exigirá uma releitura e uma consequente modernização do Regulamento Técnico de Dutos Terrestres para Movimentação de Petróleo, Derivados e Gás Natural, da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Conhecido como RTDT, este regulamento é relativamente recente, de fevereiro de 2011, mas não prevê a possibilidade, por exemplo, de novos e modernos métodos construtivos de dutos existentes nos países que detém as maiores produções de petróleo no mundo.
A nossa legislação não prevê, por exemplo, a construção de oleodutos e gasodutos aparentes, que significam mais economia, melhor capacidade de manutenção, monitoramento com alta tecnologia, preços três vezes menores e com tempo de construção também três vezes menor. A Agência Nacional de Petróleo até promoveu encontros com a participação de especialistas no assunto, inclusive da diretora-geral, Magda Chambriard, que ouviu as sugestões, mas oficialmente ainda não se pronunciou.
A explosão de um oleoduto da Sinopec recentemente na China, que matou mais de 50 pessoas e deixou cerca de 200 feridas, acendeu o sinal amarelo e trouxe a lembrança dos dias ruins que o Brasil viveu durante o maior vazamento na Baía da Guanabara, no ano 2000. Um acidente que ainda hoje tem passivos a serem recuperados. Na China, as investigações sobre as causas da explosão estão chegando perto de um grupo que vendia combustíveis roubados diretamente de dutos enterrados. Um fenômeno conhecido aqui no Brasil, mas pouco divulgado também. Esse tema tem gerado uma grande preocupação, principalmente na Transpetro, maior responsável pela rede de dutos e o transporte de derivados no país.
Recentemente, em entrevista exclusiva ao Petronotícias, o diretor de operações da ASME,Timothy Graves, falou que a pouca infraestrutura no Brasil, aliada à enorme demanda, deverá gerar uma onda de inovação no país. Este tema será tratado na próxima edição da IPG – International Geotechnical Conference, em abril de 2014, em Florianópolis, Santa Catarina. Graves também destacou que um grupo de trabalho está desenvolvendo uma lista de práticas recomendáveis para o gerenciamento de riscos ambientais que afetam dutos na América do Sul e destacou a empresa brasileira Liderroll como um destaque que pode ajudar o Brasil nessas soluções.
A American Society of Mechanical Engineers (ASME – Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos, em tradução livre), fundada em 1880, é uma das maiores fornecedoras de certificados e padrões de segurança para a indústria de óleo e gás mundial. Com mais de 130 mil membros, espalhados por 150 países, a instituição fica sediada em Nova York, nos Estados Unidos, e está ampliando sua atuação na América do Sul, em vista da expansão da indústria regional.
Tim Graves, diretor de operações da ASME |
A malha dutoviária brasileira é muito pequena, em relação ao tamanho de seu potencial de produção e distribuição de óleo, gás e biocombustíveis. A sua rede não chega a 7.200 km de oleodutos e 7.330 km de gasodutos, segundo os dados oficiais da Transpetro. A Rússia, por exemplo, possui 62 mil km de dutos e os Estados Unidos, 322 mil km de dutos para transporte de derivados de petróleo. Com a produção do pré-sal, os números brasileiros serão insuficientes. E é preciso agir rápido para não acabarmos tropeçando no menor e mais fácil dos itens logísticos (dutos terrestres) frente os desafios da produção de petróleo a 7 mil metros de profundidade e a 300 quilômetros da costa.
Em recente seminário em Hannover, na Alemanha, a tecnologia brasileira criada pela Liderroll para o lançamento de dutos em ambientes confinados e transposição de maciços, pântanos e serras, foi o destaque principal da apresentação do engenheiro alemão Philipp Elsner, da empresa Babendererde Engineers, especializada neste tema. Elsner considerou a solução da Liderroll combinada com o uso de tuneladoras (máquinas especiais utilizadas para a escavação de túneis), uma tecnologia do futuro no processo de construção de dutos em ambientes confinados, que virá a viabilizar muitos projetos hoje engavetados pela dificuldade e pelo custo de execução pelo método convencional, anterior ao da Liderroll – um processo ainda inédito no mundo, que já foi usado duas vezes pela Petrobrás. Uma no Gasduc III e outra no túnel de 5,1 km do Gastau, que corta a Serra do Mar, em São Paulo, levando o gás do Campo de Mexilhão até Taubaté (SP), para ser processado na Refinaria Henrique Lage (Revap).
