I – NOTÍCIAS
1- Primeiro leilão do pré-sal poderá ocorrer em 2013
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, afirmou, em palestra promovida pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria, no Rio, ter esperança de que o primeiro leilão de blocos exploratórios do pré-sal possa ser realizado até o final do ano que vem, já pelo novo modelo de partilha.
Para ele, a realização desse leilão é "um dos desafios" do governo Dilma Rousseff. Martins Almeida disse ainda que a 11ª rodada de licitação de blocos promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) poderá ser realizada este ano desde que a autorização da presidente ocorra até agosto. Este leilão não incluirá blocos na camada pré-sal. Haverá áreas em terra e outras marítimas no pós-sal.
REFINARIAS - Segundo o engenheiro, se quiser ser exportador de derivados de petróleo até 2020, o governo brasileiro terá que planejar pelo menos uma refinaria a mais, além das quatro já anunciadas.
De acordo com Martins Almeida, as quatro refinarias (Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão e Ceará) foram concebidas para que o Brasil se tornasse exportador de derivados, mas o mercado interno cresceu tanto que o que elas vierem a produzir será consumido no Brasil.
O secretário falou rapidamente com jornalistas apenas à saída do evento, enquanto se dirigia ao táxi, disse que a construção de novas refinarias ainda não está decidida pelo governo, que apenas avalia essa necessidade.
AE - Agência Estado
2- Petrobras ampliará foco em exploração e produção
O Plano de Negócios da Petrobras para o período 2012-2016 terá como foco o segmento de produção e exploração, segundo informou o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Almir Guilherme Barbassa. O plano deverá ser divulgado até agosto.
"Agora estamos trabalhando na revisão do Plano de Negócios. Estamos redirecionando um foco maior para exploração e produção e para a execução de projetos. Fazemos o acompanhamento diário de cada projeto", disse o executivo durante debate sobre petróleo, gás e petroquímica no Rio Investors Day, evento realizado na capital fluminense.
Para Barbassa, a Petrobras prioriza o médio e o longo prazos em seus planejamentos estratégicos. "Temos um projeto de longo prazo, não é para amanhã. A maturação de um projeto de petróleo é muito longa", afirmou.
AE - Agência Estado
3- REPSOLSINOPEC anuncia assuas reservas do pré-sal
A RepsolSinopec anunciou, finalmente, as estimativas de reservas do bloco BM-C-33, no pré-sal da bacia de Campos, onde a companhia fez três descobertas. Segundo a espanhola, a soma das reservas encontradas nos reservatórios Seat, Gávea e Pão de Açúcar é de 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente (boe) recuperáveis, sendo 700 milhões de barris de óleo leve e condensado e 3 trilhões de pés cúbicos (TCF's) de gás natural, equivalentes a 545 milhões de barris de óleo. A espanhola opera a área com 35% de participação, a mesma da norueguesa Statoil, enquanto a Petrobras tem 30%.
Depois do fracasso da ExxonMobil na busca por petróleo no pré-sal, que levou a americana a devolver o BM-S-22 em Santos, o bloco operado pela espanhola na bacia de Campos é a maior descoberta de uma companhia estrangeira no pré-sal brasileiro até o momento. É uma boa notícia para os investidores preocupados com a perda que a Repsol perdeu sofreu na Argentina com a renacionalização da YPF. Mesmo com essa descoberta, os maiores campos do pré-sal em volume estão com a Petrobras: Lula (5 bilhões de barris de óleo equivalente), Franco (4,5 bilhões de barris) e Cernambi (3 bilhões de boe), só para citar alguns.
No BM-C-33 as sócias farão mais dois poços para delimitação da área antes de apresentar um plano de desenvolvimento da produção para a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Uma fonte a par do assunto explicou que os dois novos poços vão trazer mais informações sobre a produtividade e um grau de certeza mais razoável sobre as reservas. Uma parte do bloco fica fora da faixa do pré-sal delimitada e reservada para o regime de partilha de produção.
O BM-C-33 foi adquirido sob o regime de concessão na 7ª Rodada de Licitações, realizada em 2005. Um dos desafios deverá ser o escoamento desse grande volume de gás a uma distância tão grande da costa, já que o bloco fica a 195 quilômetros do Rio de Janeiro, entre Macaé e Campos. Dinheiro, aparentemente, não será problema.