O Petronotícias ouviu o presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, que no início do ano passado esteve com a diretora Magda Chambriard e uma equipe multidisciplinar da ANP, apresentando suas sugestões para acelerar o processo de construção de novas linhas de dutos:
“O Brasil está num momento de ter que chamar a responsabilidade para a construção de novos dutos. Há neste momento duas novas refinarias sendo construídas: o Comperj e a Rnest, e temos que planejar o futuro”, disse Fernandes.
Como a ANP recebeu as suas propostas?
Creio que muito bem. A minha proposta de construção de dutos aparentes é a saída mais rápida e mais barata, convergindo com as necessidades financeiras atuais do sistema Petrobrás. Esta minha posição inclusive foi a base e o tema até mesmo de uma monografia de pós-graduação, aprovada com grau “A”, da primeira turma de especialistas em regulação da defesa da concorrência em petróleo, gás e biocombustível que a ANP contratou junto à UFRJ, a qual consolidou a comprovação de todos os seus benefícios. Ela está lá. É só pegá-la e por a mão na massa.
Existe uma discussão sobre segurança dos dutos aparentes. Eles realmente são seguros?
Eu não tenho a menor dúvida. Há tecnologias capazes de monitorar uma dutovia permanentemente, online, evitando qualquer tipo de risco. O monitoramento pode ser feito por satélite, por sistemas acústicos de detecção de vazamentos que indicam com precisão de metros qualquer pequeno vazamento ocasional ou intencional, por imagens ao vivo, etc. Como acontece nos grandes países produtores, que não podem enterrar seus dutos por problemas climáticos. Os benefícios do controle de corrosão e manutenção das linhas são uma vantagem a mais. O uso de suportes por roletes especiais que desenvolvemos proporcionam um enorme conforto para as linhas, sem risco de deformação da tubulação, eliminam a corrosão pontual e não causam estresse para a linha, sem falar nas vantagens para o meio ambiente e a possibilidade de uma manutenção muito mais barata. Esta é uma discussão que precisa ser levada adiante.
2- Exportação de petróleo em 2014 deve compensar queda de outras commodities--AEB
A exportação de petróleo do Brasil, grande decepção das vendas externas totais do país em 2013, deverá crescer quase 50 por cento em 2014 e compensar a queda de preços esperada para o ano que vem em importantes commodities do país, previu a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) nesta terça-feira.
As exportações de commodities do Brasil respondem por mais de 60 por cento das vendas externas do país.
"Petróleo deverá ser exportado em uma quantidade maior, no mínimo 50 por cento a mais do que neste ano, é o que se espera. A previsão é que em 2014 não haja tantas interrupções de operação (de plataformas) quanto neste ano", afirmou o presidente da AEB, José Augusto de Castro, em nota.
Segundo ele, com menos paradas para manutenção, a produção de petróleo do Brasil deverá crescer aproximadamente 10 por cento, em cerca de 200 mil barris de petróleo/dia.
O petróleo, no passado recente, foi a segunda commodity exportada pelo Brasil, atrás apenas do minério de ferro. Em 2014, apesar da recuperação, o produto ainda ficará em terceiro do ranking da AEB, atrás da soja em grão.
Considerando todos os produtos, inclusive os manufaturados, a AEB projeta que as exportações do país somem 239,05 bilhões de dólares em 2014, leve baixa ante a projeção de 239,9 bilhões de dólares para 2013.
Desse total, o minério de ferro responderá por 31,02 bilhões de dólares em 2014 (-3,1 por cento ante 2013); a soja por 21,07 bilhões de dólares (-7,7 por cento ante 2013); e o petróleo por 19,2 bilhões de dólares, alta de 49,6 por cento ante o total projetado para este ano.