A Repsol se capitalizou quando vendeu 40% de seus ativos exploratórios no país para a Sinopec por US$ 7,1 bilhões, o que permitiu que a empresa constituída a partir da associação nascesse com US$ 18 bilhões. Desde 2010, a companhia já investiu US$ 12,26 bilhões no Brasil, comprando 40% da empresa formada com os ativos da Repsol, e depois fez operação similar adquirindo 30% da Galp Brasil. Por meio da Repsol, a Sinopec também é sócia de Lula, Piracucá, Sapinhoá e Carioca, na bacia de Santos, e participa de mais doze blocos em fase de exploração.
Fonte:Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio
4- Bioeletricidade produzida a partir de subprodutos da cana completa 25 anos no Brasil
Fonte: Redação TN Petroleo
A geração de bioeletricidade produzida com bagaço de cana-de-açúcar em usinas brasileiras para a grade nacional de distribuição está completando 25 anos. De acordo com diretor técnico e presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, ainda há muito trabalho a ser feito para aproveitar todo o potencial desta energia limpa e renovável.
“Hoje temos potencial para atingir 134 milhões de MWh/ano, ou 15.300 MW médios até 2020. Feitas as contas, isto equivale a mais de três vezes o que a Usina de Belo Monte será capaz de produzir,” afirma o executivo. Ele lembra que este potencial ainda adormecido só será viabilizado com um esforço conjunto envolvendo empresários e setor público.
Na próxima sexta-feira (25), Rodrigues participa, ao lado de diversas autoridades e convidados especiais, do evento “25 anos de Bioeletricidade no Brasil", que acontece na Usina São Francisco, em Sertãozinho (SP), a partir das 10h.
“A história da Bioeletricidade tem que ser lembrada com quem de fato se empenhou para que ela se tornasse realidade, como forma de estímulo para que a importância dessa forma de gerar eletricidade seja devidamente reconhecida,” explica o diretor de Comunicação Corporativa da Unica, Adhemar Altieri, ao comentar a realização do evento.
São Paulo ocupa posição de destaque na produção nacional de bioenergia. Além de características favoráveis à produção, como clima e solo, o estado concentra a maior parte da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, reúne parte significativa das indústrias de bens de capital para produção de bioenergia.
Histórico e potencial energético
Em 1987, a Usina São Francisco, do Grupo Balbo, foi a primeira a exportar energia elétrica obtida de uma fonte 100% renovável para a CPFL Energia, empresa distribuidora de energia. Em seguida, a Usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e a Vale do Rosário, em Morro Agudo (SP), hoje ligada ao Grupo LDC-SEV, também iniciaram seus projetos de geração de bioeletricidade, na época financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aquisição de máquinas e equipamentos utilizados pelas usinas.
No evento marcado para sexta-feira, além das três usinas que iniciaram a produção de bioeletricidade em 1987, três pioneiros foram selecionados para homenagens pessoais pelo esforço e envolvimento de cada um na época. São eles o presidente da Usina São Francisco, Jairo Menesis Balbo, o então presidente da Usina Vale do Rosário, Cícero Junqueira Franco, e o então diretor industrial da Usina São Martinho, Agenor Pavan, que será objeto de homenagem póstuma.
5- Engenheiro Marcos Assayag assume Gerência Executiva do Cenpes
Em cerimônia realizada na semana passada, na presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, o engenheiro de equipamentos Marcos Assayag comemorou sua nomeação como gerente executivo do Centro de Pesquisas & Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). Assayag substitui o engenheiro de petróleo Carlos Tadeu da Costa Fraga, que assumiu o cargo de gerente executivo do Pré-Sal na área de Exploração e Produção.
Em seu discurso, Assayag disse estar muito honrado pela confiança depositada pela presidente Maria das Graças Silva Foster ao indicá-lo para o cargo e demonstrou ter a consciência da responsabilidade que tem pela frente. “Assumo essa gerência executiva com humildade e simplicidade diante da grandeza do Cenpes e da Companhia, consciente dos desafios que nos aguardam e da responsabilidade de prover tecnologia e serviços que atendam a necessidade da Petrobras”, afirmou.
A presidente Maria das Graças Silva Foster destacou a importância do Cenpes para a Petrobras e o privilégio de ter iniciado sua carreira no centro de pesquisa. “Eu tenho certeza de que Assayag dará prosseguimento ao que o Tadeu fez tão bem. Muito obrigado por ter vindo ficar mais perto da diretoria da Petrobras”, afirmou.