O Brasil prevê colher e exportar volumes recordes de soja em 2014, mas a receita deve cair ante 2013, por conta dos preços mais baixos, com uma alta na oferta global.
"Todas as commodities, sem exceção, estarão com preços abaixo dos observados neste ano. Não é uma queda de preços forte, mas serão preços mais baixos. Algumas tiveram recorde de exportações neste ano, como o açúcar, soja e minério, e isso não deve se repetir", disse Castro.
"O produto que poderá fazer a balança ser positiva para o lado brasileiro é o mesmo que, em 2013, está prejudicando o desempenho das exportações: o petróleo", acrescentou ele, indicando que, além das vendas externas menores da commodity energética, este ano o Brasil ainda elevou fortemente as importações de combustíveis.
O saldo da balança comercial este ano foi fortemente afetado pela conta petróleo. Se houver déficit, ele ocorrerá em função das fortes compras de combustíveis e da redução nas vendas de petróleo ante 2012.
Castro disse que ainda é difícil traçar estimativas para as importações em 2014. Elas, no entanto, deverão ser menores do que neste ano, em parte por causa do dólar, que está valorizado e torna as compras no exterior menos atrativas.
"A quantidade geral importada deverá ser menor. Uma queda de 5 por cento, até devido à influência de um câmbio mais forte."
A previsão da AEB é de um superávit em 2014 de cerca de 7 bilhões de dólares.
Roberto Samora
Fonte: Reuters
Philipp Elsner, engenheiro da empresa Babendererde Engineers |
A construção de uma rede de dutos aparentes quebraria um paradigma no Brasil. Isso seria possível? Como o senhor avalia?
Este é o ponto. Precisamos quebrar paradigmas para avançarmos. Se continuarmos repetindo os mesmos modelos, teremos sempre os mesmos resultados. A nossa sugestão para a ANP é que se faça algo novo, mais barato e de melhor resultado. Imagine triplicar a nossa malha de dutos por um terço do preço e muito mais rápido? Com os dutos aparentes, as chamadas obras especiais, como os cruzamentos de rios, valas, lençóis freáticos e falhas geológicas, seriam eliminadas e trocadas por estruturas aéreas pré-fabricadas. Imaginem a velocidade de montagem com uma equipe indo na frente do duto só instalando estas estruturas e o duto vindo atrás? Outro ponto de muito atraso e custo são as desapropriações de novas faixas. Com este novo conceito, podemos aproveitar as faixas congestionadas com a cravação de estacas helicoidais entre os dutos e colocar os suportes aéreos. Escolham um trecho e vamos testar.
Como seria esta construção?
Como falei. Nós já temos tecnologia para isso. Como exemplo, excluindo-se a instalação dos suportes, temos condições de executar a fase da soldagem, acabamento e posicionamento permanente de 10 quilômetros de um duto de 28 polegadas em seu eixo, em apenas 25 dias. E ainda podemos atuar em várias frentes simultaneamente. Nosso processo é garantido e bastante seguro.
E quanto aos impactos ambientais?
Aí mesmo é que este método construtivo é incomparável, imagine você sair do Rio de Janeiro até Macaé (182 km) abrindo uma vala de um metro e meio de profundidade por um metro de largura com máquinas pesadas, passando por cima da vegetação, queimando diesel, caminhões imensos e guindastes fazendo o desfile de tubos, poluindo e degradando o ecossistema? Com o nosso método, não haveria essa movimentação de terras e todas as operações seriam mínimas para instalação de cada suporte. As operações de desfile de tubos não existiriam e toda logística de trabalho e suprimentos só seria necessária a cada 10 km, 20 km. Você consegue dimensionar isso? Temos muita preocupação com o meio ambiente e com os trabalhadores deste segmento, que é muito insalubre e perigoso, e por isso pensamos em soluções que minimizem estes riscos e custos. Acho que é por isso que a Liderroll sempre é citada pelo mundo afora. Temos tudo aqui para fazer história frente ao mundo, como já fizemos. Na verdade, não entendo por que não partimos para um piloto em escala natural ligando um trecho de uns 30 Km? É uma proposta.