Ao final do evento, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, entregou uma placa de agradecimento ao gerente executivo Carlos Tadeu Fraga. Também compareceram à cerimônia os presidentes da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, e da Transpetro, Sergio Machado.
Agência Petrobras de Notícias
6- Toma posse o Engenheiro Jose Antonio Figueiredo
O engenheiro José Antônio de Figueiredo tomou posse na quarta-feira (16/5) como diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras. Ele substitui Richard Olm, que renunciou ao cargo por problemas de saúde.
José Antônio de Figureiredo ( Agência Petrobras )
"Não me programei para ser diretor. Ao contrário, sei que essa jornada será mais um desafio. Ser diretor é uma honra para mim", disse Figueiredo, que há duas semanas havia assumido a gerência executiva de Engenharia.
Figueiredo assume a Engenharia da Petrobras em meio a um rearranjo na área, que agora passa a contar com um gerente executivo para cada outra diretoria.
Foram criadas quatro novas gerências para a diretoria. A Petrobras confirmou os nomes de Renata Baruzzi (Corporativa); Braulio Bastos (E&P), Roberto Machado (Gás e Energia) e Maurício Guedes (Abastecimento)
Quem também tomou posse nesta quarta-feira (16/5) foi o engenheiro Marcos Assayag, que agora comanda o Cenpes. Ele substitui Carlos Tadeus da Costa fraga, que é o novo gerente executivo de E&P Pré-Sal da Petrobras.
II – COMENTÁRIOS
1- Estaleiro EAS entrega Navio João Candido
Com cheiro de tinta fresca e quase dois anos de atraso, o petroleiro João Cândido será entregue hoje pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, em solenidade que contará com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Apesar do clima festivo preparado, a entrega acontece sob um clima de desconfiança por parte da Transpetro, que tem outras 21 embarcações encomendadas e teme pela eficiência do estaleiro.
O presidente da estatal, Sérgio Machado, já cobrou publicamente a atração de novo sócio estratégico para o EAS, após a coreana Samsung deixar o corpo societário do estaleiro, em março. O principal temor da Transpetro é de que os próximos navios continuem saindo a conta gotas. "Demoraram quatro anos para fazer um, mas não podem levar quase um século para entregarem os 22", disse uma pessoa a par da situação.
Informações de bastidores dão conta de que os sócios do EAS - Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - estariam negociando com estaleiros asiáticos, porém sem grandes avanços. Questionado sobre as cobranças feitas pela Transpetro, o Atlântico Sul informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria se manifestar.
Com a entrega do João Cândido, o desafio agora é terminar o Zumbi dos Palmares, petroleiro que está em fase de edificações. A previsão é de que seja entregue em dezembro deste ano, quase três anos e meio após o início de sua montagem, em agosto de 2009. Na avaliação da Transpetro, o EAS tem estrutura suficiente para montar pelos menos quatro navios por ano.
Instalado em 2007, o Atlântico Sul passou por problemas relacionados à mão de obra. A inexperiência dos trabalhadores contratados resultou em problemas sérios na soldagem do João Cândido, que tinha prazo original de entrega para agosto de 2010, mas teve que ser totalmente remodelado. Somente com esta embarcação, os sócios do estaleiro tiveram prejuízo de cerca de R$ 170 milhões, segundo a assessoria de imprensa do EAS. Em 2011, a empresa amargou uma perda de R$ 1,47 bilhão.
A principal justificativa é de que os contratempos do primeiro navio fazem parte da curva de aprendizagem de um setor que renasce no país, e que as próximas embarcações tendem a sair com maior rapidez. "A sequência de fabricação e de testes será importante para a otimização", afirmou o diretor de Comissionamento do EAS, Paulo Sergio Cardoso.
Ao fim da montagem, o navio ficou com índice de nacionalização de 70%, superior ao mínimo exigido (65%), mas inferior ao petroleiro Celso Furtado, entregue em dezembro pelo estaleiro Mauá, do Rio de Janeiro, que marcou 74%. Segundo Cardoso, o teste de mar realizado com o navio apresentou um resultado muito bom. "Ele foi totalmente testado em seus equipamentos e sistemas e está pronto para operar", garantiu.
Com 25 tripulantes, a embarcação, de 274 metros de comprimento e capacidade para 1 milhão de barris de óleo, inicia ainda hoje a sua primeira viagem. Após a solenidade, o petroleiro parte para a Bacia de Campos (RJ), onde será carregado na plataforma P-38. Depois, segue para o terminal da Transpetro em São Sebastião (SP), de onde o óleo será distribuído para as refinarias paulistas.
Fonte: Valor Econômico/Por Murillo Camarotto | De Ipojuca (PE)
2- A participação da GE aumenta o valor da EBX
A venda de 0,8% de participação na Centennial Asset Brazilian Equity LLC e outras holdings offshore do grupo EBX - do empresário Eike Batista -, por US$ 300 milhões, para a americana GE, mostrou uma valorização dos ativos do grupo de US$ 2 bilhões nos últimos dois meses, apesar do cenário de crise internacional. Em março, o Mubadala Development Company, empresa de desenvolvimento e investimento estratégico de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes, adquiriu uma participação acionária de 5,6% no EBX, por US$ 2 bilhões. A compra da fatia pelo Mubadala indicava valor de mercado de US$ 35,5 bilhões para a EBX. O negócio fechado com a GE aponta para um valor de US$ 37,5 bilhões.
O movimento reforça o esforço da EBX em busca de parceiros importantes no cenário global, além de ser estratégico para a GE, que tem contratos de fornecimento de US$ 1,5 bilhão firmados com MPX e OGX, empresas controladas pelo grupo. Outros "players" mundiais apostaram nos ativos da EBX. Em janeiro, a MPX, empresa de energia do grupo, anunciou um acordo com a alemã E.ON. Por meio de uma "joint venture", as companhias vão desenvolver projetos de geração de energia e atividades de suprimento e comercialização. Também são parceiros do grupo a IBM, a Hyundai Heavy Industries, a Wuhan Iron and Steel (Wisco) e a EDP.
O líder do centro de pesquisas global da GE no Brasil, Ken Herd, explicou que as duas companhias vinham conversando desde janeiro de 2011. Segundo ele, alguns resultados da parceria entre as duas empresas devem começar pela MPX, braço de energia do grupo, e pela petroleira OGX. Herd citou que o grupo pediu para que a GE desenvolva soluções tecnológicas para a geração de energia renovável. Um exemplo, segundo o executivo, é a aplicação da tecnologia desenvolvida pela americana para cooperar com a ampliação da capacidade da usina solar de Tauá, no Ceará, que tem hoje 1 megawatt (MW) e pode chegar a 4 MW de capacidade, segundo o executivo.
O executivo destacou que oportunidades com outras companhias do grupo, como MMX e LLX também serão exploradas. "A ideia é encontrar as melhores soluções para esses clientes", disse Herd. Além disso, destacou que prevê desenvolver soluções tecnológicas para a produção de energia a carvão com tecnologia menos poluente. Radicado no Rio há um ano e oito meses para implantar um centro de pesquisas da GE na cidade, Herd vê uma crescente importância do Brasil no cenário internacional.
O centro de pesquisas, o primeiro da empresa na América Latina e quinto no mundo, terá um papel importante para a relação entre o grupo e a GE. O empreendimento tem investimentos programados de R$ 500 milhões nos cinco anos seguintes à inauguração, prevista para 2013. Em novembro de 2010, a GE anunciou investimentos no Brasil de US$ 550 milhões. Desse montante, US$ 100 milhões seriam direcionados para a construção do centro global de pesquisa. Os outros valores seriam investidos na expansão da atuação da companhia no país e a inauguração de novas fábricas.
Fonte:Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio
3- Começam as Obras do Estaleiro Paraguaçu
Cento e setenta operários já trabalham na construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), no município de Maragogipe, Recôncavo baiano. A obra está na fase inicial, com a realização dos serviços de supressão da vegetação, resgate da fauna e flora e terraplanagem. É o maior investimento da iniciativa privada na Bahia e na área da indústria naval com execução iniciada no Brasil, sob o comando de um consórcio formado pelas empresas Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki.
A conclusão dos trabalhos está prevista para 2014, e até lá serão investidos R$ 2 bilhões na construção e contratação de mais de três mil operários. Quando o EEP estiver pronto, o estado ganhará mais um ponto de produção de navios e plataformas de exploração de petróleo, reaquecendo a economia do Recôncavo e recolocando a Bahia no mapa da indústria naval brasileira.
O governo do Estado apoia o empreendimento com obras de infraestrutura rodoviária, além de auxílio na obtenção do financiamento, que é do governo federal, por meio do Fundo de Marinha Mercante. Ainda como parte dos esforços para resgatar a indústria naval, foi criada em 2009 a Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária (Seinp), que centraliza as ações do estado voltadas à viabilização de empreendimentos na área.
Encomendas
De acordo com o secretário da Indústria Naval, Carlos Costa, o novo estaleiro baiano terá tecnologia e capacidade para atender aos mercados nacional e internacional. “O empreendimento terá condição de oferecer em tempo hábil equipamentos de ponta para todos os mercados. As empresas vão trabalhar com toda a tecnologia e atenderão não só encomendas de embarcações para a indústria naval civil, mas também para a indústria militar”.
Antes mesmo de começar a operar, o estaleiro já recebeu a encomenda de seis sondas de exploração de petróleo. As unidades fazem parte de um contrato com a Sete Brasil, empresa fornecedora da Petrobras. A estimativa dos empresários é de um faturamento anual de R$ 600 milhões.
Reabertura do São Roque Paraguaçu aquece economia do Recôncavo
A foz do Rio Paraguaçu, na Baía de Todos-os-Santos, é considerada um dos melhores lugares do país para a implantação de estaleiros. Com águas profundas e abrigadas, foi lá que a fabricação de navios teve início no Brasil. “A Bahia é o berço dessa atividade, que começou com a chegada de Dom Pedro ao Brasil”, afirmou o secretário Carlos Costa.
Ele explicou que durante muitos anos o estado prosperou na área, principalmente na década de 1970, “mas logo depois houve uma paralisia e agora voltamos a revitalizar a atividade”.
O início da retomada aconteceu em 2010, com a reabertura do Estaleiro São Roque do Paraguaçu, que já finaliza a construção de duas plataformas para a Petrobras. Mesmo com dimensões e capacidade menores que o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, o São Roque já mexe com a vida dos moradores e com o comércio de cidades como Maragogipe e Nazaré das Farinhas. São cerca de três mil pessoas trabalhando e o efeito disso é percebido pelos lojistas.
Em Maragogipe, de onde partem alguns ônibus com operários todos os dias para o estaleiro, é fácil encontrar comerciantes que confirmam a melhoria das vendas. Para Rita Barbosa, proprietária de um pequeno mercado, “a cidade era mais parada e agora com o estaleiro parece que acelerou”.
Rita disse que tem mais gente circulando, o que foi bom para o seu comércio, porque aumentou o poder de compra dos moradores. “Ganhei clientes que têm o cartão de alimentação da empresa e fazem compras aqui, esses passaram a frequentar meu mercado depois do estaleiro”.
Para quem trabalha no Estaleiro São Roque do Paraguaçu, o emprego e o crescimento econômico proporcionado pela indústria naval na região são motivos de orgulho. “Eu aprendi uma profissão lá dentro, tenho a vantagem do plano de saúde, da segurança, cobertura de tudo e a empresa dá 100% de apoio. Estou noivo e a casa em construção prestes a terminar, o próximo passo é o filho”, disse o mecânico montador Uliam Costa, morador de Nazaré das Farinhas.
Além do salário dos trabalhadores, a contratação de serviços locais de transporte, alimentação e fornecimento de equipamentos vai beneficiar pelo menos cinco cidades da região, mas a área de influência pode ser considerada muito maior, com até 15 municípios. A expectativa é que o crescimento econômico e o desenvolvimento social associado à atividade de fabricação de navios, sondas e plataformas de exploração de petróleo dobre na região com a chegada do EEP.
Cuidados ambientais
Para evitar que o crescimento seja desordenado e traga impactos negativos tanto na área ambiental como social, o EEP está cercado de todos os cuidados. O consórcio responsável pelo empreendimento realiza estudos e licenciamentos e de acordo com a gerente de sustentabilidade do EEP, Caroline Azevedo, desde 2008 vêm sendo realizados encontros com as comunidades locais para definir ações que permitam a inclusão dessas pessoas.
“Além do licenciamento clássico ambiental, fomos licenciados também pelo patrimônio histórico, por meio do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], pela Fundação Palmares, pela característica de estarmos dentro de uma comunidade quilombola; pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, por estarmos vizinhos a uma área de proteção federal; e pelo Estado, por estarmos dentro da APA [Área de Preservação Ambiental] Baía de Todos-os-Santos”, disse Caroline.
Fonte: Secom Bahia